É hora de preparar sua farmácia para a reforma tributária
Próximo ano será de testes, permitindo que empresas e equipes de contabilidade se ajustem antes da implementação total
A reforma tributária não é uma promessa distante e já está batendo à porta. A partir de 1º de janeiro de 2026, as novas regras serão uma realidade e as farmácias que não se prepararem correm o risco de paralisação, sem conseguir emitir notas fiscais ou cumprir obrigações básicas.
Não há lado político ou debate ideológico. A reforma vai acontecer. O que cabe agora é entender as mudanças, se adaptar e organizar o funcionamento da empresa para que a transição seja tranquila e segura.
2026 será o ano de teste da reforma tributária
O primeiro ano da reforma será de aprendizado. A partir de janeiro de 2026, todos os documentos fiscais – notas, DANFEs ou equivalentes – deverão destacar 1% referente à nova Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), segundo a proposta atual.
Esse período deve ser aproveitado para:
- Garantir que os sistemas fiscais estejam devidamente configurados às novas normas
- Capacitar contadores, empresários e equipes
- Esclarecer dúvidas sobre a formação de preços e modelos de declaração tributária
Em outras palavras, 2026 será o ano de teste, permitindo que empresas e suas equipes de contabilidade se ajustem antes da implementação total.
A partir de 2027 têm início as fases de transição
A reforma será aplicada gradualmente:
- 2027: os impostos federais PIS e Cofins passam a seguir integralmente a nova regra
- 2028: consolidação do sistema
- 2029 a 2032: transição dos impostos estaduais e municipais (ICMS e ISS), até que todo o modelo esteja implementado
- 2033: fim do período de convivência entre regimes antigos e novos
Será um processo longo, mas inevitável. Quem se preparar desde já terá mais controle, menos impacto e mais competitividade.
Adaptação, não pânico
Um alerta que acredito ser relevante é que muitos empresários estão tentando transformar a reforma em um produto de consultoria ou vender soluções complexas desnecessárias. Nesse momento não há necessidade de contratar consultorias ou elaborar projetos super elaborados. Para a maioria das companhias brasileiras, especialmente no varejo farmacêutico, o impacto será operacional, não estratégico.
Não é hora de desespero, e sim de organização. Deixar para reagir mais para frente é um erro. A reforma tributária, quando estiver totalmente implementada, fará do Brasil um país mais competitivo, com um sistema mais moderno e simplificado.
Quem se adaptar primeiro terá uma transição mais tranquila e segura, assegurando que sua empresa continue operando e crescendo diante de mudanças profundas, sem cair em soluções milagrosas ou desnecessárias.
*Edison Tamasciaé presidente da Febrafar e da Farmarcas