É possível a gestão tributária in house para a farmácia?
Especialista alerta que tarefa é quase impossível para farmácias que
convivem com margens estreitas e precisam focar em seu core business
por César Ferro em


Para muitos empreendedores e administradores de farmácias, a gestão tributária in house pode, supostamente, ampliar o controle sobre o pagamento de impostos sem consumir custos consideráveis. Mas esse pensamento é ouro de tolo para mercados como o farmacêutico, que enfrentam elevação da demanda e margens estreitas.
“Para exercer essa gestão com apuro e excelência, é necessário um conhecimento muito profundo sobre o tema. Isso é quase impossível quando o profissional não pode se dedicar exclusivamente ao assunto”, aconselha o diretor de Business Process Outsourcing (BPO) da Procfit, Paulo Machado. O executivo também destaca que o melhor dos cenários seria contar com o auxílio de uma equipe especializada no canal farma.
Reforma trará novos desafios para a gestão tributária
Machado afirma ainda que a reforma aprovada na Câmara dos Deputados prevê inúmeras alterações na dinâmica da gestão tributária e envolverá uma fase de transição complexa. “Tudo o que vimos e estudamos até o momento vai mudar”, alerta.
Especialmente no varejo farmacêutico, esse trabalho se tornará ainda mais desafiador. “O portfólio do setor é muito amplo. Há previsão de produtos com tributo zero, alguns com redução na base de cálculo e outros que terão alíquotas ampliadas”, reforça.
Por isso, o diretor aconselha que o gestor se cerque de profissionais capacitados. Porém, o que é mais interessante? Formar um time in house ou contar com o apoio de uma empresa terceirizada?
Solução terceirizada diminui desafios
Na visão do executivo, a melhor escolha seria contratar uma empresa externa para fazer essa gestão. Ele opina que são três os principais pontos positivos dessa prática:
- Atendimento ininterrupto: equipe in house ficará desfalcada durante férias ou licenças
- Custo mais baixo: contratos podem ser menos onerosos do que os encargos trabalhistas
- Mais flexibilidade: se uma empresa não está atendendo corretamente à expectativa do gestor, basta não renovar o contrato
Machado lança uma dica extra e afirma que a tecnologia agregada deve ser almejada pelo gestor no momento de fechar com um fornecedor da área. “Hoje, é possível monitorar, por meio da inteligência artificial, eventuais atualizações tributárias”, explica.
Em paralelo, essas tecnologias devem ser liberadas ao usuário com antecedência. Já é possível emitir notas fiscais com o futuro formato aqui na Procfit, o que possibilita que o empresário faça testes antes que a regra entre em vigor”, exemplifica.