Empreendedores do varejo farmacêutico miram R$ 100 milhões


Os empreendedores do varejo farmacêutico Marcelo Araujo e Grassieli Mangue provam que casal que ergue uma operação unido, permanece unido. Afinal, juntos desde a adolescência, eles hoje comandam uma rede com 15 farmácias espalhadas pelo estado de São Paulo.
O 31º episódio da seção Minha História retrata o trabalho desses dois empresários que, com apoio mútuo, conseguiram prosperar por meio do associativismo.
Empreendedores do varejo farmacêutico conheceram-se na adolescência
Em 1992, Araujo começou sua vida profissional com apenas 14 anos. Após concluir um curso profissionalizante, ele conquistou seu primeiro emprego como “Guarda Mirim” em uma farmácia de Mogi Mirim (SP).
“Eu era uma espécie de office boy. Era uma farmácia pequena e eu estava começando minha carreira. Cuidava da higiene dos banheiros e até das entregas de bicicleta”, relembra. Para o menino, que sonhava em ser bancário, a experiência no comércio não foi das melhores. “Fiquei meio frustrado no começo. Já tinha essa mentalidade mais administrativa, mas entendi que precisava ir conquistando meus espaços”, relata.
Em 1994, esse garoto conheceria Grassieli. A menina, dois anos mais nova, ainda não havia iniciado sua carreira, o que só aconteceria em 1996 – com 16 anos. Diferentemente de Araujo, logo em suas primeiras oportunidades ela conseguiu uma posição em um escritório.
“Construí toda a carreira em cargos administrativos, inclusive na administração de uma rede de varejo multilojas”, afirma. E foram exatamente essas vivências que ‘treinaram’ o olhar da futura empresária.
De namorada a incentivadora
Até 2008, Araujo seguiu como um fiel colaborador daquela pequena farmácia independente. Apesar das trocas na gestão, o então balconista permanecia no atendimento da loja. “Já havia assumido algumas funções administrativas, mas, naquele momento, o balcão ainda era o lugar onde eu mais me destacava”, afirma. Uma das pessoas que reconhecia esse talento nato era a própria Grassieli.
“Mas como colaborador, ele tinha um teto muito limitado para seu crescimento. Por isso passei a incentivá-lo a abrir sua própria farmácia”, conta. O executivo reconhece que, se não fosse o apoio da amada, talvez a história fosse bem diferente. “Grassieli foi minha grande incentivadora. Ela viu em mim um potencial que eu não conseguia enxergar”, revela.
Como resultado da confiança de sua esposa, a essa altura já uma administradora experiente, Araujo resolveu se arriscar e, ao notar uma oportunidade de ter seu próprio negócio, não titubeou.
Crescimento é rápido, mas…
A primeira farmácia do casal foi uma pequena loja de 27 m². Nos primeiros seis meses, Araujo gerenciou sozinho o negócio. “A Grassieli ainda trabalhava fora e, como eu já ajudava muito na gestão em meu emprego anterior, sabia alguns caminhos”, afirma.
Mesmo sem atuar em tempo integral no empreendimento da família, Grassieli já colaborava com a operação. “Aos fins de semana eu levava nosso filho Pedro, que era pequeno na época e auxiliava nos atendimentos. Organizávamos a salinha de aplicação para que ele pudesse ficar dormindo enquanto trabalhávamos”, relembra a executiva.
Em paralelo, não satisfeito com os desafios de empreender, nosso personagem resolveu que queria uma graduação em farmácia. “Não foi fácil. A aula começava às 19h e, nessa mesma hora, ainda estava fechando os pedidos pelo telefone. Devo ter sido o aluno que mais chegou atrasado no curso”, brinca.
Fato é que todo esse trabalho deu certo. Em 2009, o casal deixou o apertado espaço alugado e mudou o ponto para um terreno próprio. Em 2010 veio a segunda loja e, nos anos seguintes, mais três unidades foram inauguradas
Depois de 2013, quando o casal já administrava cinco PDVs e havia fincado bandeira no município de Mogi Guaçu (SP), veio a estagnação. “Crescemos em voo solo até onde foi possível. Mas os desafios aumentaram e não sabíamos mais como desatar os nós”, lamenta Araujo. Em 2018, por meio de uma conversa com um parceiro de negócios, a solução surgiu.
Associativismo da Farmarcas ajudou a desatar nós
Ao relatar suas dores para um parceiro da área de tecnologia, Araujo ouviu pela primeira vez o nome que acompanharia sua família e a rede de farmácias nos anos que se seguiriam. “Ele nos indicou a Farmarcas. Disse que eles teriam soluções exatamente para os desafios que estávamos enfrentando”, comenta.
O casal conheceu o formato de trabalho da administradora de redes de farmácias e decidiu que sua próxima loja aberta seria com a Ultra Popular. Mogi Mirim, cidade que ainda era a fortaleza da operação, foi escolhida para receber a unidade. “Nossa entrada para a Farmarcas foi um verdadeiro divisor de águas. O retorno de nossa primeira Ultra Popular foi tão bom que, em pouco tempo, mudamos a bandeira de outras cinco lojas”, declara.
Nova expansão foi começo de planos ousados
Nos anos seguintes, Araujo e Grassieli retomaram o ritmo de inaugurações anuais de lojas, chegando a 15 PDVs, divididos em três bandeiras – Bigfort, Maxi Popular e Ultra Popular – e cinco cidades (Aguaí, Araras, Artur Nogueira, Mogi Guaçu e Mogi Mirim). Em breve, a rede ganhará mais um ponto em sua cidade natal e estreará operações no Guarujá (SP), marcando sua entrada no litoral paulista.
“Hoje temos acesso à informação quase automática e podemos basear nossas decisões em fatos, não em ‘achismo’. Isso nos dá segurança para seguir crescendo”, opina Grassieli.
Para o próximo ano, o casal quer totalizar 20 lojas e atingir um faturamento de R$ 100 milhões. Mas os planos não param por aí. “Queremos nos aproximar dos 30 PDVs até 2030. Ou seja, vamos dobrar nossas aberturas para duas por ano. Com a Farmarcas, sei que será possível”, garante Araujo.