Empresas da ABRADIMEX atingem 75% do mercado de alto custo
Entidade também ganhou protagonismo nos debates sobre perdas geradas por roubo de cargas farmacêuticas
por Ana Claudia Nagao em e atualizado em
A Associação Brasileira de Distribuidores de Medicamentos Especializados Excepcionais e Hospitalares (ABRADIMEX) encerra 2025 consolidada como a principal representante do mercado de fármacos de alto custo no país. As 17 empresas associadas à entidade alcançaram 75% de participação na distribuição destinada a hospitais, clínicas e farmácias de especialidades, reforçando o protagonismo do setor no sistema de saúde brasileiro.
Cerca de 6 mil marcas da indústria farmacêutica chegam a 18 mil instituições. O movimento resultou em vendas da ordem de R$ 41 bilhões nos últimos 12 meses até agosto de 2025 – incremento de 12,6% em relação ao mesmo período anterior, de acordo com dados da consultoria IQVIA.
“Em contraponto com o varejo farmacêutico, que avançou a partir da venda de genéricos e similares, ficou com as distribuidoras um volume significativo de medicamentos inovadores, voltados ao tratamento de patologias como câncer, doenças autoimunes e raras”, observa o presidente executivo Paulo Maia.
De acordo com o relatório encomendado à Deloitte, o varejo de medicamentos ainda detém a maior concentração do mercado, com share de 66%. Porém, o chamado segmento institucional, com 34% de participação, tem apresentado as maiores taxas de crescimento. Enquanto a evolução do varejo soma 9,5%, as vendas das distribuidoras de especialidades tiveram crescimento de 17,9%, segundo dados da IQVIA
“Nossas associadas refletem a elevada concentração de tecnologia nos produtos que distribuímos. Por isso, precisamos avançar continuamente na inovação dos processos e em serviços que ajudem a indústria em entregas com valor agregado”, avalia Maia.
ABRADIMEX assume protagonismo nas discussões
Como parte de suas estratégias de suporte ao segmento de distribuição de medicamentos, a ABRADIMEX já planeja um novo estudo sobre a crescente incidência do roubo de cargas farmacêuticas. Em 2025, essa prática gerou perdas anuais estimadas em R$ 283 milhões.
“Em 2026, vamos aprofundar o detalhamento desse estudo trazendo novos indicadores. Mais do que sabermos quanto se perde com o roubo, é preciso que as discussões em torno do tema avancem e descortinem os beneficiados e os prejudicados com esse crime”, alerta Maia. Segundo o presidente da entidade, não se pode ignorar que medicamentos que exigem armazenamento sensível circulem pelas estradas brasileiras sob temperaturas adversas, sob o risco de chegarem a pacientes graves.