Entenda como aplicar o mobile first nas vendas digitais
Celular como único instrumento na jornada de compras online, em detrimento do desktop, exige reinvenção e novo olhar dos gestores de farmácias
por César Ferro em


Segundo dados da CNDL e do SPC Brasil, 87% dos consumidores online utilizam seus celulares para efetivar as compras. Nesse contexto, termos como mobile first e m-commerce precisam entrar de vez no vocabulário dos gestores de farmácia.
Afinal, essa tendência fica ainda mais clara ao se analisar o recorte da população de 18 a 34 anos. Nessa faixa etária, a predominância dos dispositivos móveis chega a 93%.
“Os celulares já superaram os computadores na jornada de compra do cliente. Agora é a hora de os empreendedores entenderem e se adequarem a esse movimento”, afirma Andrew Rodrigo, product designer sênior da Procfit.
O que é mobile first e m-commerce?
Andrew explica que mobile first e m-commerce são, na verdade, conceitos mais simples do que parecem à primeira vista. “Mobile first nada mais é do que desenvolver sites e plataformas priorizando seu uso em dispositivos móveis”, afirma. “Já o m-commerce consiste em configurar integralmente a plataforma tradicional de vendas digitais para a utilização responsiva em celulares”, completa.
Como devo incluir esses conceitos na minha operação?
Segundo o designer de produto, o primeiro passo é entender o que faz mais sentido para a sua farmácia. “Nem toda varejista precisa ter um aplicativo. Às vezes, é muito mais interessante contar com um site totalmente adaptável a smartphones”, exemplifica.
O especialista não descarta que os apps oferecem, sim, funcionalidades diferenciadas. “Com eles, é muito mais simples oferecer notificações personalizadas e sugerir lojas com base em geolocalização”, ressalta. Porém, Andrew defende a necessidade de uma abordagem mais agregadora. “É preciso assegurar benefícios claros ao consumidor, entre os quais cupons exclusivos ou cashback, como isca para estimular downloads e cadastros”, analisa.
Passo a passo para desenvolver o conceito mobile first
Para as operações que não demandem um aplicativo próprio, o pensamento mobile first deve ser priorizado. “Nesses casos, o design dos sites deve privilegiar esses usuários e proporcionar uma experiência de navegação mais fluida e agradável”, aconselha. Para a adoção dessa estratégia, o especialista lista seis premissas.
- Entenda sua persona: pesquise seu público e realize as otimizações em seu site de acordo com o perfil e opinião do consumidor, de modo a permitir que a jornada de compra esteja alinhada com suas expectativas
- Use padrões de projeto: designers de produtos desenvolvem projetos com padrões que devem ser seguidos impreterivelmente
- Carga cognitiva: para facilitar a jornada do consumidor, a tela deve mostrar apenas aquelas informações estritamente necessárias para a etapa de compra em questão
- Localização: pensando em oferecer uma carga cognitiva leve, é preciso entender o que faz sentido ser posicionado em uma mesma tela. Exemplo: não preciso de um botão “xampus” em uma aba de “antigripais”. Além disso, botões na metade de baixo da tela facilitam o clique usando apenas uma mão
- Tamanho também importa: tamanhos maiores são mais acessíveis para o usuário, seja em sua visualização ou no momento do clique
- Teste a usabilidade: antes mesmo de disponibilizar para os consumidores a plataforma atualizada, faça testes e libere betas para que alguns usuários compartilhem impressões reais sobre as novas funcionalidades