
O CTICANN – Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis acaba de lançar uma análise sistemática sobre a produção científica da cannabis no Brasil, que conta com apoio da ABICANN. Trata-se do maior levantamento já realizado no país com foco em evidências sobre o uso medicinal, terapêutico e interdisciplinar da planta e seus canabinoides.
Utilizando inteligência artificial e metodologia bibliométrica rigorosa, o estudo organizou 10.577 artigos científicos, extraídos de bases como PubMed, SciELO, CAPES, Scopus, Google Acadêmico, Redalyc e BDTD.
O relatório classifica as publicações por área médica, tipo de estudo, nível de evidência, canabinoides analisados (como THC, CBD, CBG, CBN, entre outros), idioma, país de origem, aplicabilidade clínica ou experimental, ano de publicação e outros critérios fundamentais para validação científica.
“Essa avaliação fortalece o campo científico da cannabis, ajuda a separar mitos de evidências e abre caminhos para políticas públicas embasadas na realidade científica, não no preconceito”, afirma Thiago Ermano Jorge, pesquisador interdisciplinar e revisor da análise.
Produção científica da cannabis tem Brasil como líder regional
Os Estados Unidos lideram com folga a produção científica sobre a planta, respondendo por mais de 9 mil publicações analisadas. Em seguida aparecem Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, Austrália e Espanha. O Brasil ocupa a oitava posição no ranking global, despontando como o principal representante da América Latina no cenário científico da cannabis.
Um dado que chama atenção é o crescimento exponencial das publicações a partir da última década. Isso ocorreu especialmente a partir de 2010, quando muitos países adotaram regulações para avalizar pesquisas clínicas com cannabis.
A pesquisa será disponibilizada a universidades, empresas, hospitais, agências reguladoras e iniciativas científicas interessadas em aprofundar o uso responsável da cannabis medicinal, ampliar a segurança de pacientes e subsidiar legislações futuras.