Ex-diretor do Butantan assume cargo na Sinovac
Dimas Covas é o novo cientista-chefe de pesquisa no laboratório que desenvolveu a Coronavac
por César Ferro em
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O ex-diretor do Butantan, Dimas Covas, assume um novo desafio na indústria farmacêutica. O médico hematologista foi anunciado como o cientista-chefe de pesquisa no Brasil da Sinovac, laboratório responsável pela Coronavac, primeira vacina contra a Covid-19 distribuída em larga escala no país. As informações são do Globo.
O pesquisador atuará no desenvolvimento de novos imunizantes. “A Sinovac está fazendo um grande esforço de adaptação para as novas tecnologias, investindo pesadamente nessa tecnologia de RNA (mensageiro)”, afirma.
Embora tenha feito visitas a Pequim para tratar da instalação de uma planta da companhia no Brasil, Covas atuará em solo nacional. Mesmo seguindo no país, ele se aposentou da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) para se dedicar à nova função.
Sinovac irá investir R$ 100 milhões no Brasil
Ainda em 2024, a Sinovac anunciou, em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que irá investir R$ 100 mil no Brasil. Segundo Covas, parte deste aporte será destinada à instalação da fábrica no país.
A operação, que será em São Paulo, deve avançar nos próximos meses. A farmacêutica está formando sua equipe na região e o objetivo inicial é ter cerca de 50 colaboradores na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), sendo 30% deles médicos.
Farmacêutica assinou duas PDPs
Em novembro, a Sinovac assinou duas parcerias de desenvolvimento produtivo (PDPs) que integrarão a estrutura do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A primeira será uma vacina de varicela e a segunda focada na raiva, em parceria com o Tecpar.
Ex-diretor do Butantan foi protagonista no combate à Covid-19
Covas ficou à frente do Instituto Butantan até novembro de 2022. Nos cinco anos na diretoria, o médico teve protagonismo no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Ao deixar o cargo, o executivo assumiu uma colocação na Fundação Butantan, com um foco maior em gestão.
Após sua saída, surgiram dúvidas sobre contratos de softwares assinados na gestão, levando a investigações do Tribunal de Contas do Estado, sob suspeita de irregularidades. Procurado pelo Globo, o órgão informou que os processos seguem em aberto, mas Covas afirma que não responde sobre o caso desde 2023.