FarmaBrasil se inspira na Embraer em reorganização da indústria
Associação vê na gigante da aviação um exemplo de excelência que pode ser replicada
por Gabriel Noronha em
O Grupo FarmaBrasil, associação formada por 12 laboratórios nacionais responsáveis por 36% do faturamento do segmento, está promovendo uma campanha de reorganização da indústria nacional. A iniciativa foi detalhada por Reginaldo Arcuri, presidente da entidade, em uma entrevista à Folha de S. Paulo.
O executivo traçou paralelos com a transformação da Petrobras e o avanço do agronegócio, além de definir a Embraer como principal inspiração para o setor. “Eu diria que [a meta é ser] a nova Embraer, a melhor empresa de engenharia do setor que importa peças e partes dos aviões para produzi-los com rapidez necessária para ocupar o nicho de mercado esperado. A indústria farmacêutica é um pouco disso hoje”, afirma.
“O medicamento brasileiro não deve nada para os melhores do mundo”, ressalta o executivo, mas complementa ao ser questionado quanto ao diferencial do setor – “Temos uma dependência de importação de IFAs sintéticos e estamos entrando no biotecnológicos a partir da engenharia química”, disse.
“Nossas empresas estão em outros países da América Latina, Europa, nos EUA e no Canadá com centros de pesquisa, fábricas ou centros de distribuição. Elas se articulam com multinacionais, seja em programas de pesquisa ou com acordos e parcerias”, adiciona.
Na visão da entidade dois pontos devem ser os principais focos de atenção para que essa reorganização possa se provar útil ao mercado: a agilidade da Anvisa e do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
A primeira problemática já foi amplamente abordada no Panorama Farmacêutico, principalmente após críticas do presidente Lula ao órgão. A pressão levou a autarquia a tomar diversas medidas como a criação de um concurso público.
Arcuri revelou que as análises da Anvisa para a aprovação de um fármaco podem demorar até dois anos para serem concluídas, e que aproximadamente R$ 17 bilhões em produtos estão parados na entidade no aguardo de um sinal verde.
Em relação ao INPI, a reclamação da FarmaBrasil e de diversas outras entidades do setor aborda o período extra de patente concedido às farmacêuticas referente ao tempo levado para a aprovação do fármaco. A disputa foi levada ao STF há alguns anos, e hoje é debatida em 66 ações na Justiça Federal.
Estudante de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, atua na produção de notícias e também dos conteúdos de seções temáticas do portal.
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