Farmacêuticas vão perder bilhões com tarifas sobre medicamentos
Taxação afeta principal produto comercializado entre EUA e União Europeia
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


O acordo comercial firmado entre os Estados Unidos e a União Europeia na última semana determinou a implementação de tarifas sobre medicamentos importados do Velho cContinente. Fármacos como o Botox, o oncológico Keytruda e algumas canetas emagrecedoras, como o Ozempic, devem ser os mais afetados pela medida. As informações são da Folha de S. Paulo.
As partes chegaram a uma taxa de 15%, valor que gerou um sentimento misto entre representantes do setor. O número é consideravelmente inferior aos 200% citados por Donald Trump em diversas ameaças ao mercado. Entretanto, a medida deve ser responsável pelo acréscimo de bilhões de dólares em despesas de importação, principalmente quando se leva em conta o cenário global do segmento, no qual insumos e fórmulas são desenvolvidos, produzidos e comercializados em diferentes países.
Um ponto positivo em relação ao acordo, no entanto, é a exclusão dos medicamentos da lista de produtos taxados, promessa feita por Trump há tempos em um esforço de “defesa da segurança nacional”.
Relação UE x EUA depende da importação de fármacos
Produtos farmacêuticos são a principal fonte de exportação da Europa para os Estados Unidos. A Irlanda, por exemplo, tornou-se um centro de fabricação do setor, reunindo a produção de diversas companhias, e já enviou US$ 50 bilhões (R$ 275,21 bilhões) em produtos para o país apenas em 2024.
O continente ainda é responsável pela produção de 43% dos medicamentos de marca e 18% dos genéricos vendidos em território americano, de acordo com a organização sem fins lucrativos U.S. Pharmacopeia.
Nova tarifa sobre medicamentos pode afetar o bolso dos consumidores
É provável que as farmacêuticas repassem os custos adicionais ao preço final de seus produtos, encarecendo-os nas gôndolas e elevando os gastos do próprio governo com programas como o Medicare.
Pacientes cujo seguro exige que paguem uma franquia ou uma porcentagem do preço de um medicamento poderão eventualmente enfrentar custos diretos mais altos para alguns remédios. Em alguns casos, no entanto, acordos contratuais e a ameaça de pesadas penalidades financeiras podem impedir os fabricantes de aumentar drasticamente os valores.
Alguns seguros de saúde já estão programados para aumentar. Seguradoras em Nova York, Oregon e Maryland informaram recentemente aos reguladores que as tarifas estavam levando-as a buscar aumentos maiores nos planos no próximo ano.