Farmácias da Grande BH vivem desabastecimento


Encontrar determinados medicamentos nas drogarias de Betim tem sido um desafio para a população. A falta de antibióticos e analgésicos, por exemplo, vem causando muita dor de cabeça desde o início deste ano. Segundo os comerciantes, o problema vem se repetindo em outras cidades da região metropolitana, e ainda não há previsão de normalização. O motivo da escassez seria a falta de insumos vindos da China e da Índia, conforme alegado pelos fabricantes.
A empreendedora Thábata Michetti precisou comprar um antibiótico para o filho, de 6 anos, que tem crises recorrentes de sinusite, mas não conseguiu a dosagem exata. A solução foi garimpar em outros estabelecimentos. ‘Já aconteceu de eu ir em três farmácias e não encontrar o remédio que procurava. Em uma delas, me orientaram a pedir ao médico para mudar a receita’, relata.
O gerente da Drogaria Americana, no Centro, Luiz Gonzaga, conta que os laboratórios não estão dando conta de atender a demanda. ‘Eles param mais ou menos no dia 20 de dezembro e voltam em meados de janeiro. No retorno do recesso, tentaram fabricar os produtos, mas não conseguiram porque não tinham a matéria-prima. Então, houve uma falha deles com as farmácias’, diz. Segundo Gonzaga, algumas semanas atrás, a drogaria chegou a ser a única da cidade a ter um antibiótico comumente prescrito para crianças. ‘As caixas que restavam acabaram rapidamente’, completa.
Para o 1° vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma), Rony Rezende, existe, sim, a falta de insumos, mas também pode haver uma manobra estratégica da indústria para reabastecer o mercado já com o reajuste de 10,89% autorizado pelo governo federal no início deste mês. ‘Quando os laboratórios iam repor os estoques, veio esse aumento, que é muito significativo para quem fabrica medicamentos’, avalia Rezende. Ele acredita que o cenário melhore a partir da semana que vem.
Fonte: O Tempo Betim