
O jantar que celebrou os 25 anos da Febrafar, que mobilizou mais de 1.500 dirigentes e executivos do setor no Espaço Unimed (SP), foi mais uma mostra da robustez do associativismo. A entidade contabiliza 17.195 lojas em operação em 3.515 municípios das 27 unidades da federação, um avanço de 35,4% nos últimos cincos anos. Em 2020, eram 16.697 farmácias.
Com aumento de 15,3% nos últimos 12 meses referentes a dezembro de 2024, a federação alcançou uma receita de R$ 36,9 bilhões, crescimento de 84,2% na comparação com 2020, quando totalizou R$ 20 bilhões.
“Atualmente, as 70 redes associadas representam 18,3% do número de farmácias no Brasil, com 16,7% de market share. Em 2020, essa participação de mercado era de 14,3%, o que nos consolida como o grupo que mais cresce no varejo farmacêutico brasileiro”, comemora o presidente Edison Tamascia.
Entre os objetivos estratégicos para os próximos cinco anos, a Febrafar planeja alcançar, no mínimo, 20% de market share em 2030. Também fazem parte da meta mapear, validar e desenvolver novos negócios e inovações tecnológicas, especialmente as que envolvem o uso de inteligência artificial (IA).
Os motores de crescimento da Febrafar
Embora o setor farmacêutico tenha enfrentado desafios ao longo dos anos, a Febrafar conseguiu resultados bem superiores aos de outros segmentos. O desempenho da rede é um reflexo de sua capacidade de adaptação às novas exigências do mercado e do investimento contínuo em inovação.
“Entendemos que o mercado não é mais apenas sobre preço. As farmácias precisam oferecer uma experiência mais completa ao consumidor. E é isso que oferecemos para nossas redes por meio de nossas ferramentas”, ressalta Tamascia.
Segundo ele, a digitalização segue como um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, como uma grande oportunidade para o setor. Farmácias que implementaram soluções como delivery e outras tecnologias para otimizar processos estão mais bem preparadas para o futuro. “Digitalizar-se não é apenas uma tendência, mas uma necessidade”, alerta o executivo.
Além disso, a presença digital vai além da venda de produtos. A comunicação por meio de redes sociais, aplicativos e plataformas como o Google Meu Negócio, tem se mostrado fundamental para atrair e fidelizar clientes. “Farmácias que não investirem nesse canal correm o risco de se tornar invisíveis para um público cada vez mais digitalizado”, alerta.
Contudo, nesse contexto, as farmácias independentes e redes regionais enfrentam crescente pressão para se modernizar e se adaptar às novas exigências do mercado. Para competir com as grandes redes, é necessário oferecer um serviço mais completo e diferenciado. “O associativismo tem sido uma solução eficaz para muitas dessas farmácias, proporcionando acesso a ferramentas de gestão, marketing e digitalização”, afirma Tamascia.
Entretanto, o executivo destaca que o associativismo deve ir além da simples compra coletiva de produtos. É fundamental que as associações ofereçam as ferramentas necessárias para a transformação digital e adaptação ao novo perfil de consumidor.
Ainda em relação às tendências para o setor farmacêutico, ele aponta para a continuidade da digitalização e da diversificação do portfólio de produtos. Farmácias que agregarem itens de bem-estar, cosméticos e cuidados com a saúde à sua oferta terão maiores chances de sucesso. “A diversificação de produtos não significa apenas vender mais, mas vender melhor”, afirma Tamascia, ressaltando a importância de entender o perfil do consumidor e atender suas necessidades de forma mais abrangente.
Febrafar
Fundação: fevereiro de 2000
Capilaridade: 17.195 farmácias em mais de 3.515 municípios de todas as unidades da Federação
Faturamento: R$ 36,9 bilhões
Share no varejo farmacêutico: 16,7%