(ANSA) – A Justiça francesa condenou o laboratório farmacêutico Servier nesta segunda-feira (29) por homicídio, lesões involuntárias e por “engano agravado” pela venda do remédio Mediator, um medicamento usado para controle de apetite e emagrecimento.
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Segundo estimativas apresentadas no processo, ele foi responsável pela morte de 1,5 mil a 2,1 mil pessoas entre os anos de 1976 a 2009 – período que foi comercializado. Além disso, o Servier foi condenado a pagar 2,7 milhões de euros em indenizações.
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O caso é um dos maiores escândalos em Saúde na história da França. O ex-número dois do grupo farmacêutico Jean-Philippe Seta, falecido em 2014, foi condenado a quatro anos de prisão.
“Mesmo que estivessem conscientes dos riscos há muitos anos, eles nunca tomaram as ações necessárias e, por consequência, enganaram os consumidores”, disse a presidente do tribunal, Sylvia Daunis. Para a juíza, o laboratório “minou a confiança no sistema sanitário”.
Criado em 1976, o Mediator deveria ser usado apenas para tratamento da diabetes, mas logo começou a ser utilizado por pessoas que queriam emagrecer por conta de seu poder de controlar o apetite. Desde então, foi receitado para cinco milhões de pacientes com este fim, até novembro de 2009, quando sua comercialização foi suspensa.
Ainda conforme a acusação, o Servier maquiou informações sobre os graves riscos à saúde, como danos ao sistema cardíaco, na bula do medicamento.
A decisão ainda puniu a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) em 303 mil euros por “homicídio culposo provocado pela negligência” nas averiguações da política sanitária. O veredicto afirma que o órgão foi o responsável pela demora em determinar a suspensão do Mediator. (ANSA).
Fonte: PressFrom