Gestão de pré-vencidos começa no recebimento
Softwares ajudam a gerir produtos e evitar perdas, mas
processo exige atenção redobrada desde a etapa de compra
por César Ferro em
e atualizado em
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A gestão de pré-vencidos é uma tarefa que assombra muitos gestores do varejo farmacêutico. Afinal, o vencimento de medicamentos nas prateleiras traz prejuízos dobrados para as empresas. “Além do dinheiro perdido com a compra de um produto que não será comercializado, o gestor também será obrigado a arcar com a incineração desse remédio”, afirma Marcelo Soares, gestor comercial da Procfit.
A boa notícia é que já existem ferramentas para acompanhar a validade dos produtos e evitar esse triste desfecho. Mas o consultor lança um alerta. O acompanhamento dos produtos perto do prazo de validade começa ainda no processo de compra e recebimento da mercadoria.
Comprando bem, que mal tem?
Ao falar sobre a gestão desses produtos, Soares afirma que o primeiro passo consiste em promover uma compra mais assertiva. “Com ferramentas como o Cosmos Pro, é possível montar um mix customizado para o perfil dos clientes e do entorno da farmácia, de forma a garantir que o estoque disponível reflita a real demanda dos consumidores”, aponta o executivo.
Ainda assim, existe a probabilidade de aquele produto com potencial de giro chegue ao PDV com data inviável para venda. “Por isso recomendamos que o colaborador responsável pelo recebimento do pedido cadastre os lotes na plataforma. Assim, caso a validade seja inferior a um ano, o sistema dispara um alerta”, explica.
Com essa notificação, cabe ao gestor analisar se o produto pode ou não ser recebido com um vencimento mais próximo do que o estipulado. “Se estamos falando de um item de baixa rotatividade, mas que foi encomendado, essa é uma venda certa e a farmácia pode abrir uma exceção. Mas, na maioria dos casos, vale construir um relacionamento sólido com os distribuidores para evitar esses casos”, argumenta.
Gestão de pré-vencidos acompanha toda a vida útil do produto
Uma vez que o produto entra no mix, toda sua trajetória será acompanhada pelo sistema. “É imprescindível que 100% dos itens sejam cadastrados e o layout esteja organizado para privilegiar o estoque que está há mais tempo em loja”, aconselha Soares.
E ainda que haja gargalos nessa organização, o software serve novamente como uma tábua de salvação. “Quando o produto for ‘bipado’ no caixa, já aparecerá para o atendente a mensagem indicando que há um lote mais velho a ser comercializado, possibilitando a correção”, aponta.
O programa também dispara alertas configuráveis conforme o vencimento se aproxima. “É possível ativar notificações para seis e quatro meses antes da data de validade, por exemplo”, explica.
E se meu produto virar um pré-vencido?
Com a previsibilidade e transparência proporcionadas pelas ferramentas, é possível adotar medidas para evitar perdas. “O sistema relaciona quais produtos estão próximos do vencimento com antecedência. Assim, você poderá adotar uma layoutização que os privilegie e aplicar preços mais competitivos para incentivar a compra”, opina o gestor.
Em operações mais robustas, com mais de uma loja, o gestor pode remanejar esses itens para pontos com mais giro. “A própria plataforma sugere em qual unidade aquele produto costuma atrair mais vendas, possibilitando uma operação mais estratégica”, declara.
Rede reduziu perdas em 95% com software
Soares relata um caso acompanhado pela Procfit. Em uma rede com mais de 80 lojas, a perda média por mês com medicamentos pré-vencidos ou vencidos chegava a R$ 100 mil. “Após a implementação do software, conseguimos reduzir essas perdas em 95%, diminuindo drasticamente um prejuízo que chegava a R$ 1,2 milhão ao ano”, comemora.