Serialização
Processo de identificação única de medicamentos que fortalece a rastreabilidade, combate fraudes e protege a saúde pública


Índice
- O que é a serialização?
- Origem e função da serialização
- Relevância no setor farmacêutico
- Como funciona a serialização de medicamentos
- Aplicações práticas da serialização
- Papel da serialização na indústria farmacêutica
- Situação regulatória no Brasil
- Riscos, desafios e controvérsias
- Histórico e curiosidades
- Perguntas frequentes
A serialização é um procedimento essencial no setor farmacêutico que consiste na atribuição de códigos únicos e individualizados a cada unidade de medicamento. Esse processo possibilita a rastreabilidade completa do produto ao longo de toda a cadeia produtiva e de distribuição, do fabricante ao paciente.
No contexto da saúde, a serialização se tornou uma ferramenta indispensável para coibir falsificações, garantir a autenticidade dos medicamentos e atender às exigências regulatórias nacionais e internacionais. Além disso, promove maior segurança para o consumidor e otimiza o controle sanitário por órgãos reguladores.
O que é a serialização?
Serialização é a atribuição de um identificador único e rastreável a cada embalagem de medicamento, geralmente na forma de um código bidimensional, como o DataMatrix. Este código contém informações fundamentais, como número de série, lote, validade e registro sanitário.
Esse sistema permite que todas as etapas da movimentação do medicamento sejam monitoradas e registradas em bancos de dados, aumentando a transparência e dificultando a inserção de produtos irregulares ou falsificados no mercado.
Origem e função da serialização
A necessidade de serialização emergiu como resposta ao crescente desafio da falsificação de medicamentos, considerada uma ameaça global à saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 10% dos medicamentos comercializados em países de baixa e média renda sejam falsificados.
Sua função principal é assegurar a autenticidade dos medicamentos, reforçar a segurança dos pacientes e otimizar os processos de monitoramento e fiscalização sanitária.
Relevância no setor farmacêutico
No setor farmacêutico, a serialização é indispensável porque:
- Evita fraudes e falsificações, protegendo a saúde pública.
- Atende às exigências regulatórias, como a Lei nº 11.903/2009 no Brasil.
- Melhora o controle logístico e a gestão da cadeia de suprimentos.
- Facilita a realização de recalls, tornando-os mais precisos e eficientes.
- Fortalece a confiança do consumidor na integridade dos medicamentos.
Como funciona a serialização de medicamentos
O processo de serialização envolve várias etapas:
- Geração do código serial: um identificador único é gerado para cada unidade de medicamento.
- Impressão: o código é aplicado na embalagem do produto, geralmente por meio de impressão a laser ou jato de tinta, na forma de um código DataMatrix.
- Registro: as informações do código são armazenadas em sistemas internos e integradas a bancos de dados regulatórios.
- Rastreabilidade: ao longo da cadeia logística, os códigos são lidos e registrados, permitindo o monitoramento de cada movimentação até a chegada ao consumidor final.
Aplicações práticas da serialização
- Prevenção da entrada de produtos falsificados na cadeia de distribuição.
- Automatização de processos logísticos, como controle de estoque e distribuição.
- Aprimoramento dos sistemas de recall, possibilitando a identificação rápida de lotes defeituosos ou contaminados.
- Atendimento às regulamentações sanitárias, evitando sanções e restrições comerciais.
Papel da serialização na indústria farmacêutica
Para a indústria farmacêutica, a serialização representa um avanço na gestão da qualidade e segurança, além de ser uma exigência para operar em diversos mercados internacionais.
Ela também impacta diretamente:
- Processos produtivos: exigindo investimentos em equipamentos de impressão, leitura óptica e sistemas de TI.
- Cadeia logística: promovendo maior integração entre fabricantes, distribuidores e varejistas.
- Regulamentação: garantindo a conformidade com legislações nacionais e internacionais, como a Diretiva de Medicamentos Falsificados (FMD) da União Europeia.
Situação regulatória no Brasil
No Brasil, a serialização é regulamentada pela Lei nº 11.903/2009 e pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 319/2019 da Anvisa, que estabelecem as diretrizes para a implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM).
Principais aspectos:
- Obrigatoriedade de serialização para medicamentos sujeitos a controle especial e, progressivamente, para os demais.
- Implementação do identificador único e do código de barras bidimensional em todas as embalagens.
- Comunicação das movimentações dos medicamentos para a base de dados da Anvisa.
A regulamentação brasileira está alinhada às práticas internacionais, promovendo o fortalecimento do combate à falsificação e ampliando a segurança sanitária.
Riscos, desafios e controvérsias
Apesar dos benefícios, a implementação da serialização enfrenta desafios importantes:
- Altos custos de implantação, especialmente para pequenas e médias indústrias.
- Necessidade de atualização tecnológica em linhas de produção e sistemas de informação.
- Integração complexa entre diferentes elos da cadeia logística.
- Resistência cultural e operacional frente às mudanças nos processos produtivos.
Histórico e curiosidades
- A primeira legislação brasileira sobre rastreabilidade de medicamentos foi sancionada em 2009, sendo pioneira na América Latina.
- O código DataMatrix é preferido por sua capacidade de armazenar grandes volumes de informações em um espaço reduzido.
- A OMS reconhece a serialização como uma das principais ferramentas globais para combater o mercado de medicamentos falsificados.
A serialização é uma estratégia fundamental para garantir a segurança dos medicamentos e a proteção da saúde pública, consolidando-se como um elemento obrigatório na indústria farmacêutica moderna. Apesar dos desafios relacionados à sua implementação, seus benefícios superam as dificuldades, promovendo a rastreabilidade, a eficiência logística e a confiança dos consumidores.
No Brasil, o avanço da serialização contribui significativamente para o fortalecimento do sistema de vigilância sanitária e para a inserção competitiva da indústria farmacêutica no mercado global.
Perguntas frequentes
É a atribuição de um código único a cada embalagem, permitindo rastrear o produto da fabricação ao consumidor final.
Para garantir autenticidade, combater falsificações, permitir rastreamento e aumentar a segurança do paciente.
Sim. A Anvisa regulamenta por meio da Lei nº 13.410/2016 e da RDC nº 319/2019, que criam o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM).
O mais comum é o código Datamatrix, que pode ser lido por leitores ópticos e armazenar várias informações.
Sim. Todos os elos da cadeia de comercialização devem enviar e receber dados de serialização, conforme exigência da Anvisa.
Inicialmente, pode haver custos de adaptação tecnológica, mas o processo tende a trazer ganhos de eficiência e segurança no médio prazo.
Com um leitor de código 2D ou aplicativo fornecido pela empresa, é possível consultar os dados e conferir a autenticidade.
Não. A serialização complementa os processos de controle de qualidade, agregando mais uma camada de segurança ao sistema.