Xarope: o que é? definição e mais
Forma farmacêutica líquida adoçada, utilizada principalmente para facilitar a administração oral de medicamentos, especialmente em crianças


O xarope é uma das formas mais tradicionais de apresentação de medicamentos líquidos, sendo amplamente utilizado para facilitar a ingestão de princípios ativos por via oral, comumente em tratamentos de tosse, gripes e infecções respiratórias. Sua característica principal é a composição com alto teor de açúcar ou adoçantes, o que confere sabor adocicado e maior aceitabilidade, sobretudo entre o público pediátrico.
A escolha dessa forma farmacêutica está diretamente ligada à necessidade de dosagens ajustáveis, facilidade de deglutição e mascaramento de sabores desagradáveis. Além disso, o xarope permite a administração de medicamentos a pacientes com dificuldade de engolir comprimidos ou cápsulas, como idosos ou pessoas com disfagia.
No setor farmacêutico, o xarope envolve cuidados específicos na formulação, conservação e estabilidade, influenciando diretamente o processo de desenvolvimento, fabricação e registro de medicamentos. Ele também demanda atenção quanto ao risco de contaminação e à presença de substâncias como álcool, corantes e conservantes, que devem ser devidamente regulamentados pela Anvisa.
O que é um xarope?
Xarope é uma preparação farmacêutica líquida e viscosa, composta por soluções aquosas concentradas de açúcar (geralmente sacarose) ou por adoçantes alternativos em casos dietéticos. Ele é usado como veículo para dissolver ou suspender princípios ativos com finalidade terapêutica, tornando a administração oral mais agradável.
Além do princípio ativo, os xaropes contêm excipientes como aromatizantes, conservantes, corantes e estabilizantes, que contribuem para sua estabilidade, palatabilidade e segurança.
Mecanismo de ação (dependendo do princípio ativo)
O mecanismo de ação de um xarope depende do fármaco que contém. Por exemplo:
- Xaropes expectorantes: fluidificam o muco das vias aéreas, facilitando a expectoração.
- Xaropes antitussígenos: agem no sistema nervoso central para inibir o reflexo da tosse.
- Xaropes antialérgicos: bloqueiam receptores de histamina, aliviando sintomas de rinite e alergias.
A forma líquida permite que o princípio ativo seja rapidamente absorvido no trato gastrointestinal, o que pode resultar em início de ação mais rápido em comparação com formas sólidas.
Aplicações práticas e terapêuticas
Os xaropes são indicados em uma ampla gama de condições, especialmente em:
- Infecções respiratórias (tosse, resfriados, faringites)
- Alergias respiratórias e dermatológicas
- Febre e dor (xaropes analgésicos e antitérmicos)
- Distúrbios digestivos (laxantes, antiácidos líquidos)
- Suplementação nutricional (vitaminas e minerais em solução)
Papel na indústria farmacêutica
Na indústria farmacêutica, os xaropes representam uma categoria estratégica tanto pela alta demanda em pediatria quanto pela sazonalidade relacionada a infecções respiratórias. Eles exigem:
- Controle rigoroso de pH e viscosidade
- Boas práticas de formulação líquida
- Sistemas de envase asséptico e embalagens com doseador
- Validação da estabilidade microbiológica e química
Muitas indústrias desenvolvem versões com e sem açúcar, com formulações voltadas a públicos específicos, como diabéticos, crianças pequenas e idosos.
Uso em medicamentos e suplementos
Diversos medicamentos de uso comum são apresentados na forma de xarope, tais como:
Tipo de xarope | Principais componentes ativos | Exemplo comercial (genérico ou referência) |
---|---|---|
Antitussígenos | Dextrometorfano, codeína | Notuss®, Bisolvon® |
Expectorantes | Guaifenesina, bromexina | Melagrião®, Vick® Expectorante |
Antialérgicos | Loratadina, desloratadina | Claritin®, Desalex® |
Analgésicos/Antitérmicos | Paracetamol, ibuprofeno | Alivium®, Tylenol® |
Suplementos | Polivitamínicos, ferro, zinco | Kalyamon®, Addera Kids® |
Os nomes são apenas exemplos ilustrativos, sem viés promocional.
Riscos e cuidados com o uso de Xarope
Apesar da facilidade de uso, os xaropes exigem atenção quanto a:
- Superdosagem, por erro na medição com colheres domésticas
- Presença de açúcar, que pode ser contraindicada para diabéticos
- Reações adversas a corantes, conservantes ou edulcorantes
- Contaminação microbiológica, caso mal armazenado ou após aberto por tempo prolongado
É importante seguir sempre a bula quanto ao prazo de validade após abertura, geralmente de 15 a 60 dias, dependendo da formulação.
Situação regulatória no Brasil
A Anvisa regula os xaropes como qualquer outro medicamento, exigindo:
- Registro com base em estudos de eficácia, segurança e estabilidade
- Adoção de boas práticas de fabricação e rotulagem
- Informações claras na bula sobre composição, posologia e armazenamento
- Indicação da validade após abertura (uso sob risco de perda de eficácia)
- Adequação da fórmula a públicos especiais (ex: versão pediátrica ou dietética)
Medicamentos em forma de xarope seguem as mesmas normas que comprimidos e cápsulas em relação à publicidade, prescrição e farmacovigilância.
Histórico e curiosidades
- O uso de xaropes remonta à Antiguidade, quando ervas medicinais eram dissolvidas em mel ou vinho para facilitar a ingestão.
- No século XIX, xaropes com morfina, ópio ou cocaína eram vendidos livremente para tosse e dor, até a regulação moderna proibir tais práticas.
- Alguns xaropes populares deram origem a marcas farmacêuticas ainda existentes no mercado.
O xarope é uma forma farmacêutica eficaz, acessível e amplamente utilizada no tratamento de diversas condições de saúde, especialmente aquelas que afetam o trato respiratório. Sua composição adocicada facilita a aceitação por parte dos pacientes, principalmente crianças e idosos, garantindo maior adesão ao tratamento.
Como qualquer outro medicamento, o uso do xarope exige cuidado e responsabilidade. É fundamental respeitar a posologia indicada, atentar-se à validade, às contraindicações e buscar sempre orientação de um profissional de saúde, como o médico ou o farmacêutico.
Perguntas frequentes sobre Xarope
Não. Embora ambas sejam formas líquidas, o xarope é mais viscoso e adocicado, enquanto a solução oral costuma ter composição mais aquosa e menos palatável. O uso depende da preferência do paciente e da indicação médica.
Não. Existem xaropes específicos para uso pediátrico, com dosagem, sabor e composição ajustados para crianças. Jamais administre um xarope adulto a uma criança sem autorização médica.
Alguns xaropes, especialmente os antialérgicos ou antitussígenos, podem causar sonolência como efeito colateral. É importante ler a bula e, em caso de dúvida, consultar o farmacêutico ou médico.
Depende do princípio ativo. Muitos xaropes estão na categoria de MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição), mas outros exigem receita, como os que contêm codeína ou anti-histamínicos potentes.
A menos que especificado na embalagem, não é necessário refrigerar. A maioria dos xaropes deve ser mantida em temperatura ambiente, protegida da luz e umidade.