IA da Panvel é capaz de decifrar “letra de médico”
Tecnologia da varejista tem várias utilidades no PDV


A Sofia, IA da Panvel, está unindo as funcionalidades de três chatbots conhecidos no mercado de inteligência artificial para auxiliar vendedores e clientes nos PDVs da rede. A tecnologia, batizada em referência à sigla de seu nome completo, Serviço de Orientação Farmacêutica com Inteligência Artificial, está ativa há mais de um ano. As informações são da Época Negócios.
Seu principal objetivo é garantir uma experiência mais simples e fluida para todos os envolvidos no momento de uma transação na farmácia. Entre suas utilidades estão a consulta de estoque em lojas próximas, a orientação em relação a procedimentos farmacêuticos e a leitura de letras de médicos em receitas. As habilidades são o resultado da combinação das funcionalidades do ChatGPT, Mistral e Claude.
“Muitas pessoas que entram no ramo estão no primeiro emprego. São três dias de capacitação para um profissional trabalhar em uma farmácia. Ainda assim, existem muitas dúvidas que dificilmente um atendente vai aprender em três dias, como interações medicamentosas e dosagem de medicamentos”, afirma Julio Mottin Neto, CEO da Panvel.
Para identificar os medicamentos prescritos pelos médicos, o que pode ser um grande desafio em algumas oportunidades, a Sofia recebe a imagem do documento e utiliza um modelo de reconhecimento óptico de caracteres, conhecido como OCR, em duas etapas.
A primeira é baseada na tipificação, onde o programa define se o documento recebido realmente é uma receita. Na parte final, generativa, o arquivo é processado e seu conteúdo é analisado por um modelo estatístico que estima a probabilidade de o receituário indicar um determinado medicamento.
IA da Panvel também atua com SAC
Outra importante função exercida pela Sofia é o atendimento ao cliente. Relatórios da Panvel estimam que a IA receba cerca de 4 mil mensagens por dia, realizando uma triagem dos contatos, indicando qual a unidade mais próxima e conferindo a disponibilidade de determinados medicamentos.
A expectativa do CEO é que ela possa substituir o e-commerce da rede no futuro. Em um mês de operação, a IA “retém 51% das solicitações em dia de semana e 65% no final de semana”, calcula.
O executivo ainda reforça que todas essas atribuições são realizadas de acordo com as normas da Anvisa. “Para treinar a Sofia, a gente limita a pesquisa na web apenas a documentos da Anvisa e às bulas dos medicamentos. Essa é nossa estratégia para reduzir a alucinação”, explica Mottin.