Anvisa aprova por unanimidade uso emergencial de vacinas contra Covid-19 no Brasil

Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste domingo a autorização para uso emergencial de duas vacinas contra Covid-19 no Brasil. Todos os cinco integrantes da Diretoria Colegiada (Dicol) do órgão votaram a favor da aplicação dos fármacos.

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Com a decisão da Anvisa, a vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e a capitaneada pela Fiocruz, e a CoronaVac , produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, poderão ser aplicadas em grupos específicos a partir do momento que os laboratórios produtores forem comunicados da decisão.

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Relatora dos dois pedidos de autorização, feitos pela Fiocruz e pelo Butantan, a diretora Meiruze Freitas foi a primeira a votar e foi a favor do uso emergencial das duas vacinas. Os diretores Romisom Mota e Alex Campos acompanharam o voto da relatora.

Ao proferir o voto, a relatora pediu aplausos aos servidores do órgão.

— Guiada pela ciência e pelos dados, a equipe de servidores da Anvisa concluiu que os benefícios da vacina superam seus riscos — disse a diretora, antes de aplaudir o trabalho realizado pela equipe técnica da Anvisa.

A diretora afirmou que ainda há incertezas que devem ser ressalvadas, mas frisou que os benefícios dos fármacos superam os riscos.

— Ressalvadas algumas incertezas ainda existentes, os beneficios conhecidos e potenciais das dus candidastas superam os riscos conhecidos de cada uma delas. Entretanto, ambas atendem aos criterios de qualidade para uso emergencial — afrimou a diretora.

Não há alternativa terapêutica, diz relatora

Antes de apresentar o parecer, a relatora destacou que ainda não existe um tratamento contra a Covid-19. A avaliação contraria declarações do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do presidente Jair Bolsonaro, que recomendam uso de medicamentos sem comprovação científica para combater a doença.

— A pandemia causada pelo Sars-Cov (nome técnico do novo coronavírus) desafia a saúde global. Nosso pais atualmente responde por 10% do total das mortes observadas no mundo. Até o momento, não contamos com alternativa terapêutica para tratar o coronavírus. Assim, compete a cada um de nós em sua esfera de atuação tomar toda as medidas ao nosso alcance para no menor tempo diminuir impacto sobre a vida no nosso país — disse a diretora.

Em seu parecer, a diretora defendeu a vacinação como forma de proteger a população e disse que o imunizante é uma questão de segurança nacional.

— A vacinação contra Covid-19 ajudará de maneira determinante a proteção individual e coletiva. Destaca-se o caráter estratégico de vacinação no profissionais de saúde. O acesso à vacina é questão de segurança nacional.

Ao acompanhar a relatora, Mota destacou que as vacinas são a melhor forma de prevenir doenças infecciosas:

— As vacinas são a forma mais eficaz de prevenir doenças infecciosas, salvando milhões de vidas em todo mundo.

Além de Meiruze, Mota e Campos, dois diretores da agência votarão sobre o tema: Antonio Barra (diretor-presidente) e Cristiane Jourdan. Para serem aprovados, os pedidos precisam obter maioria simples na diretoria, já alcançada nos três votos proferidos até a tarde deste domingo.

Área técnica recomendou aprovação

Mais cedo, a área técnica da agência recomendou a aprovação do uso emergencial das duas vacinas destacando a necessidade de acompanhamento próximo dos imunizantes.

A permissão ao uso emergencial das vacinas passa a valer assim que os laboratórios forem comunicados, o que deve ocorrer logo após o fim da reunião deste domingo.

A autorização emergencial de uso permite a imunização apenas em grupos pré-definidos nos estudos entregues à Anvisa. Para comercialização do imunizante e ampla vacinação sem necessidade de especificação de grupos é preciso obter o registro final da vacina.

Órgão recomenda acompanhamento

A agência confirmou a eficácia global da vacina de Oxford em 70,42%. A área técnica também confirmou a eficácia global da CoronaVac, em 50,4%, e destacou que o imunizante deve ser monitorado de perto.

A Anvisa afirmou, no entanto, que o Instituto Butantan não enviou dados importantes sobre a vacina, como informações sobre anticorpos gerados na fase 3 do estudo, quando o imunizante é testado amplamente.

— A recomendação da área técnica é que, tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos e a ausência de alternativas terapêuticas, que é uma situação de muita tensão quanto aos insumos, a agência recomenda a aprovação do uso emergencial condicionada ao monitoramento e acompanhamento próximo das incertezas — afirmou Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Anvisa.

Entre as “incertezas” apontadas, a área técnica destacou: a duração da proteção proporcionada pela vacina, seu efeito em idosos e outros grupos específicos, como pessoas com comorbidades.

Também não pode ser avaliada a eficácia da vacina em pessoas que já tiveram a doença.A reportagem contactou o Butantan mas ainda não teve retorno sobre as ponderações da Anvisa sobre a CoronaVac.

Na apresentação, o estatístico da Anvisa mencionou que o dado de 50,4% apresentado pela agência é um valor arredondado: o resultado exato foi de 50,39%.

Os dados incluem os voluntários do teste clínico que contraíram a doença, mas tiveram casos leves, o que mostra que o imunizante é capaz de proteger contra formas graves da Covid-19. A vacina supera o índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

‘O inimigo é um s, diz diretor

A expectativa é que a sessão, iniciada às 10h10m, dure cerca de cinco horas, segundo a Anvisa. O primeiro passo é justamente a apresentação pelas áreas técnicas da agência de pareceres sobre os pedidos da Fiocruz e do Instituto Butantan para seus imunizantes.

Após a apresentação da área técnica, a relatora do tema, diretora Meiruze Freitas lerá seu voto. Em seguida, os outros quatro diretores da agência votarão sobre o tema.

Antes do início dos trabalhos, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, se solidarizou com as famílias que perderam entes durante a pandemia e defendeu uma mudança de comportamento da sociedade para combater a pandemia. No início da pandemia, Barra foi criticado por participar de aglomerações ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

— O inimigo é um só. (E) a nossa melhor chance nessa guerra passa obrigatoriamente pela mudança de comportamento social sem a qual, mesmo com a vacina, a vitória não será alcançada — disse Barra Torres.

Fonte: Antena Crítica

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Governo Bolsonaro diz ao STF que Saúde sabia desde o dia 8 sobre escassez de oxigênio em Manaus

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O governo de Jair Bolsonaro informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o Ministério da Saúde sabia, com seis dias de antecedência e com riqueza de detalhes, da situação crítica de escassez de oxigênio nos hospitais de Manaus. A pasta foi avisada no dia 8.

Veja também: Brasil sente o caos do desgoverno Bolsonaro. Pandemia mostra que negacionismo mata: é genocídio

A informação consta de um ofício do advogado-geral da União, José Levi Mello Júnior, encaminhado ao STF neste domingo (17).

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Na sexta (15), o ministro Ricardo Lewandowski determinou que o governo federal forneça oxigênio aos hospitais da capital do Amazonas e deu 48 horas para a apresentação de um plano de enfrentamento à situação de emergência. A ação foi movida por PT e PCdoB.

A própria fornecedora do oxigênio hospitalar, a White Martins, reencaminhou ao Ministério da Saúde um ofício que já havia mandado, no dia anterior, ao governo do Amazonas. Uma cópia do documento foi anexada nos documentos entregues ao STF.

No ofício, a White Martins afirma que “o imprevisto aumento da demanda ocorrido nos últimos dias agravou consideravelmente a situação de forma abrupta”. Essa demanda superava e muito a quantidade contratada pela Secretaria Estadual de Saúde.

A empresa chegou a indicar no ofício o nome de outro empreendimento capaz de oferecer oxigênio aos hospitais, sem que isso violasse o contrato vigente, “dado o estado de calamidade pública em que o país se encontra”.

O iminente colapso do sistema de saúde em Manaus já era de conhecimento do Ministério da Saúde desde a última semana de dezembro de 2020. Nos dias 3 e 4 de janeiro, reuniões do secretariado trataram dessa possibilidade de colapso, conforme a posição da AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF.

Ficou decidido que uma comitiva seria enviada ao Amazonas. “Até então, o Ministério da Saúde não havia sido informado da crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus”, afirma o advogado-geral. A pasta teve ciência no dia 8, “por meio de e-mail enviado pela empresa fabricante do produto”.

Nos dias 11, 12 e 13, o ministro da Saúde esteve em Manaus. No dia 14, a crise eclodiu. Pacientes com Covid-19 morreram asfixiados em hospitais da cidade. Faltou oxigênio inclusive no Hospital Universitário Getúlio Vargas, uma unidade federal.

A programação da visita de técnicos e secretários a Manaus chegou a ser alterada diante do aviso sobre a situação crítica de escassez de oxigênio. Houve inspeções em espaços de armazenamento e manejo de oxigênio hospitalar, segundo a AGU. O governo passou a transportar cilindros, mas em quantidades muito inferiores ao necessário.

“O colapso do estoque de oxigênio hospitalar na cidade de Manaus foi informado de maneira tardia aos órgãos federais, que empregaram toda a diligência possível para contornar a situação, sobretudo mediante a mobilização da Força Nacional de Saúde do SUS”, diz Levi Mello na resposta ao STF.

O Ministério da Saúde afirma que já mantinha em curso o Plano Manaus, com atuação conjunta, in loco, entre as três esferas de poder (Município, Estado e União). “Após a vistoria nas localidades, o ministério tem diligenciado diuturnamente pelo envio de remessas de oxigênio líquido e gasoso”, cita a resposta da AGU.

Um procedimento preliminar de investigação foi instaurado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para apurar a conduta do ministro da Saúde diante da escassez de oxigênio. Ele foi oficiado neste domingo (17) para se explicar. Tem 15 dias para dar uma resposta.

O documento da AGU detalha ainda o tamanho dos estoques de medicamentos distribuídos no Amazonas pelo Ministério da Saúde, mesmo sem qualquer comprovação científica de eficácia para o tratamento da Covid-19. A pasta enviou 335 mil cápsulas de oseltamivir e 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina.

O ministério fez ações ostensivas para obrigar postos de saúde da cidade a prescreverem os medicamentos, interpretados como “tratamento precoce”.

Na reunião que liberou os primeiros usos emergenciais de vacinas contra o novo coronavírus, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deixou claro que esse tipo de tratamento não existe para a Covid-19.

A AGU ainda informou que, diante da escassez de oxigênio, o governo brasileiro buscou a ajuda de três países para tentar garantir o transporte do insumo até o Amazonas: Estados Unidos, Chile e Israel. Nenhum se materializou. Os três países são governados por políticos de direita ou extrema direita, o campo político de Bolsonaro.

O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) chegou a falar por telefone com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, um dos principais nomes do governo de Donald Trump.

“Os Estados Unidos vêm analisando a ajuda que poderão enviar ao Brasil, conforme a necessidade manifestada e os meios disponíveis”, informa o documento da AGU.

No caso do Chile, concluiu-se que a aeronave não seria adequada. Israel comunicou que havia um pedido semelhante do governo do Amazonas. Seria necessário, primeiro, uma articulação entre as esferas estadual e federal.

Fonte: Yahoo Finanças

Brasil sente o caos do desgoverno Bolsonaro. Pandemia mostra que negacionismo mata: é genocídio

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Desde início da pandemia da Covid-19, o governo Bolsonaro optou pelo negacionismo e chamando a doença como sendo uma ” gripezinha “. Tal ” gripezinha “, já matou no Brasil mais de 210.000 mil pessoas e deixou outras mais de 9.000.000 milhões portadoras do novo coroem várias cidadesnavírus Covid-19 e segue matando diariamente mais de 1.100 pessoas em todo o país. Somente em Manaus (AM), onde a situação é das mais críticas do país, morreram nas últimas 24 horas mais de 200 pessoas pela Covid-19.

Hospitais lotados e pessoas desesperadas na frente de hospitais de Manaus e de várias outras cidades da região Norte e Nordeste do país; implorando pela defesa à vida de parentes infectados pela Coivd-19. Desgoverno federal somados aos desgovernos estaduais na maioria dos estados brasileiros; mostram a incompetência e irresponsabilidade no gerenciamento dos graves problemas na área de Saúde. Nas prefeituras municipais, a situação na maioria das cidades brasileiras também há grandes desafios e que soluções dependem muito das decisões na esfera governamental federal em relação ao combate ao novo coronavírus Covid-19. Na noite de sexta-feira (15); o panelaço por todas as capitais brasileiras, foi uma reação de manifestação crítica ao governo Bolsonaro. O negacionismo desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil; vem apresentando saldo dos mais graves na história mundial, pois o Brasil é o segundo país do mundo em termos de números de mortos pela Covid-19.

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Falta de insumos como ao de oxigênio medicinal é prova maior da incompetência política-administrativa no Brasil

E não foi tão somente falta de oxigênio que está resultando na morte de pacientes portadores de Covid-19. Há outros também fatores graves que somados a falta de oxigênio aos pacientes internados em UTIs de vários hospitais brasileiros que estão levando pessoas à morte. Vai desde falta de ambulâncias para prestar socorros imediatos à pedidos de socorros. faltam leitos em unidades hospitalares em quase todo o Brasil. fiscalização rigorosa. Faltam respiradores pulmonares.

Faltam técnicos e médicos para atuarem no trabalho de atendimento aos pacientes com Covid-19 em diversas cidades brasileiras. Falta até Boing cargueiro para transportar centenas de cilindros de oxigênio medicinal ao estado do Amazonas e, outros estados que já começam sentir risco grave de faltar oxigênio para tentar salvar vidas de pacientes com a Covid-19. E tem agora, outro fator preocupante: as vacinas, que além de serem insuficientes para atender sequer as pessoas idosas, profissionais de saúde em todo o país; dentre outros inseridos pelo governo federal como prioridade nesta primeira etapa de imunização contra a Covid-19; sequer se tem garantia exata de quando deverá iniciar de fato a vacinação; uma vez que tanto as vacinas de Oxford e a Coronavac que estavam para chegar ao Brasil neste início de semana; acabaram tendo suspensão temporária e não há data definida para que elas cheguem ao Brasil.

O que existem são discursos políticos de um lado e de outro propalando o início da vacinação, porém, nem as vacinas estão ainda nos postos de saúde a fim de iniciar a imunização de pequena parcela da população. Diante a gravidade da pandemia da Coid-19 no Brasil assim como em todo o restante do mundo, já se percebe que no Brasil, o atraso e a irresponsabilidade, incompetência, populismo em plena pandemia é geral e vai desde muitos municípios passando pelos governos estaduais até alcançar o governo federal. Este é o retrato de um Brasil arrombado por organizações criminosas, quadrilhas, bandos instalados dentro e fora do sistema político- administrativo; legislativos e até em parte do Judiciário como já apontaram inúmeras das investigações da Polícia federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). Então não precisar dizer mais nada. salve-se quem tiver juízo e possibilidades de poder evitar o contágio da Covif-19 e suas novas variantes.

Aliás, o que certamente deve existir de milhares de cidadãos em mansões sem colocar os pés e o nariz fora de casa no Brasil; enquanto dezenas de milhões estão desempregados; correndo atrás de uma oportunidade de trabalho e renda; outras dezenas de pessoas vivendo apenas com um mísero salário mínimo; milhares de aposentados com salários bem reduzidos eu mal dá para adquirir remédios e alimentos e ou pagar aluguéis de moradia; enfim; por outro lado, os cofres públicos sendo surrupiados como exemplo em Santa Catarina onde sequer os R$ 33 milhões pagos antecipadamente pelo governo estadual à empresa Veigamed, do Rio de Janeiro, por 200 respiradores pulmonares em inicio de abril do ano passado, até hoje: nem respiradores nem sequer os R$ 33 milhões completos estão de volta aos cofres do governo estadual.

E a quietude por si só já diz que algo estranho ainda se perpetua dentro da gestão administrativa em Santa Catarina. Isto, apenas um dos diversos exemplos no Brasil. No Rio de Janeiro então, uma roubalheira bilionária sob várias investigações da PF e do MPF. Em São Paulo; Rio Grande do Sul; Paraná; Amazonas; Acre; Roraima; Pará; Bahia; Pernambuco; Alagoas; Goiás; Mato Grosso; Mato grosso do Sul; Minas Gerais; Tocantins e por aí vai a dimensão do que ocorre em praticamente todo o Brasil. UM país sem controle e fiscalização e falta de uma Justiça plena e rigorosa; quem paga a conta são milhões de cidadãos deste país. E vale ressaltar que a incompetência administrativa no Brasil vem desde décadas, passando por vários governos mafiosos e corruptos.

Fonte: Destaque Catarina 

Especialistas celebram decisão da Anvisa, mas cobram ministério sobre estratégias de vacinação

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Especialistas ouvidos pelo Estadão comemoraram a celeridade e a postura técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao aprovar o uso emergencial de duas vacinas – a Coronavac e o imunizante de Oxford – contra a covid-19 nesse domingo, 17. Médicos e cientistas cobraram, porém, mais transparência do Ministério da Saúde sobre a logística de distribuição de doses pelo País e as estragégias de imunização nas próximas semanas.

“Foi uma análise técnica, que apontou o que faltava e as incertezas, mas deixou bem claro que, no fundo, era uma análise de risco e benefício, como deve ser uma análise emergencial. E que os benefícios de ambas as vacinas superam muito tanto os riscos como as incertezas”, avalia Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela USP e presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC).

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A pesquisadora acredita que a decisão da Anvisa deixou claro como o órgão é “técnico e imparcial”, frisando que ele se opôs a medidas defendidas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. “Os slides de aprovação das duas vacinas mostraram essa relação de risco e benefício, apontando que as vacinas são a melhor estratégia de saúde pública. Isso mostra que a Anvisa concorda com o consenso científico de que não existe tratamento precoce, indo contra as diretrizes do próprio Ministério da Saúde.” Durante a pandemia, Bolsonaro e membros do governo federal o uso de remédios sem eficácia comprada cientificamente contra o vírus, como a cloroquina ou a ivermectina.

“Gostei de ouvir o presidente (da Anvisa, Antonio Barra Torres) dizer que a vacina não basta e é necessário mudar o comportamento da população, mesmo lembrando que ele próprio esteve (em março) com o presidente da República em uma aglomeração pública e sem máscaras”, apontou Claudio Maierovitch, que presidiu a agência entre 2002 e 2008. Ele também frisa a importância de a diretora da Anvisa Meiruze Sousa Freitas ter afirmado que não há tratamento precoce contra o coronavírus.

Ainda segundo os especialistas ouvidos, as principais dúvidas referentes à vacinação são de responsabilidade do Ministério da Saúde. A expectativa do governo federal é iniciar nesta segunda-feira, 18, a distribuição de doses da Coronavac pelo País. Embora o governo de São Paulo já tenha começado a vacinar profissionais de saúde neste domingo, 17, a pasta prevê iniciar a campanha nacional somente na manhã de quarta, 20.

Ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) de 2011 a 2019, a epidemiologista Carla Domingues afirma que o prazo para que qualquer vacina chegue a todos os municípios do País é de, no mínimo, 15 dias. Entretanto, defende que não é necessário esperar a distribuição atingir todas as cidades para começar a imunização. “O importante é que comece, principalmente nas capitais, porque é onde as pessoas estão adoecendo mais .Os municípios pequenos não são afetados da mesma forma.”

Conforme o ministério, na conta para definir quantas doses cada Estado recebe, há uma taxa de risco – para que os locais mais afetados recebam mais doses proporcionalmente. A pasta não indicou, no entanto, o número de doses que ira para o Amazonas nem detalhou como são feitas essas análises.

O próprio transporte das vacinas impõe outros desafios, uma vez que o acesso a algumas regiões do País precisam de logística específica. É o caso de Manaus, que sofre colapso nos hospitais pela falta de oxigênio. “O PNI tem uma pesquisa muito boa de distribuição, mas não é simplesmente pegar e receber a carga. Tem de cadastrar esses lotes, distribuir para as regiões certas e conferir o estado em que chegaram a cada ponto de distribuição. Isso demora para ser feito”, aponta Carla. “Não vai conseguir começar em três dias no País inteiro. O ministério tem que precisar qual critério vai ser usado.”

“Precisa começar a enviar essas doses antes para os lugares mais difíceis e isolados”, afirma Maierovitch, também ex-diretor de Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério. “Mas isso tudo funciona bem e as pessoas envolvidas no processo sabem o que fazer. Acredito que toda a estrutura do PNI esteja preparada para isso. Não seria uma novidade.”

Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha diz que aumentar o intervalo entre a 1ª e a 2ª doses das vacinas, tanto do Instituto Butantã quanto da Fiocruz, é uma forma de aumentar o número de protegidos contra a covid-19. “Esses sistemas anunciados acabaram com um intervalo maior que o previsto anteriormente. No caso da AstraZeneca, especialmente, foi observado que a resposta imune nesse caso é melhor, o que significaria uma melhor eficácia.”

Ainda este mês, a Inglaterra decidiu aumentar para 12 semanas o intervalo entre as aplicações da vacina de Oxford/Astrazeneca. No evento deste domingo, a Anvisa afirmou que a segunda dose poderia ser aplicada nesse mesmo período, enquanto a do Butantã teria margem de duas a quatro semanas. “O problema é se não tivermos o quantitativo suficiente para vacinar as pessoas depois das duas ou quatro semanas”, aponta Cunha. “A epidemiologia local, principalmente com o esgotamento dos recursos de saúde, é uma estratégia que poderia ser pensada pelo Ministério, com base tanto no número de casos quanto de morte.”

Ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha afirma que seriam necessárias ao menos 100 milhões de doses para que os primeiros grupos prioritários fossem vacinados. No momento, o governo federal tem à disposição só 6 milhões de doses da Coronavac, após a Índia ter atrasado a entrega de outros dois milhões do imunizante produzido pela Astrazeneca/Oxford na última semana.

“O 1º grupo vacinal no mundo é de profissionais de saúde e idosos em instituições de longa permanência, que representam 14 milhões de pessoas e precisam de 28 milhões de doses.O 2º são pessoas acima de 60, mas fora das instituições de longa permanência, que formam outros 22 milhões. Já o 3º são pessoas com doenças crônicas, como pulmonares ou cardíacas, que dão outros 50 milhões”, explica Padilha. “Além disso, tem os profissionais de serviços essenciais como educação, segurança, situação em privação de liberdade, que formam mais 30 milhões.”

Fonte: Terra

Contrariando Bolsonaro, diretores da Anvisa refutam remédios ineficazes e defendem a ciência

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Nos pareceres e votos que embasaram a aprovação do uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford neste domingo, 17, servidores e diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em contraponto ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Eduardo Pazuello, defenderam a ciência e a segurança das vacinas e refutaram a existência de tratamento precoce contra a covid – defendida pelo Ministério da Saúde e por Bolsonaro com base em medicamentos comprovadamente ineficazes, como a hidroxicloroquina.

Antes mesmo do início dos votos dos cinco diretores da agência, a gerência-geral de medicamentos argumentou, em seu parecer, que a recomendação pela aprovação dos imunizantes se justificava pelo atual cenário da pandemia, aumento do número de casos e ausência de alternativas terapêuticas.

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A diretora relatora dos processos que pediam a aprovação das vacinas, Merluze Freitas, também ressaltou esse ponto em seu voto. “Até o momento, não contamos com alternativa terapêutica aprovada e disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus. Assim, compete a cada um de nós, instituições públicas e privadas, sociedade civil e organizada, cidadãos, cada um na sua esfera de atuação, tomarmos todas as medidas ao nosso alcance para, no menor tempo possível, diminuir os impactos da covid-19 no nosso País”, declarou ela, demonstrando, durante sua fala, a preocupação com o uso constante de álcool gel e colocação da máscara quando algum funcionário da agência se aproximava.

Bolsonaro e muitos integrantes do governo federal desrespeitam, com frequência, tais medidas, participando de eventos sem máscara e causando aglomerações em visitas a comércios de rua. O presidente também se mostra contrário à quarentena, alegando que ela é desnecessária e prejudica a economia do País.

Outra postura de Merluze que chamou a atenção foi citar os números de casos e óbitos por covid no País com base nas estatísticas coletadas pelo consórcio de veículos de imprensa, força-tarefa criada justamente quando o Ministério da Saúde tentou fazer uma divulgação seletiva dos dados epidemiológicos, em junho, para dificultar a análise do cenário real da pandemia no País.

Além de destacarem a ausência de tratamento contra a doença, os servidores ressaltaram a importância da vacina para frear a pandemia e alertaram para a necessidade da manutenção das medidas de proteção individual.

“(Considerando) Que as vacinas são a forma mais eficaz de prevenir doenças infecciosas, salvando milhões de vidas em todo o mundo; o grave cenário de pandemia que vivemos, com o crescente número de infectados e óbitos, e o indicativo de colapso do sistema de saúde tanto público privado, acompanho a relatora e voto por autorizar o uso emergencial em caráter experimental das vacinas de covid-19”, disse, em seu voto, o diretor Romison Rodrigues Mota.

Até o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, aliado de Bolsonaro e que criou polêmica em março de 2020 ao participar de atos sem máscara com o presidente, defendeu as medidas de proteção individual e recomendou que a população se vacine.

“A imunidade com a vacinação leva um tempo para se estabelecer. Mesmo vacinado, use máscara, mantenha o distanciamento social e higienize suas mãos. Essas vacinas estão certificadas pela nossa Anvisa. Foram analisadas por nós, brasileiros, no menor e melhor tempo, estabelecido por nossos especialistas. Confie na Anvisa, confie nas vacinas que a Anvisa certifica e, quando elas estiverem ao seu alcance, vá e se vacine”, declarou.

Os diretores também defenderam decisões baseadas na ciência e negaram qualquer tipo de interferência na agência. “A aprovação da vacina é um desejo de todos, uma questão humanitária e de saúde pública. O momento é histórico, de enfrentamento real à pandemia, capaz de reverter esse cenário devastador, um divisor de águas na história. Daí a importância de uma análise acertada, sempre pautada no equilíbrio e na cientificidade, sem qualquer intervenção claudicante”, disse a diretora Cristiane Rose Jourdan Gomes.

No voto mais duro contra os negacionistas e a negligência, o diretor Alex Campos, que foi chefe de gabinete do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, defendeu o caráter técnico da agência e criticou a ação do Estado no combate à pandemia.

“No nosso vocabulário, não há espaço para negação da ciência, tão pouco para politização. […] A tragédia de Manaus é a expressão mais triste e revoltante da falha objetiva do Estado, em todos os níveis. A tragédia da morte por falta da terapia mais simples, o oxigênio, é um atestado ainda da nossa ineficiência, infelizmente. As imagens nos últimos dias nos faz prestar homenagem sincera a esses brasileiros do Amazonas, mas a todos os brasileiros que foram vítimas da covid e da incúria do Estado”, disse.

Fonte: Press From

Falso positivo de HIV não enseja indenização

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Falso positivo – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou pedido de indenização por dano moral de uma mulher contra o Hospital Municipal São Judas Tadeu, que submeteu a paciente, em trabalho de parto, à realização de exame para diagnóstico de aids e a tratamento preventivo com medicação anti-HIV.

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A 7ª Câmara Cível do TJMG, que manteve decisão da 1ª Vara Cível da Comarca de Ribeirão das Neves, considerou que a conduta do estabelecimento, embora possa ter causado sofrimento, angústia e indignação, seguiu protocolos médicos e visou ao bem-estar da gestante e da criança. Para o Judiciário, a instituição de saúde não cometeu ato ilícito.

Falso negativo

A mãe havia recorrido contra sentença que julgou improcedente pedido de indenização por danos morais.

Ela alegou que, por causa do procedimento, precisou passar por uma cesariana e ficou impedida de amamentar a filha por doze dias, até a confirmação de que se tratava de um falso positivo.

Ela alegou, também, que o julgamento de seu pedido ficou comprometido, porque o juiz responsável pela sentença não foi o mesmo que atuou na instrução do processo. Para a paciente, a informação de que tinha a doença, o tratamento com coquetel de remédios e o atraso no aleitamento geraram prejuízos “indescritíveis” à sua esfera emocional e física.

A mulher sustentou que houve defeito na prestação do serviço, e que o sofrimento pela imprecisão do exame e pela angústia com a impossibilidade de amamentar a recém-nascida eram presumíveis.

O hospital não se manifestou.

Danos morais

A desembargadora Alice Birchal, da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), manteve a decisão do juiz Geraldo David Camargo.

A relatora esclareceu que o fato de o juiz que sentenciou ser distinto daquele que impulsionou o feito não acarreta nulidade da decisão, pois decorre da movimentação dos magistrados nas varas judiciais, e o processo tramitou todo o tempo na mesma vara.

A magistrada ponderou, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor não se aplica ao caso, pois não se trata de relação de consumo, mas de serviço público disponibilizado ao cidadão.

De acordo com a desembargadora, o hospital não infringiu norma legal, mas agiu com dever de cautela ao impedir que a criança tivesse contato sanguíneo com a mãe, cujo teste rápido havia acusado aids, ressaltando que se tratava de teste rápido, que precisaria ser confirmado por um diagnóstico definitivo.

A magistrada afirmou ainda que o dano moral exige comprovação, do contrário, bastaria o relato da vítima para que uma verba pecuniária fosse fixada. Segundo a magistrada, a mãe limitou-se a declarar “evidentes” as lesões psicológicas, morais e físicas a si e à filha, sem fornecer informações a respeito de como essa humilhação ocorreu e afetou suas vidas.

A relatora disse que não poderia deduzir que houve dano moral, pois cabe aos julgadores analisar os acontecimentos apresentados, comprovados ou, quando muito, não refutados por provas. “Do contrário, estar-se-ia fazendo um julgamento às cegas”, concluiu, considerando o pedido improcedente por falta de comprovação das alegações.

Fonte: TJMG

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Argélia receberá 500 mil doses da vacina russa Sputnik V em janeiro

“Começaremos a vacinação da população logo após receber o primeiro lote da vacina [Sputnik V]. As 500.000 doses da vacina russa serão entregues à Argélia no decorrer deste mês”, disse Furar.

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De acordo com o porta-voz, as autoridades argelinas planejam vacinar entre 60% e 70% de toda a sua população, que é de cerca de 43 milhões de pessoas. Conforme os dados da Universidade Johns Hopkins, a Argélia tem 102.144 casos confirmados do novo coronavírus e 2.807 mortes causadas pela doença.

Há uma semana, no domingo (10), o Ministério da Indústria Farmacêutica da Argélia anunciou a aprovação emergencial do uso da vacina Sputnik V contra a COVID-19, desenvolvida pela Rússia. O país foi a primeira nação da África a registrar a vacina russa. Outros países como Bielorrússia, Sérvia, Argentina, Venezuela, Paraguai e Bolívia também já aprovaram o uso da vacina.

Até a data da aprovação na Argélia, mais de 1,5 milhão de pessoas já haviam sido vacinadas com a Sputnik V em todo o mundo, segundo o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo). O imunizante é desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya (Centro Gamaleya).

A Sputnik V foi registrada pelo Ministério da Saúde da Rússia em 11 de agosto de 2020, tornando-se a primeira vacina contra a COVID-19 registrada no mundo.

Fonte: Sputnik News

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Estado deverá disponibilizar medicamento para hepatite C

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O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias de Belo Horizonte, Elton Pupo Nogueira, concedeu liminar a uma paciente do SUS para fornecimento do medicamento Ledipasvir+Sofosbuvir 90+400mg para tratamento de hepatite C.

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De acordo com a decisão, a superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais tem até 10 dias para fornecer os medicamentos prescritos.

Hepatite C

A paciente, que já faz acompanhamento médico e tratamento psiquiátrico no Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) de Betim, além de ser diabética, foi diagnosticada com hepatite C, uma das formas mais graves da doença que atinge o fígado e pode levar à morte.

Em setembro de 2020, teve seu processo para obtenção de medicamento especializado deferido pela Farmácia de Minas da Secretaria de Estado de Saúde, quando lhe foi solicitado um prazo de 90 dias para que a solicitação fosse atendida. Vencido o prazo em dezembro, o medicamento não foi entregue.

Ao analisar o pedido, o juiz Elton Pupo observou que é inviável o manejo do mandado de segurança para obtenção de medicamento.

No caso em questão, entretanto, “não houve negativa de fornecimento, mas apenas a ausência de entrega do fármaco já deferido pela Administração Pública Estadual por motivo de desabastecimento”.

Liminar

De acordo com o juiz, o Estado reconheceu que o medicamento é indispensável ao tratamento da hepatite C.

O magistrado mencionou os documentos apresentados, especificamente o relatório médico expedido por profissional vinculado ao SUS, que indicou ser o medicamento solicitado a única alternativa terapêutica disponível para tratar a doença que acomete a paciente.

“Os medicamentos postulados integram o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, de responsabilidade do Estado, e encontram-se incluídos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas editado pelo Ministério da Saúde”, acrescentou o magistrado.

Por esses motivos, deferiu o pedido liminar, determinando ainda que o medicamento seja fornecido nas dosagens e quantidades constantes da prescrição médica, inclusive se houver alteração no curso do tratamento, sob pena de multa em caso de descumprimento, enquanto durar o tratamento.

Fonte: TJMG

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Captação da poupança aumenta

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O fim do auxílio emergencial, benefício que garantiu em nove meses do ano passado o mesmo que o Bolsa Família distribuiu em nove anos, pode ter um impacto significativo no aumento da taxa da pobreza. Só não será maior, segundo o economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), porque a captação da poupança em 2020 aumentou 10,4 vezes em relação ao mesmo período de 2019. “Isso poderá ajudar a fazer uma travessia mais tranquila com o fim do auxílio emergencial”, diz. Alguns especialistas, no entanto, discordam e sustentam que o dinheiro dos beneficiários foi gasto no ano passado e quem economizou, de fato, foram as camadas mais favorecidas da população.

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Segundo Neri, a redução do auxílio emergencial à metade foi responsável por aumentar a taxa de pobreza do país. “O índice estava em 10,9% em 2019, caiu a 4,5% em agosto, com o benefício integral (R$ 600 mensais), porém, em novembro (quando o valor foi reduzido a R$ 300), subiu para 8,5%. Pela nossa projeção, a taxa de pobreza poderia chegar a 12,8% com o fim do auxílio emergencial”, calcula. Em 2021, os mais vulneráveis voltaram a receber apenas o Bolsa Família.

“A taxa de pobreza estimada em 12,8% este ano poderá ser menor, por conta do colchão de poupança que foi feito no ano passado. Claro que não sabemos quem, exatamente, pôde poupar no ano passado, se foram os mais pobres, até porque 68 milhões de brasileiros foram beneficiados diretamente, quase um terço da população. Mas a evidência é que os brasileiros pouparam 10,4 vezes mais do que em 2019”, ressalta Neri. “A caderneta é o ativo mais popular entre os mais pobres. O próprio auxílio emergencial foi pago via poupança digital. O saldo líquido vai ajudar a economia a girar sem o auxílio”, opina.

No ano passado, os brasileiros foram cautelosos e o saldo líquido da poupança foi de R$ 166,3 bilhões, segundo o Banco Central. O resultado é fruto de aportes de R$ 3,1 trilhões, menos saques de R$ 2,9 trilhões. Como a rentabilidade da caderneta somou R$ 23,8 bilhões no período, 2020 encerrou com volume total de R$ 1,036 trilhão. O BC chamou o movimento de “poupança precaucional” diante das incertezas da pandemia.

No entender de Paulo Duarte, economista-chefe da Valor Investimentos, a captação recorde não foi exclusividade da poupança. “O governo despejou uma quantidade imensa de dinheiro na economia, via crédito, via benefício e via postergação de impostos. Boa parte desse dinheiro foi para o mercado financeiro, por conta do medo de investir. Então foi para a poupança, para a Bolsa de Valores, para os fundos imobiliários”, explica. Para Duarte, a classe que recebeu o auxílio emergencial o utilizou no ano passado. “Isso ficou claro nos dados do varejo, dos supermercados, setores que tiveram uma recuperação rápida. O aumento da poupança foi muito mais das classes A e B do que necessariamente da camada mais frágil da população”, defende.

Na opinião do CEO da QuiteJá, Luiz Henrique Garcia, o aumento do saldo da poupança é positivo, porque mostra uma mudança de pensamento em relação à educação financeira. “Se o brasileiro está aumentando as reservas, isso é uma tendência de se proteger em situações sazonais como a que a gente vem atravessando com a pandemia ou em cenários de desemprego e redução de renda”, avalia.

Cristiane Quartarolli, economista do Banco Ourinvest, disse que o auxílio emergencial contribuiu para a melhora na renda do povo e para segurar a taxa de desemprego. “O desemprego ficou em 14%, mas poderia ter superado 20%. Não foi maior porque as pessoas que receberam o auxílio deixaram de procurar emprego e saíram da estatística. Agora, quem pôde economizar foram aqueles que ficaram confinados em casa e, por exemplo, não tiraram férias, não viajaram e puderam poupar”, analisa.

Incerteza

Haroldo Vale Mota, professor de finanças da Fundação Dom Cabral, explica que a pandemia criou uma situação em que, diante do desemprego crescente e da incerteza de renda, muitas pessoas se viram obrigadas a economizar. “O consumo de serviços diminuiu na pandemia, as pessoas ficaram reclusas em casa. Então, tiveram a oportunidade de poupar mais. Como a caderneta de poupança é simples de aplicar, foi possível ver uma alta no volume de depósitos. Muitas pessoas têm tomado uma posição mais conservadora.”

Para Thatiane Pereira, de 27 anos, poupar durante a pandemia tem sido uma tarefa inviável. A jovem, que trabalha como auxiliar administrativo e mora com a mãe no Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal, conseguiu manter o emprego durante a pandemia em regime de home office. “A pandemia não nos afetou tanto. Eu consegui trabalhar mesmo de casa e, graças a Deus, minha empresa não reduziu meu salário. Minha mãe, que é empregada doméstica com carteira assinada, também conseguiu manter o salário. Ela trabalha há mais de 10 anos para a mesma patroa”, conta.

Ela revela que não precisaram procurar trabalho e conseguiram manter as contas em dia mesmo sem receber o auxílio emergencial, mas familiares próximos tiveram problemas. “Tentamos economizar bastante e deu tudo certo. Mas tenho uma tia que é diarista. Foi um período difícil para ela conseguir trabalhar”, ressalta. Thatiane revela também que pretende começar a poupar em breve, reduzindo os gastos obrigatórios mensais.

“Pretendo poupar dinheiro e fazer uma reserva para poder tirar minha Carteira Nacional de Habilitação e comprar um carro. Isso ainda não foi possível para mim, porque não tem sobrado dinheiro, com contas, obras em casa, aluguel e o consumo de alimentos. Mas estou me organizando para que comece a sobrar a partir de março”, comenta.

Fonte: Correio Braziliense

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Para Figueiredo, da Mauá e ex-BC, as ações no Brasil estão baratas

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Depois da tempestade, a bonança. Isso se a situação fiscal não se deteriorar ainda mais. Assim podemos resumir a visão de Luiz Fernando Figueiredo, sócio fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central (BC), para 2021.

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Para ele, tudo aponta que este ano será marcado pela recuperação econômica e pelo bom desempenho dos mercados financeiros, com a Bolsa brasileira pegando carona no excesso de liquidez gerado por governos e bancos centrais para dar suporte às economias.

Só que ele alerta que a nossa situação fiscal permanece frágil. A pandemia forçou o País a paralisar a agenda de consolidação fiscal para dar suporte às pessoas e empresas, resultando em um salto do endividamento, que passou de 75% para quase 90% do PIB.

Este ano terá de ser de retomada do controle das contas públicas, que subiram significativamente na década passada. Isso significa respeitar o teto de gastos, o que torna muito difícil estender o auxílio emergencial às pessoas.

Figueiredo alerta que descuidar deste ponto pode ter consequências sérias, revertendo a tendência positiva da economia para este ano.

“O que ficou claro é que furar o teto de gastos pode custar muito caro. A não ser que a gente veja uma segunda onda, eu não acho que o Brasil vai furar o teto, e se isso acontecer será muito ruim, dramático”, disse ele em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro. “O [efeito] mais relevante é um ambiente conturbado, abortando a recuperação econômica.”

Recuperação em V

Figueiredo voltou a conversar conosco quase sete meses após a última vez que nos concedeu uma entrevista, em junho. Naquele mês, as mortes por covid-19 atingiram patamares muito elevados – foram cerca de 125 mil óbitos, o que significa em torno de 4.190 a cada 24 horas.

A economia também sofria. O PIB do segundo trimestre recuou 9,7% em relação aos primeiros três meses do ano e 11,4% ante igual período de 2019. Foram as quedas mais intensas desde o início da pesquisa, iniciada em 1996.

Desde então, o cenário mudou. A pandemia não acabou, mas a quantidade de mortes recuou (mesmo que esteja dando sinais de repique). A economia, por sua vez, apresentou uma recuperação robusta, crescendo 9,7% no terceiro trimestre.

Ainda que parte desta alta tenha sido influenciada pela baixa base de comparação do segundo trimestre, o CEO da Mauá Capital vê a economia registrando uma retomada robusta, mesmo que algumas áreas, principalmente no setor de serviços, enfrentem dificuldades.

“Não é um crescimento linear, porque tem coisas que estão andando rápido e coisas que não estão podendo andar rápido”, disse. “Como você não está com a economia funcionando completamente por conta da própria pandemia, com restrições para reabertura de restaurante e coisas deste tipo, o que você tem é um setor de serviços com áreas que estão funcionando muito bem e áreas funcionando quase nada.”

Assim como a maioria dos economistas, ele vê boas chances de o Brasil crescer de forma robusta em 2021, com a combinação de vacina no horizonte e liquidez elevada.

“Se você não considerar uma segunda onda do coronavírus muito forte, eu acho que o cenário não será muito diferente disso [recuperação em 2021]. Eu acho que pode ter um crescimento de pouco mais de 3,5%, talvez de 4,0%, até 5,0%. Vai ser um ano de menos incerteza, provavelmente com menos surpresas do que tivemos em 2020, que foi realmente um caos”, afirmou.

Bolsa em alta

A recuperação do Brasil está inserida em um mundo com alto nível de liquidez no mercado. Para conter os efeitos da pandemia, os governos e os bancos centrais das principais economias globais injetaram recursos, para conseguir dar uma partida nos motores do crescimento.

Recentemente, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que pretende enviar ao Congresso um pacote de estímulos fiscais na casa de US$ 1,9 trilhão. Um aporte robusto de dinheiro, que se soma à iniciativa do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de continuar com uma política monetária expansionista, mantendo a compra de ativos e os juros baixos por um longo tempo, como sinalizou o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell.

Com tanto dinheiro circulando e os juros nos países desenvolvidos em patamares baixos, a tendência é os investidores procurarem oportunidades pelo mundo. E nisso o Brasil se beneficia, uma vez que as ações e outros ativos financeiros estão baratos.

“Os ativos brasileiros devem performar bem neste ano, parecido com que está acontecendo no resto do mundo. Eles ficaram muito defasados, muito atrasados em relação aos ativos do mundo, principalmente por conta do risco fiscal”, disse Figueiredo. “Os estrangeiros, que há anos vinham vendendo ativos no Brasil, principalmente ações, de outubro para frente mudaram de direção.”

Além de estarem em preços baixos, as ações devem ganhar sustentação com os resultados das empresas. Com a temporada de balanços do quarto trimestre prestes a começar, o CEO da Mauá Capital acredita que as companhias de capital aberto devem apresentar bons resultados. “As empresas estão chegando muito melhor do que se imaginava. Tirando alguns setores mais afetados, as empresas conseguiram se adaptar a este momento”, disse.

A expectativa da Mauá é de que o Ibovespa feche 2021 com alta de mais de 10%, o que levaria sua pontuação para acima de 130 mil. Para Figueiredo, as principais oportunidades da Bolsa estão nas áreas de energia, por ser um mercado regulado e que acaba protegido da situação atual, e de commodities, diante das expectativas de aumento das exportações.

Ele citou ainda o setor financeiro e bancário, que sofreu nos últimos anos com a concorrência aberta pelas fintechs, mas que sai da pandemia mais fortalecido. “Isso acalmou [concorrência no setor financeiro], primeiro porque a inadimplência ficou menor do que o imaginado. Segundo, as fintechs, não todas, mas várias delas perderam espaço, porque foi um ambiente mais difícil, crédito mais apertado”, disse.

Mas tudo depende do lado fiscal

Tudo conspira em favor de 2021. Mas para que este ano seja melhor que o anterior é fundamental que a situação fiscal não piore, de acordo com Figueiredo – veja bem, não piore. Isso quer dizer que o governo terá de voltar a apertar o cinto e controlar a trajetória das despesas públicas, respeitando o teto de gastos.

Um aumento de gastos nesta situação, segundo Figueiredo, resultará em graves prejuízos econômicos, com perda do controle do câmbio, inflação elevada e piora do perfil da dívida pública, uma vez que os agentes econômicos perderão a confiança na capacidade do governo de impedir a insolvência do País.

Ainda assim, o Brasil deve fechar o ano com um déficit fiscal de quase 4%. E, neste cenário, fica inviável estender o auxílio emergencial à população.

“Quando nós tivemos esta discussão [extensão do auxílio], que aconteceu entre agosto e dezembro, isso acabou trazendo um estresse muito grande ao mercado, porque não dá para ficar aumentando a dívida desta forma. A verdade é que não dá para brincar com isso. Nós tivemos até uma dificuldade para rolar a nossa dívida”, afirmou. “Não adianta você dar o coronavaucher e, por outro lado, ter um aumento do custo da dívida de cinco a dez vezes acima do gasto que você acabou estendendo.”

A trajetória da dívida e dos gastos públicos somente começarão a cair de forma sustentável quando o País realizar reformas. Não só para isto, como também para garantir que a economia volte a crescer depois de uma década perdida.

O CEO da Mauá não está muito confiante na capacidade do governo de Jair Bolsonaro em tomar medidas duras, porém necessárias, para lidar com estas questões. Ele admite que pode ocorrer alguns avanços, mas nada muito relevante.

“Eu não sou muito otimista de achar que vai ter muito avanço, mas eu acho que vai, sim, ter uma reforma tributária de alcance menor, algum avanço na reforma administrativa”, disse. “E algum avanço também na questão fiscal, porque, independente dessas reformas, a gente precisa continuar reduzindo o déficit fiscal para que a gente, no futuro não muito distante, tenha a dívida PIB mais estabilizada. “

Inflação e BC

Conversar com Luiz Fernando Figueiredo e não tratar de inflação e política monetária seria um enorme desperdício. De 1999 a 2003, ele compôs a diretoria do Banco Central (BC), sendo responsável pelos departamentos Mercado Aberto, Bancário, Sistema de Pagamentos e Câmbio da instituição.

No período, teve que enfrentar uma crise que resultou na disparada do dólar e resultou no abandono do regime de bandas cambiais, passando a operar em regime de câmbio flutuante. Agora, do outro lado do balcão, se tornou um espectador requisitado para tratar de política monetária.

Sobre a atuação do BC na crise da pandemia, ele acredita que a instituição atuou corretamente ao reduzir ao máximo a taxa básica de juros – a Selic, atualmente em 2% ao ano – e adotar o chamado forward guidance, instrumento em que a autoridade monetária descreve como ficará a política monetária no futuro próximo.

“Eu gostei bastante da atuação do Banco Central. O BC não ficou tentando defender a taxa de câmbio, a taxa de câmbio ficou muito pressionada por bastante tempo ao longo do ano, o BC deixou acontecer. A gente estava com uma inflação muito abaixo da meta. O que acabou acontecendo é que a inflação acabou indo para a meta”, disse.

Para ele, a disparada dos preços na segunda metade do ano, levando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao maior patamar desde 2016, é uma situação pontual e não sinaliza a trajetória da inflação em 2021.

“A gente tem muito hiato, muita ociosidade na economia, principalmente no setor de serviços. Nós tivemos muitos choques, do lado cambial, um aumento muito forte das commodities em 2020. A inflação veio muito em função disso”, afirmou. “Enquanto você tiver este hiato de desemprego, é muito difícil você ter, mesmo com choques, um processo inflacionário mais forte.”

Com isto, a expectativa dele é que o BC já comece a se movimentar para ajustar a política monetária, primeiramente abandonando o forward guidance já na reunião desta semana, que começa na terça-feira (19).

O aumento dos juros deve vir a partir do quarto encontro, programado para os dias 15 e 16 de junho. A expectativa de Figueiredo é que a Selic feche 2021 entre 3,0% e 3,25% ao ano. Ele não quis dizer se os ajustes serão suaves, espaçados ao longo do tempo, ou intensos.

“Se começar mais cedo [a subir juros], ele pode começar com 0,25 ponto percentual, se for um pouco depois começa com 0,50 ponto percentual. Temos que ver qual vai ser o sentido do BC, mas ele vai estar num processo de voltar a taxa de juros para uma taxa mais neutra”, afirmou.

Fonte: Seu Dinheiro

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