O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,86% em fevereiro deste ano, taxa superior ao 0,25% registrado em janeiro deste ano e em fevereiro do ano passado. Essa é a maior alta para o mês desde 2016 (0,90%).
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxas de inflação de 1,11% no ano e de 5,2% em 12 meses.
O principal responsável pela alta da inflação em fevereiro foi o grupo transportes, que registrou variação de 2,28% no mês, puxada principalmente pela gasolina (7,11%). Esse combustível, sozinho, respondeu por quase metade da inflação em fevereiro.
‘Temos tido aumentos no preço da gasolina, que são dados nas refinarias, mas uma parte deles acaba sendo repassada ao consumidor final. No início de fevereiro, por exemplo, tivemos um aumento de 8%, e depois de mais de 10%. Esses aumentos subsequentes no preço do combustível explicam essa alta’, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Também foram observadas altas de preços no etanol (8,06%), óleo diesel (5,40%), gás veicular (0,69%), automóveis novos (0,55%), veículos usados (0,71%), pneus (1,26%) e ônibus urbano (0,33%).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ontem (12) a aprovação do remdesivir para tratamento da Covid-19. Este é o primeiro remédio aprovado para uso contra o novo coronavírus. A autorização foi dada apenas para uso hospitalar e para pacientes com mais de 12 anos, com quadro de pneumonia e que precisam de oxigênio. Estudos com o fármaco mostraram recuperação mais rápida dos pacientes internados. As informações são da Agência Brasil.
Com nome registrado de Veklury, o remédio é produzido pelo laboratório Gilead e é um antiviral desenvolvido para vírus como Ebola, mas que passou a ser considerado para o tratamento da covid-19.
Segundo a Anvisa, o remédio já foi autorizado por autoridades sanitárias em mais de 20 países, entre eles, Argentina, Estados Unidos, Índia, Israel, Japão, Rússia, Coreia do Sul e Canadá, além de ter recebido a permissão da agência europeia.
Entre fevereiro e maio de 2020, foram realizados estudos clínicos (nas fases 1, 2 e 3) com 6.283 pacientes, entre homens e mulheres com infecção pelo novo coronavírus comprovada por exames laboratoriais. Os testes clínicos foram realizados em 10 países, não no Brasil.
No estudo, os participantes que receberam o remédio tiveram um tempo de recuperação menor, de dez dias, contra 15 dias daqueles que não receberam a substância. Os eventos adversos não foram maiores no grupo que recebeu o remdesivir do que entre os que não tiveram o remédio aplicado.
Segundo a Anvisa, os estudos demonstram que ‘o tratamento com remdesivir pode prevenir uma progressão da doença causada pelo coronavírus de 2019 (COVID-19) em adultos e adolescentes (com idade igual ou superior a 12 anos e com peso corporal de, pelo menos, 40 kg) com pneumonia que requerem administração suplementar de oxigênio (oxigênio de baixo ou alto fluxo, ou outra ventilação não invasiva no início do tratamento), como demonstrado nos estudos, através do menor tempo de recuperação no grupo remdesivir’.
O tratamento deve ser realizado por, pelo menos, cinco dias e não mais do que dez. Para obter êxito, o remédio deve ter aplicação inicial de 200g no primeiro dia e outras doses de 100 mg nos dias seguintes. A forma de aplicação é intravenosa.
Polêmica e OMS
Em novembro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma recomendação contra o uso do remdesivir para o tratamento da covid-19. O comunicado foi emitido a partir da avaliação de que não havia evidências da eficácia do remédio no tratamento da doença.
A posição foi feita por um grupo internacional de desenvolvimento de diretrizes, com médicos e outros profissionais da saúde. O grupo analisou quatro estudos que envolveram o impacto do remdesivir em 7 mil pacientes.
Apesar da recomendação contrária da OMS, a Anvisa esclareceu que avaliou aspectos diferentes ao liberar o medicamento no Brasil. Além disso, a situação crítica da pandemia no país e o colapso do sistema de saúde em vários lugares contaram para a avaliação.
‘O estudo da OMS avaliou mais a ocorrência de mortalidade e pacientes com perfil um pouco diferente dos avaliados nos outros estudos que consideramos para liberar o remédio. O estudo que consideramos válido focou na redução do tempo de hospitalização dos pacientes e vimos que houve uma redução na hospitalização’, disse a gerente de avaliação de segurança e eficácia da Anvisa, Renata Soares.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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A Anvisa determinou que as fabricantes e distribuidoras de oxigênio hospitalar devem informar, semanalmente, sobre a produção e o estoque no país. Com a medida, a agência quer monitorar o mercado e evitar o desabastecimento.
Após nova lei que libera Estados e municípios a negociarem vacinas contra a covid-19, prefeitos e governadores anunciaram esta semana a compra da Sputnik V. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse ter fechado a compra de 9,7 milhões de doses. Já o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, prevê receber 4 milhões. O governo federal também fechou acordo nesta sexta-feira, 12, para ter 10 milhões de unidades do imunizante russo.
A Sputnik, porém, ainda não tem aprovação para uso emergencial ou registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Depois de muita luta, fechamos hoje um contrato histórico com o Fundo Soberano Russo para compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik V”, disse o governador baiano no Twitter nesta sexta.
“Como está chegando muito pouca vacina, estamos negociando essas 4 milhões de doses, que vão girar em torno de R$ 200 milhões”, afirmou Kalil, em coletiva à imprensa nesta sexta. Ele disse que a compra será efetuada no momento em que a vacina estiver “dentro das leis”.
Também nesta sexta, o prefeito de Betim, Vittório Medioli (PSD), disse que o município da Grande BH “está adquirindo” 1,2 milhão de doses da Sputnik. A prefeitura de BH informou que a compra não está sendo negociada em conjunto, mas tem a mesma intermediação, do consulado russo.
Em Betim, segundo a prefeitura, a previsão é que os lotes da vacina cheguem em abril. “Com essa quantidade, vamos vacinar 600 mil pessoas, sendo toda a população de Betim e também a população flutuante do município”, disse.
Já a Prefeitura de Maricá anunciou ter fechado acordo com a Rússia para a aquisição de 400 mil doses. Segundo a administração do município fluminense, as tratativas com o Fundo Russo para a compra do imunizante começaram em dezembro.
A farmacêutica AstraZeneca divulgou neste domingo, 14, um comunicado reafirmando a segurança da sua vacina contra a covid-19, elaborada em parceria com a Universidade de Oxford. O pronunciamento veio após países suspenderem o imunizante diante de relatos de aumento de coágulos sanguíneos em decorrência do seu uso. A empresa informou que promoveu uma análise dos dados dos pacientes vacinados e que não foi identificado nenhum risco dessa natureza.
“Uma revisão cuidadosa de todos os dados de segurança disponíveis de mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não mostrou evidências de um risco aumentado de embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombocitopenia, em qualquer idade definida grupo, gênero, lote ou em qualquer país específico”, disse o comunicado da farmacêutica divulgado neste domingo.
Neste domingo, a Irlanda anunciou que suspendeu o uso da vacina. Na quinta-feira, 11, a Dinamarca foi a primeira a interromper temporariamente o imunizante. A autoridade de saúde da nação nórdica disse que a decisão foi “baseada no princípio da precaução”. Noruega, Islândia e Bulgária seguiram o exemplo.
A Tailândia também adiou o uso da vacina à medida que aguarda uma investigação, enquanto a Itália, Romênia e Áustria pararam de usar injeções de lotes específicos. A Alemanha, por sua vez, decidiu manter a vacinação por considerar que faltam evidências sobre possíveis efeitos nocivos.
“O número de casos de coágulos sanguíneos relatados no grupo de pessoas vacinadas é menor do que as centenas de casos que seriam esperados entre a população geral. A natureza da pandemia levou a uma maior atenção em casos individuais e estamos indo além das práticas padrão para monitoramento de segurança de medicamentos licenciados ao relatar eventos de vacina, para garantir a segurança pública”, afirmou a diretora médica da AstraZeneca, Ann Taylor.
Na sexta-feira, a diretora de acesso a medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou que os resultados dos estudos preliminares “não apontam para uma correlação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos”. A entidade defende que a vacinação seja mantida, nesse contexto.
Ainda na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A decisão permite a entrega do produto que tem etapa de fabricação no País. Antes, o órgão já havia autorizado o uso emergencial do mesmo produto, mas fabricado pelo Instituto Serum, da Índia.
A Fiocruz espera entregar cerca de 222 milhões de doses neste ano, sendo 112 milhões até julho.
Documento do Ministério da Defesa ao qual o R7 teve acesso mostra que sobraram no estoque do Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército 320.590 comprimidos de cloroquina, menos de 10% de tudo o que foi produzido desde o início da pandemia de Covid-19. Segundo a pasta, foram fabricados desde o início da pandemia 3.229.910 comprimidos de cloroquina 150 mg, ao custo de R$ 1.165.387,51.
Em 2017, último ano em que o laboratório militar fabricou o composto antes de 2020, gastou-se R$ 43.334,44, com 265 mil comprimidos.
A cloroquina, remédio inicialmente utilizado contra a malária e lúpus, foi testada no primeiro semestre de 2020 em pacientes com covid. Desde então, os primeiros indícios a favor do medicamento foram sufocados por estudos científicos de todo o mundo que mostraram sua ineficácia contra a doença causada pelo novo coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, continuou defendendo a cloroquina como um dos medicamentos que poderiam ser utilizados no tratamento precoce da Covid-19, prática considerada inútil pelos cientistas. Entre seus argumentos a favor das drogas, o presidente diz que os cientistas futuramente podem mudar de ideia e afirma que elas têm baixo custo e não representam risco à saúde.
Diversos institutos internacionais e nacionais, além da OMS (Organização Mundial de Saúde), afirmam que não há remédio comprovadamente eficaz para curar a doença e a única saída para amenizar os estragos da pandemia é a vacinação em todos os países.
Bolsonaro pediu ajuda à Índia para o envio de insumos para a fabricação do medicamento em abril de 2020. Tomou o remédio em julho, quando foi infectado, e passou a ser o maior garoto propaganda mundial do medicamento desde então.
De acordo com o Ministério da Defesa, o Estado que recebeu mais pílulas de cloroquina foi o Rio Grande do Sul, com 504.500 comprimidos, seguido por São Paulo (316.000) e Amazonas (222.500).
Por enviar ao Amazonas comprimidos de cloroquina e não respiradores pouco antes do colapso do sistema de saúde estadual no início do ano que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se viu obrigado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal, em fevereiro, em um inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os 26 Estados e o Distrito Federal ficaram com 2.496.010 de pílulas e 413.310 foram enviadas a Organizações Militares de Saúde das Forças Armadas.
Laboratórios se beneficiam, mas desaconselham uso
Seis indústrias do país, além do Exército, fabricam a cloroquina ou a hidroxicloroquina, dois remédios diferentes, mas citados como similares até mesmo pelo presidente Jair Bolsonaro.
Todos os laboratórios acabaram beneficiados pela divulgação das supostas vantagens do tratamento precoce. Dados da Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) mostram que o consumo de remédios a base de cloroquina e hidroxicloroquina em farmácias e drogarias cresceu 110,3% na comparação entre 2020 e 2019.
O mês que registrou o maior número de vendas foi dezembro do ano passado, com 315.778 caixas adquiridas pelos brasileiros. No mesmo mês de 2019, foram vendidas 83.366 (278% menos).
No início deste mês, a Apsen Farmacêutica, uma das principais fabricantes nacionais de hidroxicloroquina, posicionou-se contra o uso para o combate à covid-19. Outras três indústrias já haviam feito o mesmo.
Em nota de 4 de março, publicada em seu site, a empresa afirma que, “com base nas evidências científicas atuais, a Apsen recomenda a utilização da hidroxicloroquina apenas nas indicações previstas em bula, as quais são aprovadas pela Anvisa. E reitera que não há aprovação de nenhum órgão regulador da saúde para utilização no tratamento da covid-19 e nem da OMS”.
Em bula, a droga é indicada para malária, lúpus e artrite reumatoide.
Também neste ano, o Instituto de Tecnologia em Fármacos, da Fiocruz, que produz a hidroxicloroquina, afirmou que “os estudos publicados até o momento não foram capazes de gerar evidências científicas que comprovem a eficácia desses ou de outros fármacos no tratamento da covid-19”.
Se os laboratórios podem ter se posicionado tarde sobre os remédios, não faltaram outros avisos de que eles deveriam ser deixados de lado.
Em nota de maio de 2020, a Sociedade Brasileira de Imunologia alertava para o risco do uso dos dois medicamentos do chamado kit covid, que incluem ainda a azitromicina e a ivermectina. A entidade declarava que os remédios tinham efeitos colaterais que poderiam ser graves e que não havia qualquer evidência científica que justificasse suas escolhas.
No mesmo mês de maio, a OMS suspendeu os testes da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes infectados pelo coronavírus.
Insumos ficaram 167% mais caros
Em outro documento, obtido por meio da lei de acesso à informação pelo R7, há detalhes da compra dos insumos indianos no ano passado.
Na resposta à reportagem, assinada pelo Ministério da Defesa e pelo Exército brasileiro, consta que o governo federal adquiriu 900 quilos do IFA Cloroquina, proveniente do fabricante IPCA, da Índia, e que o valor do insumo disparou em apenas dois meses.
O primeiro lote, de 300 kg, foi fechado pelo custo de R$ 488 o quilo. Os 600 kg restantes vieram por R$ 1.304 o quilo, um aumento de 167%.
O custo total dos insumos da Índia ficou em R$ 928.800.
Quem contrata plano de saúde sabe que consultas, exames e cirurgias são cobertas pela apólice, apesar de haver exceções. Com isso, por vezes, os consumidores acabam pagando por um serviço que está incluso convênio.
A aposentada Matilde Rodrigues quase teve de desembolsar cerca de R$ 500 ao procurar tratamento para catarata. ‘Ao tentar marcar exames de catarata, a clínica me informou que, dentre os exames solicitados, dois não eram cobertos pelo plano de saúde’, conta.
Segundo o advogado especialista em direito do consumidor Welder Lima, o que ocorre, em alguns casos, é que as clínicas se aproveitam da situação de vulnerabilidade dos pacientes com plano de saúde para ganhar mais. ‘Fica uma coisa mal explicada, uma falha na prestação de serviço que é o direito que o paciente tem de ter todas as informações de modo preciso’, alerta.
O fato aconteceu, novamente, quando a aposentada foi agendar a cirurgia de catarata e foi informada pela clínica que deveria pagar alguns procedimentos. ‘Nos dois casos, eu entrei em contato com o plano de saúde e fui informada de que havia, sim, cobertura, marquei os exames em outra clínica e fiz pelo plano. Para a cirurgia, o plano de saúde me informou que só não haveria cobertura se os procedimentos fossem opcionais, podendo escolher entre o de cobertura do plano ou o oferecido pela clínica’, relata Matilde.
Existe uma diferença entre um procedimento necessário, que solucione o problema de saúde, e um que tenha opções a mais para o paciente. Em todo caso, quando se deparar com essa situação, o paciente deve procurar o plano de saúde para saber se, de fato, não há cobertura.
Quando for necessário utilizar especificamente o item ou o procedimento indicado para o paciente, o plano de saúde deve dar a cobertura mesmo que não esteja descrito no Rol de Procedimentos e Eventos de Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Em casos opcionais, o consumidor deve avaliar a situação. ‘Se for algo opcional, e isso tem que ficar bem claro para o paciente, ele não é obrigado a pagar a diferença para utilizar um item que vai além do que o valor que o plano de saúde cobre’, explica o especialista Welder.
O que fazer?
A ANS, responsável por regular e fiscalizar as operadoras de plano de saúde, não tem atribuição legal de supervisionar prestadores de serviços como hospitais, clínicas e profissionais de saúde. No entanto, quando houver cobrança extra ou indevida, a reguladora orienta o beneficiário a entrar em contato com a operadora do plano para expor a situação. Caso o problema não seja resolvido, é possível registrar reclamação por meio dos canais de atendimento ao consumidor da ANS.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante ao cliente o direito à informação adequada e clara sobre serviço contratado. Além de proteger contra métodos comerciais coercitivos ou desleais. ‘No caso das clínicas que cobram a mais ou não explicam certo, trata-se de uma prática desleal induzindo o consumidor ao erro’, explica Welder.
O advogado indica para o consumidor entender o método proposto para o tratamento junto com o médico e verificar a cobertura com o plano de saúde. ‘É sempre importante que ele faça o contato com o convênio antes de efetuar os pagamentos por fora, para esclarecer as dúvidas’, ressalta.
Se o plano de saúde recusar a cobertura, o beneficiário pode entrar na Justiça para que o convênio pague ou faça o ressarcimento de valores, eventualmente, desembolsados. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), caso a pessoa identifique a prática pelo profissional de saúde, ela deve fazer denúncia na delegacia ou para o próprio ministério, a fim de verificar a prática de crime.
Entenda a cobertura
De acordo com a ANS, as operadoras de convênios de saúde são obrigadas a oferecer tudo o que está previsto no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde aos planos comercializados desde janeiro de 1999 e aos planos antigos adaptados, adquiridos antes e ajustados legalmente.
A agência defende que o atendimento deve ser garantido dentro dos prazos máximos estabelecidos, e o beneficiário não deve pagar por serviços referentes às assistências médicas prestadas inclusos na cobertura do plano de saúde.
‘É importante destacar que os procedimentos com cobertura obrigatória, conforme a RN nº 465/2021, também têm assegurada a cobertura de todas as taxas, materiais, contrastes e medicamentos, entre outros, necessários para a sua execução, desde que estejam regularizados e registrados e suas indicações constem da bula/manual perante a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), devendo ser respeitados os critérios de credenciamento, referenciamento, reembolso ou qualquer outro tipo de relação entre operadora e prestadores de serviços de saúde’, informou a ANS.
Fale com a ANS
Para tirar de dúvidas e registrar reclamações, a agência reguladora disponibiliza os seguintes canais de atendimento ao consumidor:
» Disque ANS (0800 701 9656): atendimento telefônico gratuito, de 2ª a 6ª feira,
das 8h às 20h, exceto feriados nacionais.
» Central de atendimento para deficientes auditivos: 0800 021 2105.
» Central de Atendimento ao Consumidor, no endereço eletrônico www.ans.gov.br.
Após relatos de formação de coágulos no sangue, depois do uso da vacina de Oxford, produzida pela AstraZeneca, em países europeus, a Anvisa emitiu um comunicado afirmando que solicitou informações a respeito das investigações e que o lote que poderia ter causado essas reações adversas não é utilizado no Brasil. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a Agencia de Saúde Europeia, foram reportados casos de múltiplas tromboses e embolia pulmonar em duas pessoas na Áustria e um caso de coágulo no sangue na Dinamarca, onde a pessoa veio a falecer.
Mas a entidade afirmou também que estudos preliminares não indicam que a causa dessas reações seja a vacina. Isso porque foram relatados até agora 30 casos de formação de coágulos em cinco milhões de pessoas vacinadas e, de acordo com a Agência, esses números de ocorrências não são proporcionalmente maiores do que os casos que ocorrem normalmente em toda a população.
Mas a Agência Europeia já está revisando todos os casos relatados de coagulação sanguínea relacionados à vacina da AstraZeneca. A Dinamarca e outros oito países europeus interromperam a campanha de vacinação com a Oxford para aguardar os resultados dessas revisões.
No Brasil, a Anvisa afirma que o lote suspeito europeu, o ABV5300 não é utilizado no país e que as doses aplicadas até agora da AstraZeneca vêm de um lote do Instituto Serum da Índia. Além disso, a Agência de Vigilância Sanitária afirma que até agora não foram relatados eventos adversos relacionados à coagulação sanguínea.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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Com o aumento do número de novos casos de Covid-19 e das mortes decorrentes da doença registrados nas últimas semanas na Bahia e em todo o País, o ator e cenógrafo Yoshi Aguiar, 37 anos, passou a considerar a proteção oferecida pela máscara de pano insuficiente. Autônomo, ele vai diariamente ao seu ateliê e faz o trajeto pegando dois ônibus. No retorno, para evitar os horários de pico nos coletivos, ele prefere os aplicativos de transporte.
‘Estava me vendo muito exposto com esse deslocamento e com essa segunda agora, que teve um aumento e tem essas cepas mais fortes’, conta Yoshi. Ele cogitou comprar máscaras com tecido antiviral, mas diante da dificuldade de acesso, optou por usar uma máscara cirúrgica por baixo da feita de tecido. A cirúrgica é descartada após cada uso e a de pano lavada para nova utilização.
Doutoranda em saúde pública, pesquisadora do Cidacs/FioCruz e integrante da Rede Covida, Andrêa Ferreira inclui o transporte público entre os locais com maior risco de contágio, por ter grande circulação/aglomeração de pessoas e baixa ventilação. Dentro desse perfil, ela destaca ainda refeitórios, shoppings, cinemas e supermercados.
Sobre os revestimentos antivirais, a pesquisadora cita o esclarecimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aponta uma ação mais restrita à superfície do tecido. ‘A utilização desses revestimentos não está necessariamente relacionada a uma maior eficiência de filtragem de partículas’, esclarece, reforçando a ausência de evidências da superioridade dessas máscaras diante de outras feitas com o mesmo tipo de tecido.
Embora o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA tenha recomendado o uso combinado de máscara cirúrgica e de tecido para melhorar a vedação das laterais, Andrêa pondera que as evidências sobre aumento de proteção são escassas.
A combinação usada por Yoshi também foi adotada pelo arquiteto Pablo Gonzalez, 39, para se sentir mais protegido diante das novas variantes do coronavírus. Ele conta que desde o início da pandemia tem adotado todos os cuidados e sempre está em busca de informações, acompanhando canais de divulgadores científicos e as notícias sobre o tema.
Até de bike
Pablo comenta que tem saído o mínimo possível para compras e afins, além disso sai uma vez por semana para pedalar. Mesmo sozinho sobre a bike, ele não abre mão de usar as máscaras cirúrgica e de pano juntas. ‘Tenho que forçar um pouco mais a respiração, acho desconfortável, mas para mim não é uma questão de escolha, é fazer isso ou colocar minha vida e a do outro em risco’, avalia.
No caso do farmacêutico Anderson Lima, 46, o reforço na proteção ocorreu antes do recrudescimento da pandemia, motivada pelas notícias sobre a transmissão por aerossóis, o que indica a capacidade de microgotículas contendo coronavírus permanecerem suspensas em ambientes fechados e sem renovação de ar. Nos locais de trabalho, onde não tem contato direto com pacientes Covid-19, ele recebe máscaras cirúrgicas, mas resolveu comprar o tipo PFF2/N95.
Atualmente, Anderson usa as máscaras PFF2/N95 para todas as atividades, do trabalho à ida ao supermercado, ambientes que considera muito movimentado. O uso de transporte público tem sido evitado desde o início da pandemia, quando passou a se deslocar por meio de aplicativos de transporte.
Respiradores
Chamadas tecnicamente de respiradores, segundo a Anvisa, as máscaras adotadas por Anderson, além de reterem gotículas, como as demais, também protegem contra aerossóis. No seu site, a Anvisa aponta que para filtrar agentes biológicos em suspensão no ar, a máscara deve ter classificação mínima PFF2 ou N95. Classificada conforme as normas brasileiras, a PFF2 tem filtragem mínima de 94%, enquanto a N95, classificação adotada nos EUA, tem eficiência de pelo menos 95%.
‘Os aerossóis são mais uma via de transmissão do vírus, que já vinha sendo discutido desde o surgimento da pandemia e que se confirmou nos últimos meses’, explica Andrêa Ferreira. Ela ressalta que os aerossóis têm tamanho reduzido em relação às gotículas de secreção e por isso tem crescido as recomendações para adoção do uso de máscaras cada vez mais efetivas, considerando o seu poder de filtração.
A pesquisadora pondera que embora as máscaras PFF2/N95 tenham maior efetividade em comparação com as cirúrgicas ou feitas de tecido, a oferta desses produtos é limitada no País. Por isso reforça que, diante da impossibilidade de utilizar outros modelos, as máscaras de algodão continuam sendo recomendadas para uso contínuo, sendo impróprias somente para quem atua em ambientes hospitalares ou está em contato direto com pessoas infectadas pelo coronavírus.
OBSERVATÓRIO FAZ ALERTA SOBRE NOVAS CEPAS
Um comunicado técnico publicado pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, no último dia 4, alertou sobre a dispersão e alta prevalência de ‘variantes de preocupação’ do coronavírus Sars-CoV-2 nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. A Bahia não está entre os estados avaliados, mas em fevereiro, a Vigilância Epidemiológica do Estado confirmou a transmissão comunitária das variantes B.1.1.7 e P1 em território baiano.
De acordo com o divulgado pela Vigilância, a transmissão comunitária ocorre ‘quando as equipes de vigilância não conseguem mapear a cadeia de infecção, não sabendo quem foi o primeiro paciente responsável pela contaminação dos demais’.
Pesquisador em saúde pública da Fiocruz Bahia e membro da Rede CoVida, o doutor em biotecnologia e biociências Tiago Gräf explica que ‘variantes de preocupação’ é a expressão usada para identificar as linhagens do vírus que apresentam um número elevado de mutações e essas alterações genéticas geram maior potencial de transmissão e/ou de fuga do sistema imune.
Linhagens
Atualmente, além das linhagens identificadas pela primeira vez no Reino Unido (B.1.1.7) e na cidade de Manaus (P1), há uma terceira com essa classificação ‘de preocupação’, a B.1.351 (também conhecida como 501.V2) descoberta na África do Sul e ainda não encontrada no Brasil.
Gräf diz que tanto a B.1.1.7 quanto a P1 são consideradas mais transmissíveis, mas existem mais dados sobre a linhagem do Reino Unido. Como a de Manaus tem muitas mutações parecidas com a B.1.1.7, estima-se que ela apresente as mesmas ‘vantagens’ biológicas. Além disso, um estudo realizado no Amazonas identificou uma maior carga viral nos pacientes infectados pela P1.
‘No Amazonas, a P1 surgiu no início de dezembro e rapidamente, em janeiro, já era responsável por 80% dos casos. Isso mostra muito fortemente que ela é bastante transmissível’, ressalta o pesquisador.
Quanto à contribuição das novas linhagens para uma maior agressividade da doença em pacientes mais jovens, o especialista explica que ainda não há dados suficientes para chegar a conclusões.
Sobre a eficácia das vacinas, Gräf diz que no caso da linhagem do Reino Unido está demonstrado que não há perda, mas alguns estudos apontam menor eficácia dos anticorpos neutralizantes gerados pelas vacinas Astrazeneca e Coronavac diante da P1.
Ele lembra que a resposta imunológica vai além desses anticorpos e que a imunidade celular ajuda a impedir o agravamento da doença, e acrescenta que estudos iniciais sinalizam a manutenção do bom desempenho das vacinas nesse aspecto.
Os governadores do Nordeste decidiram neste sábado (13), em reunião virtual com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que as 37 milhões de doses da vacina Sputnik V que serão adquiridas pelo grupo serão incorporadas ao Plano Nacional de Imunização (PNI) e distribuídas para todo o Brasil. Os imunizantes, vindos da Rússia, devem chegar ao país entre abril e julho.
Diante da escassez de vacinas no país devido à ineficiência do governo federal, o consórcio de nove Estados tomou a iniciativa de negociar por conta própria, como fez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com a Coronavac, no ano passado. O contrato com o Fundo Russo de Investimento Direto para compra das vacinas contra a Covid-19 deve ser assinad na próxima semana.
Na reunião, ficou acertado que, apesar de os Estados firmarem os contratos, o governo federal compromete-se a efetuar o pagamento, o que garantirá que as doses sejam incluídas no PNI e distribuídas proporcionalmente a todos os Estados.
De acordo com governadores que participaram da reunião, os contratos serão assinados por cada Estado entre segunda (15) e quarta-feira (17). Cada dose custará US$ 9,95 (R$ 55,25 na cotação atual). O preço total de cada contrato depende ainda do cálculo de outros itens, como frete. O cronograma ainda não foi fechado.
Caso o Ministério da Saúde não efetue o pagamento na chegada de cada remessa, os nove Estados nordestinos pagarão a fatura e distribuirão as doses apenas entre eles. Uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na quarta-feira (10) permite que Estados e municípios comprem vacinas.
De acordo com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o ponto principal do acordo é evitar a quebra do princípio da igualdade do SUS. “Se acontecer isso, vai ser muito ruim para o país. É um retrocesso civilizacional. Não queremos”, disse. “A posição unânime dos governadores é que a aquisição e a distribuição não pode ser um salve-se quem puder e quem tem dinheiro passa na frente”, afirmou o governador.
REGISTRO
A Sputnik V ainda não teve registro liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas, de acordo com Dino, houve compromisso de Pazuello com a celeridade do processo.
O Ministério da Saúde confirmou à reportagem que vai custear o contrato fechado pelos governadores do Nordeste e que as vacinadas serão incorporadas no Plano Nacional de Imunizações. Disse ainda que tem trabalhado para agilizar a aprovação da Sputnik junto à Anvisa.
A pasta assinou na sexta-feira (12) o contrato para a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. As doses serão importadas pelo laboratório União Química, parceiro do Fundo Russo de Investimento Direto, que representa o imunizante.
Segundo o ministério, o cronograma inicial apresentado pela empresa prevê a entrega de 400 mil doses da vacina até o fim de abril, seguidas de 2 milhões de doses no fim de maio. O restante deve ser entregue até o fim de junho.
Em fevereiro deste ano, após meses de críticas devido à falta de revisão e o passo acelerado de sua aplicação na Rússia, a vacina Sputnik V teve a análise preliminar de sua fase 3 de ensaios publicada pela revista britânica The Lancet.
Os dados apontaram que o imunizante teve 91,6% de eficácia em um estudo com cerca de 20 mil participantes. Desses, houve 16 contaminados que desenvolveram a Covid-19 com sintomas leves no grupo vacinado e 62, entre aqueles que tomaram placebo.
Na reunião deste sábado, governadores disseram que além do compromisso de pagar pelos 37 milhões de doses negociados pelos estados e de dar celeridade no processo de registro na Anvisa, Pazuello informou que o Ministério da Saúde assinará nesta semana os contratos com Pfizer e Janssen.