O Grupo Hypera Pharma, um dos maiores grupos farmacêuticos do país, está doando 23 leitos de UTI que ficarão disponíveis por seis meses na cidade de Anápolis, como parte dos esforços de combate à Covid-19 no município do Estado de Goiás, em que se localiza a maior unidade do grupo. A doação foi efetuada por meio da Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A., braço fabril do grupo que possui operações industriais no município.
O grupo investiu cerca de R?1,0 milhão no aluguel dos leitos, além da compra de materiais descartáveis necessários, que foram doados à Secretaria Municipal da Saúde de Anápolis, para que possam ser utilizados durante umas das piores fases da pandemia no Brasil. A cidade entrou em lockdown entre os dias 5 e 15 de março, com cerca de 89% de ocupação dos leitos de UTI.
‘Escolhemos Anápolis como nosso principal polo operacional e queremos impactar a comunidade local com nossas iniciativas de responsabilidade social, que são complementares à geração de empregos diretos e indiretos na cidade’, afirma Daniela Castanho, diretora da Cosmed. ‘Desde o início da pandemia, procuramos contribuir com o sistema público de saúde para ampliar o atendimento diante dos casos do novo coronavírus’, diz a executiva.
Essa é mais uma iniciativa do Grupo Hypera Pharma, que, em abril do ano passado, doou 20 ventiladores pulmonares, com investimento de cerca de R? 1,2 milhão, para reforço da capacidade de atendimento a pacientes com Covid-19 no sistema público de saúde municipal.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que atrasos na entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para as vacinas produzidas no Brasil, podem ser os principais obstáculos no cumprimento do cronograma vigente para entrega dos imunizantes aos Estados brasileiros. A posição do general consta de ofício encaminhado nesta quarta-feira, 10, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas).
O documento assinado por Pazuello presta informações pedidas em caráter de urgência pelos parlamentares. Em um dos pontos, Lira e Pacheco pedem que o ministro aponte quais os principais obstáculos enfrentados neste momento para que o cronograma vigente seja cumprido. A resposta do general quanto às vacinas fabricadas no Brasil pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz destaca as questões ligadas ao IFA.
“Os principais obstáculos podem ser atrasos na entrega de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) relacionados a ingerências e condicionantes políticas dos governos sede dos laboratórios com os quais a Fiocruz (AstraZeneca-Oxford) e o Butantan (Sinovac) possuem contrato, técnicas de produção e demandas locais e globais do produto, o que atrasaria a produção local”, escreve Pazuello.
O governo federal já teve de se debruçar sobre a importação do IFA. No final de janeiro, o insumo que estava previsto para chegar para o Butantan ficou retido na China, o que levou a atritos políticos entre o governador João Doria (PSDB) e o governo do presidente Jair Bolsonaro. As remessas previstas então foram liberadas e já são usadas no Brasil para produção da Coronavac e da vacina do laboratório AstraZeneca em parceria com a Fiocruz.
A dependência do IFA importado da China deve continuar sendo uma realidade para o Brasil nos próximos meses. O Ministério da Saúde reforça no ofício que o cronograma de distribuição de doses aos Estados está mantido.
Sobre as vacinas importadas, como as doses da Pfizer, da Sputnik V, da Janssen, da Moderna e da Bharat Biotech, o ministro elenca três obstáculos que podem se apresentar: atrasos na apresentação dos relatórios para análise da Anvisa, atrasos na produção dos laboratórios no país de origem, atrasos na liberação para importação pelo Brasil. A gestão Pazuello à frente do ministério e do governo Bolsonaro como um todo é criticada por especialistas em razão da demora nas tratativas com as farmacêuticas.
Por fim, o ministro pede união de esforços. “Destaca-se a necessidade urgente de empreender esforços políticos e diplomáticos conjuntos entre governo federal, Congresso Nacional, Estados e municípios, para, de forma integrada, assegurar a disponibilização das vacinas, de maneira eficaz e segura, à população brasileira contra a covid-19 em menor tempo possível. Dessa forma, será possível conter os sofrimentos decorrentes da pandemia e retomar o crescimento econômico do país.”
Neste momento, há duas vacinas em aplicação contra o coronavírus no país, a CoronaVac e a vacina de Oxford, por meio de autorização de uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que restringe sua abrangência a grupos prioritários. Mas outras cinco, com compras já negociadas pelo governo federal, podem passar a compor o PNI (Programa Nacional de Imunizações). São elas: a vacina da Pfizer – única com registro definitivo da Anvisa -, Covaxin (Bharat Biotech), vacina da Johnson, Sputnik V (Instituto Gamaleya) e vacina da Moderna.
Além desses fabricantes, o laboratório CanSino Biologicals, da China, já manifestou interesse em trazer sua vacina ao país. Mas, segundo a Anvisa, a formalização do pedido de registro ou autorização de uso emergencial ainda não ocorreu.
Saiba mais sobre as vacinas que estão em discussão:
Vacina de Oxford
– Situação: aprovada pela Anvisa para uso emergencial, o que permite a vacinação de grupos específicos. Além disso, realizou pedido de registro definitivo à agência em 29 de janeiro, aguarda aprovação
– Doses disponíveis: para março, o Ministério da Saúde prevê a entrega de 6,7 milhões de doses, das quais 3,8 milhões serão disponibilizadas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e 2,9 milhões pelo Covax Facility. A Fiocruz já entregou 4 milhões de doses da vacina ao PNI e a expectativa é a de que 100,4 milhões de doses sejam entregues no primeiro semestre deste ano e mais 110 milhões no segundo
– Número de doses: duas doses, com intervalo de 3 meses
– Fabricante: Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca. Representada no Brasil pela Fiocruz, no Rio de Janeiro
– País de origem: Reino Unido
– Tecnologia: vetor viral não replicante, utiliza adenovírus que causa resfriado em chimpanzés, modificado em laboratório, para induzir o corpo humano a produzir resposta imune à doença
– Eficácia: 82,4% ao fim das duas doses, sendo 76% após 90 dias da primeira dose
– Proteção contra variantes: a vacina de Oxford é eficaz contra a variante do Amazonas e do Reino Unido, mas tem eficácia reduzida contra a cepa sul-africana
CoronaVac
– Situação: aprovada pela Anvisa para uso emergencial, o que permite a vacinação de grupos específicos
– Doses disponíveis: para março, o Ministério da Saúde prevê a entrega de 23,3 milhões de doses da vacina, que serão envasadas pelo Instituto Butantan. Já foram entregues 13,5 milhões de doses ao PNI, e a expectativa é a de que 100 milhões sejam entregues até setembro deste ano
– Número de doses: duas doses, com intervalo de 28 dias
– Fabricante: farmacêutica chinesa Sinovac, representada no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo
– País de origem: China
– Tecnologia: vírus inativado, contendo em sua composição o novo coronavírus morto a partir de processos físicos e químicos. Considerada tradicional
– Eficácia: 100% eficaz para impedir casos graves e moderados, 78% de desenvolver quadro leve e 50,38% menos chance de contrair a doença
– Proteção contra variantes: a CoronaVac é eficaz contra as variantes do Amazonas, do Reino Unido e da África do Sul
Pfizer
– Situação: registro definitivo concedido pela Anvisa, o que permite vacinação em massa e comercialização com o setor privado
– Doses disponíveis: apesar de ter recebido o registro definitivo, não há doses disponíveis no país. As negociações entre o governo federal e a empresa sugerem que o país receba 14 milhões de doses entre maio e junho deste ano. O governo brasileiro caminha para um contrato de 100 milhões de doses da vacina para este ano
– Número de doses: duas doses, com intervalo de três semanas
– Fabricante: farmacêutica Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech
– País de origem: Estados Unidos
– Tecnologia: RNA mensageiro, que faz com que o organismo gere anticorpos sem que seja necessário utilizar algum tipo de vírus, seja ele atenuado ou inativado. Nessa tecnologia, o RNA instrui o organismo a produzir um pedaço da proteína do SARS-CoV-2, e é contra esses pedaços (inofensivos) do coronavírus que o sistema de defesa vai atuar e produzir anticorpos
– Eficácia: 95% após as duas doses e de 85% de duas a quatro semanas após a aplicação da primeira dose. Além de prevenir a covid-19, estudos comprovaram que a vacina também evita transmissão do coronavírus
– Proteção contra variantes: a vacina da Pfizer é eficaz contra a variante do Amazonas e do Reino Unido, mas tem eficácia reduzida contra a cepa sul-africana
Johnson
– Situação: em submissão contínua no Brasil, processo adotado pela Anvisa para acelerar a liberação das vacinas contra a covid-19, que permite a análise dos dados de estudos com o imunizante por etapas, assim que eles são gerados
– Doses disponíveis: o Ministério da Saúde anunciou a compra de 38 milhões de doses do imunizante para serem entregues a partir do segundo semestre deste ano. No entanto, a aplicação do imunizante depende da autorização de uso emergencial ou de registro definitivo, pedidos que ainda não foram realizados pela Janssen, fabricante da vacina
– Número de doses: dose única
– Fabricante: Laboratório Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson
-País de origem: Bélgica
-Tecnologia: vetor viral não replicante, utiliza adenovírus que causa resfriado comum em humanos como veículo para introduzir fragmentos do coronavírus que induzem o corpo a produzir resposta imune à doença
-Eficácia: 66% de eficácia global, que é a capacidade de reduzir o risco de uma pessoa desenvolver a covid-19
– Proteção contra variantes: segundo a Johnson & Johnson, o imunizante apresentou eficácia contra múltiplas variantes do vírus, incluindo a da África do Sul. A empresa não divulgou dados sobre proteção contras as variantes do Reino Unido e do Amazonas
Covaxin
– Situação: a Precisa Medicamentos, empresa que representa a vacina no Brasil, vai se reunir com a Anvisa no dia 16 de março para avaliar as condições da documentação para que seja feito o pedido de uso emergencial. A empresa chegou a solicitar a realização da fase 3 de testes do estudo clínico da vacina no país no mesmo dia em que a Anvisa dispensou essa exigência para a liberação do uso emergencial
– Doses disponíveis: o Ministério da Saúde informou que negocia a aquisição de 20 milhões de doses, com 8 milhões já à disposição para serem entregues neste mês
– Número de doses: duas doses, com intervalo de quatro semanas
– Fabricante: Bharat Biotech, em Hyderabad, na Índia, representada no Brasil pela distribuidora Precisa Medicamentos, em São Paulo
– País de origem: Índia
– Tecnologia: vírus inativado, na qual o vírus não consegue se replicar, mas sua presença no organismo faz com que o sistema imunológico reaja. Considerada uma vacina tradicional
– Eficácia: 81% eficaz na prevenção da covid-19, segundo órgão de saúde do governo indiano
– Proteção contra variantes: a Bharat Biotech afirmou que consegue adaptar rapidamente a Covaxin para combater as novas variantes, mas não divulgou resultados da eficácia do imunizante contra as novas cepas
Sputnik V
– Situação: a compra do imunizante também foi autorizada pelo governo. O laboratório chegou a apresentar à Anvisa pedido de uso emergencial no dia 15 de janeiro, mas a agência devolveu o pedido, pois já havia uma solicitação para a realização de estudos do imunizante no país. Na ocasião, a regra era a de fazer o estudo da fase 3 no Brasil para depois pedir o uso emergencial. Em 3 de fevereiro, a Anvisa passou a não fazer mais essa exigência, no entanto o laboratório não retornou com os documentos para o pedido de uso emergencial
– Doses disponíveis: as negociações do Ministério da Saúde com a União Química, empresa que representa a vacina no país, são para a compra de 10 milhões de doses importadas da Rússia. Cerca de 400 mil seriam entregues em abril, 2 milhões em maio e 7,6 milhões em junho. Mas a aplicação do imunizante depende da autorização de uso emergencial ou de registro definitivo
– Número de doses: duas doses, com intervalo de 21 dias
– Fabricante: Instituto Gamaleya, em Moscou, representada no Brasil pela farmacêutica União Química, em São Paulo
– País de origem: Rússia
– Tecnologia: utiliza dois vetores de adenovírus, vírus que causa o resfriado comum em humanos, para levar fragmentos do novo coronavírus ao organismo, que estimulam o corpo a produzir anticorpos contra a doença
– Eficácia: 91,6% eficaz na prevenção da covid-19
– Proteção contra variantes: agências russas confirmaram a eficácia da Sputnik V contra as variantes do Amazonas, Reino Unido e África do Sul, no entanto, não divulgaram dados sobre os estudos
Moderna
– Situação: ainda não apresentou pedido de uso emergencial ou registro definitivo
– Doses disponíveis: o governo federal fechou acordo para a compra de 38 milhões de doses para serem entregues no segundo semestre deste ano, mas a aplicação vai depender da liberação de uso emergencial ou de registro definitivo
– Número de doses: duas doses, com intervalo de 28 dias
– Desenvolvedor: Moderna
– País de origem: Estados Unidos
– Tecnologia: RNA mensageiro, que instrui o organismo a gerar anticorpos sem que seja necessário utilizar algum tipo de vírus, seja ele atenuado ou inativado
– Eficácia: 94,1% na prevenção da doença
– Proteção contra variantes: a vacina da Moderna é eficaz contra a variante do Reino Unido, mas tem eficácia reduzida contra a cepa sul-africana; em relação à variante do Amazonas ainda não há nenhum resultado divulgado
CanSino
– Situação: a vacina já sendo aplicada por meio de uso emergencial na China, Malásia, Indonésia, Paquistão e México
– Doses disponíveis: não há doses disponíveis no Brasil. Segundo a Anvisa, o laboratório já manifestou interesse em trazer o imunizante para o país, mas a formalização do pedido de registro ou autorização de uso emergencial ainda não ocorreu
– Número de doses: dose única
– Fabricante: Laboratório CanSino Biologicals
– País de origem: China
– Tecnologia: vetor viral, usa adenovírus causador do resfriado comum para induzir o corpo a produzir resposta imune à doença
– Eficácia: 65,7% na prevenção da doença e de 90,98% contra quadros graves
– Proteção contra variantes: não há informações divulgadas sobre a eficácia do imunizante contra as variantes
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, voltou a reduzir, em discurso nesta quarta-feira (10), a previsão de doses de vacina contra Covid-19 a serem distribuídas a estados e municípios no mês de março. Esta é a quinta redução apontada a partir de cronogramas da pasta ou de declarações do ministro somente neste mês -a primeira foi dia 2.
Segundo Pazuello, a previsão atual é ter entre 22 e 25 milhões de doses neste mês. Na segunda (8), em evento no Rio de Janeiro, o ministro havia citado estimativa de ter “entre 25 a 28 milhões”. O montante é praticamente a metade daqueles anunciados em 17 de fevereiro (46 milhões) e 22 de fevereiro (48,9 milhões).
“Nós estamos garantidos para março entre 22 e 25 milhões de doses, podendo chegar a até 38 milhões de doses. São números realmente impactantes e que vão fazer a diferença na nossa campanha de vacinação”, disse Pazuello nesta quarta, em cerimônia no Planalto.
Antes de citar os números, ele tentou se antecipar a críticas, negando haver “redução” no volume de doses, apesar dos dados anteriores terem sido divulgados por ele mesmo.
“A gente, quando planeja março, por exemplo, abril, garante o que está sendo produzido no Brasil. E deixamos como possibilidade aquilo que está importado. E isso, às vezes, fica de uma forma errada na visão da imprensa e do restante do povo. Não é uma redução. É uma garantia com possibilidades de ir além”, afirmou.
Questionado pela reportagem sobre possíveis novos ajustes no cronograma, o Ministério da Saúde não respondeu até a publicação desta reportagem.
As revisões na previsão de entrega de vacinas têm ocorrido sucessivamente. Cronograma divulgado por Pazuello em 17 de fevereiro em reunião com governadores previa 46 milhões de doses para este mês. Já em 2 de março, a pasta divulgou nova previsão com 39,1 milhões de doses, revista dois dias depois para cerca de 38 milhões.
Na época, a maior redução veio a partir da mudança no cronograma da Fiocruz, que teve atrasos na fabricação e a previsão de importação de doses extras travadas no Serum Institute, na Índia.
Também saiu de cena, no entanto, a previsão de entrega de 400 mil doses da vacina Sputnik, cujo contrato para compra de doses era esperado pelo ministério, mas não chegou a ser fechado.
No sábado (6), a pasta divulgou cronograma com novas estimativas para março, de 30 milhões de doses. A redução ocorreu porque a pasta deixou de contar com 8 milhões de doses que estavam previstas para serem importadas ainda neste mês da vacina Covaxin por meio da empresa Bharat Biotech, da Índia.
Isso ocorre porque, apesar de ter fechado o contrato com um laboratório brasileiro que representa a Covaxin, o imunizante ainda não tem aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial -e ainda não há previsão de quando deve ser feito esse pedido.
As previsões mais recentes foram divulgadas pelo próprio ministro, mas ainda não confirmadas pela pasta. Na terça (9), o ministério divulgou um informativo falando ainda em 30 milhões de doses.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom em relação ao discurso que vem adotando desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil. Nesta quarta-feira (10), após sancionar um projeto de lei que amplia a capacidade de compra de imunizantes , surpreendeu ao usar máscara (o que não acontecia desde o início do mês passado) e defendeu a vacinação .
Além dele, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fez uma publicação em seu Twitter em que diz: “A nossa arma é a vacina” . Mas nem sempre foi assim.
Desde o início de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fases iniciais de testes, o mandatário menosprezava a importância da vacinação, e diversas vezes proferiu críticas à CoronaVac , vacina produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, que depois seria adquirida pelo governo federal e hoje é o imunizante mais aplicado no país.
Relembre 10 vezes em que Bolsonaro menosprezou a vacinação
“Virar jacaré” 19/10/2020
Em outubro do ano passado, o presidente questionou os possíveis efeitos colaterais das vacinas contra o coronavírus, tomando como exemplo a da Pfizer/BioNtec, e disse que não há garantia de que ela não transformará quem a tomar em “um jacaré”.
“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu.”
“CoronaVac não será comprada” 21/10/2020
No auge da disputa política em torno da vacina com o governador João Doria (PSDB), o Ministério da Saúde anunciou a intenção de aquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac – desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No dia seguinte, o presidente negou a compra.
“Não será comprada”, disse Bolsonaro em resposta a um internauta que escreveu “Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”.
“O povo brasileiro não será cobaia de ninguém” 21/10/2020
No mesmo dia em que suspendeu a compra da CoronaVac, Bolsonaro disse que o povo brasileiro não seria “cobaia” e justificou a opção por não comprar o imunizante: “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem.”
“Eu não vou tomar vacina” 22/10/2020
Ao defender a não-obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, Bolsonaro afirmou em entrevista que não pretendia se imunizar contra a doença causadora da pandemia mundial caso a única opção fosse a vacina produzida pelo Instituto Butantan.
“Eu não tomo a vacina, não interessa se tem uma ordem, seja de quem for, aqui no Brasil para tomar a vacina. Eu não vou tomar a vacina”, disse o presidente em entrevista à Jovem Pan .
“Morte, invalidez, anomalia” 10/11/2020
Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar quando os testes da CoronaVac no Brasil foram suspensos após a morte de um dos voluntários. Mesmo sem detalhes sobre a circunstância da morte – a Anvisa posteriormente concluiu que não havia relação com os testes -, Bolsonaro afirmou que a vacina poderia causar “morte, invalidez, anomalia” e disse que era uma vitória sua.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.
“Não vai ter para todo mundo” 18/12/2020
No final de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar o poder público a impor sanções a quem não tomar a vacina contra a Covid-19.
“Tomou uma medida antecipada, nem vacina tem, não vai ter pra todo mundo “, declarou Bolsonaro, durante transmissão ao vivo na internet.
“Se eu arranjar agora uma (vacina) chinesa, você toma?” 28/12/2020
Após participar de um jogo de futebol beneficente em Santos, no litoral de São Paulo, na tarde desta segunda-feira(28), Jair Bolsonaro conversou com jornalistas e se alterou quando perguntado da demora na aquisição de vacinas.
“Você quer correr com a vacina? Se eu arranjar agora uma (vacina) chinesa, você toma? Toma ou não? ‘, perguntou o presidente, a jornalista respondeu que sendo aprovado pela ANVISA, sim.
“Teremos vacinas para todos os voluntários” 12/01/2021
No início de janeiro, Bolsonaro (sem partido) publicou em sua conta oficial no Twitter uma mensagem de crítica à impensa e em tom irônico ao tratar das pessoas interessadas em tomar a vacina.
O presidente chamou ironicamente as pessoas que desejam o imunizante de “voluntários” , termo utilizado para se referir ao grupo de pessoas que recebem vacinas durante a fase de testes, sem aprovação da agência reguladora local.
“Metade da população não vai tomar vacina” 07/01/2021
No dia 7 de janeiro, Bolsonaro disse que menos da metade da população tomará vacina contra a Covid-19. O chefe do Executivo ter feito uma pesquisa ‘na praia e em tudo quanto é lugar’ para chegar a esse número.
‘Vocês sabem quantos por cento da população vai tomar vacina? Pelo o que eu sei, menos da metade vai tomar’, disse o presidente. ‘Mas, para quem quiser, vai chegar em janeiro. Devem chegar 2 milhões de doses agora em janeiro, e o pessoal pode tomar, sem problema nenhum.”
“Só se for [comprar] na casa da tua mãe”
No último dia 4, enquanto conversava com sua base de eleitores durante visita a Uberlândia, MG, o presidente atacou aqueles que pedem para que o governo federal adquira mais vacinas.
Segundo ele, são “idiotas das redes sociais” e que comprará “só na casa da tua mãe.”
Duas pessoas que comercializavam fosfoetanolamina, substância que ficou conhecida como ‘pílula do câncer’ apesar de não ter eficácia comprovada, tiveram a condenação de 5 anos de prisão mantida em 2ª instância no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Um outro condenado no caso faleceu durante o processo, tendo a pena extinta.
Segundo consta na denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os réus faziam parte de uma associação criminosa, com atuação em vários estados do Brasil que produzia, vendia e distribuía o produto, o qual não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Durante a investigação, foi descoberto laboratório em pleno processo de fabricação de unidades do medicamento, aparelhado com máquinas de preparação de cápsulas, fornos, estufas, bandejas para acondicionamento em pílula, além de dinheiro em espécie.
Em 1ª instância, os réus foram condenados a 5 anos de reclusão, no regime inicial semiaberto, e 10 dias-multa, pelo crime de ‘importar, vender, expor à venda, manter em depósito para venda, bem como distribuir e entregar a consumo produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais de procedência ignorada’.
Eles recorreram da decisão, mas os desembargadores da 2ª Turma Criminal do TJDFT não aceitaram os argumentos. ‘Assim, como bem salientado na sentença, as provas produzidas nos autos comprovam seguramente que os apelantes comercializavam o produto autointitulado fosfoetanolamina, de procedência ignorada, com a promessa de fins terapêuticos, e que, para tal intento, agiam em unidade de desígnios e com repartição de tarefas’, destacou o desembargador relator.
Diante disso, a Turma manteve a condenação de 5 anos de reclusão e 10 dias-multa, em regime inicial semiaberto, e indeferiu a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. A decisão foi unânime.
TJSP – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ordenou que a empresa de cosméticos alisantes Ark Line exclua vídeos considerados racistas e que envolvem crianças. Facebook, Instagram e YouTube também constam no processo.
Reynaldo Mapelli Junior, da Promotoria da Infância e Juventude da Capital do Ministério Público de São Paulo (MPSP), afirma que os vídeos da Ark Line apresentam crianças com cabelos crespos sendo apresentadas como um ‘problema’.
Nos vídeos, de acordo com o MP, ‘o cabelo crespo e volumoso é exibido de forma depreciativa’ e, segundo Mapelli Junior, afetam o desenvolvimento da personalidade das crianças.
A decisão pela exclusão dos vídeos feita pelo TJSP tem caráter liminar dentro de ação civil movida pelo MP, que também pede que a empresa seja condenada a pagar multa de R$ 775 mil.
Caso Facebook, YouTube e Instagram não colaborem com a decisão, poderão pagar multa de R$ 1.000 por dia.
Empresa nega acusações
A Ark Line negou a existência da ação. ‘Cuida-se somente de apuração preliminar, inquérito civil que ainda tramita no Ministério Público do Estado de São Paulo’, declarou a empresa em nota oficial ao Metrópoles.
‘Ratificamos mais uma vez que não há qualquer ofensa racial a cabelos crespos e encaracolados, isto porque a marca Ark Line e o alisamento capilar representa somente mais uma forma de embelezamento do cabelo feminino’, diz a empresa.
A Ark Line também afirma que seus vídeos sempre foram bem aceitos por seus milhares de seguidores e com milhares de comentários positivos.
‘A empresa Ark Line acredita que a conduta de tentar criminalizar os vídeos postados nas redes sociais não passa de estratégia de concorrentes para denegrir a imagem da marca e que caso haja prejuízos tomará as medidas legais cabíveis’, afirmou o departamento jurídico da empresa.
Racismo estrutural
Na decisão, a juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa manifestou que nos vídeos da Ark Line, o cabelo crespo natural ‘não é retratado de forma a exaltar beleza e identidade’ e concorda com argumento do Ministério Público que afirma que os vídeos podem estar ‘reproduzindo racismo estrutural’.
Para a magistrada, as imagens que envolvem crianças e adolescentes foram feitas ‘sem autorização’ e ‘expondo-as a constrangimento e humilhação pela natureza de seu cabelo’.
‘[O conteúdo das redes sociais demonstra] desprezo à beleza negra e a superioridade do padrão estético da mulher branca’, diz Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, ao classificar os vídeos como racistas.
Nota da empresa Ark Line na íntegra:
‘Em primeiro lugar, informamos que não há processo judicial tratando sobre o tema, cuida-se somente de apuração preliminar, inquérito civil que ainda tramita no Ministério Público do Estado de São Paulo, onde ainda não há posicionamento formal do ilustre promotor se haverá propositura ou não de ação civil pública.
Já apresentamos Defesa no procedimento administrativo e lá, bem como aqui, ratificamos mais uma vez que não há qualquer ofensa racial a cabelos crespos e encaracolados, isto porque a marca Ark Line e o alisamento capilar representa somente mais uma forma de embelezamento do cabelo feminino.
Salientamos que nossos vídeos e postagens sempre foram muito bem aceitos por todos, e que possuímos nas redes sociais milhares de seguidores e milhares de comentários positivos.
A empresa Ark Line acredita que a conduta de tentar criminalizar os vídeos postados nas redes sociais não passa de estratégia de concorrentes para denegrir a imagem da marca e que caso haja prejuízos tomará as medidas legais cabíveis’.
A Coty acaba de lançar um novo e-commerce B2B, a Loja do Varejo, voltada exclusivamente para a venda de produtos de beleza e higiene pessoal a lojistas de todo o País. O objetivo é conectar comercialmente pequenos e médios varejistas a distribuidores.
A iniciativa se soma ao site Loja Coty, que a empresa lançou em 2017 com foco no consumidor final, e a outras frentes de negócios online criadas desde então (brick & click, pure players e marketplace). Por meio desses formatos, o e-commerce da Coty no Brasil mais que dobrou de tamanho em 2020.
O novo site é a primeira plataforma B2B da Coty no mundo. ‘Nosso B2B tende a impactar os negócios de milhares de comerciantes que vendem nossos itens de cuidados pessoal e beleza, espalhados pelos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros em aproximadamente 540 mil pontos de venda. São comerciantes que nem sempre conseguem ter agilidade na aquisição de mercadorias. E acabam tendo dificuldades para abastecer seus PDVs, muitas vezes até mesmo devido à distância física dos principais distribuidores e suas respectivas forças de venda’, afirma Nicolas Fischer, Managing Director da Coty no Brasil.
Esses varejistas de menor porte, que costumam receber visitas de representantes comerciais com menos frequência, muitas vezes precisam se dirigir às localidades onde ficam distribuidores para reabastecer seus estoques.
Segundo Karen Sanchez, diretora de e-commerce da companhia, com a pandemia isso ficou muito mais complicado, evidenciando a importância de agilidade e conveniência que transações online proporcionam. ‘Essa realidade nos faz ter certeza de que nosso novo B2B não só se tornará muito relevante em nosso modelo comercial multicanal, como também transformará o dia a dia desses milhares de comerciantes. Além disso, impulsionará o resultado dos distribuidores, que agora podem ter seu negócio digitalizados. Sem dúvida, nossa jornada de transformação digital gerando bons frutos para todas partes envolvidas’, diz.
Integração da cadeia de vendas
Semelhante ao padrão da operação online direta para consumidores, o B2B da Coty funciona no modelo vertical, com estratégia integrando sua cadeia de vendas. Na prática, a operação integra distribuidores, em um só ambiente digital, para venderem aos varejistas de pequeno e médio porte.
Nesse modelo, a Coty centraliza atividades nas quais tem forte expertise, como branding e marketing de seus produtos e marcas; uso de recursos inteligência de dados e análises preditivas para personalização de comunicação; ofertas comerciais por meio de análises de Big Data e outras iniciativas que proporcionam aumento de vendas com margens sustentáveis. Já estoque, faturamento e entrega continuam sendo feitos pelos distribuidores, o que permite se manterem como protagonistas nessa parceria comercial saudável para todas as partes.
A Coty Inc. é uma dos maiores e principais empresas do setor de beleza no mundo, sendo líder global em fragrâncias e ocupando o terceiro lugar no quesito maquiagem e esmaltes. Hoje, os produtos da companhia são comercializados em cerca de 150 países.
No Brasil, a empresa atua com marcas globais do portfólio da companhia, além de cerca de 25 marcas locais, entre elas Risqué, Monange, Cenoura & Bronze, Bozzano, Biocolor e Paixão. Ao todo, a operação conta com aproximadamente 2,4 mil funcionários, alocados em diversas unidades no País.
Anvisa – O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, defendeu as medidas de isolamento social mesmo após a vacinação da população contra covid-19. A declaração foi feita em cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que mudou o discurso em relação à vacina diante do aumento de casos da doença no País.
“Mesmo diante de um momento mais favorável, que certamente todos estão buscando, com várias vacinas disponíveis, durante muito tempo ainda teremos que lançar mão das medidas de prevenção, das medidas que estão hoje ao nosso alcance”, disse Torres no evento Ao fim do discurso, ele orientou a população a usar máscara, adotar o isolamento social e ter uma boa higiene.
A Polícia Civil investiga se um casal de irmãos furou a fila da vacinação contra a Covid-19 em São Joaquim da Barra (SP). A denúncia foi feita ao Ministério Público (MP), que solicitou a abertura de inquérito.
A Prefeitura também instaurou uma sindicância para apurar a participação de servidores da saúde no caso. Uma enfermeira e uma auxiliar de enfermagem, que trabalhavam no dia em que os jovens foram imunizados, estão afastadas.
Suspeita de fura-fila
Segundo a denúncia, a mulher, de 21 anos, e o irmão dela, de 18, foram vacinados em um posto de saúde no município ao se passarem por funcionários de uma farmácia. Mas, de acordo com os denunciantes, o casal não trabalha no estabelecimento, mas é filho do dono.
De acordo com a investigação, eles teriam conseguido a dose quando a Prefeitura começou a aplicar a CoronaVac em profissionais da saúde da rede particular, o que inclui funcionários de drogarias.
‘A gente pediu que as unidades de saúde particulares, principalmente, enviassem para nós a lista com aqueles profissionais que estavam trabalhando com eles’, diz o diretor técnico de saúde, José Eduardo de Castro.
Por causa da denúncia, duas profissionais que atuavam no posto de saúde foram afastadas do programa de vacinação até que o caso seja esclarecido.
‘Pretendemos apurar se elas sabiam que essas pessoas em questão eram ou não eram profissionais de saúde e se elas tinham alguma ligação’, afirma Castro.
Segundo dados da Prefeitura, São Joaquim da Barra tem aproximadamente 3,4 mil profissionais da área da saúde e todos já receberam as duas doses do imunizante.
Apuração
O delegado José Bernardino Alecrin, que investiga o caso, disse que os irmãos e todas as pessoas que estavam trabalhando no posto de saúde deverão prestar depoimento nos próximos dias. O dono da farmácia, pai do casal, também pode responder criminalmente.
‘Vamos apurar a responsabilidade criminal do profissional de uma farmácia que teria inserido em declaração falsa os dois filhos como funcionários do estabelecimento, visando ter direito a vacina. Ele pode responder por falsidade ideológica’, diz.
Além da investigação criminal, os dois jovens podem ser multados. Uma lei estadual criada em fevereiro determina o pagamento de multa no valor de R$ 49mil para quem tomar a vacina antes dos grupos prioritários.
Se ficar provado que o agente público responsável pela aplicação da dose sabia o que estava fazendo, também paga multa de R$ 24 mil.
A EPTV, afiliada da TV Globo, esteve na farmácia onde os irmãos trabalhariam, mas ninguém quis comentar o caso.