Lucro das farmácias caiu segundo 46% dos gestores
Estudo do IFEPEC detectou impactos da concorrência e
dificuldades com fluxo de caixa como principais causas
por César Ferro em
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Está ligado o sinal de alerta no varejo farmacêutico? Segundo o Visão 360º do mercado farmacêutico no Brasil, estudo realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC), 46% dos entrevistados declararam ter notado uma redução do lucro nos últimos quatro anos.
Entre as principais causas apontadas para a retração estão o acirramento da concorrência (42%) e as dificuldades para organizar o fluxo de caixa (21%). Participaram da pesquisa 2.200 proprietários de farmácias regionais, associativistas e independentes, distribuídas por todas as regiões do Brasil.
As entrevistas foram realizadas por alunos de mestrado e doutorado, especialistas em pesquisa qualitativa, sob a supervisão de professores pesquisadores.
Redução do lucro foi pequena para 37% e elevada para 19%
Quando questionados sobre a evolução do lucro de suas lojas entre 2020 e 2024 – considerando a inflação acumulada de 35,3% no período – a maioria relatou ter notado uma redução baixa (37%). A estagnação vem na sequência, com 34% das respostas.
Evolução do lucro das farmácias

O estudo também questionou quais foram os motivos que impediram o negócio de obter resultados melhores, sendo o aumento da concorrência e as dificuldades de fluxo de caixa os principais fatores. De olho no futuro, a redução de margens também ganha protagonismo.
Os principais desafios do futuro

Gestores não sabem como virar o jogo (H2)
Outro dado alarmante diz respeito às estratégias ou providências que os gestores pretendem adotar para se manterem competitivos e voltarem a crescer. Quase metade (47%) dos respondentes que notaram redução no lucro disseram não saber ou ainda não ter definido seus próximos passos. Entre aqueles que já planejam mudanças, comprar melhor (14%), reduzir custos (11%) e encorpar o delivery (9%) serão as principais decisões.
“Entre os gestores, há um sentimento de que os resultados negativos dos últimos anos foram provocados por questões que estão fora do seu controle. Isso indica que as chances de adotarem estratégias robustas para melhorar a competitividade são remotas”, lamenta Edison Tamascia, presidente da Febrafar. “Por outro lado, os que apresentam bons resultados tendem a se tornar ainda mais competitivos e capturar participação de mercado do grupo que está paralisado”, completa.
Canais digitais serão ferramenta para comprar melhor
A pesquisa também questionou se os gestores pretendiam mudar a forma como realizam suas compras e a maioria (93%) dos que revelaram ter esse plano informaram que desejam aumentar o uso dos canais digitais.