Lucro da indústria farmacêutica cai 27% com recuo da pandemia
por César Ferro em
Em 2023, os principais players da indústria farmacêutica do mundo viram seu lucro cair. Enquanto no ano retrasados as dez principais companhias registraram ganhos de US$ 135 bilhões, o montante caiu para US$ 99 bilhões no último ano. As informações são do Poder 360.
A diminuição na venda de medicamentos e vacinas contra a Covid-19 foi o principal responsável pelo recuou de 27%. Quem aponta tal retração é a Elos Atya.
Merck e Pfizer foram as companhias mais afetadas, segundo o levantamento. O lucro de ambas as multinacionais foi 90% menor no período. As duas tinham atuação no combate ao novo coronavírus, com remédios ou vacinas para a doença.
A consultoria usou como padrão o ranking de maiores receitas de 2023 auditado pela Evaluate Pharma.
De US$ 31 bi a US$ 2 bi
Analisando a situação da Pfizer em 2023, os números podem assustar. Depois de um lucro recorde em 2022, US$ 31 bilhões, a farmacêutica despencou e não reteve nem 10% desse montante, fechando 2023 com US$ 2 bilhões.
Em nota envida a reportagem, a farmacêutica garantiu que os produtos ligados ao combate da Covid-19 são os responsáveis exclusivos por tal derrocada.
Outro indicador em forte viés de queda na companhia é o preço de suas ações. De dezembro de 2021 para cá, os papéis já caíram 53% e se encontram em um patamar inferior ao de janeiro de 2021, quando as primeiras vacinas começaram a ser aplicadas.
Mas tem indústria farmacêutica nadando contra a maré
Apesar de a tendência global ser de retração, teve quem conseguiu prosperar na realidade pós-pandemia. Johnson & Johnson e Novartis são os dois exemplos, apesar de a consultoria apontar que esses movimentos foram atípicos.
No caso da farmacêutica norte-americana, o que impulsionou seu balanço anual foi a cisão de sua unidade de consumo, que criou a empresa Kenvue e colocou um lucro atípico de US$ 13 bilhões nos cofres da companhia.
Já no caso da companhia suíça, o câmbio acabou causando ganhos fora do comum.
Por aqui, cenário é outro
Se o pós-pandemia causou um baque nos laboratórios farmacêuticos, a tendência aqui no Brasil é de avanço. Afinal, até 2027, o setor pode crescer até 30%.
Quem firma é a consultoria Redirection International, que aponta um possível crescimento anual de 8% para os próximos quatro anos.
“O Brasil está entre os dez maiores mercados farmacêuticos do mundo e quase 7% do consumo de bens pelas famílias brasileiras é composto de produtos farmacêuticos”, explica o sócio da companhia e economista, Gabriel Cardoso.