Infectologistas que compunham o extinto comitê de enfrentamento à pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) divergem sobre a decisão do governo municipal de desobrigar o uso de máscara em locais fechados a partir desta quinta-feira (28).
O médico Unaí Tupinambás discorda da liberação neste momento. “Acho que ainda deveríamos manter a máscara em locais fechados, como comércio, sacolão, supermercados, açougues, drogarias, enfim. Acho que (a mudança) só faz confundir a população. Deveria ser uma regra: locais abertos sem máscara, locais fechados com máscara, para facilitar a adesão. E aguardar um pouco passar o outono e o inverno para ver como será o comportamento de novas variantes no nosso meio”, pontua.
Já o infectologista Estevão Urbano avalia que o momento da pandemia é propício para a desobrigação do uso de máscara em locais fechados. Ele destaca, porém, que abandonar o item de segurança é opcional e que ele ainda é necessário em algumas situações.
‘As pessoas que estiverem inseguras devem manter a máscara. Eu vou continuar mantendo. É importante dizer que, para aquelas pessoas que não utilizarão mais a máscara, é fundamental que, no caso de qualquer sintoma, como dor de garganta, continue a utilizá-la e busque assistência médica e faça seus exames. O que temos visto em alguns países é que a liberação foi feita de forma muito desenfreada e sem critério, então houve aumento de casos. A pandemia não acabou’, diz.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomenda que grupos com maior risco para agravamento da doença, como gestantes, idosos e pessoas com imunossupressão, continuem a utilizar o item independentemente de recomendações dos governos locais. A SBI também pede que a população geral mantenha a máscara em situações de risco, como ambientes fechados com aglomeração.
Fonte: O Tempo