Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, dia 1º, o vice-presidente de Novos Negócios e de Relações com Investidores da RaiaDrogasil (RD), Eugênio de Zagottis, ressaltou a falta de estrutura para medicamentos em supermercados.
O executivo criticou o Projeto de Lei 1774/19, que permite a comercialização de MIPs em supermercados, após questionamento feito pela XP. As informações são do Valor Econômico.
Zagottis afirmou que se trata de uma discussão antiga e que, em outros momentos em que supermercados buscaram comercializar medicamentos isentos de prescrição, “não aconteceu nada” porque o setor não tem estrutura para essa demanda.
Medicamentos em supermercados não reduzirão preços
Os defensores da proposta justificam que é necessário ampliar o acesso a esses remédios e baratear os preços a partir do aumento da concorrência. “São argumentos rasos e injustificáveis. Os MIPs já estão disponíveis nas mais de 90 mil farmácias presentes em território nacional e, mesmo fora das gôndolas, envolvem o apoio de um profissional farmacêutico em 77% das ocasiões”, afirma Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
O executivo também questiona qual seria “a mágica dos supermercados para reduzir drasticamente os preços sobre medicamentos, cuja carga tributária chega a 36%. Além disso, um monitoramento da Abrafarma aponta que ao menos 2.670 itens são mais caros nesses estabelecimentos do que nas farmácias, entre eles antissépticos bucais, escovas de dente, fraldas descartáveis e desodorantes. “Por que supermercados e estabelecimentos similares venderiam medicamentos mais baratos do que as farmácias se vendem mais caro diversas categorias concorrentes?”, contesta.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico