O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (24) que reservará os lotes já disponibilizados da CoronaVac para os pacientes que precisam receber a segunda dose contra a Covid-19. No caso da vacina da AstraZeneca/Oxford, segundo a pasta, o cronograma de produção será diferente e os imunizantes estão “disponíveis para uso total”.
“A pactuação não chegou a um acordo, devido à mudança no cronograma de entrega do Instituto Butantan. Desta forma se faz necessário a aplicação de uma dose e guarda da segunda. Contudo, as doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz estão disponíveis para uso total sem guardar a segunda dose”, disse, em nota, o Ministério da Saúde.
Na sexta-feira (19), o ministério anunciou que havia decidido fazer uma mudança na estratégia da vacinação da CoronaVac: cada dose restante deveria ser aplicada em uma nova pessoa, sem reservar metade do imunizante para a segunda dose.
Como argumento para a estratégia, o governo explicou que o ritmo de chegada de novas doses vai se acelerar, e que não será mais preciso reservar metade dos imunizantes de uma leva para a segunda dose. A leva seguinte seria suficiente para isso.
Desde meados de fevereiro, no entanto, os estados questionam critérios e cobram mais doses contra a Covid-19. Representantes de ao menos quatro estados – Pará, Santa Catarina, Tocantins e Espírito Santo – fizeram críticas ao governo. Além deles, outros estados passaram a buscam caminhos para comprar suas próprias doses, como é o caso da Bahia com a vacina Sputnik V.
Com esse cenário, mesmo com a liberação para aplicação de todas as doses disponíveis, alguns estados preferiram esperar um posicionamento mais oficial do governo. Capitais brasileiras optaram por manter o estoque e garantir a segunda dose. Campo Grande, Curitiba, Salvador e Rio Janeiro precisaram pausar a imunização enquanto um novo carregamento não chega para vacinação dos próximos grupos prioritários.
Previsão de vacinas
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que 230,7 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 serão entregues até 31 de julho.
Pazuello deu a declaração ao participar de uma reunião virtual com governadores em 17 de fevereiro, organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do tema “Vacinas” no Fórum Nacional de Governadores.
Segundo o ministério, o cronograma leva em consideração a negociação de vacinas Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya, e a indiana Covaxin. As duas vacinas ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No encontro, de acordo com a assessoria da pasta, Pazuello apresentou cronograma de entrega; quantidade de doses; e contratos para aquisição de mais imunizantes. Em março, conforme o ministério, são aguardadas 18 milhões de doses do Instituto Butantan e outras 16,9 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca.
Veja a nota do Ministério da Saúde na íntegra:
O Ministério da Saúde informa que em reunião do gabinete de crise do ministério da saúde, onde participam todas as secretarias, assim como o CONASS e CONASEMES, não foi pactuado para este momento a aplicação total das doses da vacina Sinovac/Butantan, como havia informado o ministro da Saúde em reunião com prefeitos para esta remessa enviada para Estados e municípios. A pactuação não chegou a um acordo, devido à mudança no cronograma de entrega do Instituto Butantan. Desta forma se faz necessário a aplicação de uma dose e guarda da segunda. Contudo, as doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz estão disponíveis para uso total sem guardar a segunda dose, pois a mesma possui um período maior para aplicação da segunda dose com garantia da Fiocruz.
Fonte: G1.Globo