O que avaliar antes de planejar a expansão dos negócios?
Não basta ter os recursos. É necessário analisar o entorno


Planejar a expansão dos negócios pode parecer plenamente viável à primeira vista. Sua farmácia conquistou uma clientela cativa, tem lucratividade e recursos suficientes para ampliar capilaridade e a oferta de serviços. Mas sem uma avaliação de mercado depurada, o risco de escorregar é grande.
“Independentemente da estratégia e do nível de investimentos de cada projeto de ampliação – abertura de lojas próprias, via franchising ou a adoção de um e-commerce –, o empreendedor não pode jamais abrir mão da análise do entorno”, reforça o especialista em marketing e gestão, Haroldo Matsumoto.
Na visão do consultor, o primeiro passo para o gestor é entender se há um interesse latente por aquele serviço nas regiões onde a farmácia mirou a expansão, abandonando a crença de que a farmácia será capaz de criar demanda.
“É fundamental mapear a concorrência existente, seja ela direta ou indireta, bem como identificar quais vantagens competitivas e estratégias podem ser usadas para diferenciar o negócio perante os demais”, complementa.
Em paralelo, Matsumoto indica que as tendências de consumo, o comportamento do shopper no entorno e as inovações tecnológicas, que podem causar impacto no sucesso da expansão, sejam observadas.
“Além disso, recomenda-se sempre fazer uma radiografia completa da capacidade financeira da empresa. Isso significa estimar investimentos futuros com marketing e logística. Outro ponto de atenção envolve o fluxo de caixa e o capital de giro, que devem ser separados do investimento da nova operação”, observa.
Modelo de expansão dos negócios deve ser escalável
Em paralelo, é importante ponderar se o modelo de negócio é escalável, ou seja, se ele pode ser replicado e adaptado facilmente para novos mercados sem perder suas características e o conceito original.
“Também é aconselhável que os processos da empresa estejam padronizados para garantir a consistência da expansão, evitando ruídos no atendimento e na adaptação do colaborador à cultura da farmácia”, pontua. Já as estratégias de marketing precisam ser configuradas às características locais, considerando os gostos, preferências e hábitos dos potenciais clientes.
Além disso, convém fazer uma avaliação da infraestrutura tecnológica e de inovação da empresa, incluindo sistemas de gestão e softwares de CRM, bem como efetuar uma análise de viabilidade. “Vale a pena projetar testes para obter insights do consumidor e corrigir rotas rapidamente. O cliente é a melhor resposta”, finaliza.