Nova opção para tratar puberdade precoce chega ao SUS


O Aché, um dos principais laboratórios farmacêuticos do Brasil e com capital 100% nacional, aposta em nova opção terapêutica para o tratamento da puberdade precoce. O Neo Decapeptyl (Triptorrelina) é um dos medicamentos que integram o Protocolo Clínico e de Diretriz Terapêutica (PCDT) da doença, que ganhou uma atualização do Ministério da Saúde em agosto deste ano.
A apresentação de uso semestral – Neo Decapeptyl 22,5 mg – foi recentemente aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e incluída na atualização do PCDT. A nova opção terapêutica já está disponível para as secretarias estaduais de saúde e apresenta ganho de qualidade de vida significativo, considerando que serão apenas duas aplicações ao ano.
“Um dos grandes benefícios da diversidade de apresentações é a flexibilidade para o prescritor tomar as decisões clínicas de acordo com o perfil do paciente e o estágio da doença. Além disso, a aplicação intramuscular e a possibilidade de maior espaçamento das aplicações trazem mais conforto ao paciente”, comenta Alexandre Gonçalves, diretor da Unidade de Negócios Institucional e Cuidados Especiais do Aché.
O Neo Decapeptyl é a única triptorrelina no mercado brasileiro disponível em três diferentes concentrações – uso mensal (3,75 mg), trimestral (11,25 mg) e semestral (22,5 mg). Produzido na Suíça, o medicamento dispensa refrigeração, podendo ser armazenado em temperatura ambiente.
Puberdade precoce com incidência maior em meninas
Considerada uma condição rara, a Puberdade Precoce Central (PPC) é de dez a 23 vezes mais frequente em meninas do que em meninos. A patologia manifesta-se pelo aparecimento precoce de caracteres sexuais secundários antes dos oito anos de idade em meninas e antes dos nove em meninos. É considerado desenvolvimento puberal precoce o surgimento de botão mamário nas meninas e o aumento do volume testicular nos meninos, independente do desenvolvimento de pelos pubianos ou axilares.1
Estudos e relatos na literatura indicam aumento significativo da incidência de puberdade precoce recém-diagnosticada no período de “lockdown” da pandemia de Covid-19. Uma das hipóteses é de que alguns fatores ambientais sejam desencadeadores da puberdade, como o aumento do índice de massa corporal (IMC), hábitos alimentares, atividade física, fatores psicológicos e um maior tempo de tela com uso de dispositivos eletrônicos, ressaltando a importância dos fatores ambientais no desencadeamento, na influência da puberdade e em sua progressão.
Stagi S. et al, relata um número total de novos diagnósticos de PPC significativamente maior durante e após o bloqueio para Covid-19, em relação ao número médio de casos para o mesmo período de 2015 a 2019, sugerindo haver uma correlação entre fatores ambientais e início precoce da puberdade. Porém, o artigo conclui que são necessários mais estudos para determinar quais fatores estavam envolvidos e como eles interagiram.2
Por isso é tão importante a identificação dos fatores de risco, da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado, dando à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.1
Referências:
1 – Ministério da saúde [homepage na internet]. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas – PCDT: Puberdade Precoce Central [acesso em outubro 2022]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portaria-conjunta-no-13-pcdt-puberdade-precoce-central.pdf
2 – Stagi, S., De Masi, S., Bencini, E. et al. Aumento da incidência de puberdade precoce e acelerada em fêmeas durante e após o bloqueio italiano para a pandemia coronavírus 2019 (COVID-19). Ital J Pediatr 46, 165 (2020). https://doi.org/10.1186/s13052-020-00931-3
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico