Novas cepas da Covid-19 na Índia podem reduzir vacinas ao Brasil

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Os números de 2ª feira, que costumam ser baixos, pois muitas secretarias municipais de saúde não operam administrativamente nos fins de semana, deram ao Brasil um refresco: perdemos para a Índia, Turquia e Estados Unidos em total de novos casos (seguimos líderes em mortes) e os dados de hoje podem dar uma tendência mais definida em novos contágios. Mas os números devem aumentar as preocupações futuras do Brasil quanto ao suprimento de vacinas vindas da Índia. Diante de novas cepas, as necessidades do país fizeram a Anvisa local aprovar a vacina russa Sputnik V.

A Índia registrou em 11 de abril 173.689 novos casos (+ 911 mortes), contra 54.562 casos e 243 novas mortes na Turquia e 45.491 novos casos dos EUA e 303 novas mortes. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil lançou 35.785 casos e 1.480 mortes. Mas as notícias do maior aumento diário de surto no 2º país mais populoso do mundo (1,380 bilhão, contra 1,4 bilhão da China) são preocupantes. A Índia superou o Brasil em número de contagiados pela Covid-19: 13,699 milhões contra 13,251 milhões do Brasil (os EUA têm 31,442 milhões) e a imprensa local está tratando o caso com gravidade.

Mais sobre o assunto:

Às voltas com novas cepas, o país, que tem o Instituto Serum o maior produtor de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), que suprem a Covishield, a vacina Oxford/AztraZeneca, e ainda o laboratório Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, usada no programa da OMS para suprir países em desenvolvimento (como o Brasil, mas a Anvisa recusou a aprovação do imunizante), não está dando conta de atender às próprias necessidade. Assim, aprovou hoje a o uso da vacina russa Sputinik V para reforçar o estoque de vacinação do país.

Pelo que informam o ‘Hindu Times’, o Brasil, que ganhou a má vontade do Primeiro Ministro Narendra Modi, quando o Itamaraty, por orientação do ex-ministro Ernesto Araújo, votou no BRICS contra a proposta de Índia e Àfrica do Sul de quebra das patentes das vacinas contra a Covid-19 (motivo do atraso das entregas de IFAs em janeiro e fevereiro), agora, além de virtualmente perder acesso às vacinas ‘made in India’, vai ter dificuldades de se suprir da Sputnik V, caso os entraves que levaram à Anvisa a recusar a autorização sejam superados.

Nova variante alarma a Índia

O jornal ‘India Times’ mostra outra notícia de assustar: ‘A Índia tem sua própria cepa de coronavírus mutante duplo, que está sendo rotulada como B.1.617’. Com a 2ª onda ameaçando ter um destino ainda terrível, as autoridades de saúde também detectaram uma nova “variante dupla mutante” do coronavírus no final de março, causando uma espécie de golpe duplo. Foi o Consórcio indiano SARS-CoV-2 em Genômica (INSACOG), integrado por 10 laboratórios nacionais sob controle do Ministério da Saúde da Índia, que identificou a variante dupla mutante após realizar o sequenciamento genômico nas últimas amostras – um processo de teste para mapear todo o código genético do vírus.

A variante, que ‘contém mutações de duas variantes de vírus separadas, a saber, E484Q e L452R’ foi identificada em amostras de saliva retiradas de pessoas em Maharashtra, Delhi e Punjab’. A variante L452R teria surgido nos Estados Unidos, mas a variante E484Q é nativa.

‘Colossal má gestão econômica’

Para se entender os dilemas do Primeiro Ministro Narendra Modi, vale dizer que não são só Jair Bolsonaro, o presidente do México, Lopes Obrador ou o ex-presidente Donald Trump ou ainda Erdogan, da Turquia, que recebem duras críticas pela má gestão da crise da Covid-19, do ponto de vista sanitário e econômico. Uma das manchetes do ‘Hindu Times’ é: ‘Congresso critica a ‘colossal má gestão econômica’ do governo de Modi’.

Vejam outra notícia do mesmo jornal: ‘A Índia relatou 169.899 novos casos de COVID-19 às 23h30 IST de 11 de abril, marcando o maior pico em um único dia desde o início da pandemia no ano passado. Até 904 mortes também foram registradas no dia. Este é o segundo dia consecutivo em que o país registra mais de 150 mil novos casos’.

Esse surto, que ameaça colocar a Índia no centro da 2ª onda da pandemia (que se instalou no país em março do ano passado) levou o Controlador Geral de Medicamentos da Índia (DCGI) -a Anvisa local – a aprovar o uso emergencial restrito da vacina Sputnik V na noite de segunda-feira. Agora, a Índia, passou a ter três vacinas contra a Covid-19, incluindo a Covishield – a vacina Oxford-Astrazeneca fabricada pelo Serum Institute of India – e Covaxin do Bharat Biotech.

Ao registrar o sinal verde do DCGI, o comunicado emitido pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), destaca que ‘a Índia é o país mais populoso para registrar a vacina russa’. O fundo russo é o controlador dos negócios da Sputnik V, desenvolvido pelo Laboratório Gamaleya. Entre o Brasil que tem um comércio pequeno com a Rússia e as gigantescas perspectivas da Índia, 2º país mais estratégico para a Rússia na Ásia, para onde Putin deve pender, para neutralizar a influência da poderosa China continental?

‘A população total de 60 países onde o Sputnik V foi aprovado para uso é de 3 bilhões de pessoas ou cerca de 40% da população global’, acrescentou. Se notícia ruim já fosse pouco, o noticiário da Índia destaca que as vacinas da AztraZeneca e da Janssen, divisão farmacêutica da Johnson & Johnson causam coágulos sanguíneos e podem ser banidas do país. Assim, haverá mais disputas no mundo pelas restantes vacinas já aprovadas e ficaremos mais dependentes da China, que forneceu 80% dos IFAs nas vacinações no Brasil.

O Brasil só tem aprovadas até o momento as vacinas CoronaVac (chinesa, envasada pelo Butantan), a AztraZeneca (envasada pela Fiocruz), a da Pfizer e a da Janssen. A da Sputnik V passar por 2ª avaliação, a que também terá de ser submetida a Covaxin, da Índia.

Fonte: Jornal do Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/19/testes-de-covid-19-precisam-se-adequar-para-diferenciar-novas-cepas-do-virus-diz-especialista/

Furtos, roubos e desvios de medicamentos crescem 86% em Minas Gerais em 2020

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As ocorrências de furtos, roubos ou desvios de medicamentos quase dobraram em Minas Gerais em 2020, em relação ao ano anterior. Segundo um levantamento feito pela TV Globo, com base em dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o número passou de 36, em 2019, para 67, no ano passado, um crescimento de 86%.

O empresário Luís Carlos Rodrigues da Silva está no ramo de transportadoras há quase 50 anos e já foi vítima das quadrilhas várias vezes. Elas visam, principalmente, remédios para dor e febre.

“É um medicamento de menor valor, então, quando ele passa por Minas Gerais na hora da distribuição, eles (os criminosos) veem que aquele medicamento é mais fácil de ser revendido. Quando você pega uma carga de valor alto, para revender, é muito mais difícil, a não ser que os ladrões já estejam com aquela carga encomendada”, disse Silva.

Qualquer furto, roubo ou extravio de medicamentos precisa ser informado à Anvisa, porque, além da atuação da polícia, é necessária uma fiscalização sanitária, para que os estoques não sejam comercializados sem uma prévia avaliação de risco para o consumidor.

“A empresa precisa deixar esse produto segregado e iniciar uma investigação para verificar se ele sofreu alguma quebra de embalagem, alguma violação, se as embalagens secundárias e primárias estão intactas”, explica a gerente geral de inspeção e fiscalização sanitária da Anvisa, Ana Carolina Moreira Araújo.

“A empresa precisa deixar esse produto segregado e iniciar uma investigação para verificar se ele sofreu alguma quebra de embalagem, alguma violação, se as embalagens secundárias e primárias estão intactas”, explica a gerente geral de inspeção e fiscalização sanitária da Anvisa, Ana Carolina Moreira Araújo.

Se o produtor for termolábil, isto é, sensível à temperatura, por exemplo, a empresa precisa verificar se ele não ficou armazenado em condições inadequadas que possam prejudicar qualidade, segurança e eficácia.

Para reforçar a segurança, os empresários estão instalando rastreadores nos caminhões, o que gera despesas, de acordo com o assessor de segurança da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Ivanildo Manoel Santos.

“Isso acaba trazendo um custo para o transportador que varia de 12% a 18% do seu faturamento, é um custo que ele acaba colocando por causa da ação das quadrilhas”, conclui Santos.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/14/estudos-apostam-no-reposicionamento-de-medicamentos-para-tratar-covid-19/

Butantan explica o que pode mudar na bula da CoronaVac, após queixa sobre a quantidade de doses

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O Instituto Butantan deu mais detalhes do que pode mudar na bula da CoronaVac depois da queixa dos municípios sobre a quantidade de doses no frasco.

É um líquido tão precioso e escasso que cada gota faz diferença. Curitiba foi uma das primeiras cidades a dizer que os frascos da CoronaVac estavam vindo com menos doses. O lote que chegou em março deveria ser suficiente para 84.540 doses, mas só rendeu 77.764 – mais de seis mil doses a menos, segundo a prefeitura da capital paranaense. A prefeitura diz ainda que o problema se repetiu em outros lotes e que não houve mudança no padrão das agulhas.

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde diz que prefeituras de outros estados fizeram a mesma reclamação.

‘Os nossos vacinadores são muito treinados. Então a possibilidade de errar é muito pequena. E, se fosse pontual, poderia sim ter alguma questão ligada a treinamento, à capacitação. Mas, como são vários estados reclamando, com certeza, tem aí algum problema com o envase desta vacina’, relatou o secretário do conselho, Mauro Junqueira.

Na tarde desta terça (13), a equipe do JN acompanhou a vacinação num posto de saúde em Mauá, na Grande São Paulo.

‘Esse frasco, nós pegamos agora. Está lacrado, como vocês estão vendo’, mostrou a auxiliar de enfermagem.

Foram aplicadas 9 doses. Quando a auxiliar de enfermagem foi preparar a décima, descobriu que a quantidade no frasco não era suficiente.

Foi no fim de março que os funcionários começaram a perceber que muitos frascos da CoronaVac não rendiam mais dez doses. A administração, então, trocou a seringa usada para aplicar a vacina e fez um rodízio entre os funcionários para verificar se o problema estava ali. Mas nada disso deu resultado.

‘No dia 29 de março, de cinco frascos, um deu oito doses, três deram nove e só um deu dez. No dia 31 de março, de dois frascos, um deu nove e o outro deu oito’, revelou o enfermeiro da Divisão de Imunização de Mauá Rodrigo Antunes Pinheiro.

Cada dose deve ser de meio mililitro, cada frasco deve render dez doses. Os primeiros lotes da vacina envasada pelo Butantan vinham, segundo o próprio instituto, com 6,2 mililitros, um ‘chorinho’, uma reserva técnica que, em tese, produzia até 12 doses, se não houvesse nenhuma perda.

No começo de março, a pedido do Butantan, a Anvisa autorizou a redução do volume da CoronaVac no frasco para 5,7 mililitros, ainda prevendo uma perda operacional da quantidade que fica na agulha, por exemplo.

Nesta terça, o diretor de Qualidade do instituto, Lucas Lima de Moura, reforçou que o ideal, para não haver qualquer desperdício, é usar uma seringa pequena, com capacidade para um mililitro, e que o controle é rigoroso. Ele também afirmou que cada frasco tem, sim, as dez doses e estuda atualizar a bula para evitar perdas na hora da aplicação.

‘A gente está pensando em colocar um QR Code para facilitar. Em qualquer lugar do Brasil que alguém tiver um celular vai mirar para o QR Code e vai levar para um vídeo demonstrando a correta forma de se fazer. Do ponto de vista do envase, é algo que a gente já investigou, já repassou isso para a própria Vigilância Sanitária e não há nenhum tipo de problema’, disse.

O Ministério da Saúde orientou estados e municípios a registrar os casos em que o rendimento do frasco ficar abaixo do esperado. A Anvisa declarou que está investigando.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/14/intervalo-de-21-dias-entre-doses-da-coronavac-deve-ser-mantido/

Funcionário do Hospital Beneficência Portuguesa é preso suspeito de roubar medicamentos de alto custo

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Um funcionário do Hospital Beneficência Portuguesa foi preso após suspeita de roubar medicamentos de alto custo usados no tratamento contra o câncer, na noite de terça-feira (13), em São Paulo.

O suspeito, de 23 anos, trabalha como atendente da farmácia do hospital que fica na Bela Vista, no Centro da capital paulista.

Ele foi detido por policiais militares após ser denunciado por um segurança do hospital que foi avisado por funcionários da farmácia que faltavam algumas caixas do medicamento após o término do expediente do funcionário.

Segundo a polícia, o funcionário estava com quatro caixas da medicação avaliadas em R$ 28 mil. O remédio acabou estragando, já que precisa de refrigeração para manter a validade.

O detido vai passar por uma audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (14). A advogada dele disse que vai aguardar as investigações.

O hospital foi procurado pela reportagem, mas ainda não há um posicionamento.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/13/prefeitura-de-ilhabela-divulga-prazo-de-retirada-dos-medicamentos-de-alto-custo/

Inflação acelera na classe média em março, diz Ipea

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As famílias brasileiras mais afetadas pela inflação em março foram as de classe média (que ganham entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83) e de média-alta (de R$ 8.254,83 a R$ 16.509,66), de acordo com um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A variação de preços para esses grupos passou de 0,98% e 0,97% em fevereiro, respectivamente, para 1,09% e 1,08%.

O grupo que mais contribuiu para a alta dos preços no período foi o de transportes, que registrou um aumento significativo, de 11,2%, no valor dos combustíveis. O levantamento do Ipea usa como base o comportamento da inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

No mês passado, o índice subiu 0,93% na variação mensal e 6,10% em 12 meses. Entre os fatores apontados para a alta de preços estão a desvalorização do real em relação ao dólar, a alta de preços das commodities (os produtos básicos exportados pelo Brasil) e a falta de produtos pela interrupção de algumas cadeias produtivas.

“Os combustíveis tiveram uma alta expressiva em março, o que afetou o bolso da classe média”, avalia a pesquisadora do Ipea Maria Andréia Lameiras. “Para os mais pobres, a alta de preços no grupo de transporte também pressionou, sobretudo por aumentos de transporte público, mas o gasto dessas famílias com combustível é menor.”

Além do impacto da alta dos combustíveis, a aceleração da inflação dos mais ricos também sofreu impacto dos preços no grupo das despesas pessoais, com alta de 0,04%, e da menor queda de preços das passagens aéreas no mês (-2,0%), quando o mesmo período do ano passado registrou redução de -16,8%.

Em 12 meses, no entanto, são as famílias de menor renda as que convivem com a maior inflação, sobretudo por conta das altas dos alimentos. Nesse período, a inflação dos lares com rendimento de até R$ 1.650,50 é de 7,24%. Enquanto isso, para os mais ricos (na faixa acima dos R$ R$ 16.509,66), esse aumento é de 4,67%.

“Quando se olha para o dado de 12 meses, que começa em abril do ano passado, é impossível não notar o efeito da alta dos alimentos em domicílio no bolso dos mais pobres” diz Maria Andréia. Ela lembra que, antes do fim da primeira etapa de pagamento do auxílio emergencial, no fim do ano passado, havia uma demanda maior por alimentos. Com um benefício mais modesto este ano, a tendência é de um choque menor.

Em março, o preço da cesta básica em São Paulo teve queda de 0,10%, de acordo com pesquisa do Procon-SP em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O preço médio da cesta passou de R$ 1.014 no fim de fevereiro para R$ 1.013 no fim de março.

Fonte: Folha de Londrina Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/14/mercado-financeiro-aumenta-projecao-da-inflacao-para-398-em-2021/

Qual é a melhor vacina contra a covid-19?

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Uma eficácia de 90% é melhor do que uma de 70%? A resposta parece óbvia, mas não é tão fácil. As explicações simples não costumam se dar bem com a ciência. Por mais inevitável que possa parecer a preferência pela vacina de maior porcentagem publicada nos estudos, não são números comparáveis e não refletem bem o risco que cada indivíduo tem de sofrer a covid-19 após a inoculação. Os especialistas afirmam que qualquer uma das aprovadas é boa e segura.

No Brasil, a vacina da Janssen foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial. O Governo Federal comprou 38 milhões de doses cujas entregas estão previstas para começar no terceiro trimestre, entre julho e setembro. A vacinação com esse imunizante na Europa estava prevista para começar na próxima semana, mas os planos foram adiados pela própria empresa depois que os reguladores dos Estados Unidos recomendaram interromper sua administração. O motivo é a investigação de casos de coágulos sanguíneos que ocorreram em seis cidadãos vacinados, algo semelhante ao que ocorreu com a vacina da AstraZeneca.

Das quatro vacinas aprovadas para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ?duas delas ainda em caráter emergencial?, a Coronavac é a que menor eficácia apresentou nos primeiros resultados: 50,38%. A da Janssen apresentou eficácia de 67%, contra 95% da Pfizer e 76% da AstraZeneca. Mas isso não quer dizer que uma seja pior que a outra.

O que é a eficácia?

Essas porcentagens são os primeiros resultados dos estudos de fase III que cada farmacêutica apresentou. Nesses ensaios os praticantes se dividem em dois grupos: um recebe o fármaco e o outro, um placebo. São experimentos com dezenas de milhares de pessoas que são acompanhadas para comprovar quantas delas se infectam com o SARS-CoV-2. Se 10% dos infectados estavam no grupo vacinado e 90% no placebo, quer dizer que a vacina tem uma eficácia de 90%.

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É possível comparar a eficácia das vacinas?

Não, para isso seria preciso realizar um só experimento com todas as vacinas aplicando a cada grupo uma vacina e depois comprovar a porcentagem de infectados em cada um. Mas não se fez assim: é algo praticamente impossível e pouco prático nas circunstâncias atuais. Cada experimento tinha um modelo próprio, um contexto diferente de população e distintas variantes do vírus circulando. Foram estudados em momentos e lugares diferentes, portanto não são porcentagens comparáveis. A vacina da Janssen, por exemplo, foi testada quando já estavam circulando as variantes sul-africana e britânica, mais contagiosas e aparentemente mais resistentes às vacinas, algo que não aconteceu quando a Pfizer e a Moderna realizaram seus testes clínicos. Como diz Federico Martinón, chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Clínico Universitário de Santiago, mesmo se as porcentagens fossem comparáveis, realmente não são tão diferentes como pode parecer à primeira vista. ‘Se olharmos mais detalhadamente os intervalos de confiança, vemos que a eficácia é muito parecida entre diversas vacinas’, acrescenta. Em estatística ?e os testes são medidos dessa forma? o resultado não é um número exato, e sim, na verdade, uma janela deles. Quando se diz que uma vacina tem uma eficácia de 76% se está dizendo que seus resultados oscilam por volta de 76% (por exemplo, de 71% a 81%), e esse intervalo pode coincidir em parte com o de uma vacina da que se disse que tem uma eficácia de 82%, mas cuja margem de erro faz com que o resultado vá de 77% a 87%, por exemplo. Ou seja, se os testes clínicos forem repetidos, as margens estatísticas indicam que os valores estimativos de eficácia entre as vacinas podem coincidir (no exemplo anterior, entre 77% e 81%). Além disso, nos testes clínicos nenhum vacinado morreu de covid-19.

Qual é a mais efetiva?

A eficácia é a porcentagem descrita nos testes clínicos, um conceito diferente ao de efetividade, que se refere à capacidade de deter a doença em populações reais, fora dos experimentos controlados, feitos em pessoas saudáveis. Sempre será, portanto, menor. Ainda é cedo para saber com exatidão a efetividade de cada vacina em um cenário real e até que ponto evitam infecções assintomáticas, mas o que os resultados preliminares estão demonstrando é que todas as que já estão sendo utilizadas têm porcentagens muito altas para evitar a doença grave, internamentos na UTI e mortes. Também não se sabe quanto tempo dura a imunidade, algo que só o tempo dirá.

Como posso saber qual vacina me protegerá mais?

A proteção contra a infecção é importante quando se estudam populações, uma vez que se há uma boa parte da população vacinada com fármacos de alta efetividade, o vírus não poderá continuar se propagando. É o que se conhece como imunidade de rebanho. ‘As porcentagens de todas as vacinas aprovadas são suficientes para chegar a essa imunidade se a maioria da população for inoculada’, diz Vicente Larraga, pesquisador do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC). ‘Tradicionalmente, sempre se considerou que uma vacina com uma eficácia de mais de 60% é boa’, acrescenta. Mas individualmente, estar infectado de modo assintomático e muito leve é pouco relevante; é muito mais importante se fixar na proteção contra a doença crítica e a morte, que pelos dados conhecidos é semelhante, e muito alta em todas elas.

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Fonte: El País – Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/14/interfarma-defende-seguranca-das-vacinas-contra-covid-19-e-reforca-importancia-da-imunizacao/

Autoridades dos EUA recomendam interrupção da aplicação da vacina Janssen contra a covid-19 após casos de trombose

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A farmacêutica Janssen (subsidiária da Johnson & Johnson) decidiu interromper a aplicação e adiar a distribuição de sua vacina de dose única contra o coronavírus após relatos de casos de trombose. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e a Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) aconselharem conjuntamente a suspensão do uso do imunizante, um dos três administrados no país, por causa dos seis casos de um tipo ‘raro e grave’ de coágulo sanguíneo, informaram as autoridades de saúde federais nesta terça-feira, de acordo com o jornal The New York Times. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a autorização temporária para uso em caráter emergencial no Brasil da vacina da Janssen. O Governo federal já adquiriu 38 milhões de doses do imunizante.

‘O tipo de coágulo sanguíneo denominado trombose de veias e seios venosos cerebrais (TVC) foi observado em combinação com níveis baixos de plaquetas (trombocitopenia). Os seis casos ocorreram em mulheres com idades entre 18 e 48 anos, e os sintomas apareceram de 6 a 13 dias após a vacinação’, detalharam em um comunicado a dra. Anne Schuchat, vice-diretora sênior dos CDC, e o dr. Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA.

Em nota divulgada nesta terça-feira, a Johnson & Johnson afirma ter tomado a decisão de adiar o lançamento de sua vacina na Europa. ‘Como precaução, os CDC e a FDA recomendaram interromper o uso de nossa vacina. Além disso, temos analisado esses casos com as autoridades de saúde europeias. A segurança e o bem-estar das pessoas que usam nossos produtos são nossa prioridade número um’, acrescenta a empresa.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) explicou nesta terça-feira que ainda está ‘investigando’ os casos de tromboembolismo detectados nos Estados Unidos após a vacinação com a Janssen e que ‘atualmente não está claro se existe uma associação causal’ entre a vacina e essas condições. Uma porta-voz garantiu à agência EFE que o comitê de segurança da EMA iniciou ‘uma revisão de um sinal de segurança’ em relação com esses casos, mas a investigação ainda está em andamento e ‘decidirá se pode ser necessária uma ação regulatória’ quando chegar a uma conclusão científica sobre a Janssen.

Seis casos entre sete milhões de vacinados

Cerca de sete milhões de norte-americanos receberam esta vacina -portanto, os casos de coágulo corresponderiam a 0,0008% das pessoas imunizadas- e os Estados Unidos têm mais nove milhões de doses, de acordo com os CDC. Não é, entretanto, a mais amplamente utilizada, já que a maior parte do suprimento nos EUA vem da Pzifer-BioNTech e da Moderna (a imunização completa das duas requer duas doses), que juntas fornecem mais de 23 milhões de frascos por semana. Vários Estados, incluindo Nova York, Geórgia, Ohio e Virgínia, reagiram imediatamente à recomendação das autoridades federais e decidiram suspender a vacinação com o produto da Janssen.

Trata-se de uma pausa como precaução para investigar se existe uma relação direta entre a administração da vacina e os sintomas desenvolvidos pelas seis mulheres, uma das quais morreu e outra está hospitalizada em Nebraska em estado crítico. Especialistas do comitê científico do Governo temem que uma resposta imunológica provocada pela vacina possa ser a causa. No mesmo comunicado, a FDA e os CDC explicam que estão mantendo essa recomendação pelo menos até revisarem mais a fundo esses casos na quarta-feira, quando se reúne o Comitê Consultivo dos CDC sobre Práticas de Imunização. Em seguida, a FDA revisará essa análise.

‘Esses eventos adversos parecem ser extremamente raros. A segurança das vacinas contra a covid-19 é uma das principais prioridades do Governo federal, e levamos muito a sério todas as notificações de problemas de saúde após a vacinação. Pessoas que receberam a vacina da Janssen e tenham forte dor de cabeça, dor abdominal, dor nas pernas ou falta de ar nas três semanas após a inoculação devem entrar em contato com seu serviço de atendimento médico’, alertam os médicos da FDA e dos CDC no comunicado.

Como já aconteceu com a AstraZeneca na Europa, teme-se que as objeções à vacina da Janssen (subsidiária farmacêutica da empresa norte-americana Johnson & Johnson) causem dois efeitos adversos: em primeiro lugar, diminuir o bom ritmo de vacinação no país, mas também ampliar as dúvidas de alguns setores da população sobre a conveniência da imunização, num momento em que o aumento dos casos de covid-19 em alguns Estados, como Michigan e Nova York, preocupa as autoridades sanitárias (nos últimos 14 dias foi registrado 6 % de aumento na positividade). A população afro-americana e também os brancos evangélicos estão na vanguarda dos reticentes à imunização.

Impacto econômico nos EUA

Sobre o hipotético impacto que a paralisação do processo de vacinação poderia ter na retomada total da atividade econômica, o assessor econômico da Casa Branca Jared Bernstein destacou nesta terça-feira que ainda é muito cedo para calcular o impacto. A Casa Branca leva ‘extremamente a sério’ o problema e precisará de ‘muito mais informações antes que possamos entender como isso afeta a curva [de incidência do vírus]’ e as consequências econômicas decorrentes de uma desaceleração na vacinação. No entanto, fontes da Casa Branca disseram que a pausa ‘não deve ter um impacto significativo’ em seus planos de administrar um total de 200 milhões de doses antes dos primeiros 100 dias de Joe Biden no cargo, que se completam em 30 de abril.

Em um comunicado, a Johnson & Johnson declarou: ‘Estamos cientes de que eventos tromboembólicos, incluindo aqueles com trombocitopenia [baixos níveis de plaquetas], foram associados às vacinas contra a covid-19. No momento, não foi estabelecida nenhuma relação causal clara entre esses episódios raros e a vacina Janssen’, nome da subsidiária farmacêutica que desenvolve a vacina. Os coágulos vinculados à vacina da Johnson & Johnson, denominados trombose das veias e seios venosos cerebrais, são especialmente raros.

As ações da farmacêutica caíram 2,2% na abertura do pregão em Nova York, enquanto as da Pfizer e da Moderna subiram, respectivamente, 0,6% e 7,1%. É o segundo revés para a empresa, que no final de março foi obrigada a destruir um lote de vacinas em uma fábrica de Baltimore administrada por uma terceirizada, depois que se constatou que trabalhadores contaminaram acidentalmente um lote equivalente a 13-15 milhões de doses. O FDA ainda está avaliando os controles de qualidade naquela fábrica, o que diminuiu o ritmo de produção do medicamento.

No total, 22% dos norte-americanos estão totalmente vacinados contra o coronavírus e 36% receberam pelo menos uma dose da vacina. Antes da suspensão preventiva do imunizante da Johnson & Johnson, os planos da Administração Joe Biden previam que toda a população adulta do país fosse imunizada até o final de maio.

As autoridades sanitárias federais também alertaram nesta terça-feira que os raros casos de trombose supostamente causados pela vacina ‘precisam de um tratamento diferente do normalmente prescrito’ nesses casos, a heparina. ‘Normalmente, o anticoagulante heparina é usado para tratar coágulos sanguíneos. Mas, neste caso, a administração da heparina pode ser perigosa, sendo necessários tratamentos alternativos’, prossegue o comunicado oficial, que destaca que esta ‘medida de precaução extrema’, ou seja, a suspensão cautelar, visa orientar os profissionais de saúde na hora de identificar e tratar tal eventualidade. Nos EUA, entre 300.000 e 600.000 pessoas desenvolvem coágulos sanguíneos anualmente, de acordo com dados do CDC.

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Fonte: El País – Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/07/e-clara-a-relacao-entre-vacina-da-astrazeneca-e-trombose-diz-chefe-da-ema/

Senado investigará Governo Bolsonaro em CPI enquanto Brasil ultrapassa média de mais de 3.000 mortes diárias

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O Brasil vem registrando uma média de mais de 3.000 mortes diárias por covid-19, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Nesta terça-feira, 13 de abril, o Ministério da Saúde registrou 3.808 óbitos por causa da doença nas últimas 24 horas, totalizando 358.425 óbitos desde o início da pandemia de coronavírus. A cifra alta se deve à subnotificação que ocorre nos fins de semana, dias em que as equipes dos laboratórios são reduzidas. Mesmo assim, considerando os últimos sete dias, de 7 a 13 de abril, o Brasil registrou uma média de 3.068 mortos por covid-19, segundo o cálculo feito a partir dos números oficiais, um novo recorde que sinaliza o agravamento da pandemia. A média anterior, com base no mesmo período da semana, de 31 de março a 6 de abril, havia sido de 2.757 óbitos. As autoridades também contabilizaram 82.186 novos casos de covid-19, e aproximadamente 13,6 milhões de infecções desde o início da crise sanitária. O recorde de mortes registradas em um único dia é da última quinta-feira, quando foram contabilizados 4.249 óbitos.

Os dados confirmam o que especialistas dizem de forma unânime: a pandemia de coronavírus continua acelerando no país em meio ao boicote do presidente Jair Bolsonaro, que nega a gravidade da crise e combate ativamente a medidas de distanciamento social. Nesta terça-feira, o Senado abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades do presidente Bolsonaro na pandemia. Inicialmente, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), havia ignorado a petição de mais de um um terço dos senadores pela abertura da investigação. Até que, na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, determinou que a CPI fosse aberta -uma vez que cumpre os requisitos constitucionais para tal. A decisão contrariou Bolsonaro e seus aliados no Parlamento, que conseguiram incluir a investigação de repasses federais a governadores e prefeitos nas investigações. Ainda falta definir a formação da CPI e quando de fato ela começaria os trabalhos. De toda forma, trata-se do primeiro passo das instituições brasileiras para investigar o presidente e, possivelmente, responsabilizá-lo pelo excesso de danos causados pela pandemia.

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Além da falta de medidas mais rígidas de distanciamento social, governadores e prefeitos vem relaxando suas medidas locais, indo na contramão do que recomenda a comunidade científica. São Paulo, o Estado mais populoso (46 milhões de habitantes) e mais rico do país, anunciou a retomada das aulas presenciais sob o argumento de que o ritmo de novas internações diminuiu. Ainda assim, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 87% nesta terça-feira em todo o território paulista. Em todo o país existe uma pressão de autoridades para a retomada das aulas presenciais, mas educadores são contrários e resistem.

Vacinação segue lenta

Soma-se a esses fatores o ritmo ainda lento da vacinação no país. Pouco mais de 20 milhões de primeiras doses da vacina já foram aplicadas, contemplando pouco mais de 10% da população. Porém, o Ministério da Saúde estima que 1,5 milhão de pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante ainda não retornaram para a aplicação da segunda dose. A pasta afirmou nesta terça-feira que está estudando estratégias de busca a estas pessoas junto com Estados e municípios. ‘A orientação é que elas procurem as unidades de saúde para completarem o esquema vacinal mesmo com atraso, já que, caso contrário, a proteção contra o vírus fica comprometida’, afirmou o ministério.

Pouco mais de 6% das pessoas que receberam a primeira dose da vacina em São Paulo, o mais populoso do país, não retornaram para a segunda dose. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, o regime vacinal não foi completado em 343.912 pessoas no Estado, onde mais de 5,5 milhões já receberam a primeira dose do imunizante. Na Bahia, 148.877 também já estão com a segunda dose atrasada. No Rio de Janeiro, o número chega a 143.015.

‘Fizemos um levantamento contando esses dias [do prazo para a segunda dose] e temos para completar a segunda dose 1,5 milhão de brasileiros que já deveriam ter completado. Esse é o total que estaria no tempo para a segunda dose; os outros ainda estão no prazo para chegar’, explicou a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fontana, durante um encontro com jornalistas nesta terça, do qual também participou o ministro Marcelo Queiroga. ‘Quem atrasou e não conseguiu ir com 28 dias de intervalo da Coronavac, ou aquelas que não conseguiram ir com 84 dias da vacina AstraZeneca, devem comparecer para completar o esquema’, destacou Fontana.

Eles não explicaram quais os motivos que têm levado ao chamado abandono vacinal. O ministro Queiroga afirmou que não há previsão de quando as 77,2 milhões de pessoas dos grupos prioritários serão imunizadas. ‘Com as doses que tenho aí, não tem ainda condições de estabelecer prazo.’ Ele voltou a falar da corrida global pelas vacinas e destacou que trabalha para tentar antecipar entregas das vacinas contratadas.

A pasta que comanda deixou de atualizar o cronograma de entrega para todo o ano, como determinou o Supremo Tribunal Federal na gestão do ex-ministro Pazuello. O último cronograma é de 19 de março e está defasado, com entregas que não foram efetivadas em março.’A capacidade vacinal do PNI é de 2,4 milhões de doses por dia, isso sem contar estratégias adicionais. A gente até poderia prolongar o horário de funcionamento das salas de vacinação. Por que não fazemos isso? Porque não temos vacinas suficientes’, afirmou Queiroga

Ainda nesta terça-feira o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, deu um prazo de 30 dias (a contar de 29 de março) para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ‘decida sobre a importação excepcional e temporária da vacina [russa] Sputnik V’. Caso a Anvisa não se manifeste nesse prazo, ‘estará o Estado do Maranhão autorizado a importar e a distribuir o referido imunizante à população local, sob sua exclusiva responsabilidade’.

A decisão de Lewandowski se baseia na lei 14.124, sancionada em março de 2021. A legislação autoriza a importação excepcional e aplicação de vacinas que já tenham sido aprovadas pelas agências e autoridades reguladoras de referência, como a European Medicines Agency (EMA), da União Europeia, e a Ministry of Health of the Russian Federation, da Rússia. A Sputnik V já foi aprovada por essas duas autoridades, entre outras.

De acordo com a legislação, cabe à Anvisa conceder as autorizações necessárias tanto para importação excepcional como para o uso emergencial dos imunizantes. O prazo é de sete dias. Caso a agência não tenha os documentos técnicos necessários, então o prazo deve ser estendido para 30 dias.

Lewandowski atendeu a um pedido do governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB). Governadores de 14 Estados querem importar cerca de 70 milhões de doses da Sputnik V. Por sua vez, o Ministério da Saúde adquiriu outras 10 milhões de doses da vacina russa. Há dois processos na agência para liberar o imunizante. Um é o pedido de importação excepcional feito por governadores no dia 1º de abril. O outro é um pedido de uso emergencial feito pela União Química, que representa farmacêutica russa no país. Contudo, a Anvisa argumenta que faltam os documentos necessários para a autorização.

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Fonte: El País

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Levantamento alerta para escassez de oxigênio em 1.105 cidades do Brasil

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Um levantamento do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) com 2.465 municípios em todo o país mostra que 1.105 deles, ou 47%, temem faltar oxigênio nos próximos dez dias.

Questionadas se as cidades teriam capacidade de suportar aumento na demanda, com aumento de casos, 65,1% disseram que não teriam mais oxigênio para os pacientes.

Os municípios, especialmente os pequenos, relatam dificuldade de compra. Algumas empresas, inclusive, já avisaram gestores municipais que sua capacidade de produção está perto do limite por conta da falta de insumos.

‘Com o dinheiro federal, conseguimos ampliar nosso tanque de oxigênio e construir uma usina. No entanto, se parte das empresas diminuírem o fornecimento, os hospitais que funcionam apenas com cilindros vão ter falta’, explica Rogero Leite, secretário de Saúde de Corumbá (MS), um dos maiores municípios que afirmou, ao Conasems, temer falta de oxigênios em até dez dias.

Das 2.465 cidades que responderam à pesquisa, 1.683 são abastecidas de oxigênio exclusivamente por cilindros.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que um grupo de 12 empresas doará mais de 5 mil concentradores de oxigênio que devem atender, mensalmente, até 20 mil pacientes, substituindo, em média, 21 cilindros de oxigênio.

MATERIAL DE PROTEÇÃO – Além da falta de oxigênio, os municípios também relataram falta de equipamentos de proteção individuais básicos. O desabastecimento afeta não só os profissionais que atuam na linha de frente contra a pandemia mas também os envolvidos em todo tipo de procedimento hospitalar.

No questionário, que foi encerrado na semana passada e atualizado segunda-feira (12), 53,6% dos municípios disseram que há risco de faltar luvas em até dez dias, 49,6% apontaram risco de faltar máscara, 43,5% temem a falta de testes para Covid-19, 39,1% estão ficando sem aventais, 33% podem ficar sem capote e 30,4% estão no limite até da oferta de álcool gel.

No entanto, na avaliação do secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, a falta de medicamentos do kit intubação e de oxigênio são os mais preocupantes.

‘Luvas e máscaras o município consegue comprar e o Ministério da Saúde já fez algumas distribuições. O que preocupa mais é a falta de medicamento para intubação porque a curva no uso segue ascendente’, afirma o secretário, acrescentando que com mais adultos jovens internados, o consumo é ainda mais veloz, porque eles requerem maior fluxo de oxigênio, exigem mais medicamentos e ficam mais tempo nas UTIs.

Segundo Junqueira, no sábado (9), regiões de Minas Gerais tinham medicamento para mais 24 ou 48 horas no máximo, então foi feita uma distribuição de emergência. Outra distribuição similar seria feita segunda-feira para Santa Catarina e, ao longo da semana, para outros estados. Sempre com quantidades ‘a conta gotas’.

Pesquisa semanal da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na sexta-feira (9), com mais de 3.100 municípios, mostrou que em 1.207 (ou 38,1%) localidades brasileiras, existe o risco iminente de faltar medicamentos do chamado “kit intubação”. Já o risco de faltar oxigênio ocorre em 589 (ou 18,6%) municípios que participaram do levantamento.

Na pesquisa anterior, de 1 de abril, o risco de desabastecimento de medicamentos para intubação estava presente em 1.141 cidades e de faltar oxigênio, em 625.

Para conter o desabastecimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduziu o prazo de quarentena para validação de medicamentos de 14 para sete dias. Junqueira afirma que há um acordo sendo costurando com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para compra de um grande lote de drogas, que seriam suficientes para 120 dias, ‘aí vamos respirar e a indústria nacional terá tempo para se recompor’.

O Ministério da Saúde confirmou a compra da Opas e afirmou que, nesta semana, um grupo de empresas vai doar mais de 3,4 milhões de medicamentos, que serão distribuídos imediatamente aos entes federativos.

Fonte: Diário de Cuiabá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/08/sete-em-cada-dez-hospitais-de-ponta-dizem-que-oxigenio-e-anestesico-acabam-em-uma-semana/

Ibovespa ignora crise política, sobe 0,41% e recupera os 119 mil pontos

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Após abrir em queda pressionado pelo exterior, o Ibovespa fechou a terça-feira, 13, em alta de 0,41%, recuperando os 119.297 alcançados pela última vez em fevereiro, dando sinais de uma recuperação da bolsa. Foi mais um dia de acompanhar os acordos que veem sendo negociados em torno do Orçamento, sem muitos avanços. O ministro Paulo Guedes trabalha por uma PEC para retirar despesas da pandemia do teto de gastos. O receio, aqui, é que gastos fora do teto possam sair do controle.

Na proposta de Guedes, seriam excluídas da regra fiscal as despesas com saúde, o BEm, o Pronampe e medidas emergenciais de outros ministérios. Com isso, sobrariam R$ 35 bilhões em gastos fora do teto, permitindo um cenário mais confortável para acomodar as emendas parlamentares dos congressistas, parte principal do problema criado dentro do Orçamento.

Apesar da tensão gerada pelo Orçamento e, especialmente nesta terça-feira, pela expectativa em relação à CPI da Covid-19, com leitura do texto iniciada às 16 horas, o Ibovespa conseguiu tirar proveito do resultado das vendas do varejo em fevereiro, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O varejo cresceu 0,6% no mês Vendas no varejo crescem 0,6% em fevereiro, diz IBGE , após dois meses seguidos de queda.

A notícia otimista ficou com as vendas no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, além do setor de material de construção, cujas vendas avançaram 4,1% em fevereiro, na série com ajuste sazonal, registrando a primeira variação positiva após duas quedas seguidas. O resultado favoreceu as empresas do segmento de materiais básicos, que subiu 0,8%. Na esteira do bom número do varejo aqui, destaque para o desempenho das Lojas Americanas, com alta de 9,31%, e da B2W, com ganho e 8,97%.

O setor de materiais básicos, em altas seguidas na bolsa, foi também especialmente favorecido hoje com a divulgação pela China do resultado das importações, que cresceram 38%, acima da alta de 24% esperada pelo mercado, levando para o alto o preço do minério de ferro e os papeis ligados à commodity.

A notícia de que o Brasil é a única grande economia com desaceleração do crescimento neste ano, segundo relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), incomodou, mas passou ao largo do fechamento. Aqui, o índice composto de indicadores antecedentes (Composite leading indicators-CLIs), caiu 0,32% no Brasil em março, na comparação com fevereiro. Único recuo das economias monitoradas pela OCDE.

Ibovespa hoje, 13 de abril de 2021

No mercado externo, bolsas americanas abriram com pessimismo depois que a Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa dos Estados Unidos, recomendou pausa na campanha de vacinação contra o coronavírus com o imunizante da Johnson & Johnson. Agora, o órgão regulador quer investigar casos de coagulação de sangue em vacinados.

No entanto, os ânimos se acalmaram assim que a Casa Branca emitiu um comunicado dizendo não esperar um problema no programa de vacinação do país e que este caso não deve atrasar a vacinação. ‘Este anúncio não terá um impacto significativo em nosso plano’, disse Jeff Zients, coordenador de resposta à Covid-19 da Casa Branca.

Por fim, investidores acompanharam também os desdobramentos do resultado da inflação nos EUA medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor), que registrou alta de 0,6% em março na comparação com fevereiro e acumulado de 2,6% em doze meses, resultado que ficou dentro do esperado pelo mercado norte-americano, de alta de 0,5% na base mensal e de 2,5% na anual. No final do dia, Dow Jones fechou em queda de 0,20% (33.678,78 pontos); S&P 500 sobe 0,33% (4.141,56) e Nasdaq avançou 1,05% (13.996,10 pontos).

Fonte: DCI Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/12/ibovespa-fecha-em-alta-de-2-e-encosta-nos-115-mil-pontos-com-exterior-e-pec-emergencial-dolar-cai-a-r-554/