O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu nesta segunda-feira, 12, para o aumento recente nos casos e mortes pelo coronavírus. ‘Não se enganem. As vacinas contra a covid-19 são um instrumento vital e poderoso, mas não são o único instrumento”, afirmou.
Durante entrevista coletiva virtual, ele disse que a entidade não defende “lockdowns sem fim”, mas medidas combinadas, “adequadas e ágeis” para conter o problema.
Tedros lembrou que, entre janeiro e fevereiro, houve um período de seis semanas seguidas de recuo nos casos do vírus pelo mundo. “Nós temos agora sete semanas seguidas de alta nos casos, e quatro semanas de avanço das mortes”, comparou, citando “grandes aumentos” nos casos em vários países da Ásia e do Oriente Médio.
“Isso ocorre apesar do fato de que mais de 780 milhões de doses de vacinas foram administradas globalmente”, afirmou a autoridade da OMS.
Segundo Ghebreyesus, há “confusão, complacência e inconsistências em medidas de saúde pública e na aplicação delas”, o que resulta em aumento da transmissão dos vírus e das mortes. “É preciso uma abordagem consistente, coordenada e abrangente”, defendeu. “Os países que têm se saído melhor têm adotado uma combinação de medidas sob medida, mensuradas, ágeis e baseadas em evidências”.
Remdesivir
O OMS também afirmou que, até agora, seu estudo Solidarity mostra não haver evidências de que o remédio remdesivir seja bem-sucedido para auxiliar no tratamento de pacientes hospitalizados por covid-19. Por isso, não recomenda o seu uso.
Segundo a entidade, estudos menores viram benefícios no uso do remdesivir em apenas alguns subgrupos.
Cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan disse que pesquisas menos abrangentes mostraram “benefícios marginais” com o uso do remdesivir. Segundo ela, a análise do medicamento continua a ocorrer, mas até agora não houve a conclusão de que seu uso poderia ser vantajoso no tratamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou em 12 de março o uso do antiviral no tratamento de pessoas hospitalizadas com covid-19 no Brasil. O remédio é bastante usado nos Estados Unidos em pacientes graves que não estão entubados.
A pandemia do novo coronavírus pode ter contribuído para a população brasileira buscar por uma alimentação mais saudável e fortalecer o sistema imunológico. A fim de promover maior proteção em relação ao vírus, muitas pessoas estão apostando também em suplementos e vitaminas (polivitamínicos) como forma de garantir os nutrientes necessários para o equilíbrio e bom funcionamento do organismo.
Para o médico responsável pelo Laboratório Teuto, Nirley Moreira, é essencial que a imunidade esteja fortalecida a fim de minimizar o risco de contaminação. ‘Precisamos buscar uma alimentação balanceada sempre. Mas, às vezes precisamos de um auxílio e é assim que devemos inserir os suplementos e vitaminas’, orienta o profissional.
Segundo o médico, o bom funcionamento do sistema imunológico depende da ingestão conjunta de vários nutrientes e não somente de uma ou de outra vitamina específica. ‘Não podemos dar espaço para um nutriente, como a vitamina C, muito ligada à imunidade, e esquecer dos outros. Portanto, investir em apenas um nutriente, sem a presença dos outros na alimentação, não previne nenhuma doença. É necessário usar um suplemento completo, como o A-Z Polivitamínco do Teuto’, revela Nirley.
Mesmo com o uso de polivitamínicos, o médico reforça a importância de manter uma alimentação saudável e consultar um profissional da saúde de confiança.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 2,94% em março. Com este resultado, o índice acumula alta de 8,26% no ano e de 31,10% em 12 meses.
Por conta disso – a título de comparação – em março de 2020 o índice havia subido 1,24% e acumulava alta de 6,81% em 12 meses. Isso mostra, como tem sido amplamente repercutido, o quão forte está sendo a pressão sobre os preços no último ano.
‘Todos os índices componentes do IGP-M registraram aceleração’, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV. ‘Trata-se do maior valor para março desde o início do Plano Real.’
Trata-se de um resultado alarmante para todos, mas que afeta diretamente alguns grupos específicos – como as pessoas que pagam aluguel, já que o índice é utilizado para reajustar contratos do gênero.
IGP-M
À CNN, Braz disse que o resultado do IGP-M em março veio muito influenciado pelo reajuste da gasolina e do diesel, tanto no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% da cesta, como no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que reúne outros 30%.
Além disso, o IPA também mostra uma aceleração forte nas commodities, agrícolas e industriais, de mais de 70% em um ano. As matérias-primas nem tanto, mas bens intermediários e finais, sim.
Ele também diz acreditar que o indicador tem potencial para continuar avançando como está pelo menos até o final do primeiro semestre. Uma possível desaceleração só será possível na segunda parte do ano.
A Covid-19 está determinando a aceleração e a desaceleração da demanda por petróleo e, com várias economias reabrindo, vamos ter aumento da demanda e, consequentemente, de preços.
O viés é de alta porque o mundo inteiro está pelo menos um passo à nossa frente e vai retomar as atividades mais cedo. E esse desafio não fica só nos combustíveis, mas também na indústria química, nos defensivos agrícolas.
IPCA
Para Braz, é bem provável que a gente feche 2021 próximo do teto inflacionário. Minhas previsões mostram que o IPCA deve continuar avançando até junho, chegando até cerca de 7% em 12 meses, mas tende a desacelerar depois disso e acabar o ano por volta de 5,1%.
Mas isso vai depender muito do aumento da dívida pública e da prorrogação dos efeitos da Covid-19. O governo deu informações truncadas para a população no último ano, o que atrapalhou muito na gestão da pandemia.
‘Temos grandes cidades do Sudeste antecipando feriados, quando já devíamos estar pensando em uma retomada forte. Enquanto a gente viver este dilema, vamos continuar alimentando a inflação’, frisou.
E acrescentou: ‘a iniciativa privada não vai investir com tantas incertezas e o governo não tem dinheiro para estimular este movimento. Então, enquanto vemos as previsões de inflação aumentarem, também vemos as previsões para o PIB diminuírem.’
UTIs – No início da pandemia, a recomendação era que as pessoas mais idosas e com comorbidades se cuidassem ainda mais para não serem infectadas pelo coronavírus, pois teriam mais chances de desenvolver sintomas mais graves e precisar de hospitalização. Agora, com o avanço rápido da doença e o surgimento de variantes, a situação mudou, pelo menos aqui no Brasil.
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Em pesquisa divulgada na última semana, os números mostram que a quantidade de pacientes com menos de 40 anos nas UTIs ultrapassou o número de pessoas mais idosas hospitalizadas. Indivíduos com 39 anos ou menos, no mês de março, representaram mais de 52,2% do total, somando mais de 11 mil pacientes. O aumento foi de 14,6% em relação ao início da pandemia e cerca de 45% entre os meses de setembro a fevereiro.
Imagem: Reprodução/AnnaStills/Envato
As informações são de uma pesquisa realizada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Ederlon Rezende, co-coordenador do projeto, conta que o aumento é bastante significativo, além de servir de alerta. “Antes, essa era a população que geralmente desenvolveria apenas uma forma menos severa da doença e não precisaria de cuidados intensivos”, disse. Esses pacientes, além de serem mais jovens, também costumam não apresentar comorbidades.
Rezende atribui a mudança nos números ao fato de que as pessoas mais velhas estão sendo as primeiras a serem imunizadas contra o coronavírus, inicialmente aquelas com mais de 80 anos, e também porque os mais jovens são os mas prováveis a se exporem ao SARS-CoV-2, principalmente por precisarem se deslocar ao trabalho. Além disso, é preciso considerar a gravidade das novas variantes do vírus.
Mais de meio milhão de pessoas que receberam a primeira dose da Coronavac no início da vacinação no Brasil não retornaram para receber a segunda dose do imunizante, o que, de acordo com cientistas, pode comprometer a proteção da vacina.
Os dados tabulados pela reportagem revelam um abandono vacinal de 14,13% no caso da Coronavac. Abandono vacinal é o nome técnico para o percentual de vacinados que iniciam o esquema vacinal e não o finalizam por diferentes motivos.
O levantamento olhou apenas para a Coronavac porque o intervalo entre doses do imunizante de Oxford/Astrazeneca é de 90 dias -as taxas de abandono dessa vacina, portanto, só podem ser calculadas a partir do final deste mês.
A Coronavac é a principal vacina contra Covid-19 aplicada no país. No primeiro mês de aplicação dos imunizantes, 7 em cada 10 vacinados receberam a vacina produzida pelo Instituto Butantan.
Em Roraima e no Amazonas, a quantidade de pessoas que tomaram apenas a primeira dose da Coronavac e não voltaram para receber a segunda passa de 25%. As menores taxas de abandono da vacina estão em Alagoas e no Rio Grande do Norte, ambos abaixo de 7% (veja infográfico). Os números foram extraídos do DataSUS, sistema de informações do Ministério da Saúde.
No primeiro mês de vacinação no país -de 17 de janeiro a 17 de fevereiro-, 4 milhões de brasileiros receberam a primeira dose da Coronavac. São pessoas de grupos prioritários como povos indígenas e quilombolas, trabalhadores da saúde, idosos e outros perfis definidos no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, com adaptações de estados e municípios.
A segunda dose teria de ser ministrada até 28 dias após a primeira. A autorização emergencial da Anvisa para Coronovac define a aplicação da segunda dose em um intervalo de 14 a 28 dias após a primeira etapa da imunização.
Até a última quinta (8), ou seja, mais de 45 dias após o primeiro mês de vacinação no Brasil, 562,2 mil desses vacinados não haviam retornado para receber a segunda dose da Coronavac.
A reportagem conversou com cientistas e com o Instituto Butantan para entender os possíveis impactos na imunização de quem só tenha tomado a primeira dose da vacina. A resposta comum é que não há, ainda, nenhum estudo científico publicado que analise a proteção com uma dose única da Coronavac.
O que se sabe hoje é que o organismo leva uma média de duas semanas após a segunda dose das vacinas para construir seu escudo protetor contra a Covid-19.
Algumas pesquisas já sinalizaram proteção contra a doença após a primeira dose de outros imunizantes. No caso da Oxford/Astrazeneca, a proteção contra o vírus começa em torno de 21 dias depois da primeira dose (a segunda aplicação tem um papel de prolongar a proteção adquirida).
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, que produz a Coronavac, tem insistido em entrevistas para a imprensa que é melhor receber a segunda dose com algum atraso de até duas semanas do que não recebê-la. Ou seja: quem passou dos 28 dias após a primeira parte da vacina ainda deve requerer a dose faltante.
Segundo o virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, atrasar uma ou duas semanas na aplicação da segunda dose não deve ter um efeito importante. “Acima disso é preciso ter estudo”, diz.
“Na prática, não sabemos até quando dá pra esperar para tomar a segunda dose da Coronavac”, diz a microbiologista e pesquisadora da USP Natália Pasternak.
O rastreamento dos vacinados no Brasil pode ser feito no DataSUS porque cada pessoa imunizada é registrada no sistema com um código de identificação, no qual há informações sobre idade, dose da vacina recebida e a qual grupo prioritário pertence. Não há, claro, informações pessoais sobre cada vacinado que permitam identificá-lo.
Os dados mostram que 7 em cada 10 vacinados que abandonaram a trajetória vacinal têm menos de 60 anos -são, sobretudo, profissionais de saúde (especialmente técnicos e profissionais de enfermagem) e indígenas.
Depois desse grupo, quem mais não recebeu a segunda dose da vacina foram os idosos com mais de 80 anos: eles são 2 em cada 10 vacinados que não tomaram a segunda dose. Já a população entre 60 e 80 anos teve a maior adesão.
O abandono vacinal era uma preocupação de especialistas no país antes mesmo da pandemia. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo já havia mostrado que a taxa de vacinados que desistiram no percurso cresceu 47,6% nos últimos cinco anos. Passou de 15,8% em 2015 para 23,4% no ano passado.
Essas taxas eram calculadas no Brasil para nove vacinas, como a meningocócica C (com duas doses) e a poliomielite (com três doses).
Em nota sobre as taxas de abandono vacinal contra Covid-19, o Ministério da Saúde afirmou que a estratégia de imunização da Coronavac foi definida entre União, estados e municípios para acelerar e ampliar a vacinação no país.
“A pasta esclarece que, semanalmente, coordena reuniões com as gestões de saúde estaduais e municipais para definir a orientação adotada a cada nova distribuição, para o cumprimento da imunização completa, com primeira e segunda dose. O ministério informa, ainda, que depende do registro das aplicações das vacinas pelos estados para divulgação das doses utilizadas nos grupos prioritários e para um acompanhamento mais efetivo da campanha de vacinação.”
Nos EUA, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), 88% dos americanos que tomaram a primeira dose receberam também a segunda dose no intervalo adequado de tempo.
Dentro desses 12% faltantes, no entanto, somente 3,4% das pessoas perderam a segunda dose no prazo indicado. No momento da análise, 8,6% ainda não tinham tomado a segunda dose mas estavam dentro do intervalo adequado para tal.
Ao todo, 12,4 milhões receberam a primeira dose das vacinas da Moderna ou da Pfizer/BioNTech entre dezembro e meados de fevereiro.
Os autores das análises afirmam que a situação aparentemente positiva deve ser vista com cautela, porque conforme crescem os grupos prioritários a aderência ao intervalo recomendado entre as doses pode diminuir.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, deste ano subiu de 4,81% para 4,85%.
A estimativa está no boletim Focus de hoje (12), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
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Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,53%. Tanto para 2023 como para 2024 as previsões são de 3,25%.
O cálculo para 2021 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.
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A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
De janeiro a março, a inflação já acumula 2,05% e, nos últimos 12 meses, chega a 6,10%.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que, em março, o IPCA ficou em 0,93%, a taxa mais alta para o mês desde 2015, quando alcançou 1,32%. Em março de 2020, a variação havia sido de 0,07%.
Os principais impactos vêm dos aumentos nos preços de combustíveis (11,23%) e do gás de botijão (4,98%).
Já a inflação do grupo alimentação e bebidas, que influenciou a alta do índice nos últimos meses, vem desacelerando e está em 0,13%.
Os preços continuam subindo, mas sobem menos a cada mês. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro.
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Taxa de Juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2021 em 5,25% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é que a taxa básica suba para 6% ao ano.
E para o fim de 2023 e 2024, a previsão é 6,50% ao ano e 6,25% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e Câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 3,17% para 3,08%.
Para o próximo ano, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2,33%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,50%.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,35 para R$ 5,37 ao final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,25.
Sob pressão para acelerar o ritmo de vacinação contra a covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta segunda-feira (12/4), que o governo federal tem assegurado para o mês de abril 30,5 milhões de doses do imunizante contra a covid-19. Segundo o cardiologista, a quantidade é a que a pasta da Saúde tem como ‘certa’ e será produzida pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz.
‘Em relação ao cronograma, o que nós temos são doses estimadas porque isso depende das entregas. […] Agora, no mês de abril, nós temos asseguradas 30,5 milhões de doses dessas vacinas, que são produzidas nas nossas duas instituições, Fiocruz e Instituto Butantan. Isso é o que a gente tem certo’, declarou durante coletiva de imprensa no evento de lançamento da campanha de vacinação contra a gripe.
O ministro explicou que havia uma possibilidade do Ministério da Saúde contar com a vacina Covaxin, da Bharat Biotech, porém o imunizante não obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser importado e aplicado na população brasileira.
‘Houve problema de registro. Isso estava tratado com a Bharat Biotech. Infelizmente, a Anvisa não autorizou e a gente teve que retirar essa previsão de doses’, disse.
Cronograma sem atualização
Apesar de afirmar que retirou a previsão do recebimento dessas doses, o cronograma de recebimentos de imunizantes contra a covid-19, divulgado no portal do Ministério da Saúde, ainda conta com os 8 milhões de doses da Covaxin que seriam entregues até o final deste mês. Isso porque o documento não é atualizado desde 19 de março.
No cronograma divulgado está prevista a entrega de 47,3 milhões de imunizantes contra o novo coronavírus. Questionado pelo Correio na última semana, o Ministério da Saúde respondeu que ainda não sabe se o documento irá prosseguir com as atualizações.
A orientação da pasta aos jornalistas foi para que buscassem atualizações do cronograma junto aos respectivos laboratórios que fecharam acordo com o governo federal, a fim de confirmar o número de vacinas que serão entregues ao país.
Campanha ‘acelerada’
Apesar de reconhecer que tem capacidade para vacinar mais brasileiros, o ministro Queiroga acredita que a campanha de vacinação contra a covid-19 está ‘acelerada’ no Brasil. ‘O Brasil já é o quinto país que mais vacina e o nono país que mais vacina por 100 mil habitantes, e nós já vacinamos 1 milhão de pessoas por dia’, disse.
O cardiologista lamentou não ter mais vacinas disponíveis para poder imunizar os brasileiros, mas reforçou que este não é um problema só do Brasil. ‘É claro que nós queríamos vacinar mais. […] Lamentavelmente nós não temos essa quantidade de vacinas. Nem nós, nem a maioria dos países do mundo’, ponderou.
Segundo Queiroga, se o país tivesse garantido entre 40 e 50 milhões de vacinas nos próximos três meses, ele atingiria a capacidade de imunizar 2,4 milhões de indivíduos por dia. Para sanar a falta de vacinas disponíveis, o ministro garantiu que busca na diplomacia com outros países, a entrega mais célere de insumo farmacêutico ativo (IFA), necessário para a produção das vacinas no Brasil, e até mesmo imunizantes prontos.
‘Eu não quero aqui me ater a detalhes dessas negociações porque são negociações internacionais sensíveis, e que nós não podemos estar antecipando essas questões sob pena de perder a oportunidade de negócio. Nenhum de nós aqui quer que o Brasil perca a oportunidade de adquirir uma dose sequer de vacina’, justificou a falta de informações sobre acordos com outros países.
Queiroga se retirou um pouco antes do fim da coletiva de imprensa por causa de uma reunião e pediu ‘licença’ aos jornalistas presentes a fim de buscar mais vacinas para o país. ‘Eu vou pedir desculpas a vocês porque eu preciso conseguir mais vacinas para o Brasil. Se eu tiver alguma coisa certa, pode ter certeza que vou falar para vocês’, completou antes de se retirar do evento.
Prestes a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo federal na pandemia de covid-19, o Senado cobrou respostas do Ministério da Saúde sobre a vacinação da população e a compra de doses pela iniciativa privada. A manifestação do ministério deve mexer com a tramitação do projeto que flexibiliza as regras para compra de imunizantes pelo setor privado. O texto, que já passou pela Câmara, tem o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
O Ministério da Saúde não tem apresentado cronogramas atualizados sobre a chegada mensal das vacinas em 2021, nem mesmo as projeções de quando grupos prioritários serão imunizados. Ainda assim, defensores da antecipação de vacinas ao setor privado, como Lira, argumentam que o governo federal já contratou doses suficientes para o SUS.
Líderes do Senado avisaram que a proposta não será votada da forma como foi aprovada na Câmara. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), recebeu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no sábado, 10, após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a abertura da CPI. Pressionado pelas empresas, Pacheco pediu a Queiroga um cronograma factível de vacinação de grupos prioritários. O senador busca argumentos para sustentar o discurso de que a entrada da iniciativa privada na campanha de imunização não é uma forma de “furar a fila” da vacinação, pois o SUS já estaria abastecido de doses.
Pelo texto aprovado na Câmara, empresários poderiam comprar vacinas mesmo sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que o produto seja autorizado em alguma autoridade “credenciada” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Pouco preciso, o projeto abre margem para a entrada de vacinas de origem duvidosa e estimula negociações em um mercado paralelo, na leitura de especialistas. A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, também se manifestou contra a proposta. O próprio ministro Queiroga tem dito que deseja “ver para crer” que as vacinas serão entregues a empresários brasileiros em plena disputa global por doses.
Como mostrou o Estadão, empresários têm negociado a compra de vacinas em mercados paralelos, que oferecem doses a preços baixos, mas sem qualquer garantia de entrega ou aval das fabricantes. A proposta que passou pelos deputados também retira a exigência de doar ao SUS 100% das doses compradas, enquanto grupos prioritários são vacinados. A ideia é permitir que esta cota de doação seja igual ao que for aplicado nos funcionários das empresas que adquirirem as doses.
Após a reunião com Queiroga, o presidente do Senado sinalizou que deseja evitar o confronto com a Saúde. “É muito importante mantermos a união, pacificação, diálogo permanente, para soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros, que é a pandemia”, disse Pacheco.
Sem insumo
Queiroga tem feito reuniões com embaixadas, farmacêuticas e entidades ligadas à OMS para tentar antecipar a chegada de imunizantes ao País. Há dificuldade, porém, para receber até mesmo doses excedentes da AstraZeneca nos Estados Unidos, segundo auxiliares de Queiroga. O governo também mira alternativas como o envase de vacinas em laboratórios de medicamentos para animais, mas a leitura na cúpula da Saúde é de que o problema não é a falta de locais de produção no Brasil, mas sim do insumo farmacêutico ativo (IFA). O Brasil depende de ingredientes importados da China, que tem atrasado entregas.
No papel, o ministério aponta que tem mais de 560 milhões de doses garantidas para 2021. Além de as entregas estarem atrasadas, porém, há previsão de vacinas que ainda precisam de aval da Anvisa, como a indiana Covaxin. A agência sanitária negou o primeiro pedido de importação deste imunizante, apontando falta de informações sobre eficácia e segurança.
No começo de fevereiro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu, em audiência no Senado, que toda a população apta a receber a vacina contra a covid-19 será imunizada ainda em 2021. O compromisso, à época, foi apontado por Pacheco como uma condição para segurar a abertura da CPI.
Para esfriar críticas sobre demora para compra de vacinas, Pazuello também passou a apresentar, a partir de fevereiro, cronogramas de entregas das doses, que jamais se cumpriram. Segundo as primeiras previsões da Saúde, o Brasil encerraria o mês de março com 68 milhões de imunizantes distribuídos. Segundo dados de quinta-feira, 8, foram entregues 47,5 milhões de doses.
No último dia 8, o Ministério da Saúde disse ao Estadão que não iria mais apresentar cronogramas de entrega das vacinas. A informação teria de ser solicitada a cada laboratório, informou a Saúde. No dia seguinte, a pasta mudou de postura e disse que o cronograma está exposto em seu site. O link indicado pela assessoria de comunicação da pasta, porém, leva a um documento de 19 de março, que já está defasado e foi superado por outros cronogramas apresentado pelo próprio ministério.
Demora
Pressionado pela queda de popularidade, o presidente Jair Bolsonaro modulou o discurso e passou a defender a vacina, além de negar que um dia rejeitou os imunizantes.
O governo federal, porém, chegou a desdenhar da demora na compra das vacinas. “Para que essa ansiedade?”, disse o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em dezembro de 2020. No mês seguinte, o mesmo general declarou que o governo iria receber uma “avalanche” de propostas de vacinas e que o Brasil iria ultrapassar a campanha dos Estados Unidos já em fevereiro, o que até agora não ocorreu. Apenas em dezembro um crédito de R$ 20 bilhões foi aberto para contratação das doses, quando o governo já havia rejeitado ofertas para compra da Pfizer e do Instituto Butantan.
Já o presidente Jair Bolsonaro passou meses, em 2020, rejeitando propostas de compra da Coronavac, imunizante que ele apelidou de “vachina”, por causa da origem chinesa, e “vacina de João Doria”, em referência ao governador paulista, seu inimigo político. Bolsonaro afirmou ainda que não compraria esta vacina mesmo após o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele atribuiu a decisão ao argumento de não ter “segurança” sobre a vacina, por causa da origem chinesa.
Em março, o Ministério da Saúde procurou justamente a Embaixada da China para pedir socorro. A pasta apontou risco de a campanha de imunização parar no País “por falta de doses, dada a escassez da oferta internacional”, e pediu a compra de 30 milhões de vacinas da Sinopharm.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta 2ª feira (12.abr.2021) que adiou, para o dia 19 de abril, o início da inspeção nas duas fábricas da vacina Sputnik V na Rússia.
O adiamento da inspeção foi solicitado pelo Fundo Soberano Russo. A inspeção marcada inicialmente de 15 a 21 de abril nas empresa JSC Generium e Ufavita serão realizadas de 19 a 23 de abril.
Com a mudança, as duas equipes de especialistas da Anvisa sairão do Brasil juntas e as inspeções ocorrerão simultaneamente. A nova data da viagem ainda será confirmada.
Até o momento, o Brasil tem usado a vacina CoronaVac, produzida em parceria com o Instituto Butantan, e a AstraZeneca/Oxford.
A vacina da Pfizer já obteve registro definitivo pela Anvisa e foi comprada pelo governo, mas a entrega do primeiro lote ocorrerá apenas neste mês.
O Brasil vai receber, em junho, 842.800 doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer, informaram nessa 2ª feira (12.abr.2021) os ministérios das Relações Exteriores e da Saúde. A entrega se dará por meio da Covax Facility, iniciativa global para acesso a imunizantes.
‘O Ministério da Saúde tem 42,5 milhões de doses de vacinas contratadas com a Covax Facility. A quantidade é suficiente para vacinar 10% da população brasileira’, dizem os ministérios em nota conjunta.
Até agora, o Brasil recebeu pouco mais de 1 milhão de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford por meio do consórcio.
As doses que o consórcio entregará ao Brasil em junho não fazem parte das 100 milhões já encomendadas pelo Ministério da Saúde à Pfizer. Dessas 100 milhões, a entrega da 1ª parte está prevista para acontecer em maio.
A vacina da Pfizer já tem o registro definitivo para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Tem mais de 90% de eficácia contra o coronavírus. O imunizante é aplicado em duas doses, assim como as outras vacinas já utilizadas no PNI (Programa Nacional de Imunização).
Atualmente, o Brasil aplica na população as vacinas da farmacêutica chinesa Sinovac (a CoronaVac), que tem autorização para uso emergencial, e a da AstraZeneca/Oxford, que conta com o registro oficial concedido pela Anvisa.
Covax Facility
A Covax Facility surgiu de uma iniciativa global para acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição equitativa de vacinas contra a covid-19. É co-liderado pela Gavi, Vaccine Alliance, a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations e OMS (Organização Mundial da Saúde).
O objetivo, além do apoio a pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas, é negociar preços com empresas farmacêuticas e facilitar o acesso às vacinas.
Fazem parte do consórcio 190 países. A meta da Covax é entregar mais de 2 bilhões em 2021 – 333 milhões de doses até meados do ano.
No 2º trimestre deste ano, 14,1 milhões de doses da Pfizer serão distribuídas a 47 países. Além do Brasil, os principais beneficiários devem ser Colômbia, México, Filipinas, África do Sul e Ucrânia.
Já a entrega de vacinas da AstraZeneca pode ocorrer ‘com alguns atrasos’, disse a Gavi nessa 2ª feira (12.abr.2021).
A baixa disponibilidade do imunizante já atrasou algumas entregas em março e abril. Além disso, grande parte da produção da vacina da AstraZeneca feita pelo Instituto Serum, da Índia, está sendo mantida no próprio país, como forma de amenizar o desabastecimento que atinge algumas regiões indianas.