Pfizer e BioNTech querem vacinar adolescentes nos EUA

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Na última sexta-feira (9/4), as farmacêuticas] e BioNTech solicitaram à Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos a autorização para dar início a imunização de adolescentes de 12 a 15 anos de idade. O pedido foi feito alguns dias após a divulgação de testes clínicos que demonstraram que a vacina contra o coronavírus desenvolvida pelas empresas é 100% eficaz na prevenção da Covid-19 nessa faixa etária. As informações são do Metrópoles.

A pesquisa que corroborou o resultado envolveu 2.260 adolescentes de até 15 anos, divididos entre o grupo que recebeu a vacina e o que recebeu uma injeção com placebo. Nenhum voluntário que recebeu a vacina foi diagnosticado com a doença após a imunização. No grupo de controle, houve 18 casos positivos.

Por enquanto, a vacina só é permitida nos Estados Unidos para pessoas com 16 anos ou mais. Em uma rede social, Janet Woodcock, comissária interina da FDA, afirmou que o pedido será analisado “o mais rápido possível”, mas não deu previsão para a avaliação dos dados.

Segundo informações da agência Reuters, não haverá reunião do conselho consultivo independente da FDA para avaliar a questão. Por enquanto, somente as vacinas da Moderna e da Johnson & Johnson estão sendo testadas em pessoas de 12 a 18 anos nos EUA. Contudo, ainda não há dados sobre estas pesquisas.

Os testes em crianças de 6 meses a 11 anos com o imunizante Pfizer/BioNTech começaram em março. Os estudos avaliarão a segurança, tolerabilidade e imunogenicidade do medicamento entre voluntários de 5 a 11 anos, 2 a 5 anos e 6 meses a 2 anos. Os laboratórios Oxford/AstraZenecaSinovac Biotech (CoronaVac) e Moderna também já começaram a avaliar os resultados das vacinas em crianças e adolescentes.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/11/seis-em-cada-dez-leitores-defendem-lockdown-nacional/

Balcão do BDMG: veja vagas de emprego para BH e região

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Está em busca de trabalho ou estágio? Veja as dicas que o Balcão BDMG preparou para você.

VAGAS SENAC
O SENAC oferece 140 vagas na Grande BH, principalmente para técnico enfermagem, técnico farmácia além de estágios para TI, administração (técnico e superior). Ainda promove consultoria online e gratuita para os candidatos, para ensinar como fazer currículo e entrevistas online. o agendamento é pelo rededecarreiras@mg.senac.br. Além disso tem 547 vagas disponíveis entre emprego, estágio, jovem aprendiz, contrato temporário e exclusivas para pessoas com deficiência em todo o estado.

VAGAS CIEE
O Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais oferece 17 vagas de estágios para estudantes de educação superior e seis vagas para estudantes de cursos técnicos e ensino médio nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e região. A bolsa-auxílio varia de R$ 500,00 a R$ 1.100,00. Em todo o Estado, o CIEE/MG possui 186 ofertas de estágios em aberto.

VAGAS TELEFONIA
A TIM tem vagas abertas para pessoas com deficiência em Minas, os cargos disponíveis no estado são para consultor e gerente de vendas. Só na Região Metropolitana de BH são oito vagas. Além de Belo Horizonte e Contagem, há oportunidades em Governador Valadares, Ipatinga, Montes Claros e Uberlândia. Quem tiver interesse deve cadastrar o currículo neste endereço. A TIM oferece remuneração variável compatível com o mercado, vale-refeição e/ou alimentação, assistência médica e odontológica, seguro de vida, previdência privada, participação nos resultados, celular corporativo, entre outros benefícios.

VAGAS PRIMEIRO EMPREGO
A Coca-Cola FEMSA Brasil abriu inscrições para o “Coletivo Online”, programa de empregabilidade 100% digital, em Belo Horizonte.

A iniciativa é do Instituto Coca-Cola Brasil em parceria com a Coca-Cola FEMSA Brasil, que ajuda a conectar jovens ao primeiro emprego. A iniciativa tem como objetivo conectar jovens de 16 a 25 anos, moradores de comunidades de baixa renda, a oportunidades no mercado de trabalho por meio de uma rede de cerca de 400 parceiros empregadores.

Para participar, os interessados devem se cadastrar, até o dia 16 de abril ou até quando se encerrarem as vagas, por meio deste link. O programa on-line é gratuito e oferece videoaulas curtas e objetivas durante seis semanas. O formato permite que o jovem faça o curso de qualquer lugar, a qualquer momento, por meio de WhatsApp.

O conteúdo do “Coletivo Online” é focado em temas do mundo do trabalho, elaboração de um plano de vida, planejamento financeiro, construção de currículo e como se preparar para entrevistas e processos seletivos. Quem assistir às videoaulas e fizer as atividades práticas recebe um certificado de conclusão e, ao final do curso, os participantes são convidados a se cadastrarem nas comunidades de vagas do programa, podendo se candidatar aos processos seletivos de uma rede de parceiros empregadores. Além da faixa etária, o outro requisito para participar é ter concluído o Ensino Médio ou estar cursando.

VAGAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
GERDAU

As inscrições estão abertas até o dia 11 de abril e a iniciativa prevê a geração de 100 vagas em Ouro Branco ao longo de 2021. Serão formadas, neste ano, quatro turmas de até 25 alunos. O projeto de formação industrial tem duração de 10 meses, a partir do início do mês de maio, incluindo parte teórica e prática na unidade. Após esse período, há possibilidade de efetivação de 100% dos candidatos, a depender do desempenho alcançado e disponibilidade de vagas. Os interessados precisam ser maiores de 18 anos, ter formação completa no ensino médio e ser residente dos municípios de Ouro Branco, Congonhas ou Conselheiro Lafaiete. É preciso apresentar ainda laudo médico (CID – Classificação Internacional de Doenças) e ter disponibilidade para treinamento em formato híbrido (presencial e online) no período de 8h por dia. Os admitidos, além do salário, transporte e alimentação terão plano de saúde, plano odontológico, plano farmácia, seguro de vida, entre outros.

SEBRAE CAPACITAÇÃO

O Projeto Fatos S Agita tem o objetivo de estimular ideias de negócios de base tecnológica. As inscrições vão até 11 de abril e aulas serão online nos dias 23, 24 e 25 deste mês. O programa quer estimular a criação de soluções voltadas a segmentos impactados pela pandemia, tais como varejo, turismo, mobilidade urbana, saúde, dentre outros. O Fator S Agita é voltado para o empreendedor que deseja iniciar na jornada de startups. O programa visa despertar e trabalhar o perfil empreendedor dos participantes, estimular o desenvolvimento e compartilhamento de ideias de negócios e a criação de soluções criativas e inovadoras para o mercado.

Podem se inscrever desde potenciais empreendedores, empresários, estudantes, universitários, até demais interessados na temática de startups, com perfis entre as quatro áreas: Desenvolvedores, Marketing, Design ou Vendas/Negócios. Do total de vagas, 70% serão destinadas a residentes ou estudantes de instituições de ensino superior de Governador Valadares. As demais vagas serão destinadas a participantes de municípios da regional Rio Doce e Vale do Aço, conforme edital. O programa será realizado de sexta a domingo, totalizando 14 horas de imersão divididas em seis workshops, entre capacitações e mentorias.

SENAC HUB

Especialistas de diversas áreas apontam tendências para os novos desafios em evento gratuito. Temas como gestão, gastronomia, inovação e tecnologia serão abordados. O objetivo é mostrar a importância de se preparar para o período pós-pandemia.

A primeira edição do Senac Hub vai reunir especialistas e docentes das áreas de gestão, inovação, gastronomia e tecnologia para um bate-papo virtual. A atividade acontece no dia 6 de abril, a partir das 17h, no YouTube do Senac em Minas.

A programação será aberta com o tema “Os desafios das empresas pós-pandemia”, que reunirá o criador do canal Excelência no Bolso, Anderson Gonçalves; o empreendedor e escritor Daniel Marques e o médico e gestor Marcelo Garcia. As inscrições devem ser feitas com antecedência.

Fonte: G1

Pessoas com sintomas de Covid-19 devem adiar vacinação por um mês

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Febre, dor de cabeça, diarreia, desconfortos abdominais e sintomas gripais. Pessoas que apresentem sinais da Covid-19 ou que já tenham tido resultado positivo de um exame RT-PCR para o Sars-CoV-2 devem evitar tomar as vacinas disponíveis por, ao menos, um mês.

A médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Adielma Nizarala, explica que o paciente deve buscar um atendimento médico para a confirmação do diagnóstico logo que apresentar sintomas.

“Se a pessoa vai tomar a primeira ou segunda dose da vacina e apresenta sintomas do coronavírus, deve procurar um atendimento de saúde para ser diagnosticada, independente da dose. Uma vez diagnosticado, o indivíduo não poderá fazer o uso da vacina”, diz.

Conforme a médica, caso haja a confirmação do contágio da Covid-19, o recomendado é adiar a aplicação do imunizante por 30 dias. Isso para garantir que se encerre a janela de transmissão do vírus e agravamento dos sintomas, bem como uma recuperação do sistema imunológico.

“Para o diagnóstico positivo de Covid-19 é indicado o uso da vacina após quatro semanas do início dos sintomas. Para outras doenças, o indivíduo só pode ser vacinado depois que sair do quadro respiratório e não tiver mais na fase aguda da virose. Independentemente de ser Covid, qualquer pessoa que tiver sintomático respiratório, com febre, não deve ser vacinado” explica Adielma.

A infectologista esclareceu, no entanto, a diferença entre reações pós-vacina e sintomas da doença. Conforme a profissional, a imunização contra o coronavírus pode causar efeitos por um curto período. “Normalmente, essas reações acontecem no mesmo dia da aplicação e pode evoluir até três, quatro dias, no máximo. Nesse caso, não é doença”, destaca.

Casos graves
As reações são muito semelhantes com os sintomas da doença contra a qual a pessoa foi vacinada. No caso da Covid-19, a pessoa pode apresentar dor de cabeça, dor no corpo, desconforto abdominal, diarreia e febre, de forma leve. A médica ressaltou que é muito pouco provável que o efeito colateral da primeira dose chegue até a data da aplicação da segunda dosagem. “O período mínimo de uma dose para outra é de 28 dias. Este prazo, com quadro agudo respiratório, o paciente deve estar internado, investigando o que está acontecendo”, alertou Adielma.

De acordo com especialistas, é correto afirmar que nenhuma vacina previne em 100% as chances de a pessoa contrair o coronavírus. No entanto, o imunizante serve para prevenir os casos mais graves – ou seja, se a pessoa contrair o vírus, ela deverá sentir apenas sintomas mais leves.

“O objetivo do imunizante é evitar que o indivíduo apresente quadros que o levem à morte. Mesmo após 21 dias da segunda dose, a pessoa pode ser infectada. A garantia da vacina que essa pessoa não evolua ao ponto de necessitar a internação em UTIs”, relata Adielma.

Dessa forma, a infectologista alerta para a necessidade de manter as medidas de segurança, mesmo após a aplicação das duas doses da imunização. “Trinta a cinquenta por cento das pessoas vão pegar o vírus mesmo estando vacinadas. A diferença é que essas não farão casos graves. Por isso é tão importante que mesmo pessoas imunizadas ainda se mantenham em uso de todas as medidas de precaução, para evitar que outras pessoas sejam infectadas”, reforça.

Fonte: Correio 24horas

Paciente busca tratamento para duas doenças raras e sofre pela perda de três filhos com o mesmo problema

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Um filho que perde os pais fica órfão, e a mulher que perde o marido fica viúva. Mas, para mãe que perde o seu filho, não há palavra no dicionário que possa descrever essa dor. E quando essa dor é multiplicada em três vezes? Não há como explicar. E é exatamente isto que Sumara Araújo dos Santos, moradora de Feira de Santana, disse à reportagem do Acorda Cidade. Ela contou que não tem palavras para descrever a dor imensurável que sente com a perda dos três filhos para doenças raras: Sara de 10 anos, Levi de um ano e Lucas de três anos.

Além de tamanha dor pela perda dos filhos, ela também sente na pele as dores físicas da doença. Neste momento, está internada no Hospital das Clínicas em Salvador para investigar se é portadora das doenças genéticas raras porfiria e amiloidose.

De acordo com ela, Sara morreu sem ter o diagnóstico fechado. Mas, Levi e Lucas foram confirmados como portadores dessas doenças.

“Há seis anos minha filha Sara, de 10 anos, precisou ser internada. Evoluiu com fraqueza muscular e dores. Chegou a ficar um ano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. Ela morreu sem fechar o diagnóstico do que realmente tinha. Depois de dois anos tive mais dois filhos. Aparentemente eram saudáveis. Mas em janeiro de 2020 meu filho mais novo, Levi, começou a apresentar dores fortes. Os médicos suspeitaram que poderia ser algo genético, porque os sintomas eram parecidos com os de Sara. Eles fizeram de tudo que podiam para ajudar no diagnóstico e tratamento. Mas, se tratavam de duas doenças raras juntas e muito graves. O resultado do exame de sequenciamento genético demora meses e ele não resistiu. Em apenas quatro dias depois, meu outro filho, Lucas, também apresentou os mesmos sintomas e não resistiu. É a pior dor que existe para quem é mãe e para quem sempre amou ser mãe”, lamentou.

Uma semana após as mortes de Levi e Lucas, Sumara passou a apresentar os mesmos sintomas dos filhos. Fortes dores abdominais, no corpo, falta de apetite, vômitos, diarreia e fraqueza muscular. Precisou ser internada durante três meses e, desde então, de acordo com ela, não apresenta melhoras.

No último dia 14 de março, voltou a ser internada novamente e diretamente de um leito do Hospital das Clínicas, mesmo tendo muitos momentos de mal estar e fraqueza, concedeu essa entrevista ao Acorda Cidade.

“Devido à piora do meu quadro, precisei ser internada novamente. Estou em uso de dieta parenteral, sigo sentindo dores muito fortes, fraqueza muscular, sigo realizando alguns exames e aguardando resultados. Estou precisando de uma equipe multidisciplinar em um único hospital, com médicos experientes em doenças genéticas raras, que conheçam os sintomas e que possam me ajudar no diagnóstico e tratamento certo e de exames complementares”, afirmou.

Sumara acrescentou ainda que está sendo bem atendida no Hospital das Clínicas em Salvador, mas de acordo com ela, o ideal seria ir para o Hospital das Clínicas em São Paulo, para fazer exames genéticos que não são realizados na Bahia e ser atendida por diversos médicos especialistas.

Para ajudar Sumara a ir em busca do tratamento e fechar um diagnóstico, amigas resolveram então criar uma campanha para arrecadar fundos, custear as despesas iniciais do tratamento e a estadia dela em São Paulo. A iniciativa chama-se ‘Todos juntos por Sumara’ e é feita através de vaquinha virtual. Veja aqui.

“Essa campanha me ajuda de duas formas. Primeiro por estar tornando doenças genéticas raras como porfiria e amiloidose mais conhecidas. Eu encontrei vários profissionais que nem conheciam a doença. E acredito que conhecer os sintomas e doenças raras ajudará muitas pessoas a terem chances de continuarem vivendo. E segundo, para me ajudar a custear o início de investigação do meu diagnóstico e tratamento. Sou muito grata por toda ajuda que venho recebendo desde então. E desde já agradeço a todos que contribuíram e compartilharam essa campanha para me ajudar”, relatou.

Apesar de tantas perdas e dificuldades, Sumara sente muita gratidão pelas pessoas que lhe ajudam a seguir em frente. Ela destacou o apoio de toda equipe do Hospital Bambinos, que deu todo o suporte, no período que os filhos passaram internados.

“Foram meses lutando. Queria agradecer a Dra Marina Vieira e Dr. Sandro Nunes por tudo que fizeram pelos meus filhos e continuam fazendo para me ajudar. Serei sempre grata”, declarou.

Um dia de cada vez

A paciente encerrou a entrevista dizendo que diante do que tem passado, procura viver um dia de cada vez. Ir em busca de profissionais experientes em doenças raras, que possam lhe dar uma direção, é a principal meta que tem no caminho.

Fonte: Acorda Cidade

Internações de crianças com Covid-19 dobram no país

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O número de crianças com menos de 10 anos que precisaram ser internadas por causa da Covid-19 neste ano, no Brasil, dobrou e acendeu o alerta vermelho entre os profissionais de saúde. Hospitais públicos e privados do país registraram aumento de até 100% dos casos e internações de crianças. Em São Paulo, o setor de pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein recebia, em média, 4 crianças com o novo coronavírus por mês. Depois do período de festas e do início das aulas, o hospital dobrou a taxa de ocupação de leitos em UTI. O mesmo ocorreu nos hospitais públicos como Cândido Fontoura, Darcy Vargas e Menino Jesus. No Darcy Vargas, na zona sul de São Paulo, a ocupação chegou a 100%.

Segundo o Centro para Controle de Doenças e Prevenção (CDC), a incidência de Covid-19 entre crianças é menor que em adultos e os casos são de menor intensidade. Mesmo assim, as crianças não estão imunes à doença. Apesar de serem menos propensas a evoluírem para formas mais severas da doença, crianças têm risco aumentado para a Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Os hospitais de São Paulo têm notado também um aumento da necessidade de intubação de crianças e em pacientes sem comorbidades, ao contrário do que ocorria no início da pandemia e antes do surgimento das variantes locais. Uma em cada três crianças internadas por Covid-19 necessita de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pode desenvolver falência respiratória, miocardite, choque, insuficiência renal aguda, coagulopatia (distúrbios hemorrágicos) e falência múltipla de órgãos.

A médica Camila Maciel explica por que é tão desafiador diagnosticar a Covid infantil. “Alguns sintomas de infecção por SARS-CoV-2 são comuns a várias outras doenças infantis, como problemas respiratórios. Por isso, é fundamental que os pais estejam atentos às queixas de seus filhos. Crianças doentes não devem ir à escola e os pais precisam prestar atenção aos sintomas, especialmente na fase de reabertura das escolas”, alerta Camila Maciel, pós-doutora em Epidemiologia e Medicina Preventiva pela Universidade de Boston

Após a criança ter tido contato com o novo coronavírus, ela pode adoecer após 6 dias, em média, assim como acontece com os adultos. Os sintomas mais comuns da Covid infantil são tosse e/ou febre, mas podem estar presentes também: cansaço, dor de cabeça, dor no corpo, congestão nasal (nariz entupido) ou coriza (nariz escorrendo), dor de garganta, falta de ar ou dificuldade para respirar, dor na barriga, diarreia, náusea ou vômito, ausência de paladar e olfato e perda de apetite. Menores de um ano, crianças que tenham alterações genéticas ou obesidade, diabetes, doenças pulmonares, neurológicas e cardíacas apresentam maior chance de evoluírem para formas severas da doença. Dentre essas, a obesidade é a que mais chama a atenção, sendo a comorbidade mais prevalente. Estima-se, ainda, que metade das crianças e adolescentes apresente a forma assintomática, ou seja, não chega a desenvolver a doença, mas pode transmiti-la.

“O Menino da Máscara Amarela”

Pensando em unir informação com diversão, a médica Camila Maciel lançou, recentemente, vídeos animados de 1 minuto em seu canal no Youtube em português, espanhol e em inglês. O primeiro episódio da série, “O Menino da Máscara Amarela”, traz dicas de prevenção e saúde contra a Covid-19. “A situação atual nos alerta para a necessidade de aprendizagem diária sobre a manifestação da doença (os sintomas), o comportamento do vírus e a eficiência das vacinas disponíveis. Porém, o que já sabemos sobre a Covid-19, há 1 ano, é que as medidas básicas de prevenção como uso de máscara, lavagem das mãos e distanciamento físico são alguns dos nossos maiores aliados. Mesmo depois da vacinação, em ambiente público, ainda precisaremos manter a utilização das máscaras por mais um bom tempo até que as novas variantes, infelizmente mais agressivas, estejam também sob controle”, pondera Camila. Acreditando no protagonismo da criança para assuntos relacionados à educação em saúde, a médica tem dedicado os últimos anos de sua carreira pensando em estratégias criativas para popularizar o conhecimento entre os pequenos.

Fonte: Bonde

Metade dos farmacêuticos já recebeu a vacinação da Covid-19

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Segundo a plataforma Localiza SUS, do Ministério da Saúde, que disponibiliza todos os dados de vacinação no país, até o dia 8 de abril, o número de farmacêuticos imunizados com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 era de 102.298, o que representa cerca de 50% dos 230 mil farmacêuticos em atividade no Brasil. Mas apenas 29.477 profissionais, o que representa aproximadamente 13%, receberam o esquema completo, ou seja, duas doses. As informações são do portal do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

“Os números mostram que há um caminho ainda longo a seguir, e o CFF continuará cobrando das autoridades responsáveis o acesso dos farmacêuticos e dos trabalhadores das equipes que os apoiam, o acesso à vacina”, comenta o presidente da entidade, Walter Jorge João.

Ele lembra que a categoria e também os estudantes de Farmácia que estão estagiando em estabelecimentos de saúde fazem parte do grupo prioritário para a imunização, conforme o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 do Ministério da Saúde. “Essa foi uma conquista nossa, e precisamos consolidá-la junto aos estados, ao Distrito Federal e às prefeituras.”

Na última reunião plenária do CFF, no final de março, foi criado um comitê de gestão de crise para acompanhar a situação da vacinação dos farmacêuticos em todo o país. Esse é um momento de grande preocupação por conta da escassez de doses, que obriga os municípios a elencar primazia dentro dos grupos prioritários. Entretanto, o CFF segue ao lado dos farmacêuticos na batalha pela imunização, e busca, diariamente, resolver a questão.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Você sabe tudo sobre o curso de farmácia?

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O curso de farmácia é aquele que capacitará o profissional para atuar nas diversas frentes que essa área propõe, como o varejo, indústria, pesquisa

O curso de farmácia é aquele que capacitará o profissional para atuar nas diversas frentes que essa área propõe, como o varejo, indústria, pesquisa, magistral. Mas você sabe tudo sobre ele?

Veja também: Ex-médicos da Prevent Senior afirmam que operadora obrigava a trabalharem com Covid-19 e a receitar…

Para esclarecer todas as suas dúvidas e ajudar estudantes na escolha de suas futuras carreiras, destacamos os principais pontos referentes ao curso de farmácia. Então, vamos começar pelo básico.

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O básico sobre o curso de farmácia

Em primeiro lugar, para atuar em qualquer vertente da área, é necessário ter completo o curso de bacharel em farmácia. Após formado, também será necessário se registrar junto ao Conselho Regional de Farmácia do seu estado.

Em média, o curso de farmácia tem duração de cinco anos. O curso, que também pode ser encontrado pelo nome de Ciências Farmacêuticas, está disponível em diversas instituições, nas modalidades matutina, vespertina, noturna e integral.

Entraremos em mais detalhes sobre a grade do curso de farmácia no próximo tópico, mas, em suma, o que um aluno aprende é o seguinte:

  • Testes de substâncias e princípios ativos
  • Orientações farmacológicas
  • Como evitar episódios como os de infecção hospitalar
  • Identificar reações adversas
  • Analisar produtos alimentícios industrializados
  • Análises clínicas

Qual a grade de um curso de farmácia?

A grade de um curso de farmácia pode variar de acordo com a instituição. Apesar disso, de uma maneira geral, as matérias abordadas girarão em torno de:

  • Análises toxicológicas
  • Anatomia
  • Atenção farmacêutica
  • Biologia celular ou Citologia aplicada
  • Bioquímica clínica
  • Bromatologia (que é o estudo dos alimentos)
  • Embriologia geral
  • Farmácia hospitalar
  • Farmacoeconomia
  • Farmacoepidemiologia
  • Farmacovigilância
  • Farmacognosia (que é o uso de ativos naturais)
  • Farmacologia
  • Farmacotécnica
  • Físico-química aplicada à farmácia
  • Garantia de qualidade para cosméticos e medicamentos
  • Garantia de qualidade em práticas farmacêuticas
  • Gestão farmacêutica
  • Hematologia (que é o estudo do sangue)
  • Histologia (que é o estudo dos tecidos biológicos)
  • Imunologia
  • Imunoradiobiologia clínica
  • Microbiologia
  • Parasitologia
  • Patologia geral
  • Produção de cosméticos e medicamentos
  • Química analítica
  • Química farmacêutica
  • Química orgânica
  • Química geral
  • Química inorgânica
  • Toxicologia geral

Como escolher uma instituição

Para escolher a instituição na qual você irá realizar seu curso de farmácia, é necessário se atentar a alguns pontos:

  • A instituição deve ser reconhecida pelo MEC
  • Preste atenção à infraestrutura do campus, tanto teórica (biblioteca) como prática (laboratórios)
  • Escolha uma faculdade próxima de sua casa ou trabalho
  • O custo-benefício também é importante

Atuação

Uma vez formado no curso de farmácia, o mercado que se descortina à frente do profissional é amplo. Você pode ver alguns exemplos, mas lembre-se que esses são apenas alguns setores, podendo a atuação ser ainda mais diversa.

  • Atuação de gerência no varejo
  • Atendimento clínico em consultórios farmacêuticos
  • Pesquisa, produção e controle de qualidade na indústria
  • Assistência em serviços de saúde como na farmácia hospitalar e laboratórios
  • Vigilância sanitária
  • Procedimentos estéticos

Além da amplitude, esse é um mercado que oferece diversas oportunidades. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), apenas 6,7% dos farmacêuticos não são absorvidos pela área.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Lolly Baby amplia Coleção Dreams

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Lolly Baby amplia Coleção DreamsA Lolly Baby ampliou a sua Coleção Dreams com a chegada do Copo Dreams. O produto tem como objetivo ajudar na transição da mamadeira para o copo. Com alças anatômicas e bico antivazamento em silicone, ele também é decorado com glitter.

“Percebemos que em nosso público final há demanda por produtos seguros, que tragam conforto aliado à beleza. E tudo isso foi pensado para os novos produtos que compõem a linha Dreams”, comenta a gerente de marketing da Lolly Baby, Carla Tanaka.

Outro lançamento para a linha é o da chupeta 100% em silicone de grau médio e com bico redondo tamanho dois, voltada para crianças acima de seis meses.

M.S: Isentos

Distribuidora: Sistema próprio de distribuição
Analista de trade marketing: Carla Tanaka – carla.tanaka@lollybaby.com.br

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

ENO lança pastilhas mastigáveis

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ENO lança pastilhas mastigáveisA GSK Consumer Healthcare anuncia novidades no portfólio do ENO – as pastilhas mastigáveis no sabor menta. O lançamento destaca-se por não requerer a ingestão de água e garante alívio rápido da azia.

Líder na categoria de antiácidos no Brasil, o novo produto ENO está disponível em blisters com quatro ou oito pastilhas. A sua composição combate a queimação de estômago e má digestão em poucos minutos.

O portfólio da marca inclui a opção efervescente em diversos sabores – líquido, na versão tradicional, hortelã, e tabs de frutas sortidas.

M.S: Isento

Distribuidora: Atua em parceria com distribuidoras nacionais
Gerente de trade marketing: Leonardo Lima – leonardo.x.lima@gsk.com

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Como remédios tradicionais são investigados contra a Covid-19

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A prática de encontrar novos usos para remédios antigos (chamada de reaproveitamento ou reposicionamento de medicamentos) não é nova.

O exemplo mais famoso (ou infame) é o sildenafil, também conhecido como Viagra. Originalmente desenvolvida para tratar a hipertensão, a pílula azul revelou uma inesperada eficácia no tratamento da disfunção erétil e teve essa nova aplicação aprovada em 1998 pela FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos nos EUA, tornando-se rapidamente uma droga de sucesso.

Outro exemplo conhecido é a talidomida. Dado às mulheres no final da década de 1950 para prevenir os enjoos matinais, e depois apontada como causadora de graves malformações congênitas, o remédio ganhou uma segunda vida em 1998 como tratamento para a hanseníase (antigamente conhecida como lepra). Em 2006, a talidomida ganhou uma terceira chance ao ser aprovada para tratar mieloma múltiplo, um câncer de medula óssea.

Quando a Covid-19 se tornou uma pandemia no ano passado, teve início uma corrida para encontrar qualquer tratamento que pudesse ajudar no combate ao novo coronavírus, enquanto vacinas e novos medicamentos eram desenvolvidos a partir do zero.

Novos tratamentos, como anticorpos monoclonais, são o resultado desses esforços. Mas desenvolver, testar e obter a aprovação da FDA, sem falar na criação da infraestrutura para a produção e distribuição de um novo medicamento, leva tempo – tempo que o mundo não teve, e ainda não tem. Outros pesquisadores rapidamente começaram a examinar o que já estava disponível em hospitais e nas prateleiras das farmácias.

“A vantagem do reaproveitamento do medicamento é que ele já foi aprovado, já passou pelo processo regulatório para mostrar que é seguro e eficaz para alguma coisa. Portanto, se foi possível encontrar usos adicionais para essa droga, já sabe que ela tem um bom perfil de segurança”, explicou o doutor David Fajgenbaum, imunologista da Universidade da Pensilvânia e diretor do Centro para Tratamento e Laboratório de Tempestades com Citocinas.

Sem falar que existem versões genéricas baratas de muitos medicamentos mais antigos porque suas patentes expiraram. “É apenas uma questão de combinar a droga certa com a doença certa”, disse Fajgenbaum. “Felizmente, existem mais de dois mil medicamentos que já foram aprovados pela FDA para pelo menos uma doença, e aprendemos que existem muitas outras doenças para as quais esses medicamentos também podem ser utilizados”.

Experiência própria

Na verdade, Fajgenbaum disse que “dedicou a vida para promover o reaproveitamento de medicamentos” para doenças sem tratamentos específicos. Sua paixão é impulsionada em parte por sua própria experiência.

Em 2010, enquanto estava na faculdade de medicina, ele adoeceu pela primeira vez com a doença de Castleman, um distúrbio autoimune raro que, como a Covid-19, pode fazer com que o sistema imunológico inunde repentinamente o corpo com substâncias químicas inflamatórias, a chamada tempestade de citocinas; o resultado pode ser danoso a tecidos e órgãos e, às vezes, até levar à morte.

A doença de Castleman aproximou Fajgenbaum da morte em cinco oportunidades – até que ele encontrou seu próprio tratamento em uma droga reposicionada.

“Na verdade, estou vivo hoje por causa de um medicamento que foi desenvolvido há 30 anos para outra doença. Nós a identificamos por meio de um processo muito sistemático e pensamos que poderia ajudar a salvar minha vida”, contou. “Eis-me aqui, mais de sete anos depois.”

Durante o tempo em que esteve doente, o médico fundou o Rede de Colaboração da Doença de Castleman (CDCN na sigla em inglês), uma iniciativa global dedicada ao combate ao distúrbio. O método colaborativo da CDCN para organizar pesquisas médicas posteriormente tornou-se modelo para outras doenças sem tratamento.

Um projeto para salvar vidas

Quando a Covid-19 surgiu, Fajgenbaum imaginou que o reposicionamento de medicamentos poderia ajudar a combater a infecção. “Em 13 de março de 2020, o dia em que grande parte dos EUA começou a fechar, eu me vi sentado ao lado de minha esposa, esperando e rezando para que algum pesquisador em algum lugar seguisse o projeto que usamos para identificar alguma droga como aquela que salvou minha vida”, contou.

Cerca de um minuto depois, ele percebeu que “aquele pesquisador em algum lugar” seria ele mesmo – e convocou sua equipe do Centro de Tratamento e Laboratório de Tempestades de Citocinas para participar dessa investigação.

“Eu falei para a minha equipe que essa é uma doença que tem muitas semelhanças com a doença de Castleman. Se já havíamos feito um reposicionamento sistemático de medicamentos com sucesso, tanto que salvou minha vida, poderíamos aplicar a mesma abordagem à Covid-19”, lembrou.

Com isso, eles lançaram o projeto CORONA (Fajgenbaum é seu diretor e investigador principal), um dos muitos esforços globais (privados e governamentais) tentando identificar, testar ou rastrear tratamentos promissores para Covid-19 entre medicamentos que já existem.

Seu laboratório reuniu uma equipe de voluntários para analisar sistematicamente “todos os casos relatados de qualquer droga administrada a qualquer humano com Covid-19” e reunir as informações em um banco de dados.

“Inicialmente, pensamos que talvez houvesse algumas dúzias de drogas que poderiam ser testadas. Mas acabamos identificando mais de 400 medicamentos diferentes administrados a pessoas com Covid-19”, disse, observando que o número de pacientes envolvidos era de aproximadamente 270 mil.

Fajgenbaum explicou que várias abordagens podem ser usadas para fazer a correspondência entre uma doença e um tratamento potencial. Elas incluem pesquisa translacional, que envolve descobrir o que está errado no nível celular com uma determinada doença e ver se existe uma droga que resolve o problema.

Há também uma triagem de drogas de alto rendimento, que é basicamente testar diferentes drogas em uma placa de Petri com células de pacientes e ver o que acontece. A inteligência artificial também pode ser usada para encontrar conexões até então desconhecidas entre processos de doenças e medicamentos.

“Mas, no final do dia, realmente a única maneira de saber se uma dessas drogas que parecem promissoras em laboratório realmente funciona em humanos é administrando-a em humanos e vendo como reagem”. Testar medicamentos para tratar a Covid-19 em um estudo é crítico e complicado.

Como as pessoas podem melhorar sem medicação (ao contrário, digamos, da doença de Castleman ou do câncer de pâncreas), é importante conduzir estudos randomizados e controlados, nos quais os pacientes sejam selecionados aleatoriamente para receber o medicamento ativo ou um placebo. Caso contrário, é difícil saber se os pacientes teriam melhorado por conta própria de qualquer maneira.

Hicroxicloroquina e outras drogas

Os EUA tiveram uma experiência com a  hidroxicloroquina que é um estudo de caso do que acontece quando o hype ultrapassa a ciência. Com base em estudos anteriores, muitas vezes observacionais, muitos acreditavam que o medicamento antimalárico (ele próprio reaproveitado como um tratamento para a artrite reumatoide) ajudaria a tratar pessoas com Covid-19 ou talvez evitasse que ficassem infectadas ou adoecessem. Mas, quando os resultados dos ensaios randomizados e controlados voltaram, a hidroxicloroquina se mostrou ineficaz.

Também é importante definir o momento certo para a administração do medicamento. Como conta o doutor Fajgenbaum, um ótimo exemplo é a dexametasona, um esteroide barato que existe há décadas e é usado para tratar muitas doenças, como artrite inflamatória e problemas de pele, nos olhos e no aparelho respiratório.

“Surpreendentemente, um terço dos pacientes em respiradores se salva com a dexametasona. É um grande benefício. A droga também é útil para pacientes que ainda não estão nos respiradores, evitando que cheguem nesse estágio. Mas a dexametasona se mostrou prejudicial se for administrada muito cedo no curso da doença. Isso mostra como é complicado lidar com a Covid-19”, detalhou.

Se os pesquisadores não identificarem o momento certo para aplicar alguma droga em estudo, os resultados também podem ser inconclusivos ou contraditórios, gerando confusão e frustração.

A pesquisa com o tocilizumabe é um exemplo. Vários estudos mostraram que a droga ajuda os pacientes a sobreviver, mas vários outros apontaram o contrário. A chave parece ser o tempo. Para que funcione, o tocilizumabe precisa ser administrada no prazo de 24 horas após a internação do paciente na UTI.

“Esta não é uma doença em que haverá uma receita única para todos, um medicamento que seja uniformemente eficaz. Na verdade, pode haver diferentes medicamentos administrados durante diferentes estágios do curso da doença”, disse.

Outros medicamentos que Fajgenbaum considera promissores são o baricitinibe – que, como a dexametasona e o tocilizumabe, também suprime a resposta imunológica e é aprovado para a artrite reumatoide –, a colchicina, usada no tratamento da gota, e a heparina, que atua para diluir o sangue e imunoglobulina intravenosa.

Ajudar os pacientes em estado crítico a sobreviver é uma parte importante do quebra-cabeças. Outra é evitar que os pacientes infectados fiquem tão doentes.

“Acho que realmente precisamos nos concentrar naqueles pacientes que foram diagnosticados recentemente, e evitar, em primeiro lugar, que eles precisem ser internados.

 

É uma população difícil de fazer testes porque, nos casos desses pacientes, embora não apresentem sintomas, todos foram infectados pela primeira vez entre cinco a 14 dias antes”, relatou o médico, observando que os antivirais provavelmente não serão eficazes no curso da doença.

Outro medicamento que lhe parece promissor é a fluvoxamina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) usado para tratar a depressão.

Ele diminui a inflamação no cérebro. Um par de estudos iniciais mostrou  que a fluvoxamina ajuda a manter as pessoas infectadas fora do hospital. Ao contrário de anticorpos monoclonais que precisam ser aplicados de forma intravenosa, ela é uma pílula.

Nenhuma vitória absoluta

O doutor David Boulware, professor de medicina da Universidade de Minnesota, participou de uma série de ensaios diferentes que analisaram medicamentos reposicionados para Covid-19, incluindo uma série de ensaios com hidroxicloroquina.

“São medicamentos disponíveis realmente baratos, e é exatamente por isso que deveríamos estudá-los, porque são muito baratos e estão disponíveis”, afirmou.

Agora, Boulware está envolvido em um estudo multicêntrico com fluvoxamina. Mas tem sido um desafio, porque o ensaio deve recrutar pacientes recém-infectados o mais cedo possível.

Das 1.000 pessoas necessárias ao estudo, ele recrutou apenas cerca de 300, até agora. “Se tivéssemos o número adequado, teríamos uma resposta definitiva em duas ou três semanas”, disse. Boulware e Fajgenbaum disseram que outro desafio é o financiamento.

Segundo o doutor Boulware, a fluvoxamina custa cerca de US$ 12 (cerca de R$ 67) para um curso de tratamento. “São medicamentos genéricos, então não há patente incidindo sobre eles. Também não há nenhuma grande empresa farmacêutica por trás para impulsionar isso”.

Portanto, cabe aos doadores privados ou ao governo federal apoiar a pesquisa, já que as empresas farmacêuticas não têm incentivo para fazê-lo.

“Até o momento, a maioria dos estudos realmente focados no tratamento inicial foi financiada por doadores privados e grupos filantrópicos. Mas acho que há um interesse emergente no nível federal em alguns desses medicamentos reposicionados”, disse Boulware.

O doutor Francis Collins, diretor do National Institutes of Health, disse que o governo investiu na reutilização de medicamentos.

“Investimos um monte. E isso tem sido uma obsessão para mim nos últimos 10 ou 11 meses. Lembrei de onde estávamos em março de 2020, e o esforço para encontrar agentes terapêuticos foi bastante disperso naquele momento. Houve muito foco na hidroxicloroquina, que todos nós sabemos agora que não deu certo. Muitos remédios potencialmente valiosos não foram investigados”, relatou.

Collins disse que trabalhou com a indústria farmacêutica para estabelecer uma parceria público-privada, chamada ACTIV, sigla em inglês para Acelerando as Intervenções Terapêuticas e Vacinas para Covid-19. Um grupo de especialistas revisou 600 opções de medicamentos e ajudou a priorizar aqueles que valiam a pena investigar. Até agora, cerca de 20 foram testados.

O projeto teve alguns sucessos. “Houve bons resultados com o remdesivir, a dexametasona e a baricitinibe. Mas a maioria dos reaproveitamentos não deu certo e isso não é incomum”, explicou.

Quanto à fluvoxamina, Collins disse não há decisão final. “A fluvoxamina parece promissora agora, mas pode estar onde a hidroxicloroquina estava há um ano e não funcionar. Portanto, não quero abrir a porta para que todos comecem a usá-la. Só digo que vamos testar e descobrir a resposta”.

E assim a busca continua

O doutor Fajgenbaum se sente ao mesmo tempo assombrado e impulsionado pela perspectiva de que outros medicamentos estejam ali, à vista de todos, e possam ajudar alguém a lutar contra alguma doença.

“O que me mantém acordado à noite é pensar que esses medicamentos estão por aí, nas farmácias do bairro. Nosso trabalho é descobrir como essas drogas, aprovadas inicialmente para determinadas doenças, possam ser usadas para combater outras enfermidades e salvar a vida das pessoas”, concluiu.

Fonte: Portal CNN BRASIL

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