Vacina coloca o fim da pandemia no horizonte

0

Emoção e esperança. Foram essas as palavras que a enfermeira Lídia Rodrigues Dantas, 31 anos, usou para descrever o que sentiu após ser a primeira moradora do Distrito Federal vacinada contra covid-19. “Até agora, estou tentando assimilar que estou vacinada. De qualquer forma, é uma sensação única de esperança”, relatou. Assim como ela, profissionais de saúde das redes pública e particular começaram a receber as doses da vacina chinesa CoronaVac em oito hospitais da capital federal ontem. No Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante, mais uma etapa da campanha teve início: 122 idosos e 91 cuidadores receberam o imunizante. Hoje, começa a aplicação nas comunidades indígenas do DF.

A enfermeira Lídia Rodrigues atua, desde o início da pandemia, no box emergencial do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade que se tornou referência para o tratamento da covid-19 no DF desde o início da pandemia. Além dela, cinco profissionais do serviço de saúde do DF (veja Os primeiros) receberam a primeira dose do imunizante, na solenidade que marcou o início da campanha de vacinação em Brasília. Também enfermeira, Najla Simone foi a responsável por aplicar a vacina. A expectativa do Governo do Distrito Federal (GDF) é de que cerca de 53 mil pessoas sejam vacinadas nos próximos cinco dias, cobertura vacinal possível até o momento com o número de unidades enviadas pelo Ministério da Saúde — são 106.160 doses da CoronaVac, e o imunizante prevê esquema de duas doses.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Moradora do Sudoeste, Lídia conta que vivia com a mãe, na Colônia Agrícola Águas Claras, mas precisou se mudar para evitar que a idosa se infectasse. “É gratificante saber que estamos caminhando para o fim de todo esse terror.” Lídia emocionou-se. Com os olhos cheios de lágrimas, ela relembra as dificuldades que enfrentou no atendimento aos pacientes da covid-19. “Teve momentos em que achei que não conseguiríamos vencer”, confessa.

Lídia é um dos milhares de brasilienses que perderam alguém amado para a doença, um colega de trabalho. Para ela, vacinar-se é uma obrigação social. “Foram 10 meses complicados, mas está acabando, não podemos relaxar agora. Um descuido pode ser o fim da vida de alguém”, ressalta. “Nossa luta não foi em vão e vamos continuar lutando, em equipe, para o bem da população do DF.”

Glória Neri, 76 anos, foi a primeira idosa a receber a vacina no DF. “Eu estou feliz da vida porque sou a primeira pessoa (idosa) do DF a ser vacinada, em nome de Jesus”, disse. Ela mora no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, onde foi vacinada.

Segundo o Plano Distrital, a vacinação ocorrerá em quatro fases. Os primeiros a serem imunizados são profissionais da saúde; idosos acima dos 60 anos que estão em instituição de acolhimento ou asilos e pessoas com mais de 18 anos com deficiência física que vivem nessa mesma condição, bem como seus cuidadores; e a população indígena. As que não forem vacinadas, neste primeiro momento, serão imunizadas assim que mais doses forem encaminhadas ao DF.

Os idosos com mais de 75 anos estavam na lista de prioridade entre os primeiros a serem vacinados mas, com a liberação de um número reduzido de doses, esse grupo precisou ficar de fora e será imunizado assim que novas doses forem liberadas. A segunda fase prevê a vacinação de idosos com mais de 60 anos; a terceira inclui pessoas com comorbidades; e a quarta, professores e profissionais da força de segurança e salvamento.

Presente no início da vacinação no Hran, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que continuará pressionando o governo federal para que mais doses sejam registradas e entregues. “Fico feliz em saber que o Instituto Butantan (responsável pela produção da vacina chinesa CoronaVac no Brasil) pediu o registro de mais 5 milhões de doses. Vamos continuar cobrando das autoridades federais para termos um número ainda maior de vacinas para toda a população do DF”, adiantou Ibaneis. A expectativa do Executivo local é de que, até o fim do ano, toda a capital federal esteja vacinada.

Mudanças

A previsão era de que a vacinação tivesse início, simultaneamente, em 15 hospitais da rede pública de saúde. Porém, devido a atrasos na entrega dos imunizantes, oito unidades conseguiram cumprir o cronograma. Segundo a Secretaria de Saúde, todas as unidades descritas receberão as vacinas, à exceção da base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que, ao contrário do que foi divulgado anteriormente, não será um ponto de vacinação.

De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), a secretaria entregará, hoje, vacinas para o Hospital de Base e para as UPAs de Sobradinho e de São Sebastião. Nas unidades do Iges-DF, são vacinados apenas os profissionais que estão na linha de frente no combate à covid-19, conforme definido no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, informou o instituto, em nota oficial.

Fonte: Correio Braziliense

Entidades médicas repudiam ‘tratamento precoce’ contra covid-19

0

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (ABM) emitiram nota conjunta nesta terça-feira, 19, para rechaçar a existência de um “tratamento precoce” contra o coronavírus. No texto, as entidades também afirmam que “a desinformação dos negacionistas” piora a “devastadora situação da pandemia em nosso País”.

“As melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no ‘tratamento precoce’ para a covid-19 até o presente momento”, diz a nota. O texto também afirma que o posicionamento é seguido pelas principais sociedades médicas e organismos nacionais e internacionais de saúde pública, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

O suposto “tratamento precoce” é a defesa, sem embasamento científico, feita pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Eles alegam, sem provas, que o uso de medicamentos como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a ivermectina seriam eficazes na prevenção da covid-19. Nesta semana, porém, Pazuello negou ter indicado esses tratamentos. Neste mês, o ministério lançou um aplicativo que incentiva a prescrição desses medicamentos contra o novo coronavírus.

Na nota, a SBI e a ABM também recomendam o uso de máscara e distanciamento social para evitar o contágio do coronavírus e reforçam que as vacinas têm o potencial de evitar quadros graves da doença. “Hoje, os brasileiros representam 10% dos óbitos por covid-19 no mundo. Precisamos mudar esta triste realidade. A caminhada de controle da pandemia ainda será longa.”

Fonte: MSN

Noruega diz que não há ligação entre morte de idosos e vacina da Pfizer

Vacina da Pfizer – As autoridades de saúde da Noruega afirmaram que não há vínculo entre a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 e a morte de 33 idosos que receberam a primeira dose do imunizante.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Em entrevista coletiva nessa 2ª feira (18.jan.2021), a diretora da Autoridade de Saúde Pública norueguesa, Camilla Stoltenberg, disse 13 casos foram analisados de forma mais abrangente. Segundo ela, as vítimas eram “pessoas muito velhas, frágeis e gravemente doentes”. Todos tinham mais de 80 anos.

“Em relação às causas das mortes, não houve análise”, declarou. Mas, de acordo com Stoltenberg, “não está estabelecido que haja excesso de mortalidade ou que [as mortes] estejam relacionadas ao imunizante”.

O país começou a vacinação em 27 de dezembro. Estão sendo imunizado idosos –incluindo aqueles institucionalizados e com doenças graves. Até o momento, quase 50.000 pessoas foram vacinadas no país.

Em comunicado, a Agência Norueguesa de Medicamentos ressaltou que o país segue uma orientação para avaliar se o benefício da imunização dos idosos mais debilitados supera as possíveis reações à vacina.

“Todas as mortes que ocorrem nos primeiros dias de vacinação são avaliadas cuidadosamente. Não podemos descartar que as reações adversas à vacina que ocorrem nos primeiros dias após a vacinação (como febre e náuseas) podem contribuir para um curso mais sério e desfecho fatal em pacientes com doença subjacente grave”, lê-se na nota.

Segundo Stoltenberg, “não é impossível que alguns daqueles que recebem a vacina sejam tão frágeis a ponto de não valer a pena vaciná-los, porque podem ver sua condição se deteriorar por causa de efeitos secundários normais [do imunizante]”.

A Pfizer e a BioNTech disseram à AFP “que trabalham em conjunto com a agência farmacêutica norueguesa para recolher todas as informações relevantes”. As empresas ressaltaram que a Noruega está vacinando primeiro os idosos que residem em casas de saúde. “A maioria deles são muito idosos, com doenças que em alguns casos são terminais por natureza”, falou a Pfizer.

Fonte: MSN

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/07/02/merck-oferece-programacao-de-seminarios-e-treinamentos-no-m-lab-collaboration-center/

Exame que permite diagnosticar a tuberculose latente pode ajudar a erradicar a doença no planeta

0

Uma doença infecciosa, altamente contagiosa e transportada pelo ar, a tuberculose é conhecida há milênios e ainda é um sério problema de saúde pública. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no ano de 2018, 10 milhões de pessoas foram acometidas pela doença, dessas, 1,5 milhão vieram a óbito em decorrência de complicações.

Em pessoas portadoras de HIV a situação fica ainda mais crítica, já que apresentam quase 30 vezes mais chances de contrair a tuberculose quando comparado a outras que não possuem o vírus de imunodeficiência. No Brasil, o índice da coinfecção tuberculose – HIV é de quase 10%, segundo o Ministério da Saúde.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Embora seja tratável e curável, a cada minuto morrem três pessoas e outras seis não conseguem ser diagnosticadas por exames tradicionais, a nível mundial. A OMS recomenda a busca sistemática de casos em que a tuberculose ainda não manifestou sintomas (infecção latente por tuberculose) em todos os pacientes vivendo com o HIV.

A metodologia atual para diagnóstico da infecção latente por tuberculose, usada há mais de 100 anos, é conhecida como teste tuberculínico (PPD – do inglês purified protein derivative). Através desse teste, a tuberculina é injetada na parte inferior da pele (subcutânea) do braço e, depois de alguns dias, o paciente retorna ao médico ou laboratório para a leitura da reação. Quando se está infectado com a tuberculose, um nódulo elevado se desenvolve onde a tuberculina foi injetada. Como o sistema imunológico do paciente vivendo com o HIV pode estar comprometido, o resultado do PPD pode ser falso-negativo, e o paciente corre o risco de ter a doença ativada por desconhecer o seu estado.

De acordo com a médica infectologista, diretora clínica do Instituto Clemente Ferreira, Denise Silva Rodrigues, uma das maneiras mais efetivas de prevenir a transmissão e erradicar a doença se dá pelo diagnóstico e tratamento precoces da tuberculose ativa e da prevenção reativa da doença através do tratamento da infecção latente. “O paciente com ILBT dificilmente saberá que está infectado e esse quadro pode persistir por anos, até que venha apresentar algum sintoma ou por algum motivo faça um teste para detectar a doença. Embora a tuberculose seja curável, quanto antes o tratamento for feito, menor será o sofrimento do paciente, assim como a taxa de disseminação da doença. Para o diagnóstico da ILTB, hoje existem testes mais precisos, que reduzem a margem de falsos-negativos e proporcionam um diagnóstico mais assertivo”, comenta a especialista.

Entre os testes de maior precisão para identificar a tuberculose latente, analisados e recomendados pela OMS, cabe citar o QuantiFERON – TB Gold Plus. Desenvolvido pela QIAGEN, multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnóstico molecular, o teste é realizado com uma pequena amostra de sangue e requer apenas uma visita ao médico. Este teste é muito menos afetado pelo imunocomprometimento do paciente em comparação ao teste tuberculínico e apresenta resultado rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais. “Principalmente quando falamos de grupos de risco, como os portadores de HIV, um diagnóstico correto é mais do que necessário para que a doença seja rapidamente tratada. Por sofrerem de imunodeficiência, é preciso agir logo”, ressalta a infectologista.

O teste é indicado principalmente para pessoas que compõe o chamado grupo de risco da tuberculose, como portadores de HIV positivo, pessoas que recebam tratamento anti-TNF-alfa (medicamentos que impedem a circulação do TNF-Alfa, uma proteína que quando produzida de forma desregulada pode agravar algumas doenças auto-imunes) ou imunossupressores, pessoas que tiveram contato com portadores da doença, crianças abaixo de 5 anos, profissionais da área da saúde, imigrantes, população privada da liberdade e que vivam em ambiente comunitário, como idosos e militares.

A porta de entrada do bacilo da tuberculose são as vias aéreas e a transmissão dá-se através da tosse ou fala durante o contato prolongado como uma pessoa doente. A tuberculose é uma doença séria e requer atenção. Passada a fase latente, o paciente pode apresentar sintomas como tosse crônica, febre, perda inexplicada de peso e, quando grave, sudorese noturna e até tosse com sangue. Quanto antes diagnosticada, maior será a taxa de sucesso do tratamento.

Fonte: Terra

Deputados tomam a frente da diplomacia

0

Depois de o governo criar uma relação conflituosa com a China por questões meramente ideológicas, o Brasil, agora, amarga dificuldades de importação de matéria-prima, do país asiático, para a produção de vacinas contra a covid-19. As dificuldades foram provocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e por pessoas do entorno dele, como o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o próprio ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O chanceler, em vez de desenvolver uma relação diplomática com o gigante asiático, nosso principal parceiro comercial, teceu críticas ao país à frente do Itamaraty (leia Memória).

Veja também: Pedido coletivo de impeachment vai incluir colapso por falta de oxigênio no Pará

O problema com a importação da matéria-prima necessária para produção de vacina — o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) — fez com que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adiasse para março a previsão de entrega das primeiras doses do imunizante da Oxford, que serão produzidas no Brasil e seriam liberadas em fevereiro (leia reportagem na página 5). No caso da CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, não há previsão de quando os insumos cheguem para retomar a produção da vacina.

Siga nosso Instagram

No Congresso, parlamentares se movimentam para tentar resolver o problema criado pelo Executivo. As frentes parlamentares Brasil-China e dos Brics na Câmara protocolaram, na embaixada da China, uma carta para o presidente do país, Xi Jinping. No documento, assinado pelo presidente das frentes, Fausto Pinato (PP-SP), deputados pedem que o mandatário intervenha para liberar a exportação do insumo farmacêutico ativo ao Butantan e à Fiocruz.

Pinato, inclusive, é favorável à saída de Ernesto Araújo do governo, e disse ser uma sugestão de aliado que o governo mude a política externa. “Alguns governistas da área xiita destrataram a China, e a relação ficou arranhada. Eu entendo que, quando se tem uma boa relação com o país, as coisas são facilitadas. Mas, não acho que os chineses vão perseguir o Brasil”, disse. Para ele, Bolsonaro está “com a faca e o queijo na mão” para mudar a política externa, tendo a chance de reconstruir as relações com a China e os Estados Unidos.

Além das frentes, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para a manhã de hoje um encontro com o embaixador Yang Wanming. A intenção é sensibilizá-lo para mobilizar o governo chinês a enviar os insumos.

Crítica

A dificuldade de importação não se dá pela escassez do insumo, cobiçado em todo o mundo. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, deixou claro que a demora se dá por questões burocráticas relativas ao envio para o Brasil. Segundo ele, a matéria-prima está pronta desde meados de janeiro, aguardando apenas a autorização do governo chinês para ser exportada. A situação é a mesma no caso da vacina de Oxford/AstraZeneca. “De fato, nós estamos com um atraso que é meramente burocrático neste momento. Esperamos resolver isso rapidamente para que esse fluxo se restabeleça. Obviamente, esse processo político que aconteceu no Brasil tem influência. A todo momento criticando a vacina, a China, então, isso influenciou, sim”, enfatizou Covas, ontem, em entrevista coletiva em Ribeirão Preto (SP).

O diretor do Butantan disse, ainda, que Bolsonaro manifestou, em diversos momentos, que “a vacina não valia nada porque era da China”. “Uma tremenda bobagem de quem não tem a menor noção. Se a vacina, agora, é do Brasil, que o nosso presidente tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar, inclusive, apoio de seu Ministério de Relações Exteriores na conversa com o governo da China. É o que nós esperamos.”

Índia

A falta de diplomacia brasileira afetou, também, o envio de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca da Índia, que anunciou o início da exportação dos primeiros imunizantes para hoje, mas não incluiu o Brasil na lista. Em nota, o governo indiano informou que seis nações — Butão, Bangladesh, Nepal, Maldivas, Seychelles e Mianmar — receberão os primeiros imunizantes. Fora da relação de contemplados, o Brasil aguarda receber um lote com dois milhões de doses.

O Ministério da Saúde chegou a fretar um avião para buscar os imunizantes em Mumbai, mas a aeronave nem chegou a decolar. Diante do atraso na entrega das doses da vacina, Bolsonaro se reuniu, na segunda-feira, com o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, no Planalto. Questionado sobre o encontro e sobre uma previsão para a entrega das vacinas, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou que não existia ainda uma resposta positiva da saída do avião. “Todos os dias, temos tido reuniões diplomáticas com a Índia, todo dia. O fuso horário é muito complicado. Estamos recebendo a sinalização de que isso deverá ser resolvido nos próximos dias”, enfatizou. Há outro problema com a Índia. O Brasil foi contra a proposta do país, na Organização Mundial do Comércio (OMC), que prevê a quebra de patente de medicamentos usados no tratamento da covid-19.

A nota do Ministério de Relações Exteriores da Índia afirma, ainda, que Sri Lanka, Afeganistão e Ilhas Maurício aguardam a confirmação de autorizações regulatórias necessárias para que a exportação seja feita. A Índia também afirmou que fornecerá vacinas contra a covid-19 a outros países, nas próximas semanas e meses, em etapas, mas não detalha datas.

Fonte: Correio Braziliense

Cidade do Pará também registra mortes de pacientes por falta de oxigênio

0

Sete pessoas de uma família morreram em 24 horas por asfixia no município de Faro, no Pará, segundo a prefeitura. A situação é de colapso na área da saúde por causa da falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes que contraíram a COVID-19. O município fica na divisa com o estado do Amazonas. A situação mais preocupante é na comunidade de Nova Maracanã, onde pelo menos 34 pacientes estão hospitalizados. A situação também atinge as cidades vizinhas de Terra Santa (PA) e Nhamundá (AM). Na semana passada, dezenas de pessoas morreram em UTIs na capital amazonense por causa da falta de cilindros de oxigênio.

Veja também: Brasil tem dia com mais de mil mortes por Covid e mais de 60 mil casos

Na manhã de ontem, o prefeito Paulo Carvalho conseguiu comprar 20 balas de oxigênio na cidade de Santarém (PA). Além de Santarém, Faro também costuma comprar suprimentos de oxigênio em Manaus, no Amazonas. “Ambas as cidades estão em crise. A demanda é maior que a quantidade, porque a produção está comprometida”, diz Carvalho, referindo-se à crise na empresa White Martins, fornecedora de oxigênio hospitalar na Região Oeste do Pará.

Siga nosso Instagram

Prevendo o aumento de casos da doença, a prefeitura aumentou o número de leitos, passando de seis para 30. Segundo o médico Yordanes Peres, da Unidade Básica de Saúde de Faro, o oxigênio recebido ontem garante apenas dois dias de tratamento dos pacientes internados. “Nós estamos vivendo uma crise, na contramão para tentar salvar vidas. Estamos trabalhando 24 horas para isso”, explicou.

Na semana passada, o governo do Pará proibiu a circulação de embarcações vindas do Amazonas em território paraense. O fechamento da divisa, segundo o governador Helder Barbalho, foi uma medida preventiva para evitar o contágio pela COVID-19. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública informou que no Pará duas empresas são responsáveis pelo fornecimento de oxigênio – White Martins e Air Liquide. Somente a empresa White Martins produz atualmente 58 mil metros cúbicos por dia, quantidade suficiente para o abastecimento de todo o estado. A Sespa informou ainda que é responsabilidade das secretarias municipais de Saúde a manutenção de contratos e a aquisição do produto para abastecimento local.

MANAUS Na capital amazonense, profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia, informaram que a velocidade e a gravidade da evolução da doença causam mais preocupação. Eles atestaram que a nova fase da COVID-19 na cidade é mais transmissível devido a mutações que geraram uma nova variante no estado. Dados mostram que cresceu o número de mortes entre os mais jovens. De acordo com o registro de óbitos dos últimos 30 dias, quatro em cada 10 vítimas tinham menos de 60 anos no Amazonas.

Fonte: Estado de Minas

Brasil tem dia com mais de mil mortes por Covid e mais de 60 mil casos

0

O Brasil registrou 1.183 mortes pela Covid-19 e 63.504 casos da doença, nesta terça-feira (19). Dessa forma, o país chega a 211.511 óbitos e a 8.575.742 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2.

Veja também: Idosa de 108 anos abre mão de vacina no interior do Rio: ‘Deixo para quem pode viver…

Os dados do país são fruto de colaboração inédita entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Siga nosso Instagram

O jornal Folha de S.Paulo também divulga a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 969. O valor da média representa um aumento de 34% em relação ao dado de 14 dias atrás.

Norte e Sudeste apresentam aumento da média móvel de mortes em comparação com os dados de 14 dias atrás. Respectivamente, o crescimento é de 126% e 50%. As demais regiões se encontram em estabilidade. Alagoas, Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins apresentam alta na média móvel em relação ao dado de 14 dias atrás. O maior aumento ocorreu no Amazonas, com 252%.

Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina têm estabilidade na média móvel de óbitos, o que não significa uma situação de tranquilidade.

Acre, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Paraná tiveram queda da média móvel de mortes. O Acre teve a maior queda, de 29%.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Cerca de15,5 mil doses de vacina contra Covid-19 são destinadas para o Entorno do DF

Cerca de 15,5 mil doses da vacina Coronavac foram destinadas para cidades do Entorno do Distrito Federal. Os municípios de Goiás e Minas Gerais receberam os medicamentos, na última segunda-feira (18).

No estado goiano, nove cidades foram contempladas com as doses. Os municípios são: Águas Lindas, Formosa, Luziânia, Valparaíso de Goiás, Cabeceira, Água Fria de Goiás, Vila Boa, Vila Propício e Mimoso de Goiás. As quatro primeiras localidades receberam mais de mil doses do imunizante. Já para as outras regiões, foram destinadas entre 25 e 50 doses da vacina Coronavac.

Em Minas Gerais, as cidades contempladas são: Unaí, Buritis, Arinos e Cabeceira Grande. A distribuição no estado mineiro fica a cargo da Regional de Saúde.

A promessa anterior, feita no final de dezembro, era concluir o primeiro lote do imunizante por volta de 8 de fevereiro

A Fiocruz prevê que só deve entregar no início de março as primeiras doses da vacina de Oxford/AstraZeneca produzidas no Brasil, já que a chegada de insumos da China atrasou. A promessa anterior, feita no final de dezembro, era concluir o primeiro lote do imunizante por volta de 8 de fevereiro.

O novo cronograma consta em um ofício da fundação encaminhado nesta terça-feira (19) ao Ministério Público Federal (MPF), que desde dezembro acompanha as estratégias de vacinação contra a doença. A informação foi adiantada pelo jornal Estado de S. Paulo e confirmada pelo MPF à reportagem.

O documento, assinado pelo diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma Medeiros, foi uma resposta a um ofício do órgão que questionava sobre as datas de entrega das 2 milhões de doses prontas que serão trazidas da Índia e da outra parcela que será processada no Brasil pela Fiocruz.

A previsão da fundação é que o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) –material necessário para fazer a vacina produzido por uma parceira da AstraZeneca na China– chegue no próximo sábado (23), mas ainda é necessária confirmação. A importação, que inicialmente estava prevista para dezembro, depende da liberação do país asiático.

A Fiocruz diz que ainda será preciso mais de um mês para o fornecimento das vacinas, já que, depois de produzidas com o IFA, as doses ainda terão que passar por testes de qualidade. Estima-se que esses testes levem 17 dias, somados a mais 2 dias de análise pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde).

Isso se o insumo chegar no dia previsto e o produto tiver resultados satisfatórios no controle de qualidade. Caso contrário, o prazo pode se esticar.

Fonte: Brasília de Fato 

Idosa de 108 anos abre mão de vacina no interior do Rio: ‘Deixo para quem pode viver mais’

0

Numa época em que a solidariedade e a empatia têm sido cada vez mais exigidas, Dona Hilda Cândida tem orgulho de pensar no próximo. Aos 108 anos, a idosa seria a primeira pessoa a ser vacinada em Rio das Flores, cidadezinha do Sul Fluminense. Mas abriu mão da dose a que tinha direito. Segundo ela, a generosidade é um dos valores mais importantes do ser humano.— Eu já vivi tanta coisa nessa vida, com quase 109 anos, que prefiro dar a vacina para alguém mais novo, que ainda pode viver mais do que eu posso. Estou quase partindo, não quero essa vacina — afirma a idosa, que faz aniversário em 2 de março.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Com dores crônicas nas pernas — fruto da idade avançada —, Dona Hilda passa boa parte do dia sentada no banco da varanda da casa onde mora. A lucidez ainda está presente. Durante a entrevista, fecha os olhos a cada vez que busca as lembranças de uma vida “bem aproveitada”, como ela mesma define. Parece tentar trazê-las à tona, mesmo as mais antigas, de quando era bebê em Santo Antônio de Olaria (MG).— Eu tive pneumonia ainda bebê e não pude nem mamar no peito da minha mãe. Acharam que eu morreria e correram com o batizado para eu pelo menos ir sob as bençãos de Deus. Aí minha madrinha fez uma papinha de angu morno para colocar sobre as minhas costas, acreditando na minha melhora. E aquilo deu certo — diz.O sabor dos remédios não é seu favorito, mas mesmo assim ela não deixa de tomar as vitaminas receitadas pelos médicos e enfermeiros que a visitam periodicamente em casa. O que agrada o paladar de Dona Hilda é algo mais saboroso e geladinho.— Eu gosto é de sorvete, de picolé, ainda mais nesse calor. Leite também, é tudo de bom. Eu gosto é das coisas boas, por isso nunca fumei e nunca bebi — diz, antes de uma longa gargalhada. — Eu adoro brincar, rir, a vida é boa assim. Quando fiquei dias internada no hospital, as enfermeiras nem queriam que eu fosse embora. Diziam que eu era a alegria por lá — conta, aos risos.

Continue lendo

Presente de aniversário: Idoso de 99 anos é vacinado contra Covid-19 às vésperas do centenárioO bom humor é marca registrada. Na hora das fotos, questiona a fotógrafa sobre o tempo utilizado para as imagens. “E essa foto, sai ou não? Parece que está presa aí dentro (da câmera) e não quer sair por nada no mundo” e solta outra gargalhada.Hoje, a idosa mora sozinha no distrito de Manuel Duarte e conta com o apoio de um neto que reside em outra casa no mesmo terreno. Segundo ela, a família mora longe. Dos sete filhos, três já morreram. Os netos ela não soma mais, perdeu as contas. Tem tararanetos que ela não conhece ainda.Durante a pandemia, mantem-se isolada de vizinhos e amigos, a quem acena do portão. A Covid-19, que desde março já matou sete pessoas em Rio das Flores, é assunto que a idosa prefere deixar de lado. Mas mesmo sem aceitar a vacina, promete não descuidar da proteção e seguir usando máscara e álcool em gel.— Falar em doença é ruim, por isso eu sempre digo que ela já acabou — afirma.

Especialista condena recusa e alerta para risco

Epidemiologista do Instututo de Medicina Social da Uerj, Claudia de Souza Lopes destaca que a vacinação dos idosos é fundamental para protegê-los, e afirma que tanto a Coronavac quanto a vacina de Oxford utilizam tecnologias conhecidas e não têm efeitos colaterais significativos.

— Não é a toa que os idosos estão no grupo prioritário. É porque eles são mais vulneráveis e, pegando a doença, tem mais chances de ter um quadro grave — explica — O fato de o sistema imunologico de uma pessoa idosa estar mais fraco é mais um motivo para vacinar, e não o contrário — completa.

A especialista lembra que mesmo pessoas vacinadas podem ter formas menos graves da doença, de acordo com a taxa de eficácia da vacina, e que só a imunização coletiva vai garantir que o vírus não se propague:

— Quanto mais idosos não se vacinarem em um abrigo por exemplo, isso vai aumentando o risco das pessoas pegarem. A vacina dá uma proteção individual, mas ela dá uma proteção maior coletiva na medida em que o vírus não encontra o hospedeiro sem proteção.

A cidadezinha com pouco mais de 8 mil habitantes recebeu nesta terça-feira as 170 doses da CoronaVac destinadas a ela pelo governo estadual. Uma profissional da saúde e dois idosos foram vacinados. O restante será aplicado a partir de quarta-feira, utilizando a prioridade de quem atua na linha de frente contra a doença e dos idosos com mais de 75 anos de idade.

Fonte: Yahoo Brasil 

Há medicamentos que funcionam contra a covid-19?

0

Ivermectina, hidroxicloroquina, remdesivir. Em meio à luta contra a pandemia, diversos remédios têm sido propagandeados como possíveis armas contra o coronavírus. A DW checou o que se sabe sobre sua eficácia.A pandemia de covid-19 tem desafiado pesquisadores do mundo inteiro na busca não só por uma vacina, mas também por medicamentos capazes de prevenir, minimizar ou até curar uma infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2. A DW checou o que se sabe sobre a eficácia de alguns dos fármacos que vêm sido associados à covid-19: Favipiravir (Avigan) – pode encurtar duração da covid-19 O antigripal japonês Avigan, com o ingrediente ativo Favilavir, já havia causado sensação na Ásia antes de virar notícia no restante do mundo. O medicamento é usado contra a gripe e supostamente atua contra vários vírus RNA. Em 2014, por exemplo, foi usado com sucesso contra o ebola, levando o governo japonês a enviar doses de Favilavir à Guiné como ajuda de emergência para combater a epidemia no país africano. Estudos recentes apontam que o medicamento pode, de fato, encurtar a duração da covid-19. Os efeitos colaterais, no entanto, são muito fortes, e podem incluir choque anafilático ou pneumonia. Dexametasona – uma questão de timing O medicamento anti-inflamatório dexametasona é apontado como capaz de reduzir a mortalidade em pacientes de covid-19 dependentes de ventilação mecânica e cujo quadro infecioso se estende por mais de sete dias. Embora o Instituto Robert Koch (RKI), a agência alemã de prevenção e controle de doenças, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendem o uso do medicamento nesses casos, a dexametasona não deve ser utilizada em pacientes com sintomas leves e tampouco de maneira precoce. “Quando utilizada cedo demais, é capaz de amortecer ou bloquear o sistema imunológico, podendo provocar inclusive uma evolução mais grave da doença”, explicou no início de outubro Sandra Ciesek, diretora do Instituto de Virologia Médica do Hospital Universitário de Frankfurt, no podcast da emissora alemã Norddeutscher Rundfunk. Hidroxicloroquina – sem efeitos positivos No início da pandemia, o princípio ativo hidroxicloroquina, um antigo medicamento contra a malária, foi visto como uma luz de esperança contra o coronavírus e, inicialmente, até chegou a ser utilizado. Atualmente, o Instituto Federal de Medicamentos e Dispositivos Médicos alemão adverte contra seu uso no tratamento da covid-19. “Os pacientes de covid-19 tratados com hidroxicloroquina devem ser acompanhados muito de perto devido aos graves efeitos colaterais que podem decorrer de sua utilização”, afirma o instituto em seu website. Mas o mais importante, aponta, é que não foram demonstrados efeitos benéficos no tratamento de pacientes com coronavírus. Artemisinina – faltam estudos confiáveis No início da pandemia, uma bebida herbácea de Madagáscar provocou furor: Covid Organics, derivada da artemisinina, um ingrediente ativo da planta Artemísia. Até o momento, porém, não há estudos confiáveis sobre os efeitos da bebida. Uma equipe liderada pelo professor Peter Seeberger, chefe da Divisão de Sistemas Biomoleculares do Instituto Max Planck de Coloides e Pesquisa de Interfaces, conseguiu estabelecer, pelo menos em estudos de laboratório, que os extratos da planta Artemísia são eficazes contra o novo coronavírus. As conclusões, porém, ainda não foram revisadas por outros cientistas. Um estudo de fase 2 com 360 pessoas também está em andamento no México para investigar a eficácia da Artemisia em conexão com o coronavírus, mas os resultados ainda não foram publicados. Numa entrevista à DW, Seeberger disse que existem “indícios suficientes” para analisar cientificamente o efeito da artemisinina em ligação com o coronavírus. No entanto, ele desaconselha fortemente “tomar chás de Artemísia na esperança de que eles irão prevenir ou curar a covid-19”. “Não existe, atualmente, qualquer evidência clínica de eficácia”, diz. Tocilizumabe e sarilumab (Kevzara) – estudos contraditórios Os efeitos dos anticorpos tocilizumabe e sarilumab são controversos. Eles costumam ser usados no tratamento de artrite reumatoide, mas um estudo recente – ainda sem revisão – afirmou que eles podem reduzir significativamente a mortalidade em pacientes de covid-19. Embora outro estudo tenha concluído que os medicamentos não reduzem de fato a mortalidade, o governo britânico já anunciou que planeja utilizá-los contra o coronavírus no futuro. Ivermectina – OMS desaconselha Controvérsia também gira em torno da ivermectina. Originalmente indicado contra sarna e vermes, o antiparasitário tem sido comercializado na América Latina como um “medicamento milagroso contra o coronavírus”. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a agência americana Food and Drug Administration (FDA) desaconselham o uso do medicamento contra a covid-19. Ainda são necessários mais testes para determinar se a ivermectina pode ser utilizada na prevenção ou no tratamento da doença, afirmaram. Em contraste, a Front Line COVID-19 Critical Care Alliance, uma aliança de médicos de UTIs americanas, concluiu, após avaliar os dados clínicos disponíveis, que o medicamento pode reduzir significativamente a carga viral e acelerar a recuperação em pacientes com quadros infecciosos leves ou moderados. Já nos casos graves, o medicamento reduziria a necessidade de hospitalização, assim como as taxas de mortalidade. Higienização bucal e sprays nasais – efeitos não comprovados Como forma de prevenção, a Sociedade Alemã de Higiene Hospitalar recomenda o gargarejo com substâncias apropriadas. Por trás disso, está a ideia de que o gargarejo mataria os vírus presentes na garganta. Caso os pacientes estejam infecciosos, o risco de transmissão seria assim reduzido durante um curto período de tempo. “Claro que não se chega ao vírus enquanto ele estiver nas células. Não se trata, portanto, de eliminar a infecção, mas apenas de eliminar os vírus livres, que – caso expectorados ou exalados – seriam a base para uma nova infecção”, “, disse o porta-voz do grupo, Peter Walger, em entrevista à DW. O mesmo se aplica aos sprays nasais antivirais, com os efeitos do fármaco Algovir como um dos exemplos em discussão. A recomendação do medicamento decorre de um estudo de pesquisadores de Bochum, entre outros, explica Walger. Em laboratórios, foi possível comprovar que os enxaguamentos bucais reduziam as quantidades de Sars-Cov-2. Gargarejos com líquidos específicos têm sido recomendados pela OMS e pelas sociedades de odontologia alemãs desde agosto e setembro. No entanto, as sociedades profissionais sublinharam que ainda não há estudos clínicos que comprovem que tais procedimentos também ajudem contra o coronavírus em humanos. Atualmente, resta saber se as soluções chegam efetivamente ao local do organismo onde se concentra a maioria dos vírus, conforme as investigações de uma equipe do centro de pesquisas alemão Correctiv. Um estudo feito com dez pessoas testadas positivo para Sars-Cov-2 na Alemanha chegou à conclusão de que um enxaguamento bucal com uma solução de peróxido de hidrogênio a 1% não foi capaz de reduzir a carga viral. Remdesivir – faltam evidências Embora o presidente americano,Donald Trump, tenha tomado o medicamento após sua infecção pelo coronavírus, o efeito do remdesivir contra covid-19 é altamente controverso. O medicamento é usado nos EUA e também na Alemanha, onde seu uso, porém, é recomendado pelo RKI somente em pacientes que necessitem de oxigênio, mas não de respiração mecânica, idealmente entre o quinto e o sétimo dia após início dos sintomas. O governo americano se baseia em estudos que indicam que o ingrediente ativo reduz a duração da covid-19. Para a OMS, não há evidências suficientes para recomendar o uso do remdesivir. Autor: Kathrin Wesolowski, Uta Steinwehr

Fonte: O Povo Online

Vacina, 5G e a conta da inconsequência

0

A conta da vacina contra a Covid-19 tem tudo para respingar no 5G. Conforme revelado pela Folha de S. Paulo, nesta quarta, 20, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, terá uma reunião com o embaixador da China, Yang Wanming, para tentar uma reaproximação diplomática e tratar do entrave burocrático que impede o envio de insumos para a produção, no Brasil, das vacinas contra a Covid-19 pela Fundação Oswaldo Cruz e pelo Instituto Butantã.

Veja também: Primeiros rondonenses serão imunizados contra a COVID-19, nesta quarta-feira

Conforme interlocutores familiarizados com a agenda de Maia, o foco será prioritariamente a questão dos insumos para os imunizantes e como liberar a exportação deste material para o Brasil para que as vacinas possam ser produzidas localmente, mas é provável que o tema do 5G entre na pauta. Isso porque este é considerado um dos pontos críticos de atrito diplomático entre Brasil e China e, se não é a causa, certamente não é um fator que ajude nas relações entre os dois países. Caso o assunto venha à mesa, segundo apurou este noticiário, o discurso de Maia é conhecido e já foi manifestado em algumas ocasiões: o presidente da Câmara dos Deputados é contrário qualquer tipo de intervenção estatal na escolha dos fornecedores das futuras redes de 5G por entender que isso poderia trazer impactos econômicos importantes para o mercado e para os consumidores. Maia foi inclusive um dos incentivadores da formação do grupo de trabalho da Câmara que analisa o tema. Mas esta é apenas uma das ocasiões em que o tema vacina e do 5G devem estar na mesma conversa. Em outros momentos os temas certamente aparecerão juntos, porque são parte do mesmo problema: a inconsequência do governo no trato diplomático.

Siga nosso Instagram

Desgaste geral

O tema do 5G é relevante no debate sobre a questão da vacina porque representou um ponto de desgaste muito relevante, inclusive com comprometimento direto das relações entre o Itamaraty e o embaixada da China. O governo Bolsonaro atacou diretamente os interesses chineses de maneira no mínimo precipitada em diversas ocasiões. Houve declarações do presidente e de seus filhos sobre o tema do 5G, reproduzindo o discurso conspiratório do governo Donald Trump; sem ter assinado um único documento com contrapartidas e condições, o Itamaraty permitiu que o Brasil fosse incluído como apoiador de uma doutrina tecnológica chamada Clean Network, patrocinada pelo governo Trump e dedicada a municiar uma guerra comercial e tecnológica contra a China; e até mesmo a Anatel foi chamada para uma reunião com o presidente em que as posições de Bolsonaro e suas restrições aos chineses ficou explícita para a agência.

Quem conhece um pouco sobre a economia chinesa e o avanço econômico do país asiático nas últimas décadas sabe que ele se baseou em fortes investimentos e estímulos aos setores de infraestrutura de base, incentivos ao setor de TICs e em biotecnologia. Não por acaso, em pouco mais de 20 anos, empresas como a Sinovac, que desenvolveu a Coronavac, a ser produzida pelo Butantã; e a Huawei, fornecedora de equipamentos de telecomunicações, se tornaram referências importantes em seus setores. Tanto quanto manufaturados, a China hoje exporta tecnologia de ponta, e rivaliza neste território com os EUA, algo inimaginável anos atrás. O Brasil, por sua vez, não está nesse jogo, e segue um país exportador de commodities.

Ao se posicionar em oposição à China apostando na tese da “dependência alimentar” daquele país em relação ao Brasil, Bolsonaro ignorou que somos muito mais dependentes em questões vitais como insumos para imunizantes e medicamentos, seringas e equipamentos médicos, por exemplo. Como ainda não é possível transformar soja e ferro em vacina e remédios, a aposta de Bolsonaro foi desastrosa, ainda mais sem o apoio dos EUA de Joe Biden, cujo mandato começa nesta quarta.

Na questão do 5G, o melhor a fazer é deixar a Anatel trabalhar sem interferências, assim como a Anvisa trabalhou na análise e aprovação das vacinas da Fiocruz e do Butantã. Isso não quer dizer que o Brasil tenha que abrir mão de sua preocupação de estabelecer políticas cibernéticas relacionadas ao 5G e à sua rede de Internet. Esse é um assunto importante para todos os países e que não é novo. Vale lembrar que em 2013, por exemplo, o Congresso Nacional instalou uma CPI sobre o tema, na onda das revelações de Edward Snowden. O relatório final da CPI da Espionagem (que, aliás, não fez acusações contra empresas e tampouco foi inconsequente do ponto de vista diplomático contra governos, ainda que naquela ocasião os EUA tenham sido o alvo das revelações de Snowden) é uma boa leitura para um diagnóstico mais amplo que até aqui Bolsonaro e o Planalto não mostraram ter sobre o tema.

Políticas e práticas regulatórias de cibersegurança que permitam um processo de certificação e homologação de equipamentos com vistas a uma maior segurança das redes e aplicações; processos de comunicação e protocolos de resposta adequados; acompanhamento centralizado e diligente dos incidentes de ameaça cibernética; processos transparentes de auditoria nos equipamentos e sistemas de tratamento de dados; adoção de padrões reconhecidos internacionalmente; integração entre diversos órgãos reguladores e formuladores de política são algumas das preocupações que sem dúvida devem estar por trás das políticas e ações regulatórias sobre o tema de cibersegurança. Que, aliás, estão colocados nas primeiras ações da Anatel sobre o tema. O que não precisa estar são teorias conspiratórias desprovidas de base factual, subjetivismos político-ideológicos, atropelos diplomáticos e discursos inconsequentes. Porque a conta pode chegar quando menos se espera. Por exemplo, na hora de negociar uma vacina para uma calamidade sanitária sem precedentes.

Fonte: Teletime