Covid-19: Apple Watch pode detetar sinais de infeção antes dos sintomas

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À medida que o mundo continua a lutar contra a pandemia de Covid-19, a comunidade científica está tentando perceber se os acessórios como os relógios inteligentes podem desempenhar um papel na deteção precoce da doença.

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Um recente estudo de pesquisadores de Nova Iorque, revela que o Apple Watch é capaz de detetar sinais de infeção, como mudanças nos batimentos cardíacos, antes de os primeiros sintomas de Covid-19 aparecerem.

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Os pesquisadores monitoraram 297 profissionais de saúde do hospital entre abril e setembro. Os participantes usaram Apple Watches e fizeram o download de um aplicativo especialmente concebida para os seus iPhones.

Os dados recolhidos demonstraram mudanças significativas na variabilidade das frequências cardíacas até sete dias antes de os indivíduos terem sido diagnosticados com a doença.

Assim, o estudo detalha que os indivíduos com Covid-19 tiveram uma menor variabilidade das frequências cardíacas, indicando que o seu sistema imunitário estava comprometido.

Os resultados do estudo dão revelam que em 80% dos casos de pacientes com Covid-19, os dados recolhidos pelos wearables já indicavam sinais de infeção enquanto os primeiros sintomas surgiam ou ainda três dias antes de aparecerem.

Fonte: MSN

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São Paulo muda plano de vacinação e adia campanha com idosos

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O acordo fechado com o Ministério da Saúde, que prevê o uso de todas as doses da vacina Coronavac disponíveis no Instituto Butantã pelo Sistema Único de Saúde (SUS), obrigou o governador de São Paulo, João Doria, a mudar o cronograma original de vacinação contra a covid-19.

Doria previa que, em 25 de janeiro, populações indígenas do Estado seriam as primeiras vacinadas, ao mesmo tempo que os profissionais de saúde. Já os idosos com mais de 75 anos passariam a receber as doses a partir de 8 de fevereiro. Esse calendário inicial previa aplicar as duas doses da Coronavac em nove milhões de pessoas até o fim de março.

Após a venda de todas as doses da Coronavac, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo passará a cumprir o Plano Nacional de Imunização (PNI) do ministério e não o cronograma anterior apresentado por Doria. Desde a autorização de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no domingo, 17, o Estado tem vacinado profissionais de saúde na capital e no interior.

O PNI, apresentado em dezembro pelo Ministério da Saúde, previa que na primeira fase seriam vacinados os profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos, idosos acima de 60 anos que vivessem em asilos (ou instituições similares) e povos tradicionais. Com o número limitado do primeiro lote da Coronavac (seis milhões de unidades), o ministério prevê agora imunizar somente idosos em instituições de longa permanência – grupo que representa 0,5% da população acima de 60 anos no País.

A gestão paulista não soube informar se, dentro de cerca de 1,37 milhão de doses disponíveis no Estado no primeiro lote , haverá unidades da vacina enviadas ao grupo dos mais idosos (mais de 75 anos). Por enquanto, as pessoas não devem buscar postos de saúde para a vacinação. Sobre as populações indígenas, afirmou que as prefeituras que quiserem poderão usar as doses recebidas também para imunizar esse grupo.

Falta de matéria-prima preocupa

O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito nesta segunda, 18. O órgão paulista se comprometeu a enviar 8,7 milhões de doses ao SUS ainda em janeiro e, até abril, serão 46 milhões de doses. A produção dos imunizantes, no entanto, depende da chegada de insumos vindos da China que ainda não têm data para serem embarcados e sofrem atrasos de liberação das autoridades do país asiático.

“Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado”, afirmou o presidente do Butantã, Dimas Covas. “Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo.” Ele disse que o problema é de ordem burocrática, mas não deu detalhes.

O Butantã tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, segundo Covas. Mas, para isso, depende desses insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac que precisam ser importados. “A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima”, acrescentou Covas. A instituição estima ainda que demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos trazidos do exterior. Uma nova fábrica do Butantã está em construção na zona oeste paulistana. A falta de matéria-prima também é um problema para a Fiocruz, que vai produzir a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca no Brasil.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Ministro do STF dá cinco dias para estados informarem estoques de seringas

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O Distrito Federal e os 26 estados terão de informar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a real situação dos estoques de seringas e agulhas para a vacinação contra a covid-19, determinou hoje (14) o ministro Ricardo Lewandowski. As informações servirão de subsídio para o ministro tomar uma decisão sobre uma ação apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade.ebcebc

A Rede Sustentabilidade quer que o governo comprove o estoque de seringas e agulhas da União e dos estados para a vacinação de, pelo menos, quatro grupos prioritários para o plano de vacinação. Além de comprovarem os estoques, os governos locais terão de detalhar quantas unidades estão disponíveis para a imunização contra a covid-19 e quantas serão usadas em outras ações de saúde pública.

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Caso falte insumos, o partido pede que o STF obrigue o governo a apresentar, em 48 horas, o planejamento de novas compras de seringas e agulhas para a execução das primeiras fases do plano de vacinação.

A decisão de Lewandowski vem um dia depois de o Ministério da Saúde informar, em ofício enviado ao Supremo, que sete estados não teriam estoque suficiente de seringas e agulhas para a aplicação de 30 milhões de doses nas primeiras fases do plano. Segundo a pasta, os estados com insuficiência de material são Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina. A pasta informou que requisitou 60 milhões de seringas às fabricantes nacionais do produto para distribuir aos estados.

Prefeituras

Por outro lado, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, disse hoje (14), que a maioria dos 5.570 municípios brasileiros estará apta a iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19 tão logo o Ministério da Saúde distribua os imunizantes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Todas as cidades que se manifestaram disseram que estão preparadas para realizar a vacinação”, disse o presidente da entidade, logo após se reunir, em Brasília, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na manhã de hoje.

Fonte: Estado PB

Na sombra da Covid-19, sarampo avança e provoca mortes no Brasil mesmo com vacina

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Enquanto há grande expectativa sobre os imunizantes que protegerão contra a Covid-19 — dois deles aprovados pela Anvisa no domingo —, a cobertura vacinal de outras enfermidades não atinge o mínimo necessário. Seis das sete mortes causadas pelo sarampo no Brasil em 2020 ocorreram em crianças com menos de 18 meses. A sétima vítima foi um homem de 34 anos. Nenhum deles tinha histórico de vacinação contra a doença.

No ano passado, foram confirmados 8.419 casos de sarampo no país, até o dia 19 de dezembro. E há, ainda, 371 em investigação.

O estado do Pará concentra o maior número de casos confirmados — 5.375 diagnósticos — e cinco mortes (dois residentes no município de Belém, dois em Novo Repartimento e um em Igarapé-Miri). Ele é seguido por Rio de Janeiro, com 1.347 casos e uma morte (um menino residente no município de Nova Iguaçu); São Paulo, com 864 diagnósticos e uma morte (residente na capital); Paraná, com 377 casos; Amapá, 177 pessoas infectadas; e Santa Catarina, com 110 diagnósticos positivos. Outros 15 estados apresentaram menos de 100 casos de infecção pelo vírus do sarampo.

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A vacinação é a única forma de proteção contra a doença. No entanto, a cobertura vacinal não tem atingido a porcentagem mínima para garantir que o vírus não circule em território brasileiro. Desde 2017, a primeira e segunda doses da tríplice viral em crianças — que além do sarampo protege também contra caxumba e rubéola — não alcançou os 95% de cobertura, necessários para deixar a população protegida. Dados do Ministério da Saúde mostram que, até de 2 de outubro de 2020, a primeira dose tinha sido aplicada em apenas 70,64% do público-alvo (crianças com 12 meses), e a segunda dose — que inclui a proteção contra a varicela — foi inoculada em 55,77% das crianças com 15 meses.

Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), lista alguns motivos para as baixas coberturas vacinais no Brasil.

— Existe um fenômeno chamado de “evitação vacinal”, que significa que temos a recomendação de vacinar, a vacina disponível gratuitamente, e mesmo assim ela não é aplicada ou é com atraso — explica Cunha: — E dentro dos determinantes da evitação estão a complacência (percepção de que a doença não é perigosa), a falta de confiança (não só na eficácia e segurança da vacina, mas nos governantes, nas instituições e profissionais de saúde, que tem sido abalada por conta de fake news) e a conveniência (horários de funcionamento dos postos).

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Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS/OMS) um certificado de erradicação do sarampo. No entanto, o país perdeu este reconhecimento em 2019, após ocorrer um surto da doença por mais de um ano, com novos casos surgindo. Em 2018 o Brasil registrou 10.274 diagnósticos positivos da doença, com o surto ocorrendo no Amazonas e em Roraima. Naquele ano 12 pessoas morreram em decorrência da doença.

Já em 2019, o número de casos confirmados foi bem maior: 18.203 infectados, com 15 mortes. O surto ocorreu nos estados de São Paulo (com maior número de casos), seguido do Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará.

O descontrole da doença ocorre não apenas no Brasil, mas em vários países. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as mortes por sarampo em todo o mundo atingiram, em 2019, seu nível mais alto em 23 anos. Uma análise feita pela OMS junto com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostrou que naquele ano 207.500 morreram em todo planeta por causa do vírus. O número foi 50% maior do que três anos antes, de acordo com o estudo.

Fonte: Yahoo Brasil 

Projeto propõe a opção de não se vacinar contra covid-19 em Maceió

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A expectativa de milhões de brasileiros, entre eles alagoanos, para se vacinar contra a Covid-19 ainda esbarra na desconfiança dos negacionistas. O mais conhecido deles, o presidente Jair Bolsonaro, que não irá se vacinar, conta em Maceió com o apoio do vereador Leonardo Dias (PSD), que protocolou, nessa segunda-feira (18), na Câmara de Vereadores, um Projeto de Lei (PL) para que os maceioenses possam decidir se querem ser vacinados ou não. “Muito embora a disponibilização da vacina seja uma grande vitória, ainda restam dúvidas sobre possíveis efeitos colaterais, conforme apontados pela Anvisa durante a autorização por uso emergencial. Por conta disso, entendo ser fundamental que cada cidadão decida por si próprio se deve ou não ser vacinado. O projeto de lei vem proteger aqueles que entendem ser necessário aguardar o momento da vacinação para uma oportunidade mais segura”, disse Dias. Polêmico, o PL vai ao encontro à posição política do prefeito da capital João Henrique Caldas (PSB) e contra do próprio governador Renan Filho (MDB) e surge diante dos números da doença em nível nacional, com 209.206 mortes, sendo 518 em 24 horas, totalizando desde o início da pandemia 8.490.133 doentes, e também no Estado, que no domingo chegou a 111.443 infectados, 2.620 mortes, nove delas ocorridas no último sábado e outros 8.912 pacientes aguardando resultado de exames. “O projeto de lei impede que o Executivo possa vir a tentar restringir que pessoas tenham seus direitos suprimidos, como a livre circulação em estabelecimentos ou ainda que não tenham acessos a serviços públicos e privados por terem decidido não se vacinar”, completou o vereador. Ele lembrou, ainda, que por se tratar de matéria que representa providência urgente e que tem a necessidade de atender situação de calamidade pública, precisa ser incluída na pauta em regime de urgência. Neste caso, inclusive, com a convocação de uma sessão extraordinária, o que poderia representar ônus para o Legislativo. A repercussão da proposta do vereador, um dia depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso emergencial da Coronavac e da vacina da Universidade de Oxford, foi muito negativa. Um dos que reagiram de forma enfática foi o médico infectologista Marcelo Constant, que lembrou que a posição do vereador remonta há 100 anos, quando Rui Barbosa defendeu a “liberdade de recusa”. “Não tenho dúvidas de que é posicionamento negacionista e que vai de encontro ao interesse da coletividade. Além disso, está com mais de 100 anos de atraso e repetindo palavras já ditas. Aquilo que é de interesse da população de um modo geral não pode ser contrariado por um gesto estúpido ou alguém que se nega. O interesse da população está acima do interesse individual”, disse Constant. O especialista defendeu, inclusive, que os beneficiários de programas sociais, a exemplo do Bolsa Família, só tenham acesso aos repasses mediante comprovação de que se vacinaram. “Não concebo esse tipo de gente. A sua liberdade acaba quando a liberdade da maioria começa”, acrescenta. Do ponto de vista político, o vereador Leonardo Dias tem todo o direito de propor o que quiser. Foi o que disse o advogado especialista em direito civil e criminal e professor Leonardo de Moraes. Em sua avaliação, a matéria proposta não tem a menor chance de avançar na Casa.

Fonte: Gazeta de Alagoas

Falta de matéria-prima para Coronavac e vacina de Oxford ameaça atrasar imunização no Brasil

As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada anteontem em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

Veja também: Caminho das vacinas: entenda como doses vão do Butantan e da Fiocruz aos postos de saúde do Brasil

O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.

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O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito ontem. O órgão não recebeu novas remessas do Insumo Farmacêutico Ativo, o princípio ativo da vacina, importado da China.

“Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado”, afirmou o presidente do Butantã, Dimas Covas. “Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo.” Segundo ele, o problema é de ordem burocrática, sem detalhar.

O Butantã tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, segundo Covas. Mas, para isso, depende de insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac que precisam ser importados. “A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima”, disse Covas. A instituição estimar que ainda demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos importados. Uma nova fábrica do Butantã está em construção na zona oeste de São Paulo.

Covas não informou quantas doses poderão ser feitas com a matéria-prima que aguarda importação. “Mil litros (da matéria-prima)dão origem a um milhão de doses”, disse.

Oxford

Já Fiocruz nem começou a sua produção. A instituição ainda não recebeu nenhuma remessa do IFA para a vacina de Oxford/AstraZeneca. O produto também vem da China. Em nota, a instituição informou que a chegada dos insumos em janeiro ainda está dentro do calendário contratual.

Por contrato, se a AstraZeneca não entregar o princípio ativo, deve fornecer as vacinas prontas. A farmacêutica diz que continua trabalhando na liberação dos lotes de IFA, na China. Segundo Pazuello, o governo chinês não está sendo célere na liberação da burocracia para a exportação das substâncias.

Sobre a importação de dois milhões de doses prontas do imunizante de Oxford, plano que o governo previa executar no fim de semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ontem que ainda não havia recbido “resposta positiva” sobre a compra. Sem citar uma data, ele disse que teve “sinalização” de que o embarque vai se resolver nesta semana.

Especialistas concordam que, independentemente do ritmo, foi muito importante ter começado a campanha de imunização, ainda que com muito poucas doses disponíveis.

“Certas estratégias não podem ser postergadas. Estamos no auge do número de novos casos e óbitos, qualquer estratégia com evidência científica deve ser implementada, mesmo que o ritmo da vacinação não seja o ideal”, afirmou o chefe do setor de infectologia da Unesp, Alexandre Naime Barbosa. “Esse é o preço que estamos pagando pela falta de planejamento por parte do governo federal.”

Especialistas destacam que o governo não levou adiante as negociações com a Pfizer e a Moderna para a compra de imunizantes. Lembram também que, num primeiro momento, o País não quis entrar no consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a compra de vacinas e, por fim, quando decidiu participar, foi com apenas 10% das doses. Segundo explicou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, é uma tradição brasileira fazer esse tipo de compra em pool. É uma forma a ganhar preferência dos fabricantes.

“Isso tudo nos coloca numa condição extremamente fragilizada, sobretudo diante do aumento de demanda global para todas essas fábricas, como a da Índia, que estão com um cronograma altamente apertado em razão das próprias demandas internas e de outras externas”, resume o virologista Flávio Guimarães, da UFMG.

“Mais do que nunca, vejo como alternativa a continuação do investimento brasileiro num imunizante nacional; temo que o fornecimento externo não vá oferecer a cobertura que precisamos”, afirma ele. /COLABORARAM MATEUS VARGAS e EMILLY BEHNKE

Fonte: MSN

Enfermeira que aplicou 1ª dose da vacina contra Covid-19 em SC conta experiência: ‘Um orgulho’

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A gerente de Imunização da Prefeitura de São José, enfermeira Iula Luana Bastos, aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina. No final da tarde de segunda-feira (18), ela vacinou o também enfermeiro Júlio César Vasconcellos de Azevedo. Bastos resumiu a experiência: “Poder realizar a primeira dose da vacina é, sem sombra de dúvidas, um orgulho, representar a equipe da qual faço parte”.

Ao todo, três pessoas receberam a primeira dose: Azevedo, João de Jesus Cardoso, de 81 anos e morador de uma casa de repouso, e a líder indígena Kerexu Yxapyry. Esta última também foi vacinada por Bastos. A imunização foi feita no Instituto de Cardiologia em São José, na Grande Florianópolis.

Bastos tem 38 anos e também é técnica de enfermagem no Hospital Regional de São José. Ela contou ao G1 o que o início da vacinação significa para ela.

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“Principalmente, é lembrar do dia 15 de março de 2020, que foi aniversário da minha filha. Não pude estar presente porque nós iniciamos as ações de combate à Covid-19 em São José. É poder ter a esperança de abraçar sem medo, de comemorar, de estar em família e rever amigos”.

“Principalmente, é lembrar do dia 15 de março de 2020, que foi aniversário da minha filha. Não pude estar presente porque nós iniciamos as ações de combate à Covid-19 em São José. É poder ter a esperança de abraçar sem medo, de comemorar, de estar em família e rever amigos”.

É também um alívio para os profissionais da saúde. “Nós, trabalhadores da enfermagem, é, principalmente, ter a certeza de voltar para casa e poder descansar”, disse.

Primeiras doses em SC

O enfermeiro Júlio César Vasconcellos de Azevedo foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 em Santa Catarina. Ele recebeu a primeira dose por volta das 17h35 desta segunda.

Santa Catarina foi o primeiro estado do Sul do Brasil a começar a vacinação contra a Covid-19.

O enfermeiro é morador da capital, tem 55 anos e trabalha há 28 no Hospital Celso Ramos, de Florianópolis.

Em seguida, foi vacinado o idoso de 81 anos João de Jesus Cardoso, que mora em uma instituição de longa permanência.

Por fim, foi vacinada a líder indígena Kerexu Yxapyry, da terra indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis.

As primeiras doses da vacina foram aplicadas em São José, na Grande Florianópolis, mesma município onde fica o centro de armazenamento e distribuição da Secretaria de Estado da Saúde e estão as 144 mil doses recebidas nesta segunda. Segundo o Governo do Estado, “‘por questão de agenda”, a cerimônia de vacinação foi realizada na cidade, no Instituto de Cardiologia, administrado pela Secretaria estadual da Saúde.

As profissionais que aplicaram as vacinas são Patrícia Coelho, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), e Iula Luana Bastos, gerente de imunização da Prefeitura de São José.

Secretário e governador pedem que população continue prevenção

Após as três pessoas serem vacinadas, o secretário de Estado da Saúde, André Motta, pediu que a população continue com a medidas preventivas contra a Covid-19.

“Preciso lembrar que, apesar do início da vacinação, continuamos com a pandemia entre nós. Precisamos continuar com isolamento, uso de máscara, isso é fundamental”, disse André Motta.

“Preciso lembrar que, apesar do início da vacinação, continuamos com a pandemia entre nós. Precisamos continuar com isolamento, uso de máscara, isso é fundamental”, disse André Motta.

O reforço para que a população continue se cuidando foi feito também pelo governador Carlos Moisés.

“Temos na vacina a esperança de dias melhores. Se tudo der certo, passaremos o ano de 2021 vacinando. Por isso, precisamos continuar com as normas editadas pelo Governo de Santa Catarina e apoiadas por cada prefeitura. Estamos recebendo, ainda de forma incipiente, essas primeiras doses, que serão encaminhadas a cada uma das populações estabelecidas como preferenciais”, afirmou.

Boletim da Covid-19

De acordo com o boletim de segunda, Santa Catarina tem 543.389 casos confirmados de Covid-19, com 5.919 mortes. Do total de pacientes, 18.769 estão atualmente em tratamento.

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública é de 78,9%. Dos 1.534 leitos existentes, 1.211 estão ocupados, sendo 525 por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. Há 323 leitos vagos.

Fonte: G1

Caminho das vacinas: entenda como doses vão do Butantan e da Fiocruz aos postos de saúde do Brasil

Com menos doses importadas do que pessoas que precisam tomar a vacina na primeira fase de imunização, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição das vacinas nesta segunda-feira (18). Das 8 milhões de doses garantidas pelo governo, 6 milhões já percorrem o Brasil e outras 2 milhões aguardam transporte da Índia.

Veja também: Falta de matéria-prima para Coronavac e vacina de Oxford ameaça atrasar imunização no Brasil

Para começar a vacinar a população, as doses da CoronaVac saíram de São Paulo, onde estavam armazenadas, e precisam enfrentar até cinco etapas de viagens pelo país: até o centro de distribuição logístico de Guarulhos, depois para os centros estaduais, regionais e municipais para só então serem enviadas aos postos de vacinação.

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O procedimento será o mesmo aplicado às doses da vacina de Oxford e da AstraZeneca quando elas chegarem ao Rio de Janeiro.

A logística para entregar as milhões de doses aos mais de 5,5 mil municípios do Brasil é semelhante à já utilizada em outras campanhas de vacinação, por meio da estrutura do Programa Nacional de Imunização (PNI), com o suporte de caminhões-baú refrigerados, para o transporte terrestre aos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e do auxílio de voos para as regiões Norte e Nordeste.

No Brasil, os institutos recebem as doses prontas vindas dos laboratórios internacionais e já se preparam para começar a produzir doses integralmente nacionais a partir do segundo semestre:

Como é a distribuição

União, estados e municípios compartilham etapas da distribuição da vacina, capitaneados pelo Ministério da Saúde.

Antes da aprovação do uso emergencial das vacinas neste domingo (17), as doses importadas ficaram armazenadas na sede do Butantan. Depois da liberação, 4,6 milhões delas seguiram para o Centro de Distribuição Logístico do Ministério da Saúde, que fica na cidade de Guarulhos, perto do aeroporto internacional. Outras 1,3 milhão ficaram já na cidade de São Paulo e serão distribuídas para outros municípios pelo governo estadual.

Ao chegar no centro, as amostras precisam passar por um controle de qualidade e são divididas em lotes estaduais. Depois de analisadas, elas foram enviadas para os centros estaduais, que ficam em cada uma das 27 capitais. As viagens aos estados são feitas de duas maneiras:

Uma vez nos centros estaduais, as secretarias de saúde ficam encarregadas de separar as quantidades de doses que cada cidade vai receber e enviá-las para os centros regionais. A partir dos polos, as vacinas são enviadas para os municípios. Nesta etapa, o controle da distribuição passa para as prefeituras.

Em algumas regiões, a entrega só pode ser feita por barcos. No Amazonas, 33 dos 62 municípios precisam do auxílio de embarcações para a entrega das doses, que ficarão sob responsabilidade da Marinha e do Exército. As secretarias de saúde do Acre e do Mato Grosso também preveem a utilização de transporte aquático. Outros estados com áreas de difícil acesso, como Mato Grosso e Rondônia, optaram pelo transporte aéreo.

Nestes casos, os barcos têm geradores para garantir a refrigeração das bobinas reutilizáveis ambientadas. Essas bobinas são as responsáveis por manter as temperaturas das caixas térmicas que guardam as doses de imunizante.

O transporte das vacinas até os centros estaduais pode levar de 1 a 5 dias, dependendo de dificuldades de voo ou algum problema no trajeto terrestre. Mas o que mais leva tempo é o transporte até as salas de vacinação. Segundo Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunizações, esse processo pode demorar até 15 dias em localidades de difícil acesso.

Além das 38 mil salas existentes, vários estados preveem expandir os pontos de vacinação e incluir escolas, estádios, igrejas e outros locais improvisados. Até a modalidade de drive-thru, quando a vacina é aplicada dentro dos carros, foi considerada como alternativa em alguns estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Questionado pelo G1, o Ministério da Saúde não informou para quantos dias está prevista a distribuição da primeira leva de vacinas e nem quantos profissionais de saúde e segurança irá mobilizar nesse trajeto.

Refrigeração

As duas vacinas precisam ser armazenadas em refrigeradores com temperaturas que variam entre 2°C e 8°C. Nessas condições, as vacinas podem durar até seis meses. A temperatura é a padrão para outros imunizantes já utilizados no Brasil.

Os centros por onde as vacinas passam têm área de refrigeração com essas especificações. Durante o transporte, a temperatura é mantida por meio de caixas térmicas com bobinas reutilizáveis ou câmaras refrigeradas. E, nos postos de vacinação, são armazenadas em freezers comuns.

Depois de abertos os fracos, que costumam guardar 10 doses cada, o material dura até seis horas. Nos postos de vacinação improvisados, como estádios de futebol e escolas, a refrigeração é feita por meio de geladeiras comuns, diz o microbiologista Luiz Almeida, coordenador de projetos educacionais do Instituto Questão de Ciência.

Dificuldades da vacinação

Tanto Domingues quanto Almeida explicam que a estrutura de vacinação brasileira dá conta de uma grande campanha ao mesmo tempo em que promove a vacinação de rotina.

Mas, segundo Almeida, a organização vai depender do escalonamento das doses. “Como as doses iniciais disponíveis serão baixas, vai haver uma concentração de oferta conforme os novos lotes chegarem. Com isso, vai haver uma vacinação simultânea em grupos que receberão a segunda dose e outros que ainda precisarão da primeira. Isso pode encavalar o sistema”, avalia o pesquisador.

Para o médico e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a estratégia de focar em apenas duas vacinas vai atrasar ainda mais o abastecimento.

Embora as vacinas sejam de fácil transporte e armazenamento, segundo o biólogo, as cidades precisam de tempo e informações precisas para preparar sua estrutura, desde a equipagem das salas até a quantidade de profissionais necessária para a operação. “Falta organização e liderança, falta um entendimento entre os governos estaduais e federal”, diz Almeida.

No primeiro dia de distribuição (18), o ministério usou o reforço de quatro aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que não constavam no plano operacional. Ao menos 11 estados relataram atraso na entrega das doses.

Para Mandetta, a “improvisação” põe em risco um sistema que sempre funcionou. “Já ouvimos pessoas que queriam mandar buscar essas doses de qualquer maneira. As cargas precisam ser transportadas em meios especializados, não dá para mandar buscar em qualquer avião ou caminhão. Existem perdas operacionais nesse processo”, avalia.

Outro ponto de atenção, segundo os especialistas, é com a segurança. Almeida lembra que, em 2017 e 2018, houve desvio e roubo de cargas com vacina contra a febre amarela. O governo do Acre já pediu reforço do governo federal com a escolta das vacinas e citou a dimensão da fronteira com outros países como principal fator de preocupação.

O Ministério da Saúde tem o apoio do Ministério da Defesa na distribuição até os estados, mas deixa sob responsabilidade dos governos locais a segurança no trajeto interno. Nos estados, a tarefa está dividida entre várias forças de segurança: agentes das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, bombeiros, integrantes das secretarias de Segurança Pública e até militares da Marinha e do Exército.

Seringas e agulhas

Além das doses, para que haja vacinação, são necessários outros insumos, como agulhas e seringas para aplicação. A Paraíba foi o único estado a declarar que não tem quantidade suficiente de seringas para vacinar o grupo prioritário da primeira fase, estimado em 308,4 mil pessoas pela secretaria estadual de saúde. Já o número de seringas no estado é de 250 mil.

O ministério diz que o abastecimento desses insumos é de responsabilidade dos estados. Mas, de acordo com Domingues, em situações como a pandemia de Covid-19, a responsabilidade pela aquisição de insumos necessários precisa ser compartilhada entre a pasta e as secretarias.

“Em um momento de pandemia, o governo federal tem que apoiar o estado na compra, ele precisa atuar de forma complementar. As 80 milhões de seringas foram compradas para a vacinação de rotina. No caso dessa campanha, será preciso comprar seringas adicionais. Se não houver reposição, vai faltar”, diz a epidemiologista.

Segundo o ministério, há 80 milhões de seringas e agulhas em estoque nos estados e municípios. Outras 8 milhões devem chegar entre janeiro e fevereiro, parte do lote de 40 milhões de unidades comprado por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Fonte: G1

Falta de matéria-prima para Coronavac e vacina de Oxford ameaça atrasar imunização no Brasil

As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada anteontem em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

Veja também: Dependência de insumos da Índia e China é ‘problema estrutural’, diz ex-Anvisa

O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.

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O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito ontem. O órgão não recebeu novas remessas do Insumo Farmacêutico Ativo, o princípio ativo da vacina, importado da China.

“Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado”, afirmou o presidente do Butantã, Dimas Covas. “Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo.” Segundo ele, o problema é de ordem burocrática, sem detalhar.

O Butantã tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, segundo Covas. Mas, para isso, depende de insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac que precisam ser importados. “A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima”, disse Covas. A instituição estimar que ainda demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos importados. Uma nova fábrica do Butantã está em construção na zona oeste de São Paulo.

Covas não informou quantas doses poderão ser feitas com a matéria-prima que aguarda importação. “Mil litros (da matéria-prima)dão origem a um milhão de doses”, disse.

Oxford

Já Fiocruz nem começou a sua produção. A instituição ainda não recebeu nenhuma remessa do IFA para a vacina de Oxford/AstraZeneca. O produto também vem da China. Em nota, a instituição informou que a chegada dos insumos em janeiro ainda está dentro do calendário contratual.

Por contrato, se a AstraZeneca não entregar o princípio ativo, deve fornecer as vacinas prontas. A farmacêutica diz que continua trabalhando na liberação dos lotes de IFA, na China. Segundo Pazuello, o governo chinês não está sendo célere na liberação da burocracia para a exportação das substâncias.

Sobre a importação de dois milhões de doses prontas do imunizante de Oxford, plano que o governo previa executar no fim de semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ontem que ainda não havia recbido “resposta positiva” sobre a compra. Sem citar uma data, ele disse que teve “sinalização” de que o embarque vai se resolver nesta semana.

Especialistas concordam que, independentemente do ritmo, foi muito importante ter começado a campanha de imunização, ainda que com muito poucas doses disponíveis.

“Certas estratégias não podem ser postergadas. Estamos no auge do número de novos casos e óbitos, qualquer estratégia com evidência científica deve ser implementada, mesmo que o ritmo da vacinação não seja o ideal”, afirmou o chefe do setor de infectologia da Unesp, Alexandre Naime Barbosa. “Esse é o preço que estamos pagando pela falta de planejamento por parte do governo federal.”

Especialistas destacam que o governo não levou adiante as negociações com a Pfizer e a Moderna para a compra de imunizantes. Lembram também que, num primeiro momento, o País não quis entrar no consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a compra de vacinas e, por fim, quando decidiu participar, foi com apenas 10% das doses. Segundo explicou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, é uma tradição brasileira fazer esse tipo de compra em pool. É uma forma a ganhar preferência dos fabricantes.

“Isso tudo nos coloca numa condição extremamente fragilizada, sobretudo diante do aumento de demanda global para todas essas fábricas, como a da Índia, que estão com um cronograma altamente apertado em razão das próprias demandas internas e de outras externas”, resume o virologista Flávio Guimarães, da UFMG.

“Mais do que nunca, vejo como alternativa a continuação do investimento brasileiro num imunizante nacional; temo que o fornecimento externo não vá oferecer a cobertura que precisamos”, afirma ele. /COLABORARAM MATEUS VARGAS e EMILLY BEHNKE

Fonte: Terra

Após falhas de logística do ministério, vacinação contra covid-19 ainda não começou em 11 Estados

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A vacinação contra a covid-19 começou em mais 15 Estados nesta segunda-feira, 18, um dia após o pontapé dado por São Paulo neste domingo, 17. A expectativa do Ministério da Saúde era que as doses chegassem a todas as capitais nesta segunda a tempo da aplicação, o que acabou sendo frustrado por problemas no transporte. Assim, a aplicação ainda não começou a ocorrer em 11 Estados, que esperam conseguir iniciar nesta terça-feira, 19, a imunização.

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As doses foram chegando ao longo da tarde e da noite em diferentes Estados. O Rio teve de montar uma logística própria para transportar suas doses a tempo de conseguir realizar um evento para a primeira aplicação, aos pés do Cristo Redentor, ainda com a luz do dia. A capital fluminense prevê imunizar 110 mil pessoas em quatro dias. À noite, foi a vez de Santa Catarina iniciar a sua campanha contra a covid-19, que imunizou um enfermeiro, um idoso e uma indígena.

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No caso do Rio Grande do Sul, o atraso previsto para a entrega das doses fez o governo realizar uma coletiva de imprensa perto da meia-noite desta terça-feira, 19. Às 23h, a página oficial da gestão Eduardo Leite (PSDB) anunciava a primeira vacinação para “daqui a pouco”. Já o Rio Grande do Norte, com a chegada das doses prevista para 22h55, preferiu transferir o ato simbólico para a manhã desta terça.

O carregamento no Pará só chegou na madrugada desta terça. Em vídeo nas redes sociais, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que a previsão original de entrega era até as 15h30 dessa segunda, destacou as falhas logísticas do ministério e chamou o atraso de “lamentável”. Ele agendou o começo da vacinação no Estado para a manhã de terça.

Pessoal, infelizmente a logística do Ministério da Saúde para a distribuição das vacinas passou por alterações. pic.twitter.com/KVY1FPhzpu

— Helder Barbalho (@helderbarbalho) January 18, 2021

O primeiro lote distribuído tem seis milhões de doses da Coronavac, o que é suficiente para imunizar somente 0,5% dos idosos e 1/3 dos profissionais de saúde. Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e titular da pasta no Maranhão, Carlos Lula estima que esta nova remessa seja esgotada em apenas uma semana e diz não haver garantias de que, ao término desses 6 milhões de doses, o País já tenha recebido mais estoque.

O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas enfrenta problemas para importar matéria-prima para fabricar mais. O governo federal tenta importar da Índia 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca, mas os planos fracassaram até agora.

Fonte: Terra