Empresas perdem oportunidades ao desprezar profissionais mais velhos

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A população em diversos países ao redor do mundo enfrenta um processo acelerado de envelhecimento, e no Brasil não é diferente. Se até alguns anos atrás a redução no número de jovens em comparação aos mais velhos era um fenômeno exclusivo de países desenvolvidos, em especial na Europa, agora começa a atingir nações ricas e pobres em todos os continentes.

Além do impacto social em sistemas como saúde pública e previdência social, o aumento de pessoas maduras provoca impactos na economia e no mercado de trabalho.

Atualmente, 26% da população brasileira tem mais de 50 anos. Até 2040, 57% da força de trabalho nacional será formada por profissionais mais velhos, com mais de 45 anos. Isso provocará reflexos em toda a cadeia de trabalho e produção, conforme estudo elaborado pela EY Brasil em parceria com a Maturi, plataforma de engajamento intergeracional.

O estudo revela os desafios para a superação do etarismo: estereótipos, discriminações e preconceitos produzidos com base na idade das pessoas.

“É um tema global. O fato de o profissional estar mais velho não significa que ele não pode estar no contexto de organização da empresa”, explica Daniela Brites, sócia de People Advisory Services na EY e que participou da elaboração do estudo.

Para Raquel Thomazi, gerente de People Advisory Services na EY, trata-se de uma oportunidade para levar o tema geracional para dentro das empresas, que devem se adaptar aos novos tempos. “A única certeza que temos sobre o futuro é o envelhecimento da população, até porque mais de 70% dos entrevistados afirmaram que as empresas são etaristas, inclusive elas próprias”, diz Raquel, que também é gerontóloga.

De acordo com a pesquisa, embora a população brasileira esteja envelhecendo, o etarismo na sociedade continua forte. E não é uma exclusividade nossa: dados da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que uma em cada duas pessoas sofre preconceito por idade ao redor do planeta. “É um desafio global, que requer atenção em todos os âmbitos da sociedade”, diz trecho do estudo, lançado na semana passada em evento em São Paulo.

O relatório mostra que as pessoas que atingem a maturidade se aposentam e passam a viver uma vida exclusivamente doméstica é irreal. Com o avanço da expectativa de vida nas últimas décadas, uma pessoa com 50 anos hoje está cheia de vitalidade e com muito potencial de trabalho para oferecer à sociedade. E com um ativo muito precioso e que deve ser valorizado pelas empresas: a experiência.

O estudo EY/Maturi ouviu 191 empresas de 13 setores, como serviços, financeiro, varejo, automotivo, agronegócio, saúde e tecnologia, além do setor público. Em relação ao número de colaboradores, 35% das empresas possuem até mil pessoas em suas equipes, enquanto 18% contam com mais de 10 mil pessoas.

Entre as conclusões, uma das mais preocupantes é que 80% das empresas ouvidas não contam com políticas específicas de combate à discriminação etária em seus processos seletivos.  Ou seja, o discurso do mercado sobre a importância do tema não condiz com as ações, uma vez que faltam ações concretas das organizações.

“A prática não se reflete no discurso, apesar do avanço de políticas ESG nas empresas”, afirma Raquel. Ela destaca o papel dos setores de Recursos Humanos nos processos: “O RH precisa olhar o envelhecimento como parte estratégica da empresa e o tema deve entrar nas pautas e ações de recursos humanos.”

Daniela Brites destaca a opção pelos profissionais mais jovens por causa do aspecto econômico. “O profissional jovem é mais barato e os recrutadores acabam optando por eles. Mas, muitas vezes, trata-se de uma economia sem sentido, pois é necessário levar as melhores experiências para o negócio”, explica Daniela.

Além disso, de acordo com o estudo, não há uma visão clara sobre como deixar de ser etarista, uma vez que a intenção de ações a serem implementadas são mais generalistas e já conhecidas, como mentoria e gestão do conhecimento, e não intencionais como revisão de políticas e inclusão de 50+ em processos seletivos.

Outro dado preocupante é que, para 42% das organizações pesquisadas, o tema Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) não é prioritário na estratégia do negócio. Além disso, entre aquelas que já contam com práticas estruturadas de DEI, os tópicos principais são gênero, étnico e racial (ambos com 75% de citações). Apenas 45% delas trabalham o pilar etário.

“Em um país que envelhece rapidamente, esse pilar já deveria estar sendo considerado como uma das prioridades”, afirma o estudo. Por outro lado, 88% dos entrevistados concordam que as empresas que se prepararem para o envelhecimento estarão em vantagem. Portanto, essa não é mais uma questão a ser considerada apenas em cenários futuros.

Apesar do cenário desafiador, algumas empresas contam com cases de sucesso citados pelo levantamento. A Credicard, citada no estudo, criou o programa Estagiário Sénior, para a contratação de profissionais 50+. “Vimos que tínhamos muitos clientes 50+ e poucas lideranças nessa faixa etária. Além disso, no processo de modernização do negócio, nossa comunicação (feita por um time bastante jovem) ficou descolada desse público e não entregava o que precisava”, conta Cibele Pasini, gerente de negócios digitais da Credicard. “Percebemos que não estávamos gerando conexão e trouxemos dois estagiários seniores, que nos ajudaram a equilibrar a comunicação”, afirma Cibele em trecho do estudo.

Para as seis vagas abertas pela Credicard, houve mais de 2.380 candidaturas, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. As vagas contemplavam áreas como atendimento, benefícios e uso dos cartões. O Itaú (principal acionista da Credicard), ao saber dos bons resultados do projeto, propôs a realização de um programa específico para consultores.

A Johnson&Johnson mantém um programa de estágio destinado a pessoas mais velhas. “A sinergia promovida entre os funcionários e a experiência que eles trazem reforçam a importância da diversidade”, explica Ivanilda Nogueira, advogada sênior e líder do Grupo de Afinidade de Gerações na Johnson & Johnson.

Os especialistas que desenvolveram o estudo da EY/Maturi concluem que a agenda 50+ deve fazer parte da estratégia de recursos humanos (RH) das empresas. Cabe às organizações, dizem os consultores, entregar formas de valor e qualificar suas equipes para o futuro. “É um tema que vai além de questões de diversidade, equidade e inclusão (DEI), pois negligenciá-lo impacta a perenidade dos negócios em um país que envelhece”, conclui o estudo.

“Há uma grande contradição: o mercado de trabalho olha muito para os jovens, mas o país caminha para ser um país de pessoas de mais idade”, afirmou o jornalista Carlos Tramontina, de 66 anos, no Maturi Fest, evento sobre maturidade realizado na semana passada em São Paulo. “As marcas e empresas começam a perceber que vão fazer um grande negócio abrindo suas portas para as pessoas de mais idade”, completou Tramontina.

Fonte: Diário do Comércio

Carga Pesada: conheça o centenário, mas ainda voraz, IRPJ

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O IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) é um dos tributos mais antigos cobrados no Brasil. Sua origem remonta a 1922, com a publicação da Lei 4.625, em dezembro daquele ano. A norma estabelecia que o imposto geral sobre renda seria devido anualmente pelas pessoas físicas ou jurídicas.

Hoje, a tributação sobre a renda está prevista no artigo 153 da Constituição Federal de 1988, que se ramifica em diversas legislações, normas e regulamentos instituídos ao longo do tempo.

Com o objetivo de consolidar e regulamentar todas as normas envolvendo a arrecadação, fiscalização e gestão do imposto sobre a renda pela União, foi publicado, em 2018, o Decreto nº 9.580, que traz o Regulamento do Imposto de Renda.

Embora seja responsável pela administração do tributo, a União não fica com o total dos recursos arrecadados. De acordo com a Constituição Federal de 1988, o resultado da arrecadação é dividido entre os Estados e Municípios.

Pela legislação, 21,5% da arrecadação são direcionados ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; 23,5% para o Fundo de Participação dos Municípios e 3% para a aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

DESEMPENHO

A criação do imposto sobre a renda recebeu muitas críticas na época. Havia o receio, por exemplo, de que o custo para implementar a cobrança fosse maior do que a arrecadação. Mas já nos primeiros anos após o início da taxação, a quantidade de declarações entregues por pessoas físicas e jurídicas passou de 82,5 mil, em 1924, para 298,8 mil, em 1928.

Nos primeiros cinco anos, impulsionado pelo crescimento econômico da época e o aperfeiçoamento do sistema de fiscalização, o tributo passou de 10% para 20% do total da receita tributária, até alcançar, em 1943, o primeiro lugar na arrecadação.

De acordo com dados da Receita Federal, de 1944 até 1978, o imposto sobre a renda dividiu a liderança com o então imposto de consumo, transformado depois em IPI. Desde 1979, entre os impostos de competência da União, é o que mais arrecada.

No ano passado, o IRPJ rendeu aos cofres da União R$ 275,9 bilhões, ante uma arrecadação de R$ 208,6 bilhões computada em 2021. Nos seis primeiros meses de 2022, o tributo alcançou uma arrecadação de R$ 168,2 bilhões, o que representa aumento real de 18,32% sobre igual período do ano passado e participação de 30,22% do total arrecadado com impostos.

BASE DE CÁLCULO

A alíquota atual do IRPJ é de 15% sobre o lucro apurado das empresas nos vários regimes de tributação. Há ainda uma cobrança adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20 mil ao mês.

Segundo Luciano Nutti, sócio da Athros Auditoria e Consultoria, a base de cálculo do tributo é igual à da CSLL. A diferença mais marcante entre os dois é que a legislação do IRPJ é permeada de incentivos fiscais. As empresas do lucro real podem abater, por exemplo, investimentos feitos em cultura por meio da Lei Rouanet.

A base de cálculo do tributo é a soma real, presumida ou arbitrada da renda ou benefícios tributáveis obtidos pelas pessoas jurídicas brasileiras ou a elas equiparadas, de acordo com os períodos de apuração.

Também integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, seja de qualquer natureza, espécie, nacionalidade ou origem da fonte.

Para as empresas tributadas pelo lucro real, a base de cálculo do Imposto corresponde ao lucro líquido do período de apuração, pelos acréscimos, exclusões ou compensações autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda.

Já a base de cálculo para as empresas do lucro presumido é determinada pela aplicação dos percentuais de presunção, que variam segundo as atividades econômicas (1,6%, 8%, 16% ou 32%), sobre a receita bruta apurada.

No caso do lucro arbitrado, a base de cálculo do IRPJ é determinada pela receita bruta, mediante a aplicação dos percentuais de presunção (1,92%, 9,6%, 19,2%, 38,4% ou 45%), de acordo com a natureza da atividade econômica, somada aos valores obtidos como ganho de capital e demais receitas e resultados positivos.

Para as empresas enquadradas no Simples Nacional, a base de cálculo é apurada a partir da receita bruta, junto com os demais tributos que compõem a cesta referente ao tratamento fiscal diferenciado voltado às micro, pequenas e médias empresas.

COMPLEXIDADE

Atualmente, as críticas em relação ao IRPJ recaem principalmente sobre a diversidade dos métodos de apuração da base de cálculo (lucro real, presumido, arbitrado e Simples Nacional), tornando o imposto complexo.

Cada regime de apuração tem suas particularidades, o que demanda das empresas custos operacionais e administrativos. Para evitar problemas com o fisco, é preciso compreender o período de apuração (anual, mensal ou trimestral), as situações em que é possível fazer deduções da base de cálculo e as possibilidades de restituição.

ISENÇÕES

São diversas as imunidades, isenções e benefícios fiscais relativos ao tributo. Pela Constituição Federal, a imunidade alcança, por exemplo, os templos religiosos, partidos políticos, as entidades sindicais dos trabalhadores sem fins lucrativos.

São isentas do tributo as organizações de cunho filantrópico (recreativo, cultural e científico). Instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos, integrantes do Prouni (Universidade de Todos) podem usufruir da isenção desde que cumpram vários requisitos da legislação, assim como as entidades fechadas e abertas de previdência complementar sem fins lucrativos.

Desde 1996, também são isentos de tributação pelo IRPJ os lucros e dividendos. Essa isenção tem sido questionada nos últimos anos e há vários projetos de lei propondo o restabelecimento da cobrança.

DISPUTAS

De acordo com o especialista da Athros, uma das discussões judiciais mais importantes relativas ao tributo – e também à CSLL – é a que desobriga o contribuinte de recolher o imposto sobre a atualização monetária aplicada aos indébitos tributários – valores recolhidos aos cofres públicos indevidamente.

Em setembro de 2021, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela inconstitucionalidade da incidência dos dois tributos sobre os valores relativos à taxa Selic, pois a atualização monetária não é uma receita nova que deva ser tributada.

Fonte: Diário do Comércio

Descentralização, inovação e logística são os grandes desafios do mercado de distribuição farmacêutica do Brasil

Descentralização, inovação e logística são os grandes desafios do mercado de distribuição farmacêutica do Brasil ainda para este ano e, também, para 2023, segundo revela o presidente da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Jony Sousa.

O executivo afirma que um dos grandes desafios é a logística, já que atualmente a Abradilan faz mais de 50 mil entregas por dia, com mais de 4.500 veículos, que trabalham 24 horas na maioria das cidades do Brasil. “Todos os dias separamos 4,3 milhões de unidades e estamos presentes em 95% das farmácias do País, mais fortemente nas pequenas e médias”, explica, salientando que o grande motivo da existência da Associação — que tem 24 anos de mercado e é formada por empresas regionais — é promover o desenvolvimento de seus associados. “Nossos grandes parceiros são os varejistas independentes, mas também atuamos junto às grandes redes”, diz.

De acordo com Sousa, a Abradilan está investindo cada vez mais para oferecer um portfólio completo para as farmácias. Além da área de medicamentos, está crescendo em outras, como a de cosméticos, e buscando atingir um nicho que ainda é um desafio: o dos dermocosméticos.

Ele comenta que a Abradilan tem trabalhado fortemente para ser reconhecida como uma instituição relevante e com grande representatividade no segmento farmacêutico. “Hoje estamos presentes em todo o Brasil, somos 157 distribuidores e 75 grupos econômicos.”

Embora alguns distribuidores tenham mais de uma unidade e estejam presentes em estados distintos, não tem ninguém que atenda em mais de dez estados. “Somos distribuidores locais. A Abradilan tem 750 mil m² de centros de distribuição espalhados em todo o País, mais de 17 mil colaboradores (cerca de 100 por distribuidor); e nove mil colaboradores na equipe comercial. Aliás, esse é um dos nossos diferenciais, ter uma forte presença nos pontos de venda”, garante. “Somos fortes no dia a dia do varejo, com vendedores lá na ponta fazendo os negócios. Mas também utilizamos bastante os canais digitais para interação com o cliente.”

O presidente da Abradilan destaca ainda que a grande atuação da associação está no mercado de genéricos e similares, onde detém 30% do mercado total. “Nós, como Associação, temos uma grande importância para o fomento do genérico, afinal não é a indústria que atende o pequeno e grande comércio, mas sim os distribuidores. E estamos falando em um volume muito grande, de 70 mil farmácias.”

A importância da descentralização da distribuição é outro ponto crucial na avaliação de Sousa. Por isso, a Abradilan sempre busca fomentar para que o setor prospere cada vez mais e seus associados não tenham que competir com o varejo. “Temos uma cultura colaborativa e incentivamos a troca de experiências entre os associados. Promovemos eventos com interação e, a partir daí, vamos trocando ideias e propondo ações, fazendo visitas e orientando para que todos consigam se desenvolver e prosperar.”

Outro diferencial é a agilidade na parceria com a indústria. “Às vezes a indústria tem necessidade de chegar até às pequenas farmácias e nós, como associação, somos mais rápidos neste sentido.”

O presidente da associação faz questão de frisar que uma grande preocupação da Abradilan é oferecer informações e orientações aos associados, por isso investe na promoção de eventos, treinamentos e encontros com a participação de convidados de outras entidades, sempre visando desenvolver o setor farmacêutico. Entre esses eventos anuais está o Conexão Farma, único evento do setor no formato de feria, com expositores e palestrantes, democrático e aberto a todos os elos da cadeia; o Fórum Abradilan de Desenvolvimento Empresarial, com gestores do mercado farmacêutico; a Convenção Abradilan, com troca de networking e lazer; e a Viagem Técnica Internacional (VTI), com o intuito de conhecer novos mercados e tecnologias. “Agora em setembro, por exemplo, iremos para Israel. Mas já estivemos no México, no Chile, na Argentina e nos Estados Unidos”, pontua.

O mercado da distribuição

O vice-presidente do Close-Up International, Paulo Paiva, complementa dizendo que o setor de logística enfrenta grandes desafios todos os dias. Ele também destaca a importância de se investir na descentralização e na inovação. “Nós temos 8,1 bilhões de unidades distribuídas no Brasil, são 95.926 farmácias em 5.539 cidade e temos o mercado da distribuição dividido da seguinte forma: 1) Distribuidores nacionais; 2) Distribuidores regionais; 3) Distribuidores hospitalares.

1) Distribuidores nacionais são os grandes grupos econômicos, aqueles que têm presença em quase todos os estados do Brasil e trabalham com produtos éticos, populares e não medicamentos para farmácias, hospitais e outros segmentos.

2) Distribuidores regionais são pequenos e médios grupos que estão espalhados por todo o Brasil, mas nenhum deles cobre o País como um todo. Eles estão regionalizados e defendem as farmácias independentes, com quem têm uma grande proximidade. Atuam fortemente em produtos de marcas e estão ampliando o sortimento. Mas isso ainda é um grande desafio, porque cada vez exige-se mais do mercado, que precisa ter uma grande variedade de sortidos, porém eles ainda estão concentrados em poucos grupos de distribuição que dominam o mercado nacional.

“O mercado da distribuição no Brasil precisa ficar atento a alguns pontos cruciais, como a descentralização e a inovação. Embora seja um mercado maduro, ainda tem pouca inovação no varejo. Na minha visão, só o distribuidor consegue criar essa integralidade de negócios com todas as farmácias, porque só ele tem essa presença e essa relação direta com elas”, explica Paiva.

Ele também fala sobre especialização e diz que o distribuidor deve pensar em como ser melhor num mercado competitivo. E se já é especializado, tem que descobrir como manter o negócio sustentável. “Também precisam desenvolver mais e melhor a sua estratégia dos não medicamentos, os chamados produtos de consumo”, aponta.

3) Distribuidores hospitalares são aqueles que têm como foco maior os produtos de alto custo ou atendimento de clínicas e hospitais. Hoje há cerca de 15 mil hospitais e clínicas no Brasil.

“No momento, a maior rede do País tem 14% do mercado e o maior distribuidor tem 30%. E o distribuidor enfrenta muitos desafios, como o aumento diário do número de farmácias; a diversidade de produtos que as farmácias exigem; além da concorrência. Algumas redes fazem a compra direta e, portanto, compram menos do distribuidor. Felizmente, existem associações, como a Abradilan, que incentivam a relação entre distribuidor e varejo.”

Vale ressaltar que o varejo é um mercado em desenvolvimento e entre os principais desafios do setor estão: a fidelização dos pontos de venda (PDVs), que dependem de oferta; o risco; a necessidade de fazer uma gestão de crédito, já que ele precisa olhar o quanto saudável aquela venda é para que possa receber de volta esse pagamento; e a logística, que é muito complexa, já que hoje temos cerca de 5.500 cidades e 96 mil farmácias. “Quando você multiplica isso por mais de 120 mil itens, essa gestão é bastante complexa no dia a dia. Temos farmácias recebendo até cinco entregas de distribuidores distintos por dia.”

Fonte: SnifBrasil

Menopausa faz as mulheres perderem cinco semanas de sono por ano

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As mulheres perdem cinco semanas e meia de sono por ano devido à menopausa, sugere um novo estudo encomendado por uma empresa de roupas de cama. O trabalho, que envolveu 2 mil mulheres, descobriu que quase dois terços das que passam pela menopausa sofrem de distúrbios do sono.

Essas mulheres acordam em média 2,7 vezes por noite e experimentam uma variedade de problemas, incluindo suores noturnos, insônia e palpitações cardíacas. Isso equivale a perder duas horas e 36 minutos por noite, que no final de um ano custam 5,5 semanas.

A duração dos sintomas varia entre as mulheres, mas em média cerca de quatro anos. Levando em consideração todo esse tempo, mulheres perdem cerca de cinco meses de sono durante a manopausa.

Especialistas alertaram que mudanças nos níveis hormonais podem causar distúrbios do sono, enquantoos distúrbios do sono também podem alterar os níveis hormonais, tornando um círculo vicioso.

A pesquisa descobriu que 82% das mulheres na menopausa sofrem de problemas de temperatura corporal, com 61% com suores noturnos, 41% com insônia e 23% com palpitações cardíacas.

Como resultado, dois terços das mulheres dizem que estão mais cansadas durante o dia do que normalmente estariam.

Hannah Shore, especialista em sono da empresa de roupas de cama Silentnight, que realizou a pesquisa, disse que o estudo revela a verdade dimensão do problema em relação às mulheres com menopausa quando se trata de sono.

Uma pesquisa separada, realizada pela empresa de cosméticos Avon, descobriu que 86% das mulheres se sentem intimidadas pela perimenopausa – o tempo durante o qual o corpo faz a transição natural para a menopausa. A maioria não se sente bem informada sobre a condição, enquanto apenas 14% se sente à vontade para falar sobre sua experiência.

Fonte: O Atual

Descubra os benefícios do pêssego para manter a pele jovem

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As frutas são nossas grandes aliadas para cuidar da saúde e da nossa beleza. Hoje você vai descobrir os benefícios do pêssego para manter a pele jovem. Eles não são apenas refrescantes e deliciosos, mas também nos ajudam a manter a saúde do ferro e a combater e tratar possíveis problemas na pele e no cabelo. Nesse caso, o pêssego é uma das frutas que mais traz benefícios e que mantém nossa pele jovem e hoje você vai saber tudo obre isso, além de aprender a fazer uma máscara caseira muito eficaz.

Rico em fibras e água e possui alto teor de carotenóides. Vitaminas A, B1, B2, B6, C e E. Minerais, como: cálcio, potássio, fósforo, enxofre, ferro, magnésio, manganês e cobre . Antioxidantes, betacaroteno e ácidos nicotínico, málico, patogênico e cítrico.

Como fonte de vitamina C, ajuda-nos a combater a formação de radicais livres. É um grande aliado para a pele , pois auxilia na formação de colágeno, entre outras vantagens. É adequado para diabéticos: as pessoas com diabetes que consomem alimentos com fibras têm um nível de glicose no sangue mais baixo. Protege a saúde do coração. Graças ao seu teor de fibra, potássio e vitamina C, reduz o risco de doenças cardiovasculares.

Devido à sua grande quantidade de antioxidantes e betacaroteno, é amplamente utilizado em cremes e produtos cosméticos.

Sua polpa é utilizada como remédio natural no tratamento da pele seca, suas folhas tenras servem para reduzir as impurezas da pele como espinhas ou espinhas e também remover manchas. .

Seu alto teor de nutrientes (vitaminas A, C e E) têm efeitos antioxidantes, prevenindo o aparecimento de rugas e flacidez da pele.

Esta máscara é usada para dar suavidade ao rosto, mãos, ombros ou braços.

Ingredientes: Um pêssego Mel puro de abelha. um iogurte natural 16 gramas de azeite extra. Elaboração: Pique a fruta (sem sementes) e misture com o óleo, mel e meio iogurte. Aplique a mistura por 20 minutos. Retire com água e seque com uma toalha limpa.

Fonte: Informe Brasil

Preços altos e ausência de medicamentos deixam população mais vulnerável

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Alvina Jussara Kirsten, 55 anos, é enfermeira e cuidadora de idosos, atendendo em clínicas particulares e na casa de seus pacientes. Sempre cuidadosa e perseverante no tratamento dos enfermos, a rotina de cuidados e acompanhamento de Jussara tem sido impactada pelos preços altos de alimentos e, sobretudo, dos remédios.

‘A dificuldade está muito grande em todos os sentidos, principalmente para aqueles que ganham salário mínimo. Meus pacientes idosos estão sofrendo muito com o preço das medicações’, relata.

A realidade enfrentada pela enfermeira tem sido a de milhões de brasileiros. Em abril, o governo Bolsonaro autorizou aumento de até 10,89% no valor dos medicamentos. Além do aumento, a dificuldade na produção e importação de princípios ativos, o chamado IFA, a alta do dólar, que reflete nos preços dos importados, ajudam a piorar o cenário, criando um apagão nas farmácias até em remédios simples, como dipirona.

Jussara ainda relata que alguns dos seus pacientes com problemas cardiológicos, por exemplo, têm que desembolsar valores que beiram aos R$ 300 e acabam tendo que economizar na comida. ‘As outras medicações cardiológicas que eles usam, que não têm como substituir, às vezes custam 300 reais, para quem ganha um salário mínimo não tem como comprar ou acabam restringindo na alimentação. É muito triste’, conta.

Não dá para comprar

Maria Silene, 69 anos, moradora da Região Metropolitana de Curitiba, tem hipertensão e precisa comprar remédios controlados para ajudar no tratamento. Aposentada, precisa dar conta com o valor que recebe, ajudar os netos em idade escolar, comprar os remédios e manter as contas da casa.

‘Tem sido difícil, sabe, tem vezes que simplesmente não dá para comprar, não sobra dinheiro. São medicamentos que estão ficando muito caros, e se eu não ajudo meus netos a se manterem na escola, eles ficam sem transporte e alimentação’, conta.

Como se não bastasse o valor, nos últimos meses a falta de algumas medicações também têm prejudicado seu tratamento. ‘Tem vezes que eu rodo a cidade para tentar encontrar Losartana ou Valsartana e simplesmente não acho’, diz a aposentada.

Estados

Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, o Conasems, vários estados vêm relatando a falta de mais de 40 medicamentos nas prateleiras, de soro fisiológico até antibióticos. Com o aumento da demanda nos meses mais frios e a inflação acumulada corroendo a renda dos trabalhadores, a situação para quem precisa de medicamento tem sido dramática.

Levantamento do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, publicado neste mês, mostra que em farmácias públicas e privadas do estado mais de 98% dos farmacêuticos participantes dizem que medicamentos como antibióticos, mucolíticos, anti-histamínicos e analgésicos estão entre os principais em falta.

Para contornar o desabastecimento, a maioria (76,48%) sugere a substituição por medicamento com outro princípio ativo e ação semelhante. Já 64,14% substituem por medicamento genérico ou similar intercambiável; outros farmacêuticos sugerem opções disponíveis.

Fonte: Brasil de Fato

Em dois anos, carioca fatura R$ 1 milhão com linha de maquiagem

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‘Senti falta de produtos acessíveis e de qualidade pensados para pessoas carentes’, conta a influenciadora Júlia Peixoto

Com apenas 22 anos, a influenciadora e empresária Júlia Peixoto conquistou o primeiro milhão com a própria linha de maquiagem. Ela conseguiu o patrimônio em apenas dois anos, quando somou forças com uma consolidada marca de cosméticos para levar às prateleiras os produtos com foco em oferecer qualidade por um preço acessível.

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O feito foi conquistado rapidamente graças ao alto nível de adesão do público. Além da alta popularidade da influenciadora, que tem 1,7 milhão de seguidores no Instagram, a diversidade de produtos disponíveis a preço acessível também é um forte chamariz.

Máscaras de cílios, paletas de sombra de seis cores, delineadores coloridos, iluminadores e até séruns faciais podem ser encontrados a menos de R$ 50 – o produto mais caro é uma base líquida facial com acabamento matte, a preço de R$ 28,50.

Júlia é firme no posicionamento de acessibilidade de produtos para atender a população periférica. ‘Vim de uma comunidade aqui do Rio de Janeiro e, desde o início, era esse público que me seguia. Então, não posso virar as costas para meu público. Antes de lançar, penso se as pessoas vão ter dinheiro para inevstir’, explica ao iG Delas.

A influenciadora aponta que a maior parte de seu público está entre as classes C e D. Para apresentar a linha, ela conta que se baseia em pesquisas de tendências de maquiagens do mundo todo para poder imprimir a mesma qualidade com a própria estética.

‘Maquiagem é algo caro, e uma das coisas que eu sempre senti falta foi de produtos acessíveis e de qualidade pensados para pessoas carentes. Todo mundo merece se maquiar com produtos de qualidade e se sentir bem’, acrescenta.

Cria da Parada de Lucas, comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro, Júlia se destacou em 2015, quando começou a fazer sucesso com vídeos de automaquiagem. ‘Comecei a gravar sozinha, poucas pessoas assistiam. Às vezes, recebia 20 comentários pedindo pra que eu gravasse algo e fazia, porque sabia que aquelas pessoas eram importantes e gostavam do que eu produzia’, afirma a influenciadora.

O primeiro salário com o trabalho na internet caiu na conta bancária em 2018, o que a fez notar que aquele poderia ser o trabalho dela. No mesmo ano, conheceu o dono da fabricante Face Beautiful Profissional, que tem sede em Nova Iguaçu.

A proposta para ter a própria linha veio de imediato, mas Júlia passava por um momento pessoal conturbado. ‘Sempre foi meu sonho ter uma linha de maquiagens, mas não estava passando por um momento bom. Fui diagnosticada com depressão e o assunto morreu ali’, conta. O contato entre a influenciadora e a fabricante foi retomado em 2020, com o quadro de depressão de Júlia controlado. ‘Retomei o assunto e tiramos a ideia do papel’.

A influenciadora conta que participou de todo processo de concepção da marca, desde o design de embalagens até a escolha de cores, personalidade e identidade visual. ‘Acredito muito no que estou vendendo. Eu uso meus próprios produtos e penso como consumidora no momento de criar algo. É pensando em produtos que eu também usaria que consigo imprimir a minha personalidade’, diz.

A alta procura e o sucesso da marca foi algo que surpreendeu a própria influenciadora. Quando ela atingiu a marca de R$ 1 milhão, ficou desacreditada. ‘Foi incrível. Nunca imaginei que iria atingir esse valor em tão pouco tempo. Isso me faz acreditar cada vez mais que estou no caminho certo’, diz.

Atualmente, Júlia está focada em conseguir se estabilizar financeiramente e expandir a linha de maquiagens. Recentemente, a empreendedora lançou quatro novas máscaras de cílios, sendo uma incolor e três que alongam, dão volume ou curvam. O kit com os quatro produtos sai por R$ 69,99, com preço unitário de R$ 19,99.

A influenciadora também está de olho nas tendências de redes sociais para entregar o próximo lançamento. ‘Meus seguidores já chutaram pincéis, pó translúcido, esponja de maquiagem e gloss. Só o que posso adiantar é que teve gente que acertou o palpite’, instiga Júlia.

Fonte: Atenas Notícias

Brasil já é o terceiro país com mais casos de varíola dos macacos do mundo

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Com 3.788 casos diagnosticados de varíola dos macacos até este domingo (21), o Brasil superou o Reino Unido e a Alemanha, e agora é o terceiro país com mais doentes confirmados no mundo. Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, outros 4.175 casos são considerados suspeitos e aguardam resultado do exame RT-PCR para confirmar ou descartar a doença.

Os Estados Unidos são o país com mais casos até agora, 14.594, segundo o boletim mais recente do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), seguidos da Espanha, que até a última quinta-feira (18) já contava 5.792 pacientes que contraíram o vírus.

Na sexta (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, por unanimidade, acelerar a importação de medicamentos e vacinas contra a varíola ainda sem registro no Brasil, mas já aprovados em outros países. Com isso, a agência determinou que os pedidos de importação terão prioridade no processo de avaliação, e a resposta deverá ser dada em até sete dias úteis.

Testagem ainda é insuficiente, diz virologista

Para o pesquisador e professor universitário Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Brasil precisa ampliar a testagem de casos suspeitos, incluindo a busca de casos em toda a população com sintomas, para poder controlar o contágio do vírus, que foi confirmado em humanos pela primeira vez em 6 de maio, e apareceu no Brasil um mês depois, em 8 de junho.

‘Nós fizemos a estimativa no sentido que a gente teria que ter pelo menos uma taxa de positividade de 10%’, explicou ele à TV Globo. Isso significa que, a cada dez testes feitos, apenas um teria resultado positivo. A taxa ideal de 10% adotada por Tanuri segue parâmetros definidos para outras doenças infecciosas, como a dengue.

No entanto, um balanço do laboratório de Tanuri, que coordena a testagem para os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, indicam uma taxa de positividade cinco vezes mais alta, de 49%.

Já dados obtidos pela produção do SP1 junto à Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo (SES-SP) mostram que a positividade entre a população paulista desde 1º de agosto foi de 34%, mais de três vezes mais alta, considerando mais de 4 mil testes feitos na rede pública e nos laboratórios privados.

Em nota, a SES-SP afirmou que o Instituto Adolfo Lutz (IAL), referência na testagem no Estado, “credenciou outros 16 serviços privados e universitários para o processamento de amostras da doença”, e disse que “a rede também possui a unidade Central do Lutz, na Capital, e outras 12 unidades regionais. As amostras são utilizadas para análise epidemiológica e genômica”.

Para Atila Iamarino, virologista e divulgador científico, a alta taxa de positividade é um indicativo de que São Paulo não tem feito o suficiente para frear a circulação do vírus.

‘O ideal seria a gente estar rastreando mais contatos, indo atrás das pessoas que tiveram contato, ou dividiram espaço, ou dividiram toalha, lençol, ou fômites [objetos inanimados que podem transportar organismos contagiosos], que a gente fala, com pessoas com monkeypox, para testar todo mundo e poder isolar todos os casos ao redor. Fazendo esse tipo de isolamento de contatos, a gente consegue conter a transmissão do vírus e atrasar muito a circulação dele por aqui’, afirmou Iamarino ao SP1.

A escolha dos casos a serem testados

Tanuri alerta ainda que, além de ampliar a distribuição de testes aos laboratórios, as autoridades precisam treinar os profissionais de saúde na ponta para ampliar o escopo de casos selecionados para a coleta do exame.

Segundo o professor, a doença não atinge apenas homens que fazem sexo com homens, e as lesões não aparecem apenas nos órgãos genitais. Por isso, a alta porcentagem de casos confirmados ser entre homens pode ser explicada caso os médicos estejam selecionando para a testagem apenas esse grupo da população.

‘Como os casos estão sendo ‘subselecionados’ pelos médicos, talvez a gente esteja perdendo pessoas que tenham a doença, que está tendo um aspecto muito pouco patogênico, pode estar se perdendo com outro tipo de lesões. E o médico não fica ligado e não pede o exame’, afirmou Tanuri.

Uma especialista em recursos humanos que conversou com a reportagem sob a condição de anonimato afirma que se surpreendeu quando recebeu o diagnóstico positivo para a varíola depois que procurou o serviço de saúde com algumas poucas lesões nos braços.

A mulher, de 46 anos e moradora de São Paulo, diz que mora sozinha e trabalha de casa. Ela suspeita que possa ter contraído o vírus quando esteve em dois locais, o aeroporto de Congonhas e a praça de alimentação de um shopping na Zona Sul de São Paulo.

‘A informação que eu tinha era: transmissão por relação sexual, beijo, contato físico muito próximo. Três coisas que eu não tive nesse período’, contou ela. ‘E que apenas 3% das pessoas que pegavam eram mulheres, uma outra informação que eu acredito que esteja totalmente errada.’

A Tânia Romeiro, que é diarista na cidade de São Paulo, também procurou um serviço de saúde depois de sentir febril e descobrir algumas bolhas em um lado do rosto. Fez o teste em 31 de julho e foi orientada a se isolar por sete dias, mas só obteve acesso ao resultado quase três semanas depois, na sexta (19), depois que a reportagem procurou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS-SP).

‘Na UPA eu liguei com sete dias. Eu liguei na segunda-feira e só chamou, chamou. Nada! Liguei outras vezes e alguém atendeu e falou: ‘Estamos esperando o resultado do laboratório’. Aí ligava outra vez: ‘você tem que procurar uma UBS”, contou ela. ‘Disseram que iam me mandar um e-mail, disseram que iam me ligar e nada. Agora eu tenho que ir numa UBS pra pegar o resultado? Não sei, não entendo o que é pra fazer.’

Em nota, a pasta afirmou que os exames estavam disponíveis para retirar desde 8 de agosto, ‘que a retirada do resultado deste exame é feita na própria unidade de coleta e que reorientou os funcionários quanto ao fluxo de recomendações aos pacientes’.

Na sexta, após a resposta da Prefeitura, Tânia conseguiu acesso ao resultado e descobriu que ele foi negativo.

Higiene das mãos é a melhor forma de prevenção

Tanuri ressalta ainda que, no caso da varíola, a máscara facial não é a principal forma de prevenção, já que o vírus é transmitido pelo contato próximo da pele e por objetos compartilhados.

‘Você pode inocular o vírus coçando o rosto, colocando a mão no olho. A inoculação pelo ato sexual a gente já viu que é muito efetiva. Mas o que a gente tem visto é que a fase em que você transmite é quando tem as pústulas. No Rio a gente teve um caso de uma adolescente que não teve relação nenhuma. Isso mostra que o vírus tem capacidade sim de espalhar.’ (Amilcar Tanuri, virologista da UFRJ)

Ainda de acordo com o especialista, nos casos de resultado positivo do teste, o isolamento formal de sete dias pode não ser suficiente para evitar a transmissão do vírus.

‘A pessoa continua infecciosa até as crostas caírem, até resolver aquela lesãozinha. Não é uma semana só’, alertou Tanuri.

‘O vírus é sensível ao álcool 70, aos detergentes normais, se você lavar a mão. A higiene pessoal nossa tem que ser mantida. Não levar a mão ao rosto e lavar a mão sempre’, disse ele. ‘A gente sabe que esse vírus fica ativo pelo menos 90 horas, é bem estável no meio ambiente. É possível sim [a transmissão, se a pessoa encostou numa superfície, deixou os vírus aí, depois a outra pessoa encostou.’

Fonte: G1.Globo

Alto número de casos no Brasil levou América Latina a ser epicentro da pandemia

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Um estudo publicado na revista Nature aponta que a ampla transmissão de Covid-19 no Brasil tornou a América Latina o epicentro da pandemia. O alto número de mortes e casos da doença propiciaram, também, o surgimento de variantes que se espalharam pela região, como a Gama.

Em entrevista à CNN Rádio, o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, Julio Croda explicou a importância do sequenciamento genético do vírus, para indicar possíveis mutações. ‘É importante monitorar o surgimento de novas variantes, porque, no futuro, a gente vai ter que se adaptar a elas e incorporá-las na composição vacinal’, argumento o professor.

Por meio de uma parceria com o Instituto Butantan, o estudo analisou 20 mil amostras de Covid-19. Foi possível concluir que, no início da pandemia no Brasil, a maioria das cepas vinham da Europa. No entanto, entre o fim de 2020 e início de 2021, novas variantes do vírus começaram a surgir dentro do país.

‘Na América Latina, a principal variante foi a gama, responsável pelo pior momento da pandemia’, diz Croda. Outros países latino-americanos também acomodaram o surgimento de subvariantes, mas tiveram um impacto menor.

O pesquisador lembra que as vacinas são as grandes responsáveis pela queda do número de casos e mortes de Covid no mundo.

Croda ressalta a importância de se investir na atualização de imunizantes, e incorporar medicações que reduzem o risco de óbito.

‘Tem antiviral e modulador aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde). Até hoje a gente não tem essas medicações disponíveis para tratar os pacientes com mais risco de hospitalização e de óbito’, defende.

Fonte: CNN Brasil

Ministério da Saúde lança campanha sobre a varíola dos macacos

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Váriola dos macacosCom o conceito Varíola dos Macacos: Fique Bem com a Informação Certa, o Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (22), em Brasília, a Campanha Nacional de Prevenção à doença. A ideia é conscientizar a população sobre a transmissão, contágio, sintomas e prevenção, além de dar orientações sobre o que fazer em casos suspeitos de varíola dos macacos.

Números

Em todo o mundo, foram registrados mais de 41,5 mil casos da doença. No Brasil, conforme a última atualização do Ministério da Saúde, de 21 de agosto, há 3.788 casos confirmados. A campanha adverte que a principal forma de prevenção é evitar contato com pessoas infectadas ou objetos contaminados como, por exemplo, copos, talheres, lençóis e toalhas.

Outro ponto destacado pelas autoridades de saúde é que a fase de incubação do vírus pode ser de cinco a 21 dias. Nesse período é possível haver transmissão. Entre os casos registrados, o contágio ocorre, especialmente pelo contato físico pele a pele com lesões ou fluidos corporais. Em pessoas infectadas, febre, erupções cutâneas, inchaço dos gânglios (ínguas), dor no corpo, exaustão e calafrios são os sintomas mais comuns.

Tratamento

Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que o fato de não existir um tratamento específico para a doença não quer dizer que ela não tenha tratamento. Segundo Queiroga, sintomas como dor podem ser amenizados com medidas específicas.

O ministro da Saúde fez questão de falar sobre a diferença da varíola dos macacos para a covid-19. ‘A letalidade dessa doença é baixa. O vírus é diferente. O vírus da covid-19 é o vírus de RNA. Portanto é o vírus que sofre mutações com maior frequência ao passo que o vírus de DNA [da varíola dos macacos] tem um potencial menor de ter mutações, o que engana até as vacinas que são desenvolvidas com tecnologias sofisticadas’, explicou.

Vacinas

O Ministério da Saúde iniciou no mês passado as tratativas com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a OMS para a compra de 50 mil doses da vacina contra a doença. ‘É necessário que haja um contrato a ser firmado pelo Ministério da Saúde com a Opas, para deixar isso bem claro, para que tenhamos uma previsão de entrega dessas vacinas. A previsão era de que se entregasse no fim do mês de agosto. A Socorro [Gross, representante da Opas] me informou que seria no começo de setembro. Seriam duas remessas, são três agora. Há uma carência desse insumo a nível mundial’, justificou Queiroga.

Na última sexta-feira (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação excepcional de remédios e vacinas que anda não têm registro no Brasil. A previsão é de que a primeira, de três remessas, chegue no início de setembro. Sobre esses imunizantes, Marcelo Queiroga explicou que como a imunização completa requer duas doses, elas serão suficientes para vacinar 25 mil pessoas. Os primeiros a receber a vacina serão profissionais da saúde que atuam diretamente com o vírus.

Antiviral

Assim como ocorre com as vacinas, como não há no Brasil nenhum representante do antiviral no país, o Ministério da Saúde também solicitou à Opas a compra de 10 doses do tecovirimat para tratamentos imediatos, e outras 50 unidades para casos graves. A pasta negocia ainda o transporte de mais 12 unidades doadas pelo laboratório produtor, e a compra de mais 504 doses.

TSE

O lançamento da campanha hoje ocorre após o ministro Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), autorizar a veiculação de peças publicitárias do governo federal sobre o tema até o dia 30 de agosto. A legislação eleitoral brasileira proíbe qualquer publicidade institucional que possa configurar o uso abusivo da máquina pública para promoção de governantes durante os três meses antes das eleições, por isso, precisou ser analisada pela Justiça Eleitoral. Em sua decisão, Fachin ressaltou que a divulgação da campanha é de interesse público. Ainda pela decisão, todo o material da campanha deve ser veiculado em uma página específica sobre a varíola dos macacos.

Ainda com objetivo de esclarecer a população sobre a doença , Queiroga adiantou que aguarda nova autorização do TSE, desta vez, para gravar um pronunciamento em cadeia de rádio de TV com informações técnicas sobre a varíola dos macacos para esclarecer a população.

Fonte: Agência Brasil