Pandemia diminui a renda de quase metade dos idosos

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Além de ser o grupo mais vulnerável à transmissão e complicações da Covid-19, a pandemia também tem impactado negativamente a saúde financeira dos idosos brasileiros. Segundo levantamento realizado pela Fiocruz, 47,1% dos domicílios de idosos apresentou redução na renda durante a pandemia, sendo que entre aqueles que trabalhavam sem carteira assinada, a diminuição de renda ocorreu em 79,8% dos lares.

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De acordo com o levantamento, realizado em parceira com cinco universidades do Brasil, e divulgado na última quarta-feira (31) pela Agência Bori, a renda familiar foi menor que um salário mínimo para 31,9% dos idosos. Além disso, 23,6% dos 9.173 entrevistados relataram forte redução e, até mesmo, ausência de renda durante a pandemia.

Boa parte ainda trabalha

O estudo revelou ainda que, apesar da idade, mais de 50% dos idosos brasileiros trabalhavam antes da pandemia. Desses, 42,1% sem vínculo empregatício.

‘O aumento da crise econômica desde 2015, a perda de renda familiar, pensões insuficientes, o alto custo dos medicamentos, o desemprego dos filhos e a responsabilidade com os netos são algumas das razões que forçam os idosos a continuarem trabalhando, inclusive depois de aposentados. Na pandemia, só políticas de proteção social e o apoio de programas, como o de renda mínima, permitirão proteger idosos e seus dependentes da fome e da grande vulnerabilidade’, analisa Dalia Elena Romero, principal autora do estudo.

O trabalho entre a população idosa também acabou por influenciar a adesão do grupo às medidas de contenção de propagação do coronavírus. Um total de 12,2% dos entrevistados admitiu não ter aderido ou aderido pouco ao distanciamento social, percentual que subiu para 66,6% dos que continuaram trabalhando.

Por fim, a pesquisa revelou ainda que metade dos idosos está se sentindo solitária por conta do distanciamento de familiares e amigos durante a pandemia, percentual que é ainda maior entre as mulheres, que também relataram mais a sensação de tristeza e depressão no período.

Para a pesquisadora, o fato da solidão e tristeza serem mais acentuados nas mulheres pode ter relação com a sobrecarga de cuidado do ambiente domiciliar durante a pandemia e, também, com a vulnerabilidade econômica que elas enfrentam. ‘Essa vulnerabilidade, que é bem maior entre mulheres do que homens, pode levar ao sentimento de ansiedade em períodos em que há um aumento do desemprego e da pobreza.’

Sem dinheiro para remédios

Outro estudo, dessa vez da Federação Brasileira das Redes Associativas e Independentes de Farmácia (Febrafar), comprova que a situação dos idosos está cada vez mais difícil durante a pandemia.

De acordo com o levantamento, no período, 59% dos brasileiros com mais de 60 anos já deixaram de comprar remédios por falta de dinheiro.

Fonte: Febrafar

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/16/farmacias-sao-joao-alcancam-a-marca-de-800-lojas/

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