Pelo menos 320 mil pacientes no estado de SP têm tratamento afetado pela falta de medicamentos de alto custo

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A falta de remédios de alto custo e insulina nas farmácias do estado continua impactando o tratamento de pelo menos 320 mil pacientes no estado de São Paulo.

Como o G1 mostrou, farmácias de Alto Custo de SP têm queda de 35% na oferta de remédios e a Secretaria Estadual responsabiliza o Ministério da Saúde.

Cerca de 300 medicamentos fornecidos pela rede pública são considerados de alto custo. A maior parte é de responsabilidade do Ministério da Saúde, como é o caso de insulina e da somatropina.

De acordo com governo estadual, dos 121 medicamentos de responsabilidade do Ministério da Saúde, cerca de 60% estão com entrega totalmente pendente, impactando o atendimento mais de 320 mil pacientes.

Outros 22% foram entregues parcialmente, o que também afeta a regularidade do tratamento de mais de 70 mil pessoas.

O Rafael, de 7 anos, tem má formação em uma glândula do cérebro chamada hipófise, que interfere no crescimento. Desde os 2 anos, ele precisa tomar uma injeção diária de hormônio, a somatropina.

Trata-se de um medicamento de alto custo que a mãe, a auxiliar administrativa Renata Costa não encontra na rede pública desde o final de maio.

‘Ainda não tem data no aplicativo para agendar e semanalmente eu ligo na unidade que eu retiro, que é a da Praça do Carmo, e eles falam que não tem previsão.’

O tratamento ainda não foi interrompido porque a mãe conseguiu algumas doações.

Douglas Alberine enfrenta problemas parecidos. Ele tem diabetes tipo 1 e não encontra a insulina asparte há três meses nas farmácias de alto custo.

‘De maio para cá eu não consegui tirar mais porque está aparecendo essas inúmeras mensagens de ou medicamento indisponível – para procurar o médico- ou data indisponível, – não tem data. Eu fui duas vezes lá e ela disse que a asparte não vem mais’, afirma.

Segundo o governo do estado, 121 medicamentos de alto custo deveriam ter sido entregues pelo governo federal até final de junho, mas apenas 23 foram fornecidos, de acordo com Alexandra Fidêncio, que é coordenadora de assistência farmacêutica.

‘A insulina e a somatropina são medicamentos pela aquisição do Minstéerio da Saúde. Nós estamos tento problema de abastecimento desde o segundo trimestre deste ano. O ministério tem nos posicionado que está com dificuldade nos contratos de aquisição e isso tem gerado uma situação grave de abastecimento’, afirma.

A insulina foi recebida no final do mês de junho, de acordo com a coordenadora.

‘Nós havíamos programado cerca de 105 mil e recebemos apenas 540. O hormônio de crescimento, a somatropina, ainda não temos previsão de quando se regulariza a de 12 mil e a de 4 mil está terminando.’

A sugestão é que os pacientes conversem com seus médicos sobre remédios alternativos enquanto esses não chegam. Mas no caso do filho da Renata, ela disse que não tem como substituir.

‘Estou muito preocupada mesmo porque ele precisa do remédio, então assim, não é crescimento só de estatura, é crescimento dos órgãos também, então tudo é um conjunto. ‘

O Ministério da Saúde disse que adquiriu quase um 1,245 milhão canetas de insulina de ação rápida e as entregas desse lote serão feitas até o fim de julho para todos os estados.

A pasta falou ainda que já enviou quase 118 mil canetas a São Paulo, para atender a demanda de abril, maio e junho, conforme a quantidade solicitada pelo governo do estado. Sobre a somatropina, o ministério não disse nada sobre a falta e nem a previsão de chegar.

Fonte: G1

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