Pesquisa avalia percepção de consumo nas farmácias
Estudo inédito envolveu mais de 40 redes e 6 mil clientes
por Márcia Arbache em


A percepção de consumo nas farmácias foi alvo de um estudo inédito da Dunnhumby, consultoria britânica e líder mundial em ciência de dados. Realizada no Brasil pela primeira vez com foco no setor, o Retailer Preference Index (RPI) avaliou mais de 40 redes nacionais, regionais e digitais, envolvendo 6 mil entrevistados.
“É um material que varejistas podem usar para identificar quais competidores são realmente comparáveis ao seu negócio e definir estratégias para melhorar a proposta de valor aos clientes”, enfatiza o CEO Renan Pessim, responsável pela operação da Dunnhumby no Brasil.
O levantamento levou em consideração seis pilares e foi apresentado durante a 12ª edição do Abrafarma Future Trends, que ocorreu no Distrito Anhembi (São Paulo-SP) nos dias 12 e 13 de agosto.

Consumo nas farmácias gera alerta sobre conveniência e preço
Segundo Pessim, um dos fatores mais surpreendentes na percepção de consumo nas farmácias foi a aparição do pilar Conveniência na quinta posição. “Sabemos que a localização e conveniência são importantes. Mas o quadro nos leva a refletir que, apesar desses atributos ainda terem peso nos dias de hoje, não são mais um diferencial pelo fato de haver muitas farmácias em operação’’, aponta.
Já o quesito Preço no último lugar traz um alerta para varejistas que focam excessivamente em preços baixos. “Essa estratégia não gera a melhor percepção em relação à concorrência. Os outros seis pilares também são chaves para esse objetivo e para conquistar a confiança do consumidor’’, observa.
O pilar Sortimento e Confiabilidade na dianteira é outro aspecto destacado. ‘’O consumidor brasileiro vai à farmácia em busca de suas necessidades e a confiabilidade é uma questão relevante nesse aspecto. Um exemplo clássico é o Ozempic, medicamento caro e que precisa estar refrigerado. Se o produto estiver mal acondicionado pode impactar gravemente a saúde”, contextualiza.
A terceira posição do pilar Promoções e Recompensas, por sua vez, indica um atributo que vai além da concessão de vantagens. ‘’A maioria das farmácias tem venda associada ao CPF e os clientes não fazem objeção a essa solicitação, que obviamente resulta em benefícios diretos ao consumidor’’, reforça Pessim.

Cada varejista recebe uma pontuação de acordo com a pontuação nos pilares estratégicos, em relação à sua importância para o mercado.

Performance do varejo digital em relação ao canal farma
Para essa análise foram selecionados os players inteiramente digitais do Mercado Livre, Amazon, Beleza na web e Época Cosméticos. Na comparação com os demais varejistas, esses players gozam de melhor percepção dos consumidores quando a análise contempla Preço e Promoções/Recompensas.

Em contrapartida, os canais digitais desfrutam de melhor percepção dos clientes quando se fala em Sortimento e Confiabilidade, pilar mais relevante da pesquisa.
A pesquisa ressalta que as lojas físicas têm a oportunidade para competir com varejistas digitais em quesitos nos quais sobressaem, como segurança e legitimidade dos produtos, atendimento humano e qualificado e benefícios adicionais (Farmácia Popular e convênios).
O varejo digital avança aceleradamente e atua com força em sortimento, promoções, exclusividade e preço. Os pontos fracos são legitimidade do produto, atendimento e parcerias.
As propostas de valor vencedoras, diz, são de varejistas que melhor implementam estratégias que contemplam sortimento preciso, experiências e promoções eficientes. ‘’São peças fundamentais para gerar fidelidade’’, conclui.