Presidente da Anvisa espera ampliar as conexões da agência
Plano inclui maior interação com ministérios e o uso de tecnologias para desburocratizar processos
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


O novo presidente da Anvisa, Leandro Safatle, estabeleceu como uma de suas principais metas aproximar a autarquia de outras esferas do poder público. A informação foi divulgada pelo portal Jota.
Safatle acredita que um diálogo mais eficiente é ponto-chave para promover melhorias não apenas nas operações da agência, mas também em todo o ecossistema brasileiro de saúde.
Segundo o presidente da Anvisa, os casos de intoxicação por metanol exemplificam a importância da cooperação institucional. Diante da urgência, a autarquia identificou fornecedores do antídoto, indisponível no país à época, apoiou um curso de capacitação para 5 mil agentes de fiscalização e coordenou o treinamento de laboratórios de análise.
“A Anvisa respondeu ao que foi chamado. Esse é um exemplo de trabalho colaborativo que a Anvisa pode ter”, afirma.
Outro caso recente de atuação conjunta ocorreu com o Ministério da Saúde, que solicitou tratamento prioritário para a análise de pedidos de registro de canetas emagrecedoras.
“É preciso manter essa sintonia e sinergia com o que o governo nos pede. Essa proximidade é sempre importante, além do diálogo. Não só com o Ministério da Saúde, mas com outros órgãos, como a Casa Civil, o Ministério da Indústria e Tecnologia, o Tribunal de Contas da União, entre tantos outros. A Anvisa segue independente, mas dialoga”, afirma.
Presidente da Anvisa aborda outras metas de gestão
Ao tratar das metas da autarquia para os próximos anos, o presidente da Anvisa mencionou a certificação de Autoridade Sanitária de Referência Internacional da OMS, explicando que o processo pode ser mais demorado devido às diversas especificidades do sistema brasileiro.
O presidente da Anvisa também confirmou planos para contratar 100 novos funcionários e implementar soluções baseadas em inteligência artificial, em um esforço para reduzir as filas de registro de medicamentos.
Autarquia está atenta às discussões que envolvem o setor
Ao ser questionado sobre os debates que envolvem os mercados de atuação da autarquia, como a publicidade de medicamentos e alimentos, atualmente em análise no STF, o presidente da Anvisa destacou que o diálogo e as discussões são extremamente importantes:
“Eu acho que a gente tem que estar mais próximo para que essa relação seja a melhor possível. O que me preocupa são decisões que possam acontecer sem a devida participação, sem as devidas contribuições e sem o devido debate que devem ser feitos com a agência. Nós queremos estar próximos para termos um amplo debate”, explica.
O mesmo raciocínio aplica-se à pauta da venda de medicamentos em marketplaces, impulsionada pela possível entrada do Mercado Livre no setor, como você tem acompanhado aqui no Panorama Farmacêutico. “Esse é um tema que está sendo discutido no Congresso Nacional, e a Anvisa também pode participar. Não queremos fugir do assunto”, garante.