Os cinco principais tipos de cálculo renal

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Cálculo renalO cálculo renal pode aparecer em uma em cada dez pessoas ao longo da vida. Doenças e condições muito atuais, entre as quais obesidade, pressão alta, diabetes e obesidade, são fatores de risco para a formação de pedras nos rins.

Os cálculos tendem sempre a se repetir. O paciente pode necessitar de diversas intervenções cirúrgicas e internações, reduzindo sua qualidade de vida, levando ao absenteísmo no trabalho e até a quadros de dor crônica, quando os cálculos não são devidamente tratados/investigados.

Há vários tipos de cálculos renais e saber exatamente essa distinção pode ser decisivo para o tratamento mais direcionado. De forma geral, as pedras se formam quando há excesso de alguma substância na urina, como cálcio, oxalato e ácido úrico (originando cristais), ou quando falta citrato na urina, considerado um protetor contra a formação de cálculo.

“Tudo isso pode ocorrer quando o pH (acidez) da urina se modifica. Além disso, quando ingerimos pouca água, urinamos pouco. Logo, esses cristais ficam saturados na urina, formando os chamados cálculos”, destaca a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em medicina intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Principais tipos de cálculo renal

Os principais tipos de cálculo renal são: de cálcio, de ácido úrico, de estruvita, de medicamentos e de cistina. “O cálculo de cálcio é o mais comum e representa 90% dos casos, podendo ser decorrente do oxalato de cálcio (75%) ou fosfato de cálcio (15%). A baixa ingestão de água e de cálcio (isso mesmo, ingerir pouco cálcio) está entre as causas mais prováveis”, explica a médica.

Segundo ela, também é preciso ter cuidado com as orientações antigas. “Não corte o cálcio de sua dieta (leite e derivados). Estudos já comprovaram que a falta de cálcio na dieta pode estimular a formação de pedras e que, ao contrário do que se pensava, o paciente com cálculo deve ingerir uma quantidade normal de alimentos com cálcio por dia”, ressalta.

O cálculo de ácido úrico é mais comum em homens e representa 8% de todos os casos. “A dieta com purinas em excesso (frutos do mar e carnes) leva à maior produção de urato monossódico, que pode virar pedra. Esse tipo de pedra pode ter influência familiar”, diz Caroline. O cálculo de estruvita representa 1% dos casos, mas a incidência vem aumentando e ele pode bloquear os pontos do sistema urinário onde se encontram. “Eles são raros e associados à infecção. Se não tratados, podem ocasionar perda da função dos rins”, diz a médica. Com incidências menores que 1%, existem também os cálculos de medicamentos (como os antivirais aciclovir e indinavir e o diurético triantereno) e de cistina (em pessoas com uma doença renal crônica chamada de cistinúria, que é uma doença genética familiar).

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio da investigação da causa das pedras e se há alguma doença por trás dessa formação. “A investigação consiste basicamente na análise de algumas substâncias (cálcio, citrato e ácido úrico) na urina coletada em 24 horas, dosagem de algumas substâncias no sangue (cálcio, fósforo, paratormônio e gasometria venosa) e revisão da dieta para verificar se há algum desvio que favoreça a formação das pedras”, diz Caroline.

É fundamental que o paciente siga o protocolo de tratamento orientado pelo médico. Caso não se trate corretamente, em cinco anos haverá 50% de chance de o paciente voltar a ter cálculos renais, com nova dor e sintomas relacionados à passagem da pedra pelo trato urinário, até a obstrução do rim, que requer cirurgia de urgência.

Tratamento

Atualmente existem várias opções de tratamento para retirada de pedra, como:

  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO): quebra as pedras por ondas de choque aplicadas sobre a pele
  • Ureterolitotripsia: as ondas de choque são aplicadas diretamente no cálculo através de um endoscópio (um tipo de cateter com uma câmera na ponta) inserido pelo orifício da uretra até o ureter
  • Nefrolitotripsia percutânea: pequena cirurgia realizada através de um corte de 1 cm na pele da região lombar e introdução de um endoscópio para localizar o cálculo. “A pedra é quebrada e os fragmentos são retirados com auxílio de pinças”, destaca a médica
  • Cirurgia aberta: pouco realizada nos dias de hoje, geralmente é feita nos cálculos coraliformes (pedras de tamanho grande que são formadas pela presença de alguns tipos de bactérias na urina)

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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