Propaganda das canetas emagrecedoras da EMS gera polêmica
Especialistas apontam possível infração às regras sanitárias
por Gabriel Noronha em
A edição do dia 5 de novembro do programa Pânico na TV, da Jovem Pan, exibiu uma ação publicitária de 12 minutos dedicada às canetas emagrecedoras da EMS, o que gerou questionamentos sobre a legalidade da iniciativa. As informações são do UOL.
Enquanto Thais Nania, diretora de marketing da companhia, e Amanda Meirelles, médica, campeã do BBB 2023 e embaixadora da marca, abordavam o funcionamento do medicamento, suas vantagens e particularidades, uma mensagem indicando “conteúdo patrocinado” permaneceu visível na tela.
Canetas emagrecedoras da EMS não podem ser divulgadas
A realização de propagandas de medicamentos sujeitos à prescrição médica direcionadas ao público geral é expressamente proibida pela legislação brasileira desde 1996. Em 2008, a Anvisa reforçou essa restrição ao publicar uma resolução que detalha os limites da divulgação desse tipo de produto.
Conforme estabelece o decreto, a propaganda de medicamentos “cuja venda dependa de prescrição por médico ou cirurgião-dentista somente poderá ser feita junto a esses profissionais, através de publicações específicas”.
Lançados neste ano, o Olire, indicado para o tratamento da obesidade, e o Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2, só podem ser comercializados mediante prescrição médica, com exigência de retenção da receita pelas farmácias.
Ao ser questionada por Emílio Surita, apresentador do programa, sobre a relevância dos produtos, a diretora afirmou que a chegada das canetas ao mercado “é uma revolução”.
“A gente ampliou o número de lojas [farmácias] que têm disponíveis essas medicações, o que coloca ainda mais forte é o nosso senso de democratizar, de dar acesso via disponibilidade desses produtos”, adicionou a executiva.
Já a médica, que divulga apenas suplementos da marca em seu Instagram, onde reúne 2,6 milhões de seguidores, aproveitou a oportunidade para relatar sua experiência pessoal com o fármaco. “Eu me beneficiei muito com o uso da medicação, porque ela realmente vai atuar ali no mecanismo, aumentando a saciedade e dando menos fome para você”, compartilhou.
Em contato com a reportagem do UOL, um diretor em exercício e um ex-diretor da Anvisa apontaram indícios de infração às normas na propaganda exibida no Pânico na TV.