PF indicia senadores por propina na indústria farmacêutica
por Ana Claudia Nagao em
e atualizado em
A Polícia Federal indiciou três senadores por um caso de propina na indústria farmacêutica. Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), além do o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), são acusados de, supostamente, receber recursos para favorecer interesses da então Hypermarcas (hoje, Hypera Farma) no Congresso Nacional. As informações são do G1, com base em apurações do portal UOL.
Segundo a reportagem, a investigação começou em 2018 como um desdobramento da Operação Lava-Jato. O relatório final do inquérito só foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto. O relator é o ministro Edson Fachin.
Fachin enviou as conclusões da investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai analisar o material e pode apresentar denúncia ao STF ou defender o arquivamento da investigação.
Delação indica propina na indústria farmacêutica
Como parte da apuração sobre propina na indústria farmacêutica, o STF homologou, em setembro de 2020, quatro acordos de delação premiada com executivos que atuaram na antiga Hypermarcas.
De acordo com o UOL, consta no relatório final da PF que os senadores do MDB receberam R$ 20 milhões da farmacêutica para favorecer interesses da empresa no Senado, relacionados a incentivos fiscais para empresas e indicação de nomes para a diretoria da Anvisa.
O Panorama Farmacêutico procurou a assessoria da farmacêutica, que enviou a seguinte nota. “A Hypera Pharma reforça que finalizou em 2020 apurações internas sobre irregularidades ocorridas entre 2013 e 2015. O assunto foi concluído mediante a celebração de acordo de leniência em 2022.”.
Em um comunicado o senador Romero Jucá afirma que “repudia e repele o indiciamento” e diz que a PF se baseou apenas na delação premiada de um executivo do grupo Hypermarcas. “O ex-senador Jucá colaborou de forma efetiva com a investigação, prestando os esclarecimentos devidos e colocando-se sempre à disposição da autoridade policial.”
A defesa de Eduardo Braga chama o indiciamento de “ilações esdrúxulas” e diz não ter dúvidas de que o inquérito será arquivado.
