Ranking de vendas de medicamentos é liderado por diabetes e hipertensão
Apesar do sucesso, antagonistas de GLP-1 não figuram na lista


Os tratamentos tradicionais para doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão seguem na liderança nas vendas de medicamentos no país, segundo levantamento da PróGenéricos, com base em dados da IQVIA. As informações são do Valor Econômico.
Segundo a lista geral, o Glifage XR (metformina da Merck) é o remédio mais vendido, contabilizando 131,8 milhões de unidades comercializadas nos cinco primeiros meses de 2025.
O recorte quando o assunto são os genéricos é um pouco menor, apenas de janeiro a abril, mas, ainda assim, mostra a relevância do controle das doenças crônicas. Com 56,4 milhões de caixas vendidas, a losartana é princípio-ativo mais comercializado.
Genéricos mais vendidos
Princípio ativo | Categoria | Unidades |
Losartana | Hipertensão | 53.440.613 |
Dipirona sódica | Anti-inflamatório/Analgésico | 35.246.314 |
Hidroclorotiazida | Diurético/Hipertensão | 26.009.747 |
Tadalafila | Disfunção erétil | 21.742.255 |
Nimesulida | Anti-inflamatório/Analgésico | 20.915.907 |
Simeticona | Antigases | 17.518.836 |
Enalapril | Hipertensão | 16.289.672 |
Sinvastatina | Redução do colesterol | 15.627.179 |
Atenolol | Hipertensão | 14.358.745 |
Anlodipino | Hipertensão | 13.765.850 |
Fonte: PróGenéricos
Ranking de vendas de medicamentos mostra potencial do mercado
Apesar de ainda não figurarem entre os medicamentos mais vendidos do Brasil, para Tiago Vicente, presidente-executivo da PróGenéricos, o ranking demonstra a força do mercado de análogos do GLP-1. “Há 100 anos se morria de fome, e hoje em dia, se morre por problemas decorrentes da obesidade. Obviamente, isso inclui hipertensão e diabetes”, analisa.
Apesar desse nicho crescente, os dados ainda não mostram o protagonismo desses produtos. Na listagem da IQVIA, antes das canetas Saxenda (liraglutida da Novo Nordisk) e Wegovy (semaglutida da mesma farmacêutica), aparecem medicamentos mais maduros, como a metformina e a dapagliflozina.
“Há uma parcela da população que consegue pagar e vai eventualmente migrar para um medicamento com essas tecnologias”, avalia Rafael Freixo, sócio da L.E.K. Consulting, que aponta que essa mudança não leva em conta apenas a modernidade do tratamento, mas também seu acesso. Outra questão que trava a escalabilidade do produto é a sua disponibilidade intermitente.
Novo Nordisk reduziu preços do Ozempic e Wgovy
Pensando exatamente nesta questão do acesso, no começo do mês de junho, a Novo Nordisk anunciou que reduziria os preços de seus medicamentos à base de semaglutida : Ozempic e Wegovy. Além de tornar o remédio mais acessível, a farmacêutica também pretende combater os produtos irregulares por meio da redução do custo.
Todas as apresentações dos fármacos foram afetadas pela medida, que entrou em vigor no dia 2. A nova precificação pode ser praticada em lojas físicas e no e-commerce.