Roubos de canetas emagrecedoras alertam varejo farmacêutico
Aumento da criminalidade expõe risco no acesso aos tratamentos de alta demanda
por Gabriel Noronha em
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A escalada dos roubos de canetas emagrecedoras e o avanço do mercado ilegal desses medicamentos têm colocado farmácias de todo o Brasil na mira de grupos criminosos, ampliando o cenário de risco no setor. As informações são da Folha de S. Paulo.
Somente na cidade de São Paulo, os registros de roubos e furtos ligados à categoria cresceram 20% entre janeiro e setembro de 2024 e 2025, passando de 171 para 206 ocorrências.
Em esforços para combater a prática, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) prendeu 60 adultos, apreendeu oito adolescentes e recuperou mais de R$ 1 milhão em produtos.
“As forças de segurança de São Paulo monitoram continuamente os índices criminais e ampliaram as ações contra roubos e furtos a farmácias, com foco na identificação e prisão de criminosos, na desarticulação do mercado ilegal de medicamentos e na responsabilização de receptadores”, afirma o órgão em nota.
Durante as investigações de um desses casos, onde uma unidade da Drogaria São Paulo na Avenida Morumbi foi assaltada e um taxista foi morto, a polícia identificou os quatro criminosos envolvidos como moradores de Paraisópolis, na Zona Sul.
Os fármacos, levados ao bairro depois do crime, foram vendidos pela internet em grupos de WhatsApp, Instagram e Telegram por metade do valor cobrado no mercado formal.
“Não deixam refrigerado. Sem garantias, sem origem. O barato pode sair caro”, alerta Fernando Cesar de Souza, delegado do 37° DP de Campo Limpo, um dos envolvidos na investigação da quadrilha.
Roubos de canetas emagrecedoras mobilizam a Abrafarma
Para intensificar o monitoramento dos casos e ampliar o compartilhamento de informações entre as redes, a Abrafarmacriou um grupo temático dedicado à segurança.
O comitê reúne representantes das 29 redes associadas, responsáveis por mais de metade das vendas de medicamentos no país, e discutirá ações preventivas para reduzir os riscos no varejo.
“Nunca na história da entidade cogitou-se qualquer abordagem nessa área, mas essa mudança de olhar demonstra a gravidade e insegurança dos tempos atuais”, disse Sergio Mena Barreto, CEO da associação.