Saiba os sintomas e possíveis causas da hidrocefalia

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hidrocefalia

O acúmulo de líquidos na cabeça é conhecido como hidrocefalia. Esse acúmulo pode causar danos nas estruturas encefálicas, devido a dilatação dos ventrículos cerebrais.

Esse líquido, que se torna excessivo, é o líquido cefalorraquidiano, ou LCR. O LCR flui livremente e é produzido em quantidade suficiente em organismos saudáveis.

Mas, quando há algum desequilíbrio entre a produção e a absorção do LCR, ou então existe alguma obstrução impedindo sua circulação e drenagem, surge a condição.

Apesar de ser mais comum nas crianças e idosos, a hidrocefalia pode acometer pessoas de todas as idades.

Antes de nos debruçarmos sobre essa condição, é interessante começar pelo básico e entender o que é o LCR.

Hidrocefalia exige entender sobre o líquido cefalorraquidiano

O nosso sistema nervos central (SNC) pode ser dividido em duas estruturas: encéfalo e medula espinhal. Ambas são banhadas pelo LCR, que é uma solução estéril produzida pelos vasos capilares do plexo coroide.

Sua função é proteger as estruturas do SNC de possíveis impactos. Outras atividades desenvolvidas por esse líquido são:

  • Controlar a pressão intracraniana
  • Remover resíduos metabólicos
  • Transportar nutrientes

Reabsorvido naturalmente pela corrente sanguínea, ele se renova completamente de duas a três vezes por dia. A hidrocefalia surge, exatamente, quando algo atrapalha esse fluxo.

As causas da hidrocefalia

Existem duas formas da condição: a adquirida e a congênita.

A adquirida é aquela que o paciente pode apresentar em qualquer fase da vida. Dentre as possíveis causas, estão:

  • AVCs
  • Hemorragias
  • Infecções
  • Traumatismos cranianos
  • Tumores

Existe também uma outra causa, menos comum, a neurocistecercose. Essa infeção é causada pela larva da Taenia solium, que é um verme parasita comum em porcos, mas que também infecta os seres humanos.

Já a versão congênita acompanha o paciente desde o nascimento. Nesses casos, a hidrocefalia pode ser identificada ainda durante a gestação, ou apenas nos primeiros meses de vida.

Nesses casos, é mais difícil determinar a causa, mas existem algumas hipóteses:

  • Consumo de drogas durante a gestação
  • Doenças infecciosas (como citomegalovírus, meningite, rubéola, sífilis, toxoplasmose e etc.)
  • Fatores genéticos e hereditários

Outra possível causa é a má formação na medula espinhal e nas estruturas que a protegem, como a espinha bífida, também conhecida como mielomeningocele.

Integram o grupo de risco para a enfermidade bebês nascidos com baixo peso ou prematuros.

Tipos de hidrocefalia 

Além das classificações do distúrbio entre adquirida e congênita, existem também outras classificações, de acordo com as causas por trás da doença.

Não comunicativa ou obstrutiva

Quando o acúmulo de LCR se deve a um bloqueio no sistema ventricular, temos um caso não comunicativo ou obstrutivo do distúrbio. Quando o assunto é a versão congênita da doença, a causa mais comum é um estreitamento do canal que liga o terceiro e o quarto ventrículo cerebral, conhecido como estenose do aqueduto de Sylvius.

Comunicativa ou não obstrutiva

Quando o problema não está na circulação do LCR e sim na sua reabsorção ou em uma produção exacerbada do líquido, temos um caso comunicativo ou não obstrutivo.

As causas mais frequentes para esse tipo de hidrocefalia são sangramentos intracranianos no espaço subaracnoide.

De pressão normal idiopática – HPNI

Mais comum nos idosos, essa classificação do distúrbio não tem uma causa definida. Sem conseguir reabsorver corretamente o LCR, o líquido se acumula nos ventrículos cerebrais, que, por sua vez, aumentam de tamanho, comprimem as estruturas encefálicas, mas não alteram a pressão intracraniana.

Quais são os sintomas?

De acordo com o momento da vida em que o distúrbio se manifesta, os sintomas podem mudar. Os mais comuns para cada faixa etária são:

Sintomas da hidrocefalia em bebês ou recém-nascidos

  • Couro cabeludo retesado
  • Crescimento acelerado da cabeça
  • Irritabilidade
  • Moleira dilatada
  • Mudança no formato do crânio
  • Olhos voltados para baixo
  • Prejuízos ao desenvolvimento psicomotor
  • Sonolência

Crianças, adolescentes e jovens adultos

  • Convulsões
  • Desatenção
  • Dor de cabeça
  • Inapetência
  • Irritabilidade
  • Náuseas
  • Perda de coordenação motora
  • Queda no desempenho escolar
  • Sonolência excessiva
  • Vômitos

Idosos

  • Dificuldade para segurar a urina
  • Movimentos mais lentos
  • Perda de equilíbrio
  • Perda progressiva da memória, que pode avançar até a demência
  • Urgência para urinar

Como é feito o diagnóstico?

Ainda durante o acompanhamento pré-natal, é possível diagnosticar a versão congênita da doença. Só que esse é um diagnóstico menos comum. O mais usual é que a hidrocefalia só seja identificada após apresentar alguns sinais característicos, que podem surgir pouco depois do nascimento, na infância ou apenas mais tarde.

Além destes sinais físicos, o médico irá analisar também o histórico médico do paciente e realizará uma avaliação neurológica para fechar o diagnostico. Exames de imagem podem ser utilizados para visualizar os ventrículos cerebrais dilatados.

Como na maioria das doenças, quanto antes o diagnóstico for feito, menos risco de danos permanentes o paciente corre.

Como é feito o tratamento?

O primeiro passo do tratamento da hidrocefalia deve ser, quando possível, regularizar o fluxo do LCR, resolvendo o motivo que causou o acúmulo. Ou seja, o primeiro passo é tratar a origem, seja ela uma doença infecciosa ou um tumor, por exemplo.

Casos mais leves e que tem avançado lentamente podem ser tratados com medicamentos. Os remédios em questão irão controlar a pressão intracraniana e reduzir a produção do LCR, mas podem causar efeitos colaterais.

Apesar do que explicamos até aqui, o tratamento mais utilizado é o cirúrgico mesmo. O procedimento mais usado se chama derivação ventriculoperitoneal, ou apenas DVP.

Nele, a equipe médica irá desviar o excesso de líquido, o que causa a hidrocefalia, para a cavidade abdominal. Um cateter é inserido por dentro da pele do paciente, fazendo essa ligação.

Casos de hidrocefalia obstrutiva podem ser tratados de maneira menos invasiva, com a terceiro-ventriculostomia endoscópica, que abre um espaço no assoalho deste ventrículo para dar vazão ao LCR.

Nos casos congênitos, existem intervenções que podem ser feitas ainda durante a gestação e podem ser readequados após o nascimento.

Como prevenir?

Apesar dos tratamentos citados, não existe ainda uma cura para o distúrbio. Mas, os pacientes ou futuros papais podem tomar algumas precauções para evitar a hidrocefalia.

Ao andar de moto, bicicleta ou skate, sempre utilize um capacete adequado. Da mesma maneira, ao se locomover de carro, sempre use o cinto de segurança e só transporte as crianças com a infraestrutura necessária.

Para as mulheres que querem engravidar, é importante checar se você já tomou a vacina contra a meningite meningocócica. Além disso, uma suplementação de ácido fólico antes e durante a gestação também será de grande ajuda.

Evite consumir carne de porco mal passada ou então que você não tenha conhecimento da procedência.

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