Sócios de farmácias saíram de R$ 300 mil para R$ 4,3 milhões
Bernardo Neto, Diogo Cirqueira e Erasmo Junior, que comandam cinco unidades no Maranhão, querem dobrar operação com impulso do associativismo
por César Ferro em
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Atualmente, os sócios Bernardo Neto, Diogo Cirqueira e Erasmo Junior são proprietários de cinco farmácias no Maranhão. Os três nasceram em cidades vizinhas, em famílias que mantinham laços de amizade, mas seus destinos só se cruzaram na vida adulta.
No 33º episódio da seção Minha História, contamos como os empresários se uniram por intermédio de um amigo do Exterior e como a suposta “ameaça” do associativismo se tornou a maior fortaleza do negócio.
Sócios de farmácias demoraram a se encontrar
Cirqueira construiu carreira no varejo farmacêutico
Cirqueira é de São Raimundo das Mangabeiras, município às margens do Rio Neves e do Ribeirão Cachoeira. Em 2009, ele decidiu se mudar para a capital, São Luís (MA), para se graduar em farmácia.
“Cultivei o interesse em me tornar farmacêutico sem nenhuma recomendação e sem ter nenhum familiar atuante na profissão. De fato, entendi rapidamente qual seria minha vocação”, conta. Uma vez formado, decidiu buscar uma colocação. Sem sucesso, tomou a decisão de mudar de estado.
“Identifiquei que Parauapebas (PA) estava em um acelerado ritmo de crescimento e resolvi tentar a sorte”, relata. Chegou à cidade em 2013 e rapidamente conseguiu um emprego. “Logo em meu primeiro dia já estava empregado. Porém, minha trajetória como colaborador seria curta. Em apenas três anos me tornei um gestor”, revela.
Com o apoio do sobrinho Bernardo Neto, que atuou como investidor, Cirqueira ergueu a sua primeira farmácia em 2016 e no ano seguinte já administrava duas unidades. O destino, por sua vez, o reconduziria ao Maranhão. Mas, antes de chegarmos a essa parte da história, é preciso entender os caminhos traçados pelo outro sócio.
Junior viu na farmácia chance de empreender
Natural de Fortaleza dos Nogueiras (MA), município com cerca de 12 mil habitantes, Junior estava a menos de uma hora e meia de distância da terra natal de Cirqueira.
Em 2006 ele se mudou para Balsas (MA) com o objetivo de estudar enfermagem. Após a graduação, pegou a estrada rumo a Paulo Ramos (MA). “Ocupei diferentes posições, de enfermeiro e até de secretário municipal de saúde. Foram oito anos intensos, mas que não me satisfizeram profissionalmente. Sabia que precisava empreender”, afirma.
Ao relatar seus anseios ao pai, Erasmo Ferreira, Junior foi apresentado a um amigo da família – Bernardo Neto, que residia nos Estados Unidos há alguns anos. “Meu pai recomendou buscar aconselhamento com ele e me estimulou a viajar para o Exterior”, explica.
“Ao voltar para o Brasil após algumas semanas, entendi que Lago da Pedra (MA) seria o cenário ideal para abrir uma farmácia. Convidei Bernardo para ser sócio e recebi o sim. Entretanto, eu não sabia administrar o negócio e ele não tinha planos para regressar ao país, o que dificultava a evolução das operações”, lembra. A sugestão de Bernardo para resolver esse problema fez com que os caminhos dos atuais sócios se cruzassem e deu início a um novo ciclo.
Farmácia em Lago da Pedra une sócios
Bernardo recorreu a Cirqueira, seu sócio em Parauapebas (PA), em busca de apoio para a farmácia de Erasmo Junior. “Foi uma decisão muito difícil. Já tinha toda minha vida estabelecida na cidade e duas farmácias com performance positiva. Mas um fator pesou nessa decisão”, relembra Cirqueira.
Nessa mesma época, a Ultra Popular já atuava no município paraense. Com gestão profissionalizada e melhores condições comerciais, a bandeira da Farmarcas representava uma concorrência pesada para os gestores independentes da região.
“Era uma mistura de temor e admiração. Procurava manter a rotina de visitar a loja da Ultra Popular para entender o modelo de negócio. Tentei converter minhas lojas, mas essa intenção não avançou pelo fato de a Farmarcas já ter um associado local”, conta. Por essa razão, unir forças com Junior em Lago da Pedra (MA) permitiria uma nova tentativa junto à Farmarcas.
Farmácia foi independente por apenas mais seis meses
Em dezembro de 2018, Cirqueira retornou ao Maranhão para se tornar sócio de Junior e Neto, esse último atuando como sócio investidor. Bastaram seis meses para que a adesão à administradora de farmácias associativistas se concretizasse. Para isso, ele precisou abrir mão do comando das duas lojas que tinha no Pará, o que se revelou uma decisão muito bem-sucedida.
“Quando éramos independentes, faturávamos aproximadamente R$ 300 mil por mês. Logo após os primeiros 30 dias com a bandeira da Ultra Popular, a receita cresceu mais de 30%”, conta Junior. Com a retaguarda da Farmarcas, o ritmo dos negócios mudou por completo e os sócios passaram a abrir, em média, um ponto de venda por ano.
“Hoje temos duas unidades em Lago da Pedra, duas em Barra do Corda e uma em Zé Doca. No mercado em que temos menor participação, detemos ao menos 40% de market share”, garante.
A farmácia de R$ 300 mil virou milionária
Com um faturamento de R$ 4,3 milhões por mês, os empresários ainda não estão satisfeitos. “Temos a meta de chegar a no mínimo dez lojas até o fim desta década”, revela Junior. O plano de expansão já mira outros estados e, em 2026, o trio deverá fincar bandeira no Piauí, na cidade de Bom Jesus.
Em paralelo, a nova unidade em Lago da Pedra está sendo construída, com previsão de entrega para 2027. Serão mais de 400 m² de loja em uma área total de 2 mil m². Para explicar esse novo momento, Cirqueira recorre a uma metáfora esportiva. “Como independentes, éramos um time amador. Agora, somos uma equipe de elite e, com o auxílio da Farmarcas, seremos campeões”, finaliza.
