União Europeia aprova novo medicamento contra Alzheimer
Desenvolvido pela Eli Lilly, fármaco já está autorizado no Brasil e é considerado um dos maiores avanços no tratamento da doença
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


A União Europeia aprovou o uso do Kisunla, novo medicamento contra Alzheimer, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly. O fármaco tem como princípio ativo a molécula donanemab e já estava autorizado no Brasil desde abril deste ano. As informações são do jornal O Globo.
Considerado um dos avanços mais significativos nas pesquisas recentes sobre Alzheimer, o medicamento divide opiniões na comunidade médica. Estudos clínicos mostram que ele pode retardar a progressão da doença em estágios iniciais, mas especialistas questionam seu custo-benefício, devido a possíveis efeitos adversos graves, como edemas cerebrais e sangramentos.
Segundo Anne White, vice-presidente executiva da Eli Lilly e presidente da Lilly Neuroscience, o Kisunla representa uma nova esperança para pacientes nos estágios iniciais da doença.
“O Kisunla demonstrou resultados muito significativos para pessoas com doença de Alzheimer sintomática precoce, que precisam urgentemente de opções de tratamento eficazes. Sabemos que esses medicamentos têm o maior benefício no tratamento precoce e estamos trabalhando arduamente para melhorar a detecção e o diagnóstico”, afirma a executiva.
Entenda o funcionamento do novo medicamento contra Alzheimer da Lilly
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. A droga atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença.
Seu uso é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios.
Histórico de rejeição
Antes da recente aprovação, o Kisunla foi rejeitado em análises anteriores, tanto pela União Europeia quanto pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Agora, com a liberação, o fármaco se junta ao Leqembi, desenvolvido pela Biogen e Eisai, como uma das principais opções terapêuticas disponíveis no mercado europeu para o tratamento do Alzheimer.