A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) continua ‘firmemente convencida’ dos benefícios da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 – anunciou sua diretora-executiva, Emer Cooke, nesta terça-feira (16), apesar dos temores sobre possíveis efeitos colaterais até agora não demonstrados.
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‘Seguimos firmemente convencidos de que os benefícios da vacina da AstraZeneca na prevenção da covid-19, com seu risco associado de hospitalização e morte, superam os riscos sobre estes efeitos colaterais’, disse Emer, em coletiva de imprensa.
Pelo menos 15 países, incluindo Alemanha, Espanha, França e Itália, suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca preventivamente, depois que problemas sanguíneos foram relatados em pessoas vacinadas, como dificuldades de coagulação.
‘Até o momento, não há provas de que a vacinação tenha causado essas afecções. Não apareceram nos testes clínicos e não contam como efeitos colaterais conhecidos, ou esperados’, disse Cooke, acrescentando que a EMA leva a situação ‘muito a sério’.
Ao ser questionada sobre as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, Emer Cooke afirmou que estão sendo analisados os efeitos adversos graves em ‘todas as vacinas’.
O comitê de segurança da EMA se reuniu, em sua sede em Amsterdã, para avaliar novas informações e deve chegar a uma conclusão durante uma reunião especial na quinta-feira (18).
O grupo de especialistas em vacinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) também se reúne nesta terça-feira para discutir o imunizante desenvolvido pelo laboratório sueco-britânico em parceria com a Universidade de Oxford, após a suspensão anunciada por vários países da Europa, continente que superou 900.000 mortes provocadas pela covid-19.
Para evitar a desaceleração das campanhas de imunização, os governos se apressam a comprar outras vacinas: o Brasil, onde a pandemia não dá trégua, anunciou a aquisição de 100 milhões de doses da Pfizer/BioNTech, enquanto a União Europeia estabeleceu com estes laboratórios uma ‘aceleração’ da entrega de 10 milhões de doses.
– ‘Sem vínculo’ -‘Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca’, disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
‘Até agora, não encontramos uma ligação entre estes eventos e a vacina’, acrescentou.
No Reino Unido, que já aplicou a primeira dose (da AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech) em quase 24,5 milhões de pessoas, o primeiro-ministro Boris Johnson reafirmou que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca com cientistas da Universidade de Oxford era ‘segura’ e ‘extremamente’ eficaz.
Além das dúvidas a respeito dos efeitos colaterais do fármaco, se somam os problemas de fornecimento do laboratório para a União Europeia e o bloco ‘não descarta’ apresentar um recurso judicial contra o grupo farmacêutico, afirmou nesta terça-feira o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Clément Beaune.
Em outras regiões do mundo, alguns países também decidiram suspender a aplicação da vacina.
Na América Latina, o governo da Venezuela anunciou que não permitirá o uso, ‘em razão das situações, complicações, apresentadas’, segundo as palavras da vice-presidente Delcy Rodríguez.
A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, também anunciou o adiamento da campanha com o imunizante da AstraZeneca.
Mas em outra nação do sudeste asiático, a Tailândia, onde o uso também estava suspenso, nesta terça-feira a vacina começou a ser aplicada. O primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha recebeu a primeira dose.
Fonte: Portal Gongogi
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