Vendas de não medicamentos crescem 110% em cinco anos
Em 2024, categoria movimentou R$ 19,2 bilhões nas grandes redes de farmácias


As vendas de não medicamentos, como os produtos de OTC (over the counter) e HPC (higiene e beleza), mais do que dobraram nos últimos cinco anos. O avanço foi resultado da popularização do autocuidado, somada à ampliação dos portfólios no varejo farmacêutico. As informações são do Valor Econômico.
Segundo a Abrafarma, no último ano, as duas categorias geraram R$ 19,24 bilhões de faturamento nas 29 grandes redes associadas, contra R$ 9,12 bilhões registrados em 2019.
“Em 2024, registramos mais de 1,26 bilhão de atendimentos. É como se cada brasileiro visitasse uma farmácia pelo cinco vezes no ano. É um dado expressivo e que revela como esse estabelecimento ganhou espaço como canal de saúde e também de conveniência”, contextualiza o CEO da entidade, Sergio Mena Barreto.
Vendas de não medicamentos cresceram no pós-pandemia
Para o vice-presidente corporativo da Close-Up Internacional, Paulo Paiva, a deflagração da Covid-19 teve um papel importante na conscientização sobre o autocuidado. “A jornada do paciente mudou nos últimos anos, com um aumento claro na busca por prevenção. A pandemia acendeu um alerta sobre imunidade e comorbidades, reforçando a percepção de que é preciso cuidar melhor da saúde”, analisa.
Indústria aposta em avanço contínuo
E o mercado deve seguir aquecido, no mínimo, até o fim da década. “A expectativa é que o setor registre uma taxa média de crescimento anual de 3,8% entre 2025 e 2029”, prevê o diretor de marketing da Opella no Brasil, Eduardo Magalhães.
Além desse crescimento projetado, a indústria também aposta na sazonalidade para atingir resultados superiores. A Cimed, por exemplo, espera faturar R$ 1 bilhão com seus produtos voltados para as doenças mais comuns no inverno.
“As categorias de inverno são estratégicas para a farmacêutica. Só o Cimegripe deve gerar R$ 46,2 milhões em faturamento nesta estação”, comenta o CEO João Adibe Marques.
Marcas próprias mantêm foco especial na categoria
As marcas próprias, tão comuns no varejo farmacêutico, também mostram a relevância dos não medicamentos. Pegando como exemplo a RD Saúde, seus produtos de OTC representaram 20,5% da receita bruta das farmácias do grupo.
A varejista, responsável pelas bandeiras Raia e Drogasil, faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado com suas marcas próprias, segundo levantamento da IQVIA. Só a Needs supera, desde 2023, a barreira de R$ 1 bilhão em receita anual.
Portal oferece seção de indicadores do mercado farma
Atento ao avanço dos não medicamentos e à crescente necessidade de que a tomada de decisões seja norteada por dados, o Panorama Farmacêutico passou a oferecer, no último mês de janeiro, uma seção com indicadores do mercado farmacêutico. O espaço está em linha com o propósito do portal de democratizar o acesso à informação.
“Cada nicho e segmento que integra a cadeia farmacêutica nacional recebeu uma atenção especial do nosso time editorial, que responde pela compilação dos dados. A editoria é um raio-X abrangente e democrático, cujo intuito é munir os dirigentes, empresários e investidores de informações vitais e estratégicas para o negócio”, afirma o fundador e CEO Paulo Piratininga.