XP retoma cobertura da Pague Menos
Corretora estima que a rede de farmácias continuará ganhando produtividade nas lojas
por César Ferro em
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A XP Investimentos retomou a cobertura das ações da Farmácias Pague Menos. De acordo com a corretora, o preço-alvo dos papéis até o fim de 2026 deve chegar a R$ 6. As informações são do InfoMoney.
Segundo a projeção da companhia, as ações têm um potencial de valorização de 34,8% em relação ao fechamento de terça-feira, dia 11, quando o preço ficou em R$ 4,45. Para os analistas, a rede vive um momento de autotransformação.
As três razões para o otimismo com as ações da Pague Menos
Para a XP, três são os principais motivos que levam à recomendação positiva das ações da Pague Menos. O primeiro deles é a produtividade por loja da rede. No 3º trimestre de 2025, o indicador foi de R$ 830 mil e a corretora estima um crescimento para R$ 925 mil até o fim de 2026. Com um processo de expansão mais seletivo, a integração da Extrafarma e os ajustes operacionais realizados, a rede de farmácias apresenta avanço nas vendas em mesma loja na casa dos dois dígitos há sete trimestres consecutivos.
O avanço dos medicamentos agonistas de GLP-1 também anima a corretora. A companhia enxerga na varejista uma boa oferta desses remédios e uma oportunidade de aproveitar com êxito essa demanda. A empresa financeira também vê a categoria se fortalecendo no próximo ano, quando os laboratórios brasileiros poderão lançar versões genéricas da semaglutida, molécula presente no Ozempic e Wegovy, ambos da Novo Nordisk.
Por fim, a Pague Menos, que tem forte presença no Norte e Nordeste, enfrenta menor pressão dos marketplaces quando o assunto é o mix de higiene pessoal e cosméticos (HPC). A rede de farmácias mantém boas margens com suas marcas próprias e conseguiu fidelizar seus clientes de cuidado contínuo, aqueles que realizam tratamentos para doenças crônicas.
Clientes de cuidado contínuo impulsionam receita
Segundo os analistas da XP, os pacientes que tratam doenças crônicas têm uma importância vital para as vendas do varejo farmacêutico. Na comparação com o consumidor comum, esses clientes compram quatro vezes mais e gastam 1,6 vez mais, o que leva a um faturamento médio 6,4 vezes maior. A corretora calcula que, a cada 350 mil novos clientes com esse comportamento de compra atraídos pela Pague Menos, as vendas cresçam R$ 500 milhões.
Rede ganhou market share pelo oitavo trimestre consecutivo
O balanço divulgado no dia 3 confirmou um novo avanço no market share da Pague Menos. O resultado positivo dá continuidade a uma sequência de sete trimestres de crescimento.
O lucro líquido ajustado da rede de farmácias foi de R$ 80,6 milhões, alta de 49,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda somou R$ 260,1 milhões, crescimento de 36,4%, enquanto a margem atingiu 6,3%, o maior patamar já registrado pela companhia em um terceiro trimestre. A receita bruta alcançou R$ 4,1 bilhões, avanço de 18%, aproximadamente cinco vezes acima da inflação de medicamentos no período.
“Como ainda estamos em ciclo de desalavancagem e abrindo poucas unidades, crescemos só 1% em novas lojas e outros 5% em preço”, afirma Luiz Novais, CFO da varejista. “Já o componente de volume foi gritante, crescemos 10,4%. Estamos trazendo volume de outros players”, complementa.