
Uma matéria veiculada pela agência internacional de notícias Reuters na última terça-feira, dia 22, aponta que uma das ideias avaliadas pelo governo Trump para combater a alta nos preços da indústria farmacêutica foi classificada como a maior “ameaça existencial” ao segmento no país.
A proposta, tão temida por executivos do setor, busca reduzir os valores praticados pelo mercado por meio de uma equiparação aos preços mais baixos pagos por outros países desenvolvidos.
As informações foram enviadas ao portal por duas fontes distintas, que não puderam se identificar. A primeira afirmou ter conversado diretamente com oficiais de saúde do governo, que revelaram estar avaliando essa alternativa em um ritmo classificado pelos mesmos como de “prioridade média”.
A fonte revelou ainda que o Medicare deve lançar um teste piloto do programa, impactando apenas alguns fármacos. “Acho que o governo não entende completamente o impacto que essa política pode ter nas inovações americanas. Seria disruptivo para todo o mercado de saúde, não apenas para a indústria farmacêutica”, afirma.
Os Estados Unidos chegam a pagar até três vezes mais que outras nações desenvolvidas por medicamentos, cenário que incomoda Donald Trump. O republicano já afirmou que gostaria de reduzir essa diferença, mas nunca especificou como planeja alcançar o feito.
Na visão da segunda fonte a ideia é “mais preocupante” do que as tarifas de importação implementadas pelo presidente sobre produtos importados.
Indústria farmacêutica dos EUA vive momento de instabilidade
O mercado farmacêutico dos Estados Unidos está fragilizado. Desde de que assumiu o comando do país, Trump iniciou uma grande reforma no setor público de saúde, apontando Robert F. Kennedy Jr. como secretário de saúde e reestruturando quadros de funcionários. Mais de 300 pessoas deixaram o Medicare nos últimos três meses e outras 10 mil foram desligadas por meio de aposentadorias precoces ou exonerações.
“Implementar uma mudança como essa exigiria um esforço considerável da mão de obra, que os órgãos públicos sofreriam para disponibilizar atualmente”, avalia Anna Kaltenboeck, economista especializada no segmento de saúde na Verdant Research.