Grandes redes de farmácias voltam a crescer 2 dígitos
por César Ferro em

As grandes redes de farmácias brasileiras voltaram a registrar crescimento de dois dígitos, com receita superior a R$ 21 bilhões.
Os dados são referentes ao balanço do primeiro trimestre de 2023 das 27 empresas que integram a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
O avanço sobre o mesmo período de 2022 foi de 13,93%, com destaque especial para os genéricos e os chamados não medicamentos.
Os números revelam uma franca evolução desde a performance negativa do setor em janeiro, quando o incremento nas vendas foi inferior a 4%. A reação teve início em fevereiro, com alta acumulada de 9,4% em relação aos dois primeiros meses do ano passado.
Grandes redes de farmácias sobressaem no online e com genéricos
As grandes redes de farmácias vêm ganhando fôlego especialmente por meio de delivery e e-commerce, operações que apresentaram o maior aumento percentual – 35,89%. O volume comercializado via canais online totalizou R$ 1,11 bilhão. “É o terceiro trimestre seguido com indicadores acima de R$ 1 bilhão nas vendas digitais”, ressalta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
Os medicamentos genéricos movimentaram R$ 2,47 bilhões nas farmácias, o que representou incremento de 18,23% frente ao primeiro trimestre de 2022. Já os não medicamentos somaram R$ 6,79 bilhões – 16,65% a mais que o intervalo de janeiro a março do ano passado. Os remédios de prescrição, por sua vez, geraram uma receita de R$ 14,2 bilhões, com evolução de 12,68%.
“Claramente o consumidor está sabendo se adaptar à pressão da inflação e dos juros sobre a cadeia de custos do varejo, o que ajuda a explicar a ascensão dos genéricos. Ao mesmo tempo, não abrem mão da conveniência ao buscarem outros produtos além dos medicamentos em um único canal”, avalia Barreto.
Os números das grandes redes
| 1º tri 2022 | 1º tri 2023 | Variação % | |
| Vendas | R$ 18.434.321.137 | R$ 21.003.193.850 | 13,93 |
| Vendas de medicamentos | R$ 12.606.220.580 | R$ 14.204.934.304 | 12,68 |
| Vendas de MIPs/OTCs | R$ 3.710.068.270 | R$ 3.869.836.295 | 4,31 |
| Vendas de genéricos | R$ 2.094.036.335 | R$ 2.475.774.929 | 18,23 |
| Vendas de não medicamentos | R$ 5.828.100.597 | R$ 6.798.259.546 | 16,65 |
| Delivery/e-commerce | R$ 817.166.459 | R$ 1.110.448.302 | 35,89 |
| Unidades totais vendidas | 760.080.832 | 781.329.435 | 2,79 |
| Total de atendimentos | 257.967.583 | 272.932.199 | 5,80 |
| Total de lojas | 9.102 | 9.770 | 7,34 |
| Funcionários/colaboradores | 147.431 | 154.978 | 5,12 |
As 27 maiores redes do país promoveram mais de 272 milhões de atendimentos no período em 9.770 lojas. O grande varejo farmacêutico mantém quase 155 mil empregos diretos e indiretos.
2022 foi ano histórico para Abrafarma
Pela primeira vez na história da entidade, as redes associadas realizaram mais de 1 bilhão de atendimentos e superaram os R$ 80 bilhões de receita em 2022.
Apesar do ano movimentado, o ranking do setor não viu mudança em sua liderança, que, pelo 12º ano consecutivo, seguiu com a Raia Drogasil. Mesmo com a compra da Extrafarma pelas Farmácias Pague Menos, o Grupo DPSP manteve o segundo posto.
Se a aquisição não afetou o ranking geral, quando o recorte é por número de lojas, houve sim mudanças. A Pague Menos assumiu o segundo lugar com os PDVs pertencentes à Extrafarma. A liderança seguiu nas mãos da Raia Drogasil.