Exclusivo: Farmadelivery vai para leilão judicial
por Ana Claudia Nagao em
A plataforma Farmadelivery, que reúne cerca de 650 farmácias em operação em cidades de pequeno e médio porte no Brasil, será colocada à venda em leilão fechado nas próximas semanas. O procedimento faz parte da recuperação judicial da Investfarma, controladora da marca, e será conduzido pelo juiz responsável pelo caso.
De acordo com informações do processo 1000225-96.2023.8.26.0260, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – 1ª Vara Regional de Competência Empresarial, a Assembleia de Credores está marcada para ocorrer em duas chamadas. A primeira será realizada já na próxima segunda-feira, 17 de novembro, e a segunda no dia 24 do mesmo mês.
Nessa etapa, os credores deverão aprovar a venda do marketplace, cujos recursos serão usados para pagar os credores. Após a aprovação, o leilão deverá ser realizado no início de dezembro, com decisão judicial prevista para 20 de dezembro.
Interessados na aquisição da Farmadelivery já podem enviar propostas
Os interessados em adquirir a Farmadelivery têm até o final de novembro para apresentar suas propostas diretamente à vara responsável. O modelo de venda será o de Unidade Produtiva Isolada (UPI), o que garante ao comprador segurança jurídica, sem sucessão de dívidas trabalhistas, tributárias ou bancárias.Ainda não há registro de propostas formais apresentadas até o momento, porém já há movimentação de empresas e fundos elaborando ofertas internas. O interesse pode vir de redes de farmácias de médio porte, fundos de investimento ou grupos do setor farmacêutico e tecnológico, que desejem ampliar presença regional ou nacional.
A dívida total da Investfarma, que motivou o processo de recuperação judicial, é de R$ 265,5 milhões, mas esse passivo não será transferido ao comprador da Farmadelivery. A empresa já chegou a registrar faturamento mensal de R$ 18 milhões e seu potencial futuro dependerá da estratégia de marketing e expansão adotada pelo novo proprietário.
Considerada uma plataforma de e-commerce importante para o acesso a medicamentos em regiões carentes de infraestrutura, a marca é vista como um ativo estratégico para quem busca consolidar operações no varejo farmacêutico digital.
Processo de recuperação judicial da Investfarma iniciou em 2023
O processo de recuperação judicial da Investfarma teve início em 2023 após a falência da distribuidora de medicamentos Dissim. Na época, a situação afetou a Poupafarma, com o fechamento de algumas lojas, especialmente na Baixada Santista, devido à falta de produtos.
Em outubro do mesmo ano, a rede de farmácias paranaense Nissei anunciou que havia vencido o processo competitivo da aquisição UPI da Poupafarma, com 51 unidades localizadas na região da Baixada Santista, Vale do Paraíba e Grande São Paulo.